FRATERNIDADE
FRANCISCANA SECULAR DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS DE PETRÓPOLIS
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horas na Igreja
do Sagrado Coração de Jesus
INFORMATIVO
Ano VIII AGOSTO DE 2016 - Nº 02
SANTA CLARA DE ASSIS
Frei Hugo
D. Baggio,OFM
VITÓRIA SOBRE
OS PARENTES –
(continuação )
Os parentes, mormente o tio Monaldo, estavam
indignados. E com razão, pois todos cochichavam e riam dos Scifi. Que uma pobre aldeã se fizesse monja, todos
compreendiam, mas que um rebento da orgulhosa família dos Scifi desse tal passo, isso era demais. O orgulho de Monaldo
não suportava o golpe. Faria vingança. E que vingança!
Ajuntou um grupo de cavaleiros armados até os dentes e, montados em seus ginetes, ruma-ram para o convento.
Quando o grupo passava, os plebeus e mercadores
se riam, dizendo a meia voz:
— Uma escolta de homens com lanças e espadas para buscar uma fraca e
indefesa donzela. .. Ridículo!
Clara conhecia a índole do tio e por isso não se surpreendeu quando viu o grupo chegar,
sob as ordens do furioso Monaldo. Preparou-se para a luta que se desenhava
séria.
Ante o grupo surgiu a figura de Clara, calma e
serena, sob seu hábito grosseiro e descalça.
A ira do tio atingiu o auge, ante tal aparição. Mas conteve-se. Procurou,
primeiramente, com bons modos induzir a sobrinha a que voltasse para o
palácio. Apelou para a honra da família, para a dor da mãe, para o amor das irmãs. Mas Clara era
inabalável.
Então a paciência de
Monaldo acabou. Quis levá-la à força, pois havia prometido que viva ou morta
haveria de reconduzi-la.
Clara refugiou-se então junto ao altar. Mas também lá chegaram os seus perseguidores. Nem o
altar lhes tolheria os passos. Mas deu-se algo de inesperado. .. Num gesto
majestoso, com uma mão segurou-se
ao altar e com a outra arrancou o véu que lhe cobria
a cabeça, fazendo-lhes ver o sacrifício consumado. As louras tranças tinham
ficado aos pés do altar da Porciúncula.
Diante de tal visão, capitularam os perseguidores. Blasfemando, retiraram-se do
santuário. Compreenderam que fôrça alguma a arrancaria dali.
Clara caiu de joelhos ante o Crucifixo.
A VINDA DE INÊS
Clara vencera a grande batalha. Os parentes
quiseram reconduzi-la ao mundo, mas ela deu mais valor ao conselho de Jesus:
"Quer alguém ser meu discípulo? Deixe
pais e irmãos, casa e família, e siga-me".
Soror Clara, em sua nova vida, estava plenamente
feliz. De quando em quando, porém, a saudade e a
lembrança dos entes queridos batiam-lhe às portas do coração. E, com maior
insistência, a recordação da irmã Inês, jovem de 15 anos, terna e delicada e
muito parecida com Clara, na pureza e na piedade. Quanto desejava tirá-la do
mundo e tê-la ao seu lado!
Para isso pedia insistentemente a Deus que
iluminasse sua irmã e a atraísse ao mesmo caminho.
Deus ouviu-lhe as súplicas.
Certa manhã, soror Clara foi avisada de que alguém desejava falar-lhe. Desceu ao
locutório e oh! surpresa! outra não era senão a sua querida Inês.
Lançaram-se ambas uma nos braços da outra, entre lágrimas de alegria,
desabafando as saudades, silenciosamente curtidas.
Inês contou que não
podendo mais suportar a separação fugira, às ocultas, do castelo e viera
encontrar-se com Clara. Ficou encantada com os rudes trajes de soror Clara, que
lhe aumentavam a beleza.
No castelo lhe haviam descrito horrivelmente o hábito da nova monja. Mas ficou penalizada em vê-la tão pobre e
sobretudo... descalça.
