segunda-feira, 18 de julho de 2011

Informativo de Agosto de 2011

Ano III  -  AGOSTO DE 2011 -  Nº  04

CONHECENDO A NOSSA IGREJA

LEGENDA DOS TRÊS COMPANHEIROS - CAPÍTULO XII

Como o bem-aventurado Francisco, com os onze companheiros, foi à cúria do papa notificar-lhe seu propósito e conseguir a aprovação da regra que havia escrito

46. Vendo o bem-aventurado Francisco que Deus fazia crescer seus irmãos em número e mérito, sendo eles já doze homens perfeitíssimos e tendo os mesmos sentimentos, disse aos onze, ele que era o duodécimo, guia e pai deles: "Vejo, irmãos, que Deus, por sua misericórdia, quer que nossa irmandade cresça. Vamos, pois, à nossa Mãe a Santa Igreja Romana, notifiquemos ao Sumo Pontífice o que o Senhor começou a fazer por nosso intermédio, a fim de que, conforme a sua vontade e ordem, continuemos naquilo que começamos".
Estas palavras do pai agradaram aos irmãos, e juntamente com ele empreenderam o caminho rumo à cúria. E disse-lhes: "Façamos um de nós como nosso guia, e consideremo-lo como representante de Jesus Cristo. Aonde for, para lá iremos. Onde se hospedar, lá nos hospedaremos". Elegeram frei Bernardo, o primeiro após o bem-aventurado Francisco, e observaram o que o pai lhes recomendara.
Caminhavam contentes, discorrendo sobre a palavra do Senhor, não se atrevendo a falar outra coisa a não ser o que fosse para louvor e glória de Deus e utilidade da alma, e frequentemente se entregavam à oração. O Senhor sempre lhes preparava hospedagem, fazendo com que recebessem o que lhes era necessário.

47. Chegaram a Roma e ali encontraram o bispo da cidade de Assis, o qual os recebeu com grande alegria pelo singular afeto com que venerava a Francisco e a todos os irmãos. Não conhecendo a razão da sua vinda, perturbou-se, pensando que quisessem abandonar a própria pátria, onde o Senhor começara, através deles, a operar maravilhas. Gostava de fato de ter em sua diocese tais homens, de cuja vida e costumes grandemente se vangloriava. Mas tendo ouvido o motivo e entendido seu propósito, muito se alegrou, prometendo-lhes conselho e auxílio no empreendimento.
Era este bispo muito amigo de certo cardeal, bispo de Sabina, que se chamava João de São Paulo, ver-dadeiramente cheio da graça de Deus, muito amigo dos servos de Deus. O bispo de Assis contara-lhe a vida de Francisco e de seus irmãos, e por isso desejava ardentemente ver o homem de Deus e alguns de seus companheiros. Ouvindo que estavam na cidade, mandou chamá-los e os recebeu com grande reverência e amor.

48. Nos poucos dias que privaram de sua companhia, de tal modo o edificaram pelas santas palavras e exemplos, que, vendo resplandecer nas ações o que deles havia ouvido, recomendou-se humilde e devotamente às suas orações. Pediu também, como uma graça especial, que desejava ser considerado, desde aquele momento, como um dos irmãos. Enfim, interrogando ao bem-aventurado Francisco a razão por que viera, e ouvindo dele todo seu propósito e intenção, ofereceu-se como seu procurador na cúria.
Dirigiu-se pois o referido cardeal à cúria e disse ao senhor papa Inocêncio III: "Encontrei um homem perfeitíssimo que pretende viver segundo a forma do Santo Evangelho e observar em tudo a perfeição evangélica. Creio que por meio dele Deus quer restaurar a fé no mundo inteiro, a fé da Santa Igreja". Ouvindo isto, o senhor papa ficou muito admirado  e mandou ao cardeal que lhe trouxesse o bem-aventurado Francisco.
49. No dia seguinte, o homem de Deus foi apresentado pelo cardeal ao Sumo Pontífice, a quem tornou patente todo seu santo propósito. O Pontífice, muito notável por sua discrição, concordou, no devido modo, com os desejos do santo, e exortando a ele e aos seus irmãos acerca de muitas coisas, abençoou-os dizendo: "Ide com o Senhor, irmãos, e assim como ele se dignar inspirar-vos, pregai a penitência a todos. E quando Deus onipotente vos multiplicar com maior número e graça, no-lo referireis, e nós vos concederemos mais do que isso, encarregando-vos de coisas mais importantes".
Desejando ainda o senhor papa saber se o que havia concedido e o que havia de conceder era conforme a vontade do Senhor, antes que o santo se despedisse, falou a ele e aos seus companheiros: "Filhinhos, a vossa vida nos parece cheia de durezas e austeridades. Acreditamos no vosso fervor, e ninguém poderá pô-lo em dúvida. Contudo devemos pensar naqueles que vos hão de seguir, para que esta forma de vida não lhes pareça ingrata demais". Vendo que a constância de sua fé e a firmeza de sua esperança robustecida em Cristo os impediam de retroceder em seu fervor, disse ao bem-aventurado Francisco: "Filho, vai e pede a Deus que te revele se o que vós procurais procede de sua vontade, porquanto, sabendo a vontade do Senhor, daremos nosso consentimento aos teus desejos".

