FRATERNIDADE
FRANCISCANA SECULAR DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS DE PETRÓPOLIS
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do Sagrado Coração de Jesus
INFORMATIVO
Ano IX NOVEMBRO DE 2017 - Nº 05
SANTO ANTONIO
Frei Hugo D. Baggio,OFM
15 — CHAMEI-TE DO SILÊNCIO OBSCURO
No
Advento de 1221 ou na primavera de 1222, alguns frades vieram ao Convento de
Forlívio, perto de Montepaolo, para serem ordenados
sacerdotes. Para o convento significava um dia de festa. Por isso, das casas e
comunidades vizinhas acorreram os confrades e, além deles, vieram também os
irmãos dominicanos, muito ligados aos franciscanos, pois Fr. Francisco e Fr.
Domingos haviam cultivado uma santa e sólida amizade.
Após as cerimônias religiosas foi servido um almoço que, embora
franciscano, naquele dia apresentava um ar mais festivo, para complemen-tar as
festividades. Durante esta refeição, o superior dos franciscanos procurou entre
os irmãos pregadores, os dominicanos, alguém que dirigisse umas palavras de
edificação à assembléia ali reunida e sobretudo aos novos sacerdotes. Um a um,
porém, escusaram--se, pois ninguém se havia preparado e não se sentia em
condição de improvisar um sermão diante de tão culto auditório. O mesmo sucedeu
quando o superior procurou pregador entre os frades menores. Escusas
delicadas, mas firmes.
O superior entendeu que os solicitados
temiam não só dar uma mensagem
acanhada, mas também perder seu prestígio. Daí procurou alguém que não temia perder tal
prestígio, pois não o tinha nem o pretendia. Foi ter com
Frei Antônio e suplicou-lhe dirigisse ele algumas palavras, simples e breves,
como lhas inspirasse o Espírito Santo. O Santo obedeceu. E começou a falar. E
como diz gostosamente um biógrafo: "o Espírito Santo entrou a lhe puxar a
língua, e dos seus lábios brotaram caudais de tanta eloquência, num falar tão
rico e colorido, tão sentencioso e acertado, que todos os presentes, pasmos,
eram só ouvidos, presos que estavam no inspirado orador". Naquele momento,
Deus revelava ao mundo uma jóia escondida e a oferecia, brilhante e polida, à
fé dos cristãos do século XIII..
16 — UMA REVELAÇÃO ENTRE OS FRADES
Os primeiros franciscanos caracterizavam-se por extrema simplicidade,
herdado de seu Fundador São Francisco,
simplicidade que abrangia igualmente o mundo intelectual da nova Ordem. Por
isso, quando Frei Antônio entrou na Ordem, o pregar dos frades era simples,
sem oratória e sem grande ciência. Segundo Francisco deviam, antes de mais nada
"pregar com o bom exemplo". Ele mesmo, dava acento especial à vida
evangélica e não entrara ainda nas preocupações de conteúdos teológicos e de
normas retóricas. Por isso, o sermão de Frei Antônio recheado de citações das
Escrituras e dos Santos Padres, pronunciado em bom latim, com imagens e
comparações surpreendentes fora uma revelação e uma alegria para os presentes.
Entre os ouvintes estava o Provincial Frei
Graciano que, só naquela hora, descobriu
quem era o fradezinho humilde e obscuro que no final do Capítulo das Esteiras
pedira para vir com ele. Sem demoras, deu a Frei Antõnio o ofício de pregador.
Teve, assim, que trocar o silêncio e a calmaria de seu eremitério pelos
caminhos e aldeias, cidades e castelos da redondeza, povoados de gente cheia de
problemas, que gostava de gritar, de brigar de guerrear, de discutir, de
cometer mil faltas. Contra tudo isso, o verbo inflamado de Frei Antônio se arremeteu e ceifou fundo, deixando, na passagem, um campo novo,
onde o Evangelho podia florescer.
Começava uma nova fase na pregação fran-ciscana. Mais que isso talvez:
"Pode-se dizer que foi pela mão de Frei Antônio que a eloquência sábia e
erudita veio professar a singeleza devota e a encantadora poesia nos
eremitérios da Ordem dos Irmãos Menores". Frei Antônio com sua ciência e
sua eloquência chegava em muito boa hora, pois, a heresia esparramava-se
avassaladora pela Europa, lançando confusão e causando discórdias, dividindo a
cristandade e despertando os mais absurdos procedimentos e formas de culto a
Deus e de interpretação do Evangelho. ..