A este primeiro encontro seguiram-se muitos
outros e cada vez mais frequentes. Paulatinamente, soror Clara ia doutrinando
a irmã: falava-lhe da beleza do sacrifício, da doçura
da pobreza, da felicidade de servir a Deus e sobretudo da santa paz da solidão,
e o fazia com o arrebatamento das almas possuídas por um grande ideal.
Inês entusiasmou-se.
E um dia abandonou definitivamente o palácio paterno e correu a lançar-se nos
braços de Clara.
— Querida irmã, aqui me tens. Já
não suporto viver longe de ti. Quero
imitar-te na tua vida pobre. Como tu serei discípula de Francisco.
As lágrimas tolheram a
palavra de soror Clara. Só teve um gesto: tomou a irmã pela mão e levou-a aos
pés do Crucifixo, onde ambas se ajoelharam.
— Demos graças a Deus, querida irmã,
por ter ele ouvido minhas súplicas e iluminado o teu coração. Feliz serás
por teres ouvido sua divina inspiração.
Mas prepara teu ânimo para a luta, pois ela se aproxima tremenda. O
mundo não se deixa roubar tão
facilmente.
Naquele 14 de abril de 1212, soror Clara recebia
a primeira companheira na Ordem das Pobres Damas. Era o primeiro fruto do seu
exemplo.
A VITÓRIA DE INÊS
Imagine-se o alvoroço do palácio dos Scifi, quando deram pelo desaparecimento de Inês. Que
Clara tivesse abandonado o solar, ainda passava. Já se haviam conformado com o
inevitável. Mas que também Inês seguisse o mesmo caminho... era demais. O furor
chegou ao auge. A ousadia tem limites.
O povo redobrou seus comentários e se ria sastisfeito das peças que as donzelas pregaram aos
orgulhosos condes. Queriam vê-las casadas com nobres que aumentassem o brilho
dos seus brasões e o ouro das suas arcas. E agora, uma a uma fugiam para o
convento e, o que era mais grave, atraídas pelo filho de um simples mercador,
Francisco, o louco das ruas de Assis.
Continua no informativo – Ano VIII - SETEMBRO DE 2016 -
Nº 03
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SANTOS FRANCISCANOS
MES DE AGOSTO
1 — B..Francisco Pinazzo, 1ª Ordem, mártir.
2 — JUBILEU DA PORCIUNCULA
3 — B.João Tiago
Fernandes, 1ª Ordem, mártir.
4 — S. João Maria Vianey, 3ª Ordem.
5 — B. Francisco de Pesaro, 3ª Ordem.
6 — B. Agatângelo de Vendome, 1ª Ordem, Mártir
7 — B. Cassiano de Nantes, 1ª Ordem, mártir.
8 — S. DOMINGOS
DE GUSMÃO
9 — B. Vicente de Áquila, 1ª Ordem.
10 — B. João
do Alverne, 1ª Ordem.
11 — SANTA CLARA
DE ASSIS, 2ª Ordem
12 — B. Ludovico Sotelo, 1ª Ordem, mártir no Japão.
13 — B. Sante de Montebaroccio, 1ª Ordem.
14 — S. Maximiliano Maria Kolbe, 1ª Ordem.
15 — ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
16 — S. Roque de Montpellier, 3ª Ordem.
17 — B.Paula
Montaldi, 2ª Ordem.
18 — S. Beatriz
da Silva, 2ª Ordem.
19 — S. Luís de Tolosa, 1ª Ordem.
20 — B. Francisco
Galvez, 1ª Ordem, mártir.
21— S. Pio X, 3ª
Ordem.
22 — B.Timóteo de Monticchio, 1ª Ordem.
23 — B. Bernardo de Offida, 1ª Ordem.
24 — B. Pedro da Assunção, 1ª Ordem, mártir.
25 — S. Luís, Rei
da França, PATRONO DA TERCEIRA ORDEM.
26 — B. João de Santa Marta, 1ª Ordem, mártir
27 — B. Ricardo de Santa Ana, 1ª Ordem, mártir
28 — B. Vicente Ramirez,
1ª Ordem, mártir.
29 — B. João de Perusa, 1ª Ordem, mártir.
30 — B. Pedro de Sassoferrato, 1ª Ordem, mártir
31 — B. Pedro de Ávila, 1ª Ordem, mártir do Japão.
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