FRATERNIDADE
FRANCISCANA SECULAR DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS DE PETRÓPOLIS
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do Sagrado Coração de Jesus
INFORMATIVO
Ano VIII JUNHO DE 2017 - Nº 12
SANTO ANTONIO
Frei Hugo D. Baggio,OFM
A PRIMEIRA PALAVRA
De Santo Antonio muito se escreveu. E bem. E profundamente. E ainda se escreve,
porque mora ele no coração de todos. E todos lhe devem favor. Se não um favor
direto, pessoal, ao menos o grande favor de tê-lo tido um dia no meio deles,
representando esta humanidade triste e geradora de tantas misérias. Porque ele
surgiu como uma estrela, em meio à penumbra, e, com seu brilho e palavra,
ajudou a redescobrir os caminhos cobertos pelo ódio, pela ganância, pelo
desamor, pela ignorância. Afinal, é sempre esta a missão de um Santo: ajudar
a frágil barquinha do homem manter-se viva sobre as evoluções caprichosas das
ondas dos tempos.
Escrever
mais um livro sobre S. Antonio pode ter várias finalidades. Tais como: homenagear sua figura;
trazê-la mais perto do povo cristão e torná-la mais conhecida; em tempos de
desesperanças, apresentá-lo como um desancadeador de esperanças novas em
valores que não perecem nunca. No nosso caso, tivemos em vista, ao escrever
esta humilde biografia de Santo Antonio, colocar em linguagem simples,
acessível ao maior número possível de devotos, os principais fatos da vida de
S. Antonio, pois, por estranho que pareça, embora tenha sido ele uma figura
que cultivou a humildade e aprendeu com S. Francisco a simplicidade, os homens, quando dele falam, lançam mão de muita erudição e
de muita ciência e assim tornam a leitura difícil para uma larga faixa de leitores. E distanciando a
biografia do leitor, distanciamos o biografado do povo. Eis por que, tentamos
escrever algo ao alcance de todos. Não só ao alcance da inteligência, mas
também ao alcance da bolsa, uma vez que longas biografias tornam-se,
naturalmente, caras.
No ano passado celebrávamos 750 anos de sua morte. Ainda que um ano atrasados, deixamos
nestas páginas a nossa fraterna homenagem e o desejo de que S. Antonio, ao
tornar-se mais conhecido, se torne mais amigo.
Guaratinguetá, 9 de maio de 1982.
FREI
HUGO, O.F.M.
l — LISBOA DO SÉCULO
XII
Interessa a nós que queremos nos ocupar com S. Antonio de Lisboa a cidade dos fins do
século XII, e que há muitos séculos
nascera às margens do rio Tejo. Naquela altura da história não era ela ainda a
capital de Portugal, nem nela morava o rei com sua corte, mas era uma povoação
rica e populosa e "levava de vencida quantas cidades por então floresciam
neste nosso Portugal", como diz um autor. Bem situada geograficamente, povoada
por gente audaciosa vinda de todas as partes, torna-se próspera e procurada,
desenvolvendo o comércio e a ciência.
Muito
sofrera com invasões e incursões de inimigos,
como o caso dos mouros que a dominaram por quatro séculos, até que El-rei
Afonso Henriques lha arrancou do poder. Isso, no ano de 1147. E foram surgindo
as muralhas, as fortificações e as igrejas, como a catedral de Santa Maria, a
cujos pés nasceria S. Antonio. Surgiram os nobres e os senhores, os ricos e
faustosos castelos, o barulho e o comércio, com suas facilidades e problemas, as classes pobres e
os indigentes, marcando as diferenças e reclamando soluções de todos quantos
sofrem os problemas de uma geração.
Dentre as famílias, cabe-nos destacar a de
Martim de Bulhões e Teresa Taveira (ou Martinho Afonso e Teresa de Azevedo). Pelas crônicas aparentava-se esta família com o herói das Cruzadas Godofredo de
Bulhões, que em Portugal estivera quando da retomada de Lisboa aos mouros. Mas
Martim de Bulhões não vivia como cavaleiro, a não ser temporadas, pois a sua
profissão era de comerciante, e, ao que parece, sempre bem sucedido. Morava
junto à catedral de Santa Maria no caminho que levava à porta de ferro, mais
tarde Arco de Nossa Senhora da Consolação, Esta casa tornou-se importante, pela
criança que ali nasceu. ..
