sexta-feira, 9 de novembro de 2012

O ARAUTO DO GRANDE REI


JORNAL DE OUTUBRO DE 2012

DIA DE TODOS OS SANTOS

Corramos para os irmãos que nos esperam

Que aproveitam aos Santos o nosso louvor, a nossa glorificação e até esta mesma solenidade? Para quê tributar honras terrenas a quem o Pai celeste glorifica, segundo a promessa verdadeira do Filho? De que lhes servem os nossos pane-gíricos? Os Santos não precisam das nossas honras e nada podemos oferecer lhes com a nossa devoção. Realmente, venerar a sua memória interessa nos a nós e não a eles.
Por mim, confesso, com esta evocação sinto me inflamado por um anelo veemente.
O primeiro desejo que a recordação dos Santos excita ou aumenta em nós é o de gozar da sua amável companhia, de merecermos ser concidadãos e comensais dos espíritos bem aventurados, de sermos integrados na assembleia dos Patriarcas, na falange dos Profetas, no senado dos Apóstolos, no inumerável exército dos Mártires, na comunidade dos Confessores, nos coros das Virgens; enfim, de nos reunirmos e nos alegrarmos na comunhão de todos os Santos.
Aguarda nos aquela Igreja dos primogénitos e nós ficamos insensíveis; desejam os Santos a nossa companhia e nós pouco nos importamos; esperam nos os justos e nós parecemos indiferentes.
Despertemos, finalmente, irmãos. Ressuscitemos com Cristo, procuremos as coisas do alto, saboreemos as coisas do alto. Desejemos os que nos desejam, corramos para os que nos aguardam, preparemo-nos com as aspirações da nossa alma para entrar na presença daqueles que nos esperam. Não devemos apenas desejar a companhia dos Santos, mas também a sua felicidade, ambicionando com fervorosa diligência a glória daqueles por cuja presença suspiramos. Na verdade, esta ambição não é perniciosa, nem o desejo de tal glória é de modo algum perigoso.
Ao comemorarmos os Santos, um segundo desejo se inflama em nós: que, tal como a eles, Cristo, nossa vida, Se nos manifeste também e que nos manifestemos também nós com Ele revestidos de glória. É que de momento a nossa Cabeça revela Se nos não como é, mas como encarnou por nós, não coroada de glória, mas rodeada dos espinhos dos nossos pecados. Envergonhemo-nos de sermos membros tão requintados sob uma Cabeça coroada de espinhos, à qual por agora a púrpura não proporciona honras mas afronta. Chegará o momento da vinda de Cristo; e já não se anunciará a sua morte, para sabermos que também nós estamos mortos e que a nossa vida está escondida com Ele. Aparecerá a Cabeça gloriosa e com ela resplandecerão os membros glorificados, quando Ele transformar o nosso corpo mortal e o tornar semelhante ao corpo glorioso da Cabeça que é Ele mesmo.
Desejemos pois esta glória com total e segura ambição. Mas para podermos esperar tal glória e aspirar a tamanha felicidade, devemos desejar também ardentemente a intercessão dos Santos, a fim de nos ser concedido pelo seu patrocínio o que as nossas possibilidades não alcançam.


Dos Sermões de São Bernardo, abade
(Sermo 2: Opera omnia, Ed. Cisterc. 5[1968], 364-368 (Sec. XII)


Profissão e Jubileu na OFS.

Dia 04/10, festa de São Francisco, a Fraternidade Franciscana Secular do Sagrado Coração de Jesus de Petrópolis comemorou com a Profissão Solene de 03 (três) irmãos e o jubileu de outros 05 (cinco).
Os Professandos: Dulci Carniel; Maria Ramos Carniel e José Carlos Machado.
Jubileu de 50 anos: José Carlos Melatti
Jubileu de 25 anos: Ana Eny Borsato; Lucia Jorge; Maria Rodrigues da Silva; Nilza Cardinelli Kronemberg.
Também tivemos a renovação pelos 60 anos de professos na ordem: Terezinha Machado Nascimento e Zélia Vidal.

Entendendo a Profissão

O irmão (ã) candidato a vida franciscana secular passa por um período de 1(um) ano de iniciação. Findo este periodo de iniciação, prepara-se o grupo para o Tempo de Formação.
Após este periodo o candidato é preparado para a Profissão definitiva.
A Profissão acontece em uma celebração eucaristica onde, os professos se comprometem, impelido pelo Espirito Santo a viver o Evangelho, seguindo o exemplo de São Francisco de Assis, em seu próprio estado secular, observando a regra aprovada pela Igreja.

