segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

O ARAUTO DO GRANDE REI


BOLETIM INFORMATIVO DE JANEIRO 2013

ANO DA FE

Maria Bernadette Nabuco do Amaral Mesquita
Coordenadora Nacional de Formação

Celebrando o Jubileu dos 50 Anos do Concílio Vaticano II, o Papa Bento XVI proclamou o Ano da Fé, de 11 de outubro de 2012 a 24 de novembro de 2013. Para isso, escreveu a Carta Apostólica Porta Fidei - Porta da Fé, que é uma exortação quanto à necessidade de se redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar com evidência sempre maior a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo.
Muitas vezes, nos preocupamos mais com as consequências sociais, culturais e políticas da fé, do que com a própria fé, considerando que ela está clara no universo cristão, porém, não é assim. No passado, considerando um passado bem próximo, estes sinais eram mais evidentes, era fácil reconhe­cer os valores inspirados pela fé, porém, hoje, não é assim, em consequência da grande crise de fé que atinge os vários segmentos da sociedade.
Este é um tempo oportuno para a meditação, avaliação e tomada de consciência da fé, no sentido de reavivar, fazer crescer e interpretar, para então professar e testemunhar a verdadeira fé.
A renovação da Igreja se faz através do testemu­nho dos seus fiéis, que fazem brilhar com a própria vida no mundo, a Palavra que o Senhor Jesus nos deixou. Sob esse aspecto, o Ano da Fé, é um con­vite para uma sincera conversão. Aqui abrimos uns parênteses e lançamos o olhar para a vida e a obra de São Francisco de Assis.
Façamos, então, durante esse tempo, do tem­po que o Senhor nos dá, um tempo de estudo da fé, dedicando mais tempo ao aprofundamento da Palavra de Deus e ao estudo do Catecismo da Igreja Católica, para que possamos conhecer melhor as verdades da fé que professamos e, assim, mais amá-la e defendê-la, numa época em que temos so­frido tantos ataques, tanta debanda, tanta infidelida­de. Um tempo de celebração da fé, celebrar a fé de
coração, principalmente na Eucaristia, que nos leva a experimentar o mistério central da vida de Cristo, sua morte e ressurreição, onde Deus revela plena­mente o amor que salva e introduz na vida nova. Um tempo de testemunhar a fé, através da profis­são e do serviço, pois "a fé sem obras é morta". Cada vez mais, a Igreja precisa de homens e mulheres que, através de um autêntico seguimen­to de Jesus, possam defendê-la, para fazer brilhar a Boa Nova, com renovado ardor, como respos­ta às necessidades do mundo moderno. Nova Evangelização significa redescoberta, renovação, alegria e esperança na fé que professamos.
Nós, enquanto franciscanos e franciscanas, temos um grande mestre. São Francisco, no seu encontro pessoal com o Altíssimo, viveu a radicali-dade de um amor apaixonado e uma experiência de intimidade profunda com a Trindade Santa, que o levou a morrer para si mesmo, para deixar-se guiar pela mão do Senhor. Nisso se traduz a conversão franciscana e é isso que a Igreja espera de nós.
Viver este ano com esforço e dedicação pes­soal, no conhecimento e na vivência, através do serviço e da vida de oração, nos levará a professar a nossa fé com renovado ardor, defendendo os va­lores da doutrina católica e anunciando que o Amor precisa ser mais amado.
Como Coordenadora Nacional de Formação Integrada, recém eleita, desejo viver com particular intimidade este Ano da Fé com todos os francisca­nos seculares e jufristas do Brasil. PAZ E BEM!