50. Orando o santo de Deus conforme o papa lhe havia sugerido, falou-lhe o Senhor Deus em espírito por meio desta  parábola:  "Certa mulher pobrezinha e formosa vivia num deserto. Um grande rei, admirando-lhe a beleza, desejou recebê-la como esposa, julgando que teria lindos filhos dela. Contraído e consumado o matrimônio, nasceram e foram criados muitos filhos, aos quais a mãe falou: "Filhos, não vos envergonheis, porque sois filhos do rei! Ide pois ao seu palácio e ele vos dará tudo o que vos é necessário". Quando chegaram diante do rei, este ficou admirado com a beleza deles, e reconhecendo  neles a própria  semelhança,  perguntou-lhes: "De quem sois filhos?"
Responderam que eram filhos da mulher pobrezinha que morava no deserto. Abraçou-os então o rei com grande júbilo, e disse-lhes: "Não temais, pois vós sois meus filhos. Se à minha mesa são alimentados os forasteiros, muito mais o sereis vós que sois meus filhos legítimos". E mandou dizer à mulher que enviasse ao seu palácio todos os filhos que ele tivera de sua união com ela, para serem alimentados". Francisco viu estas coisas numa visão, enquanto orava e entendeu ser ele mesmo a mulher pobrezinha do deserto.

Continua no informativo – Ano III -   SETEMBRO DE 2011  -  Nº  05


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SANTOS FRANCISCANOS

MES DE AGOSTO

1 — B..Francisco Pinazzo, 1ª Ordem, mártir.
2 — JUBILEU DA PORCIUNCULA
3 — B.João Tiago  Fernandes,  1ª Ordem, mártir.
4 — S. João Maria Vianey, 3ª Ordem.
5 — B. Francisco de Pesaro, 3ª Ordem.
6 — B. Agatângelo de Vendome, 1ª Ordem, Martir
7 — B. Cassiano de Nantes, 1ª Ordem, mártir.
8 — S. DOMINGOS    DE    GUSMÃO 
9 — B. Vicente de Áquila, 1ª Ordem. 
10 — B. João  do  Alverne,  1ª Ordem. 
11 — SANTA CLARA DE ASSIS, 2ª Ordem.
12 — B. Ludovico Sotelo, 1ª Ordem, mártir no Japão.
13 — B. Sante   de   Montebaroccio,  1ª Ordem.
14 — S. Maximiliano Maria Kolbe, 1ª Ordem.
15 — ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
16 — S. Roque de Montpellier, 3ª Ordem.
17 — B.Paula   Montaldi,  2ª Ordem.
18 — S. Beatriz  da  Silva, 2ª Ordem.
19 — S. Luís de Tolosa, 1ª Ordem.
20 — B. Francisco  Galvez, 1ª Ordem, mártir. 
21—  S. Pio X, 3ª Ordem. 
22 — B.Timóteo   de   Monticchio,  1ª Ordem.
23 — B. Bernardo de Offida, 1ª Ordem.
24 — B. Pedro da Assunção, 1ª Ordem, mártir.
25 — S. Luís, Rei da França, PATRONO DA TERCEIRA  ORDEM.
26 — B. João de Santa Marta, 1ª Ordem, mártir
27 — B. Ricardo de Santa Ana, 1ª Ordem, mártir 
28 — B. Vicente   Ramirez,  1ª Ordem, mártir.
29 — B. João de Perusa, 1ª Ordem, mártir.
30 — B. Pedro de Sassoferrato, 1ª Ordem, mártir 
31 — B. Pedro de Ávila, 1ª Ordem, mártir do Japão. 