OFS
A Ordem Franciscana Secular tem suas origens no século XIII, quando leigos manifestaram o desejo de seguir os passos de São Francisco de Assis, seu fundador e fonte de inspiração. No início de sua história vê-se reconhecida pela Igreja como irmãos e irmãs da penitencia. O Papa Gregório IX em 20 de maio de 1221 aprova a primeira Regra “Memoriale Propositi” com a primeira denominação Ordem da Penitência. Em 18 de agosto de 1289 o Papa franciscano Nicolau IV, com a Bula “Supra Montem” reconhecia São Francisco como fundador da Ordem da Penitência e a denominava de Ordem Terceira de São Francisco.

No século XVIII a Ordem Terceira foi duramente atingida com a supressão da Ordem decretada por José II, Napoleão e outros. Com a Revolução Francesa os terceiros viram-se fragilizados e pagaram com a própria vida sua fidelidade a Igreja. Na segunda metade de século XIX a Ordem Terceira ressurgiu com nova força, fazendo uso da impressa e grandes personalidades, e muitos santos. O Papa Leão XIII com a Constituição Misericors Dei Filius promulgou uma nova Regra em 1884. Ele colocou na Ordem suas esperanças e preferências e exortou calorosamente que a propagassem por toda a parte, e novamente a Ordem floresceu. Em 1966 a Sagrada Congregação dos Religiosos concedeu a Ordem Terceira a “faculdade de atualizar-se”.



Eleito Novo Bispo de Petrópolis

Dom Gregório Paixão

Dom Gregório Paixão nasceu em Aracaju (Sergipe) em 03 de novembro de 1964.
É filho de José Gregório e Josefa Bernadete Paixão Gregório e possui quatro irmãos, sendo um deles monge beneditino. Cursou o ensino fundamental e médio no Colégio Salesiano de Aracaju. Ingressou no Mosteiro de São Bento da Bahia em 1983, professando solenemente em 1989.
No Mosteiro de São Bento da Bahia exerceu quase todos os ofícios monásticos, como o de Bibliotecário; Mestre de Coro; Organista; Mestre de Noviços; Ecônomo; Arquivista; Prior, dentre outros.
Durante o período de formação cursou Piano e Órgão de Tubos no Instituto de Música da Universidade Católica do Salvador. Estudou artes plásticas no atelier do renomado pintor Waldo Robatto.
Em 1987, foi enviado para o Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro a fim de cursar Filosofia e Teologia na Escola da Congregação Beneditina do Brasil, vinculada ao Pontifícium Athenaeum Anselmianum, de Roma, recebendo nota máxima pela tese “O Panteão Nagô, Aspectos Hagiográficos do Candomblé da Bahia, Elementos Míticos e Históricos”.
Em 18 de julho de 1992 foi ordenado diácono por Dom Ricardo Weberberger, OSB e, em 21 de março de 1993, foi ordenado presbítero por Dom Lucas Cardeal Moreira Neves.

Possui doutorado em Antropologia Cultural pela Universidade Aberta de Amsterdã (Holanda), da qual é professor convidado desde 1998. Foi Diretor do Colégio São Bento da Bahia; da Faculdade São Bento, assim como da Revista Análise e Síntese. Lecionou Língua Grega, Antropologia Cultural e Homilética.
Possui 14 livros publicados, além de diversos artigos escritos para revistas nacionais e estrangeiras. Em 29 de julho de 2006 foi eleito bispo de Fico, na Mauritânia, trabalhando como bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Salvador da Bahia, sendo também Secretário Geral do Regional Nordeste 3, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, e membro titular do Conselho de Cultura do Estado da Bahia.
Atualmente Dom Gregório é bispo referencial para a Cultura, da CNBB. No dia 10 de outubro de 2012 o Santo Padre, o Papa Bento XVI, o elegeu bispo da Diocese de Petrópolis, no Rio de Janeiro.



O Presente Devolvido

Perto de Tóquio vivia um grande samurai idoso que agora se dedicava a ensinar o zen aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário. Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta.
Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo, e aumentar sua fama. Todos os estudantes se manifestaram contra a ideia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados pelo fato de que o mestre aceitou tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: - Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?
- Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?
- A quem tentou entregá-lo - respondeu um dos discípulos.
- O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos - disse o mestre - Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, só se você permitir...


Auto-Refinamento

"Um judeu é como uma vela," explicou certa vez o Rabi a um chassid, "e sua tarefa é acender outros judeus."