GEORGINA FULLERTON
DO ANGLICANISMO À FRANCISCO. 1812 - 1885

De Lord Grandville e Leidy Cavendish, nasceu  em um velho castelo inglês, a 23 de setembro de 1812, a menina que recebeu o nome de Giorgina.
De ambos os lados, descendia da mais alta nobreza da Inglaterra. “Nasci num antigo Solar Católico” – escreve ela – “onde vivi até os seis anos. Quem sabe, os Anjos da Guarda tenham rezado por mim, a primeira criança protestante a nascer ali”.
A mãe forçada pelos deveres sociais viu-se na contingência de entregar Giorgina com a irmã Suzana, um ano mais velha, aos cuidados de uma aia.
Em 1829, na Inglaterra, Giorgina encontrou Alexandre Fullerton, a quem após vencer duras lutas contra os parentes, casaram-se em 13 de julho de 1833 em paris. Sendo ambos anglicanos, o casamento foi celebrado conforme o rito anglicano. No seu diário, Giorgina fala: “se meu marido não é perfeito, é quase.”
Passado um ano de casados, nasceu-lhe o primeiro filho. Seria o único que, Deus lhe haveria de conceder, foi a maior alegria de sua vida mais, ser-lhe-ia também a maior dor.
Enquanto Giorgina vivia em Paris, na Inglaterra se desenvolvia o grande movimento Oxford. Este movimento era um retorno dos protestante a Igreja Católica. Na frente estava o grande Cardeal Newman, também ele convertido.
Por este movimento, levou a Igreja nomes ilustres de todas as camadas. Giorgina Fullerton, não ficara alheia ao movimento. Dedicava-se mesmo a leitura de livros católicos, mas parece que nunca lhe ocorrera, converter-se.
Enquanto Giorgina, esquivava da luz, seu marido estudava, e refletia o catolicismo.
A morte do pai, em 07 de janeiro de 1846, feriu-lhe o amor filial que a deixou, mais livre para ocupar-se daquilo que tanto preocupava. Encontrou-se com Padre Browmbill, que deu o ultimo arranco, escreve Giorgina:” Grande foi a luta, feroz o combate, mais maravilhoso o efeito”.
Um dia chegou-se ao Pe. Browmbill e, inesperadamente lhe diz: “Venho dizer-lhe meu Padre, mudei de ideia. Decididamente, não é na Igreja Católica que eu quero entrar. O padre não se alterou. Ele conhecia as almas nas crises de conversão.
E qual a igreja que pretende entrar? Ótima pergunta, como um raio de luz, encravou-se naquela alma para nunca mais sair.
Deus não precisa de longos discursos para destruir barreiras, basta-lhe um leve sopro.
Dois dias depois, 29 de março de 1846, Giorgina fullerton, deixa o anglicanismo, e entra na Igreja Católica.
Termina as lutas da alma, agora os dois partilhavam da mesma fé, o desejo de ambos, era agora, ver o filho abrigado sob a mesma fé.
Na festa de Todos os Santos, do mesmo ano de 1846, Granville fez a primeira comunhão. No mês de maio de 1853, foi passar uns dias no castelo de sua tia, Lady Rivera. No dia 29, a morte o acolheu, em plena mocidade, cheio de planos de vida. Foi um golpe para Giorgina, ela levará esta dor até o leito de morte.
Em 1857, encontrava-se em Roma, sua alma sentia necessidade de estar mais perto de Deus. Procurou a Ordem Terceira de S. Francisco, também este passo liga, a morte do filho querido. Ela entrara na ordem no dia da ultima comunhão do filho.
No seu diário encontramos estas palavras. “Bendito aniversario da unica consolação”. E assim invoca ela a proteção de Maria Santissima: “Pedirei sempre a proteção de Maria, minha Mãe e Senhora, e recorro a ela neste instante, veste-me vós mesma com o habito de São Francisco. Fazei com que eu seja uma verdadeira religiosa, cheia do Espirito da Santa Ordem Terceira. Ajudai-me diante de Deus, e diante dos homens, maria minha mãe rogai por mim”.
E na vespera de sua vestição escreve: “Eis o tempo propicio, eis o dia da comunhão de meu querido filho, serei admitida na Ordem Terceira de São Francisco.
Proponho e pretendo com a graça de Deus, fazer que seja para mim o começo de uma nova vida, dedicada a Deus, e seu serviço. Toma a resolução de praticar a pobreza, conforme puder, quero que o meu dinheiro não seja meu, mais sim, dos pobres.
Estudarei a regra, ponto por ponto, vou tornar-me filha de São Francisco de Assis, Apostolo da Pobreza!
Possa sua virtude querida, ser sempre mais cara ao meu coração, dai-me Senhor, este desejo. Dai-me as Graças necessarias, para ser uma perfeita Terceira, franciscana”.
No dia seguinte, recebia o habito da Ordem Terceira, não estava sozinha, ao seu lado estava o esposo, foi sempre fiel, sem nunca perder de vista, o seu ideal franciscano.
Realmente começou uma nova vida, e sem duvida, seu maior titulo é este: “SER TERCEIRA FRANCISCANA, SEGUNDO O ESPIRITO DO SERÁFICO PAI.”
Giorgina, compreendeu bem o espirito da Ordem Franciscana, aquele amor que S. Francisco dedicava aos pobres, estava vivo na alma de Giorgina. Certa vez, encontrando uma Senhora correu a abraçar, e beijar afetuosamente, lembrando S. Francisco quando viu o leproso.
No ano de 1881, adoece Giorgina, esta enfermidade a levaria ao encontro do Pai.
Aconselhada pelos medicos, foi para a frança, com o esposo e, planejaram visitar Lourdes para confiar a Nossa Senhora as suas dores, e dela o remedio mas, na ida, o esposo adoece, voltaram a Inglaterra, aquela vontade de visitar lourdes fora frustrada mas, aqui brilha a vontade de Deus.
Em 18 de Janeiro de 1885, recebeu a unção dos enfermos, no dia seguinte ela piorou.
Ao lado estava o esposo, sustentado pela fé, um ultimo olhar no crucifixo e, seus olhos se fecharam, sua alma foi ao encontro de Deus e, também com seu filho, e lá esta a espera do esposo ao lado do Pai.

Giorgina Fullertom
Do Anglicanismo a Francisco,
Alexandre Fullertom. 