O Arauto do Grande Rei - julho de 2011

Carta Aberta a um Ministro - Frei Almir‏

Bem querido (a) irmão(a) ministro (a),
 Paz e todos os bens!

Dirijo esta carta aberta a cada ministro (a) da OFS. Penso, de modo particular, nos ministros e ministras locais. A ideia e o título me vieram como a Carta a um Ministro de Francisco de Assis. Sei perfeitamente que você não age sozinho, mas sempre em união com o Conselho de sua Fraternidade. É assim que deve ser.  Reconheço, no entanto, a sua importância no seio da Fraternidade local.  Você foi escolhido pelos irmãos para estar à frente de todos. Seu exemplo e seu entusiasmo pela Ordem é fundamental. Todos devem poder olhar para você buscando novo estímulo para viver a santidade. Você sabe também que pode pouco. Lembre-se sempre do conselho evangélico:  fazer tudo o que deve ser feito e considerar-se servo inútil. Ou, então, aquela outra máxima: fazer  o que deve ser feito, como se tudo dependesse de você, mas sabendo que tudo depende de Deus. A Ordem não é sua. É do Senhor.
Uma das maiores e mais preciosas riquezas da Ordem Franciscana Secular são as fraternidades locais concretas que são confiadas ao seu zelo.  Irmãos e irmãs aí vivem e, de alguma forma, decidem sua vida presente e a eternidade no seio desses espaços que chamamos tão belamente de fraternidades.  Você não administra em primeiro lugar bens, coisas materiais, mas alimenta vidas humanas tocadas por Cristo e desejosas de seguirem  o Mestre  à maneira de Francisco de Assis. 
 Você não tem o título de  superior, diretor ou presidente. Seu título de honra é ser irmão (ã) ministro (a).  Você é aquele que serve.  Durante três anos a sua Fraternidade ocupará um lugar importante na organização de sua vida e no emprego de seu tempo.  Gostaria de lembrar alguns tópicos da Regra e das Constituições a respeito de sua função de lavar os pés dos irmãos.
O ministro sabe que “seu serviço, que é temporário, é um cargo de disponibilidade e de responsabilidade em favor de cada indivíduo e dos grupos” (Regra n.21).  Duas palavras chaves:  disponibilidade e responsabilidade, virtudes eminentemente evangélicas.
De maneira muito feliz e sintética, as Constituições Gerais falam assim de sua tarefa: “O cargo de Ministro ou de Conselheiro é um serviço fraterno, um compromisso de se tornar disponível e responsável para cada irmão e para a Fraternidade, a fim de que cada um  se realize na própria vocação e cada Fraternidade seja uma verdadeira comunidade eclesial franciscana, ativamente presente na Igreja e na sociedade”  (Art 31, 2).Preste bem atenção ao que você acaba de ler.
Sim,  ser ministro não é um cargo honorífico, mas de serviço.  Já disse.  Você recebe, durante um tempo, a graça de poder se esquecer de seu mundo e se dedicar de fato a pessoas que você costuma designar de irmãos e de irmãs.  Na dedicação sincera a todos  vai sendo gerado e alimentado o amor fraterno. Você haverá de estar atento às pessoas tomadas individualmente.  Ninguém poderá dizer que não tenha merecido  seu olhar e sua atenção. Mas cuidado! As pessoas sabem quando alguma coisa nasce no coração do ministro, ou simplesmente quando ele faz  ou diz por obrigação.
As Constituições Gerais  elencam uma série de qualidades do Ministro que devem estar presentes em sua gestão: “Os responsáveis pela OFS em cada nível sejam irmãos professos perpétuos, convencidos do valor da  vida evangélica franciscana, atentos, com visão larga e generosa à vida da Igreja e da sociedade, abertos ao diálogo, disponíveis para dar e receber ajuda e colaboração” (Art 31, 2). Gostaria que você e seu Conselho refletissem sobre estes pontos:  você precisa acreditar na Ordem, vestir a camisa, os irmãos nunca poderão pensar que você perdeu o gás e faz coisas por fazer; precisa abrir-se às grandes necessidades da Igreja e do mundo, abrir-se ao diálogo. Quanta coisa:  mundo da indiferença, do consumismo, do legalismo, do devocionalismo sem engajamentos, das confusões da linha do gênero, do ser pai, ser mãe...  