O chassid perguntou: "Rabi, o senhor já acendeu minha vela?"

O Rabi respondeu: "Não, mas eu dei o fósforo a você. Agora deve riscá-lo e acender a si mesmo."


"Se você deseja consertar o mundo, comece consigo mesmo."

"Fique tão ocupado melhorando a si mesmo que não sobre tempo para criticar os outros."

"Aquele que rema o barco não tem tempo para balançá-lo."

"Antes de acordarmos, a neshamá do dia clama e implora: 'Por favor, faça o melhor para mim!


"Quando chegar o dia em que deverei prestar contas pela minha vida, não serei indagado: 'Por que você não foi Moshê?' Eu não estava equipado para ser Moises. Mas temo a pergunta 'Por que você não foi Zusia?'
Reb Zusia de Anipoli.

 



Breve resumo sobre a vida de Frei Galvão



Antônio Galvão de França nasceu em 1739, na cidade de Guaratinguetá, região do Vale do Paraíba, interior de São Paulo. Seu pai, cujo nome era o mesmo do santo, nasceu em Portugal e foi Capitão-mor da Vila de Guaratinguetá (tinha poderes administrativos, judiciais e fiscais). Sua mãe, Isabel Leite de Barros, natural da cidade de Pindamonhangaba, assim como o esposo, era uma pessoa muito religiosa.
Com aproximadamente 13 anos, o jovem Antônio foi para o Seminário Jesuíta, em Belém, distrito de Cachoeira, na Bahia. Lá permaneceu até o ano de 1755 ou 56, quando retornou para a casa dos pais. Alguns anos depois, em 1760, depois de contato com os franciscanos em Taubaté/SP, ele foi encaminhado para o noviciado, no Convento São Boaventura, em Porto das Caixas/RJ. Lá mudou o próprio nome em homenagem à santa padroeira da família e passou a chamar-se Frei Antônio de Sant’Anna Galvão. Neste mesmo ano recebeu o hábito franciscano e professou os votos religiosos de pobreza, obediência e castidade, além de defender em juramento o privilégio de Maria Santíssima ter sido preservada do pecado original, em vista dos merecimentos do seu Filho Jesus, conforme era costume na época, na ocasião da profissão.
A excelente formação que recebera dos Jesuítas, juntamente com a formação recebida no período do noviciado fizeram com que os superiores permitissem que a sua ordenação fosse antecipada. E assim, em 1762, ele foi ordenado sacerdote, com apenas 23 anos.
Recebeu a transferência para o Convento São Francisco, em São Paulo, logo após a sua ordenação presbiteral, dedicando-se por alguns anos aos estudos de filosofia e teologia. E após finalizar os estudos, em 1768, iniciou diversos trabalhos pastorais e recebeu vários encargos importantes.
Na ação pastoral do Santo destacamos de modo especial a construção da Igreja e do Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência, hoje Mosteiro da Imaculada Conceição da Luz. Foram 14 anos para a construção do recolhimento e outros 14 anos para a construção da Igreja. E além de paredes muito sólidas, feitas com taipa de pilão, firmes até os dias atuais, deixou um extenso estatuto para as recolhidas, com instruções sobre o modo de vida, segundo os conselhos evangélicos.
Fruto do seu trabalho apostólico, imenso amor à Imaculada Conceição e preocupação com as necessidades do próximo, entregou para uma moça grávida e um senhor com problema nos rins um papelzinho com a oração em latim: “Post partum, Virgo, inviolata, permansisti; Dei genetrix, intercede pro nobis” (Depois do parto, ó Virgem, permaneceste intacta, Mãe de Deus, intercede por nós). Mesmo depois de sua morte, inúmeras pessoas passaram a procurar nos mosteiros e conventos as pílulas de Frei Galvão, a fim de realizar a novena e pedir a intercessão do santo para a graça desejada.
Seu exemplo de santidade, demonstrado através da obediência, vida de oração, austeridade e imenso espírito missionário, fez com que o chamassem de santo ainda em vida. Passou os últimos anos da sua vida no Mosteiro da Luz. E mesmo com a sua morte em 1822 um inúmero grupo de pessoas passou a visitar o seu túmulo, pedindo a intercessão do santo franciscano e em busca das pílulas.
No ano de 2007 foi canonizado pelo nosso Papa Bento XVI, diante de imensa multidão, em São Paulo.
Por Giovanni Bezerra, especial para o site

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