Patrono  da  JMJ de 2013



No último dia 27 de maio, no santuário de Nossa Senhora da Penha, a equipe de articulação e divulgação da JMJ Rio2013 divulgou os patronos e intercessores deste encontro mundial dos jovens com o Papa, que acontecerá na cidade do Rio de Janeiro.

Segundo a própria comissão, os patronos escolhidos, estão intimamente ligados à história do  Brasil e seus exemplos de vida podem ser seguidos pelos jovens. No site da JMJ, a saber: www.rio2013.com, se lê: 


"Os patronos são os pais espirituais dos jovens, lhes ensinam, como verdadeiros pais e mestres, os caminhos para a santidade. Foram escolhidos por estarem intimamente ligados ao espírito da JMJ Rio2013. Dentre estes estão também representantes da nação. O tema missionário inspira o pedido por proteção e entusiasmo para enfrentar os desafios da evangelização nos dias atuais. Oração e ação são dimensões inseparáveis dos discípulos-missionários de Jesus Cristo".

Sendo assim, eis os patronos: Nossa Senhora Aparecida - padroeira do Brasil; São Sebastião -patrono da cidade do Rio de Janeiro; Santa Terezinha - padroeira das missões; Beato João Paulo II - idealizador das jornadas mundiais da juventude; e, o nosso santo franciscano Santo António de Santana Galvão, frei Galvão - primeiro santo brasileiro.

A notícia da escolha de frei Galvão como um dos patronos nos alegrou a todos como família franciscana do Brasil, haja vista que a história deste país está intimamente ligada com a história dos franciscanos nestas terras. Vale lembrar que a primeira missa rezada na Ilha de Vera Cruz foi celebrada pelo frade franciscano Frei Henrique de Coimbra e que o nosso citado frei Galvão foi ordenado presbítero na cidade do Rio de Janeiro.

Nós, franciscanos de todo o Brasil, estamos nos preparando ativamente para esta jornada, e agora podemos contar com a intercessão deste grande homem, grande santo, arauto da paz e da caridade.




                  

. Objetivo

Embora a Jornada Mundial da Juventude possua uma estrutura e organização próprias, oferecendo uma rica programação de eventos oficiais, isso não impede que as congregações religiosas e/ou movimentos realizem as suas atividades, de modo que os jovens possam conhecer a diversidade carismática da Igreja durante esse encontro internacional.
Assim, o objetivo de nossa presença franciscana junto à Jornada Mundial da Juventude é apresentar o nosso carisma a todos os jovens que ainda não nos conhecem, além de ser uma oportunidade de vivenciarmos o grande Dom da Fraternidade sonhada por Francisco e Clara, capaz de romper as barreiras e diferenças culturais, idiomáticas e geográficas.

Explicação à Logomarca

O traçado na cor marrom representa o Pão de Açúcar, ponto turístico conhecido mundialmente, e faz alusão à cidade do Rio de Janeiro, sede da JMJ. Junto à forma do Pão de Açúcar, um traçado oval, também na cor marrom, forma a silhueta de São Francisco, o inspirador do movimento franciscano. A imagem de São Francisco se completa com o sol representado logo acima de sua cabeça, simbolizando a sincera santidade e a afinidade de Francisco com as criaturas de Deus. A cruz, em amarelo, remete à JMJ. A pomba, na cor azul, como se estivesse saindo da mão de Francisco, simboliza a missão de todos os que anunciam o Evangelho, como anunciadores da "Paz e do Bem".
FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA E FRANCISCANA
O envio apostólico "Ide e fazei discípulos entre todas as nações" (Mt 28, 19), que inspira a Jornada Mundial da Juventude, só é se concretiza a partir de uma real experiência de Deus. Desejoso em seguir o Mestre, o discípulo deve "embriagar-se de amor divino para depois levar ao mundo esse grande vinho da alegria". E não há dúvida de que, entre tantos santos e santas, Francisco de Assis aponta um caminho inspirador para a experiência concreta do encontro com o Senhor. Francisco sente-se enviado e também envia seus irmãos como mensageiros da paz.
No seu Testamento, chega a dizer: "Como saudação, revelou-me o Senhor que disséssemos: 'O Senhor te dê a paz'" (Test 23). É saudação missão. "Enviou dois a dois com a incumbência de anunciarem a paz: 'Ide, queridos irmãos, ide dois a dois ao mundo e anunciai ao homem a paz" (1Cel 29). Essa saudação, mais adiante, foi condensada na forma "Paz e Bem", tão difundida até os dias de hoje. O ideal franciscano não é património exclusivo dos seguidores diretos do Santo de Assis, mas diz respeito a todos que reconhecem em São Francisco uma inspiração para vida do discípulo de Cristo. O discípulo missionário que toma para si como inspiração o carisma franciscano compromete-se existencial mente a encarnar, a tomar viva e eficaz a Paz de Cristo anunciada e vivida por Francisco.




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