É assim que você pode efetuar o trabalho de lavar os pés dos irmãos... no seu triênio de ministro.   Você prestou atenção que as  Constituições falam de uma visão ampla e generosa.  Por detrás disto está o espirito de criar o novo.  Estou convencido que muitos não entram na OFS porque tudo é estático, seco, sem vida, sem amanhã... Ninguém gosta de frequentar espaços sem viço...
E você,  com seu Conselho, vão preparar da melhor maneira as reuniões, difundirão ânimo e vida fraterna, criando o novo nas reuniões e motivando a todos a se engajarem na vida apostólica (cf. CCGG 31,4).
Gostaria de chamar atenção para a questão do acompanhamento da Fraternidade. Esse é um aspecto fundamental. Ninguém pode faltar a uma reunião, sem motivo. A presença de todos é sinal de senso de pertença. A ausência regular e os pedidos de afastamento devem questioná-lo (a).  O amor não pode ser fingido.  Leia com o seu Conselho muitas vezes 1Coríntios 13, 1-13. Há manifestações de amor no jeito de acolher, no respeito pelas pessoas, no sigilo a ser guardado, na Nunca será uma Fraternidade fechada, um ninho quente, um refúgio de pessoas sem coragem.  Você cuidará disso.
Fique atento para que certos irmãos não “inventem” pertenças desnecessárias a outros grupamentos. De repente, sem formação adequada, eles passam a borboletear de flor em flor e não serão pessoas cristãmente  realizadas.  Cuide também que os ditos irmãos não venham a se engajar demais na pastoral em detrimento sério da construção da fraternidade.
Procure sondar se houve ou há ressentimentos.  Converse com o Assistente sobre o assunto.  Lute quanto puder para extirpar essa erva daninha do ressentimento que corrói os relacionamentos em nossas Fraternidades que, infelizmente, podem ser espaços de competição e de inveja. Os irmãos precisam se perdoar...  Escrevo isso, mas sei quanto é difícil.
Espero que você esteja convencido (a) da importância de cada irmão. Não entro nos pormenores.  Ninguém pode ser esquecido, menosprezado, discriminado. Há dotes e talentos que os irmãos e irmãs ainda não revelaram . Procure descobri-los. É sua missão olhar com atenção  “os irmãos que Deus lhe deu”.  Sua Fraternidade se enriquecerá quando  puder contar com a colaboração criativa de todos.  Não me canso de dizer: nossa riqueza são nossas Fraternidades.  A credibilidade da OFS depende da qualidade da vida fraterna.  Um documento de orientação de vida dos franciscanos seculares franceses, anterior à Regra de Paulo VI, assim se exprimia: “Todo homem é um dom do Senhor. Queremos reconhecer em cada um deles um irmão e nós mesmos pretendemos agir como irmãos. Haveremos de nos dirigir a todos os homens sem nos deixar desviar por considerações de raça, classe, ambiente social, poder econômico, ideologia, cultura, religião ou moral. Recusamos condenar e fazer julgamentos maldosos e ultrapassar todas as classificações nas quais os homens costumam se fechar uns aos outros.  Haveremos de manifestar respeito por todos os homens. Acolher-los-emos. Prestaremos atenção às suas necessidades e expectativas.  Queremos trocar idéias com todos e com todos partilhar.  Prestando serviço aos irmãos  haveremos de nos mostrar alegres e despretensiosos.  Queremos amá-los não em palavras, mas por meio de atos, persuadidos que somente o amor é fonte de felicidade e de salvação, para eles e para nós”.
