domingo, 9 de setembro de 2012

FOLDER DISTRIBUIDO NA MISSA DAS 1615 HORAS DO DIA 01 DE SETEMBRO DE 2012, NA IGREJA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS



Ano IV  -  SETEMBRO DE 2012 -  Nº  04

ESPIRITUALIDADE  FRANCISCANA

O BEM-AVENTURADO LUQUÉSIO

       IV. Discórdia em casa e acontecimentos que se seguiram

                                                    (Continuação)

O que ela observava era que a situação de casa se tornava insustentável: era esta invadida por uma procissão de men­digos e seu infeliz marido parecia-lhe só ocupar-se deles. Apesar de suas súplicas e de seus protestos, ele dava, sempre, esva­ziando os cofre e oss armários, despachando os móveis um após outro e, do mesmo modo, os objetos de valor. Bona se viu na emergência de esconder suas jóias. Algu­mas vezes quando ela queria preparar a refeição encontrava a cozinha e a adega vazia.
Depois o povo criticava: aquela triste residência se tornava escárnio do públi­co. Pois para todos Luquésio evidentemen­te era um desequilibrado". Corriam os mexericos tanto em Poggi-Bonzi como nas outras cidadezinhas. Todos se conheciam e havia sempre novidades a comentar-se na soleira das lojas, nos salões e nas ta­bernas, e, como se pode conjeturar, não é sempre a caridade que preside aos enre­dos. Assim, o caso de Luquésio produzia sussurro na cidade. Semelhante aconteci­mento era uma fortuna para as más lín­guas. Não faltava quem descobrisse, for­jasse alguma novidade para endossar ma­liciosamente ao pobre homem. Era tão di­vertido comentar aquelas novidades, so­bretudo a respeito de alguém que se in­veja. Os burgueses de Poggi-Bonzi, como Bonadona, eram incapazes de compreen­der algo daquela "divina loucura". Um santo é por natureza um incompreendi­do. "Eximido das preocupações humanas", é considerado pela multidão como um louco: e a multidão não percebe que ele é um inspirado". (Platão).
Mas que importava tudo isso a Luqué­sio, desde que o Espírito o inspirara? Ti­nha certeza de que via claramente e que os outros estavam cegos, como fora ele outrora. E gozava de uma felicidade inau­dita, uma alegria seráfica: pois o seu co­ração inebriado de amor surgia vitorioso das profundezas da renúncia.
Diante de seus olhos flutuava, como uma visão, o sorriso do pobrezinho, sua fisionomia angélica, seus olhos iluminados por uma chama interior. E isto o soerguia, co­mo uma asa, e o precipitava por sua vez sobre o coração de Cristo bendito.
Vivia com Deus, e amando Deus irra­diava sobre todos a caridade. E esta se elevava numa oração fervorosa pelo pró­ximo. Diariamente rogava ao Senhor que esclarecesse também sua companheira, o que por si só não podia conseguir. "Ó Je­sus, suplicava chorando, convertei minha Bona! Sabeis quanto eu a quero e co-mo desejo vê-la feliz, feliz como eu, meu Deus! Ela está ainda tão afastada, e eu sofro por vê-la assim... Ó bom Jesus, tende compaixão dela como divinamente tivestes de mim, ajudai-a, curai-a, também a ela".
Uma oração feita com tanto amor de­via ser atendida.
Um dia em que a afluência dos pobres tinha sido particularmente estorvante, Bona, tendo aberto a arca do pão para a mesa, verificou mais uma vez que ela estava completamente vazia: novamente ele tinha distribuído tudo. Despeitada, indignada, ela foi censurá-lo. Mas já outros pobres estavam presentes, e eis que Luquésio lhe disse:
 — Bona, traze-me alguns pães para es­ta pobre gente.
Era o cúmulo! Sua irritação explodiu. — Como, alguns pães?... Ah! vê como os jejuns e vigílias perturbaram-te o cére­bro! Sabes perfeitamente que deste tudo e que não resta para nós nem um peda­ço de pão! Zombas dos teus, porque nada merecem de ti, só tens coração para os estranhos...
—  Oh!  Bona, posso despedir estes po­bres de mãos vazias?
— Vai, pois, tu mesmo procurar com que alimentar estes insaciáveis!
Luquésio fixou nela um olhar doce e profundo:
—  Bona, disse ele, pensa   naquele que,  com cinco pães e dois peixinhos, alimen­tou milhares de pessoas... Vai ver, pen­sando nele e traze-me os pães.
Bona voltou à cozinha por capricho, pa­ra cortar aquela discussão inútil... Em todo caso, o olhar, a expressão de Luqué­sio a haviam tocado... Subjugada, qua­se inconsciente, abriu novamente a arca do pão: Estupefação! Maravilha! Estava repleta de ótimos pães frescos que pare­ciam apetitosos.
E a luz de Deus caiu sobre ela. Um mi­lagre! O dedo de Deus. Era ele quem se pronunciava para salvaguardar e aplau­dir a conduta de Luquésio! Como não crer, não aprová-la também ela? Meu Deus!...
Trêmula de emoção, Bonadona leva os pães e com as próprias mãos os distribui. Depois, quando ficaram sós:
Oh! meu Luquésio, exclamava ela caindo nos seus braços, és tu quem tem razão... Perdoa-me por não tê-lo com­preendido. Fui muito má... Mas agora eu vejo: sim, quero contigo servir a Deus e aos pobres... Desde este dia foram dois a levar vida cristã e sua habitação tor­nou-se uma casa de beneficência. Siste­maticamente atendiam à pobreza. Deram tudo, reservando, apenas, o necessário aos filhos para viverem honestamente. A be­la fortuna se dissipava por suas próprias mãos. Mas eles encontraram no plano su­perior do amor divino a união dos cora­ções e a alegria dos filhos da Luz. O próprio Deus selou a sua renúncia. To­mou-lhes os dois filhos, provendo a sorte deles com uma mão soberana.
E esta dor, santamente aceita, acabou de entregá-los a Deus. Daí em diante fo­ram apenas forasteiros na terra, peregri­nos do Reino.