2 — APARECE FERNANDO
Nesta casa, junto à catedral de S. Maria, em Lisboa, nasceu, pelo fim do século XII, um menino. O dia? Bem, as crônicas e a tradição dizem ter sido o dia 15
de agosto de 1195. Mas nem todos concordam, os que lidam com história. Alguns,
dizem que nasceu antes, até mesmo em 1191 e que a data 15 de agosto seria um
tributo pela devoção nutrida por ele, durante toda a vida, à Virgem. A nós não
interessa discussão e temos autoridades bastante para ficarmos com a data 15 de
agosto de 1195.
Como se discute a data, discute-se também sobre a nobreza dos pais Martim de Bulhões e Teresa Taveira. O
certo é que Martim foi um rico comerciante, o que dá a S. Antonio
origens mais humildes, mas muito mais próximas a S. Francisco que também era
filho de um comerciante. Ainda hoje quem visita Lisboa
encontra a "Casa de S. Antonio", com o local onde ele veio ao mundo.
Família abastada, mas também
piedosa, batizou logo o menino pondo-lhe o nome de Fernando. Pouco, porém,
sobre sua infância ficou gravado nas páginas da história. Apenas, que foi
entregue aos cônegos da catedral, vizinhos da família, para que o doutrinassem
em todos os sentidos, aproveitando a rica inteligência de que fora dotado e que
manifestava já, desde tenra idade. Tudo o mais vai por conta da piedade popular que revestiu a vida
de S. António de maravilhas e preencheu as lacunas da
história com a espontânea poesia da devoção popular. Por isso, faz esta
tradição com que o menino, já aos cinco anos, faça seu voto de castidade. Que
menino ainda, recolha os pedaços da bilha que caíra da cabeça de descuidada
menina que voltava da fonte e lha restitua refeita. . .
Já mocinho
começa a lutar. De um lado, o chamado das conquistas heróicas de seus contemporâneos,
mares afora e África adentro, e, do outro, a luta da juventude que acordava
nele, obrigando-o a uma disciplina espiritual e à busca das forças do alto.
Continua no informativo – Ano IX - JULHO DE 2017 -
Nº 01
SANTOS FRANCISCANOS
MES DE JUNHO
2 — B. João Pellingoto, 3ª Ordem.
3 — B. André
de Spello, 1ª Ordem.
4 — B. Pacífico
de Cerano, 1ª Ordem.
5 — B. Maria
Clara Nanneti, 3ª Ordem Regular, mártir da China
6 — B. Lourenço
de Vilamagna, 1ª Ordem.
7 — B. Maria da Paz Bolsena, 3ª Ordem Regular, mártir da China
8 — B. Hermínia de Jesus, 3ª Ordem Regular, mártir da China
9 — S. Cornélio
Wican, 1ª Ordem, mártir em Gorkum
10 — S.Pedro de Assche, 1ª Ordem, mártir em Gorkum.
11 — B. Guido de Cortona, 1ª Ordem.
12 — B. lolanda, Duquesa da Polônia, 2ª Ordem.
13 — S. Antônio de Lisboa, 1ª Ordem.
14 — S. Francisco de Bruxelas, 1ª Ordem, mártir em
Gorkum.
15 — S. Antônio de Hoornaert, 1ª Ordem, mártir em
Gorkum.
16 — S. Antônio de Werten, 1ª Ordem, mártir em Gorkum.
17 — B. Pedro Gambacorta, 3ª Ordem Regular.
18 — S. Godofredo de Merville, 1ª Ordem, mártir em
Gorkum.
19 — B. Miquelina de Pesaro, 3ª
Ordem.
20 — S. Willehado da Dinamarca, 1ª Ordem, mártir em
Gorkum (1482-1572) c. 1867
21 — S. Nicásio
Jonson, 1ª Ordem, mártir em Gorkum.
22 — B. André Bauer, 1ª Ordem, mártir da China
23 — S. José Cafasso,
3ª Ordem.
24 — B. Teodorico Balat, 1ª Ordem, mártir da China
25 — B. José Maria Gambaro, 1ª Ordem, mártir da China.
26 — B. Cesídio de Fossa, 1ª Ordem, mártir da China
27 — B. Benvenuto de Gubio, 1ª Ordem.
28 — B. Elias Facchini, 1ª Ordem, mártir da China
29 — S. Vicenza Gerosa,
3ª Ordem.
30 — B. Raimundo Lulo, 3ª Ordem, mártir
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