Sua  Fraternidade precisa ser ativa.  Sei que os idosos podem pouco, mas podem um pouco.  A Igreja precisa dos irmãos e das irmãs.  Fomos chamados a restaurar o tecido esgarçado da Igreja,  a reconstruir a Igreja. Que os irmãos não “ingressem” de qualquer jeito em pastorais. Devem fazê-lo, mas com competência e de maneira aberta, evangelicamente abertos.  Que ninguém dos nossos irmãos são retrógrados, ultrapassados, carolas, piegas....Não estou defendendo aqui uma adaptação ilegítima aos tempos, mas tenho certeza que o Espírito está levando a Igreja e a pastoral para novas direções.  Deus nos livre que os franciscanos seculares atravanquem a renovação...
Estou convencido que você já está fazendo o que agora sugiro: reze todos os dias  pelos seus irmãos, seja um dezena do terço, seja uma parte do ofício franciscano.  Ofereça a Deus sacrifício pelos irmãos.  Queria lhe pedir uma coisa, se fosse possível:  participe todos os dias da Missa.
Se de um lado os irmãos farão, sob sua orientação, experiência de fraternidade, também farão uma experiência de Deus. Queria lhe pedir com todo carinho: não deixe que os retiros sejam meros encontros, sem silêncio, sem profundidade, sem dimensão de interioridade.  Não queremos Fraternidades compostas por pessoas  superficiais.  A experiência de Deus se faz também através de dias ou de noites de recolhimento sem muita papelada, sem muito barulho, sem muitos gritos estridentes. O Senhor costuma falar na brisa suave.  Atente para isso.
Não desanime diante da fragilidade e do pecado do irmão. Leia com calma a Carta a um ministro:“Nisto reconhecerei que amas realmente o Senhor e a mim, servo dele e teu, se fizeres o seguinte: não haja irmão no mundo, mesmo que tenha pecado a não poder mais, que, após ver os teus olhos, se sinta talvez obrigado a sair de tua presença sem ter obtido misericórdia se  misericórdia buscou”.
Fiquei sabendo de uma Fraternidade, cujos irmãos passando pelas ruas, andam recolhendo trapos humanos e tratando-os com todo carinho.  Alguns deles começaram a participar de reuniões da  Fraternidade e hoje são simpatizantes. Em breve esses restos humanos  sentir-se-ão inseridos no cortejo dos penitentes franciscanos e serão pessoa gratas para sempre.
Faça tudo como as Constituições e Orientações nacionais ditam. Não negligencie nada... mas, juntamente com o seu Conselho e sua Fraternidade, invente o novo, sem demora:  encontros para discutir os grandes problemas de hoje, grupos de oração do tipo das oficinas de oração,  presença aberta no mundo.  Não se esqueça que o Espirito  quer que você e sua Fraternidade escrevam uma página nova. 
Vou terminando.  Muitos mais queria lhe dizer.  Há mais dez anos venho me ocupando da OFS em nível regional (Rio e São Paulo) e em plano nacional e penso que as palavras que escrevi podem ser úteis a você, querido irmão ministro, querida irmã ministra.  Gostaria de terminar essa carta com um texto de João Paulo II, em mensagem dirigida aos capuchinhos italianos por ocasião de Capítulo das Esteiras, 29 de outubro de 2003.  É um texto que fala da minoridade franciscana.  Outros preferem a expressão minorismo franciscano:  “A minoridade comporta um coração livre,  desprendido, humilde, manso e simples, como Jesus nos propôs e como Francisco o viveu; exige uma total renúncia de si mesmo e uma plena disponibilidade para Deus e para os irmãos. A “minoridade vivida expressa uma força desarmada e desarmante da dimensão espiritual da Igreja e do mundo. E não somente isso! A verdadeira minoridade liberta o coração e torna-o disponível para o amor fraterno, cada vez mais autêntico, e que se dilata em uma ampla constelação de comportamentos típicos. Favorece, por exemplo, um estilo caracterizado pelas atitudes de simplicidade e sinceridade, de espontaneidade e concretude, de humildade e de alegria, de abnegação e disponibilidade, de proximidade e de serviço, especialmente com relação ao povo e às pessoas mais pequeninas e necessitadas”.  Você,  meu caro (a) ministro (a) será muito feliz em sua missão deixando-se impregnar desse espírito.