17 — AS HERESIAS
Antes de
tudo, vamos lembrar que heresia é uma doutrina que
ensina idéias opostas aos dogmas ou ensinamentos da Igreja. São interpre-tações
dadas, no correr da história, à fé, ao Evangelho, aos costumes, aos
sacramentos, crian-do uma cisão na comunidade cristã. Na Igreja, desde os seus
primórdios, a heresia foi um fenômeno presente, que reclamou muita luta e muita
lucidez, sobretudo muita luz do Espírito Santo, para fazer frente a estas
doutrinas adversas e perturbadoras. Frei Antônio, em seu tempo, encontrou um
campo semeado de agudos espinhos. As heresias pululavam no século XIII, algumas nascidas por aquelas alturas da história, outras mais antigas e
ressuscitadas das cinzas, naqueles dias. Assim, havia uma quantidade de seitas, com as mais
absurdas interpretações. Por vezes, porém,
motivadas, no seu nascedouro, por uma situação crítica oferecida pela própria
igreja e seu clero e o povo cristão em geral. Um grupo bem intencionado procurava
uma reação de cunho e colorido evangélico, mas acabava descambando na revolta e
na heresia. Nomeiam-se, assim, uma série delas: patarinos, valdenses e os
cátaros, cujo nome em grego significa "puro": tentaram uma ascese de
purificação e afundaram numa desenfreada luxúria. Insurgiram-se contra o
matrimônio, o batismo, a posse dos bens, os
sacramentos, o valor da oração. Portanto,
eram grupos que atacavam não só os costumes da Igreja e de seus homens, mas
atacavam a própria doutrina e os conteúdos teológicos desta Igreja. Donde, não
bastava uma vida exemplar para combatê-los, como queria Francisco de Assis,
reclamava-se igualmente uma formação teológica e bíblica à altura, para
rebater os argumentos ardilosos e armadilhas sutis e manhosas.
Daí, a importância dos estudos feitos por Frei Antônio em Coimbra. Sua
passagem pela escola dos Agostinianos foi providencial, pois o preparou de uma
forma que a Ordem Franciscana não poderia fazer. .
Continua no informativo – Ano IX - DEZEMBRO DE 2017 -
Nº 06
SANTOS FRANCISCANOS
MES DE NOVEMBRO
1 — SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS
B. Rainério de Sansepolcro, 1ª Ordem.
2 — COMEMORAÇÃO
DE TODOS OS DEFUNTOS
3 — B. Margarida de Lorena, 2ª Ordem.
4 — S. Carlos Borromeu, 3ª Ordem.
5 — BB. Miguel Kizaiemon e Lucas Kiiemon, 3ª Ordem, mártires do Japão
6 — B. Paulo
de S. Clara, 1ª Ordem,
mártir no Japão
7 — B. Helena Enselmini, 2ª Ordem.
8 — B. João Duns Scoto
— culto aprovado
9 — B. Joana de Signa. 3ª Ordem.
10 — S. Leão, mártir de Ceuta, 1ª Ordem.
11 — B. Gabriel Ferreti, 1ª Ordem.
12 — B. João da Paz, 3ª Ordem.
13 — S. Diogo de Alcalá, 1ª Ordem.
14 — S. Nicolau Tavelic, 1ª Ordem, mártir
15 — S. Deodato
de Rodez, 1ª Ordem, mártir
16 — S. Pedro de Narbone, 1ª Ordem, mártir
17 — S. Isabel da Hungria, 3ª Ordem.
18 — B. Salomé de Cracóvia, 2ª Ordem.
19 — S. Inês de Assis, 2ª Ordem.
20 — S. Estêvão de Cuneo, 1ª Ordem, mártir
21 — S. Nicolau,
mártir de Ceuta, 1ª Ordem.
22 — B. Bernardino de Fossa, 1ª Ordem.
23 — B. Humilde de Bisignano, 1ª Ordem.
24 — B. Mateus Alvarez, 3ª Ordem, mártir no Japão.
25 — B. Isabel
Bona, 3ª Ordem.
26 — S. Leonardo de Porto Maurício, 1ª Ordem.
27 — B. Francisco Antonio Fasani, 1ª Ordem.
28 — S. Tiago da Marca, 1ª Ordem.
29 — TODOS OS SANTOS DA ORDEM FRANCISCANA
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