Continua no informativo – Ano IV -            OUTUBRO DE 2012  -  Nº  05



SANTOS FRANCISCANOS

MES DE SETEMBRO

1  — B. João Francisco Burté, 1ª Ordem, mártir
2 —  B. Severino Jorge Girault,3ª Ordem, Mártir
3 — B. Apolinário de Posat, 1ª Ordem, mártir.
4 — S. Rosa de Viterbo, 3ª Ordem.
5 — B. Gentil  de  Matelica,  1ª Ordem, mártir.
6 — B. Liberato de Loro  Piceno,  1ª Ordem.
7 — B. Peregrino de Falerone, 1ª Ordem.
8 — B. Serafina Sforza, 2ª Ordem.
9 — B. Jerônimo Torres,1ª Ordem, mártir no Japão
10 — B. Apolinário  Franco, 1ª Ordem, mártir no Japão.
11 — B. Boaventura de  Barcelona, 1ª Ordem.
12 — B. Francisco de Calderola, 1ª Ordem.
13 — B. Gabriel da Madalena, 1 ª Ordem,  mártir no Japão.
14 — B. Ludovico   Sasanda, 1ª Ordem, mártir no  Japão.
15 — B. Antonio de S. Boaventura, 1ª Ordem, mártir no Japão.
16 — B. Antonio de S.Francisco, 1ª Ordem, mártir no Japão.
17 — ESTIGMAS   DE   S. FRANCISCO   DE ASSIS (1224)
18 — S. José de Cupertino, 1ª Ordem.
19 — B. Francisco de Santa Maria, 1ª Ordem, mártir do Japão.
20 — S. Francisco Maria de Camporosso,1ª Ordem
21 — B. Delfina  de Glandeves, 3ª Ordem.
22 — B. Inácio de Santhiá, 1ª Ordem.
23 — BB. Francisco   Hubyoe,   Caio   liyemon, 
         Tomás linemon,  Leão   Satzuma  e  Luís
          Matzuo, 3ª Ordem, mártires no Japão.
24 — S. Pacífico de S. Severino, 1ª Ordem.
25 — B. Lúcia  de  Caltagirone,  3ª Ordem.
26 — S. Elzeário de Sabran, 3ª Ordem.
27 — B. Luís Guanela, 3ª Ordem.
28 — B. Bernardino de Feltro, 1ª Ordem.
29 — B. João Dukla, 1ª Ordem.
30 — B. Félix Meda de Milão, 2ª Ordem
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