Um grande abraço, toda a estima e todos os  bens
(*) Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM
Assistente Nacional da OFS pela OFM e Assistente Regional do Sudeste III

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4 de Julho
Santa Isabel de Portugal

Filha dos reis de Aragão, nasceu em 1271. Ainda muito jovem, foi dada em casamento ao rei de Portugal com quem teve dois filhos. Dedicou-se de modo particular a oração e às obras de misericórdia e suportou muitas tristezas e dificuldades com grande fortaleza de ânimo. Depois da morte do marido, distribuiu os bens entre os pobres e tomou o hábito da Ordem Terceira de São Francisco. Morreu em 1336, quando intermediava um acordo de paz entre seu filho e seu genro.

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Ordem de Santa Clara ou Clarissas?

Quando Santa Clara morreu, a Ordem iniciada por ela já havia se espalhado por terras bem distantes. Só documentados, sabemos de uns cem mosteiros de fundação ou inspiração no ideal de Santa Clara de Assis, na Itália, França, Alemanha, Boêmia, Espanha e Oriente. Praticamente, os mosteiros não possuíam uma denominação única, pois alguns as chamavam de Irmãs Pobres Reclusas, por viverem na clausura; outros as chamavam de Damianitas, devido ao fato de terem tido origem no Mosteiro de São Damião, onde residiam Clara e suas primeiras discípulas; outras vezes, eram denominadas Irmãs Menores, em paralelo com os Frades Menores. São Francisco, no seu espírito cavalheiresco, as chamava de Damas  Pobres ou Pobres Damas. Santa Clara, na sua Forma de Vida, simplesmente as chama de Irmãs Pobres.

Após a morte de Santa Clara, o Papa Urbano IV quis unificar as denominações e determinou que todos os mosteiros se chamassem da Ordem de Santa Clara (OSC). Passaram a ser chamadas popularmente de Irmãs Clarissas, nome que atualmente ainda perdura e as identifica.
Texto do livro “Nas pegadas de Clara de Assis”, das Clarissas do Mosteiro de Nazaré em Lages (SC)

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20 de julho: 
DIA INTERNACIONAL DA AMIZADE


 Sim, hoje, dia 20 de julho, é o dia da amizade.  Palavra doce, palavra cheia de ressonâncias afetivas.  Quando dizemos: meu amigo... há certeza de presença de uma vida na vida de outro, gratuitamente, sem interesse, pela simples motivação do outro fazer parte das coisas do coração.
 Na vida há laços humanos de toda sorte. Estamos ligados aos nossos pais. Devemos a eles a vida, muitos cuidados, o leite, o pão, o carinho e o afeto. Há laços entre colegas de uma mesma firma. Uns respeitam os outros e são companheiros de uma mesma empreitada sem serem necessariamente  amigos. Há, no entanto,  qualquer coisa maravilhosa entre duas pessoas que se dizem amigas. Quero bem ao pai que me gerou, ao meu irmão de sangue, ao primo querido. Estes me foram dados pelos laços familiares  São parentes. Mas, os amigos... esses a vida nos deu, as circunstâncias fizeram que fortuitamente nos tenhamos encontrado, sentamo-nos juntos à mesa, sonhamos sonhos juntos. 
O amigo é uma pessoa que  não é de nossa família e que passa a ocupar um lugar importante na intimidade de nosso coração: ele faz parte de minha história; à disposição dele está o que existe de bom em mim, na necessidade conto com ele e ele conta comigo, nossa vida é nossa vida pessoal, mas esse que é amigo tem traços de sua história na nossa história. 
Há essas amizades, esse delicado bem querer  que começaram no tempo da infância, ou nos bancos da faculdade. Admiramos a garra de um rapaz ou de uma moça. Se experimentamos, a bem dizer, uma atração física, erótica, masculino-feminino há um movimento de aproximação: gratuito, sensível, alegre, desinteressado. Lemos os mesmos livros, gostamos de ver filmes e comentar nossas impressões, há uma comunhão interior, límpida, transparente. O pedido do amigo é uma ordem. Aliás, ele nem precisa pedir. Adivinhamos o que existe de pergunta em seu cabeça e de necessidade em seu coração. 
 E duas pessoas podem se encontrar num grupo de oração, numa fraternidade cristã. E as duas começam juntas a buscar a Deus. São irmãos e irmãs na fé e amigos. Conhecemos tantos casos!  São Basílio Magno e São Gregório de Nazianzeno, bispos e mestres da fé, foram profundamente amigos.  “Com o passar do tempo, confessamos um ao outro nosso desejo: a filosofia era o que almejávamos.  Desde então éramos tudo um para o outro: morávamos juntos, fazíamos as refeições à mesma mesa, estávamos sempre de acordo aspirando os mesmos ideais e cultivando cada dia mais estreita e firmemente nossa amizade.  Movia-nos igual desejo de obter o que há de mais invejável: a ciência; no entanto, não tínhamos inveja, mas valorizávamos a emulação. Ambos lutávamos, não para ver quem  tirava o primeiro lugar, mas para cedê-lo ao outro. Cada um considerava como própria a glória do outro (...) Parecia que tínhamos uma só alma em dois corpos...”  Sim, há amigos de verdade que se encontram na leitura das Confissões de Santo Agostinho, dos Escritos de Francisco de Assis ou pelo fato de terem tidos, na juventude, ocasião de participarem de um retiro espiritual ou serem membros de uma comunidade de fé profunda. Belas essas amizades!
Como nasce a amizade?  Não se sabe. Afinidade, sensação  de alegria, de bem-estar  na presença do amigo, facilidade em abrir-lhe o coração, vontade de confiar a ele ou a ela nossos segredos e nossas preocupações. O amigo é alguém fora de mim que, de alguma forma, me completa e com o qual desejo conviver. Os amigos saem juntos, conversam, confabulam, pensam naquilo que possa fazer seu amigo mais gente, corrigem... Simpatia, empatia? Não sei... De repente, um e outro percebem que há laços feitos sem força, sem imposição. Os amigos olham juntos, com o diz o poeta,  na mesma direção. Não precisam estar perto um do outro o todo o tempo.  Mesmo pouco se encontrando, sabem eles que podem contar um com o outro. Um telefonema, uma mensagem são suficientes... Depois de um longo tempo sem se verem os amigos se reencontram como se tivessem visto na semana que passou.  Na amizade, o desejo não leva a possuir o outro. O outro continua pertencendo a todos, mas sei que ele deixa sempre a porta aberta à minha estima de tal forma que tenho um  lugar em sua vida e ele na minha. 
Os amigos cultivam seu bem querer. Quando perdemos um amigo pela morte é uma parte de nós que se vai. Os amigos de verdade nos ajudam a viver e nos levam a ser pessoas grandes, profundas e, no caso do cristianismo, a sermos santos.
Jesus, em João, diz: “Já não vos chamo de servos, mas de amigos, porque tudo o que aprendi de meu Pai eu vos revelei”. Ficamos impressionados com a amizade de Cristo por Lázaro, Marta e Maria.  Quando Jesus estava diante de Lázaro morto, seu amigo, ele chorou.
Francisco de Assis teve uma amizade profunda por Frei Jacoba, aquela que sabia fazer uns doces de amêndoa como ninguém.Termino estas descosturadas reflexões com um pensamento de Nietsche: “Há, aqui e ali nessa nossa terra, algo como um prolongamento do amor no qual o desejo cúpido que dois seres experimentam um pelo outro cede seu lugar a um novo desejo, a um outro anelo, a uma sede superior comum,  a de um ideal que vai além de um e de outro, dos dois. Mas quem conhece esse amor? Quem o viveu? Seu verdadeiro nome é amizade”.
Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM!

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Caros irmãos
Em honra de Nossa Senhora do Carmo, cujo dia celebraremos no próximo sábado, e em vista da grave crise que se abateu em nossa Igreja nas últimas décadas, tomamos a iniciativa de lançar neste humilde espaço uma CRUZADA DE ORAÇÕES PELOS SACERDOTES, juntamente com outros blogs e sítios. Nosso objetivo é pedir à nossa Mãe Santíssima que interceda por todos os sacerdotes do mundo, para que tenhamos santos e dignos Embaixadores de Cristo, assim como um aumento das vocações sacerdotais.
Que o Nosso Bom Deus ajude a todos os sacerdotes a perseverar no caminho da santidade, a despeito de quaisquer perseguições que estejam sofrendo; que fortaleça os sacerdotes tíbios, esclareça os confusos e restaure a Fé daqueles que se desviaram da sã doutrina.Que tenhamos padres santos e piedosos, que corajosamente defendam e ensinem a Doutrina e a Tradição da Igreja na sua pureza e integridade!Período: De hoje até (e incluindo) o dia de Nossa Senhora do Carmo.Em que consiste a nossa campanha: Aos sacerdotes que nos lêem, pedimos Missas nessa intenção, e aos leigos e religiosos, Terços.A caixa de comentários estará aberta para a confirmação do número de Missas/Terços oferecidos ou para solicitação de orações para determinados sacerdotes.Ex.: “Celebrarei 2 Santas Missas nesta intenção”, “Rezarei 3 Terços na intenção do Padre/Frei X, ao qual peço orações”.Pedimos aos blogs e sítios amigos que também divulguem esta campanha.
“Senhor, dai-nos sacerdotes. Senhor, dai-nos santos sacerdotes. Senhor, dai-nos muitos santos sacerdotes.”
Mater et Decor Carmeli, ora pro nobis!

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SÃO BOAVENTURA

Frei Boaventura era italiano, nasceu no ano 1218, na cidade de Bagnoregio, em Viterbo e foi batizado com o nome de João de Fidanza. O pai era um médico conceituado, mas, como narrava o próprio Boaventura, foi curado de uma grave enfermidade ainda na infância, por intercessão de São Francisco. 
Aos vinte anos de idade, ingressou no convento franciscano, onde vestiu o hábito e tomou o nome de Boaventura, dois anos depois. Estudou filosofia e teologia na universidade de Paris, na qual, em 1253, foi designado para ser o catedrático da matéria. Também foi contemporâneo de Tomás de Aquino, outro santo e doutor da Igreja, de quem era amigo e companheiro. 
Boaventura buscou a ordem franciscana porque com seu intelecto privilegiado, enxergou nela uma miniatura da própria Igreja. Ambas nasceram contando somente com homens simples, pescadores e camponeses. Somente depois é que se agregaram à elas os homens de ciências e os de origem nobre. Quando frei Boaventura entrou para a irmandade de São Francisco de Assis, ela já estava estabelecida em Paris, Oxford, Cambridge, Estrasburgo e muitas outras famosas universidades européias. 
Esta nova situação vivenciada pela ordem, fez com que Boaventura interviesse nas controvérsias que surgiam com as ordens seculares. Opôs-se à todos que atacavam as ordens mendicantes, especialmente a dos franciscanos. Foi nesta defesa, como teólogo e orador, que teve sua fama projetada em todo o meio eclesiástico. 
Em 1257, pela cultura, ciência e sabedoria que possuía, aliadas às virtudes cristãs, foi eleito Superior Geral da ordem pelo papa Alexandre IV. Neste cargo permaneceu por dezoito anos. Sua direção foi tão exemplar que acabou sendo chamado de segundo fundador e pai dos franciscanos. Ele conseguiu manter o equilíbrio a nova geração dos frades, com os de visão mais antiga, renovando as regras, sem alterar o espírito cunhado pelo fundador. Para isto, usou dosou tudo com a palavra, para uns, a tranqüilizadora e par outros, a motivadora. 
Alicerçado nas teses de Santo Agostinho e na filosofia de Platão, escreveu onze volumes teológicos, procurando dar o fundamento racional às verdades regidas pela fé. Além disto ele teve outros cargos e incumbências de grande dignidade. Boaventura foi nomeado cardeal pelo Papa Gregório X que, para tê-lo por perto em Roma, o fez também Bispo-cardeal de Albano Laziale. Como tarefa foi encarregado de organizar o Concilio de Lion, em 1273. 
Neste evento, aberto em maio de 1974, seu papel foi fundamental para a reconciliação entre o clero secular e as ordens mendicantes. Mas, em seguida, Frei Boaventura morreu, em 15 de julho de 1274, ali mesmo em Lyon, na França, assistido pessoalmente pelo Papa que o queria muito bem. 
Foi canonizado em 1482 e recebeu o honroso título de Doutor da Igreja. A sua festa litúrgica ocorre no dia se sua passagem para a vida eterna.