terça-feira, 12 de abril de 2016

ARAUTO DO GRANDE REI

BOLETIM INFORMATIVO DE MARÇO DE 2016

A Semana Santa



    Apresentamos aqui uma visão de conjunto da Semana Santa. Deveríamos partir sempre da celebração do Tríduo pascal da Paixão-Morte, Sepultura e Ressurreição do Senhor, com especial destaque à Vigília da Páscoa. 
    A Vigília pascal constitui o núcleo central de toda  a  Semana  Santa.  Por  isso  mesmo deveria estar em primeiro lugar em toda a ação pastoral. Importa encontrar formas e meios para trazer a Vigília pascal à prática dos cristãos mais conscientes.     O Domingo de Ramos pode ser chamado de abertura do retiro anual das comunidades eclesiais. O dia litúrgico é um tanto sobrecarregado.  Chama-se  hoje:  Domingo de  Ramos  e  da  Paixão  do  Senhor.   Os mistérios evocados são vastos. Quem sabe, se  poderia dar destaque à  procissão de ramos na Missa de sábado à noite e realçar, no Domingo, a Paixão do Senhor. Talvez a 2a leitura do Domingo, a carta de São Paulo aos Filipenses 2, 6-11, possa dar a chave para a compreensão dos dois aspectos: a Entrada triunfal de Jesus e a Paixão. Cristo humilhou-se... Deus o exaltou. A certeza da palma da vitória sobre o pecado e a morte em Cristo deve acompanhar os cristãos na contemplação dos passos da Paixão durante toda a Semana Santa.
    Na segunda, terça e quarta-feira da Semana Santa, a Igreja contempla o Servo sofredor, aparecendo, como figuras eloquentes, Maria Madalena que perfuma o corpo do Senhor, Pedro e Judas. A Igreja prepara-se para o Tríduo pascal. 
    A Quinta-feira Santa é de uma riqueza muito grande. Oferece dois momentos. A Liturgia do Santo Crisma na parte da manhã em que, profeticamente, celebra os sacramentos onde ocorre a sagrada unção: Batismo, Crisma, Unção dos Enfermos e Ordem. Na Missa vespertina já temos o início do Tríduo pascal. Celebram-se os mistérios da última Ceia: o novo mandamento, pelo lava-pés, a Eucaristia e o sacerdócio ministerial. Tudo isso, pela entrega de Jesus para ser crucificado, pela entrega de Jesus em cada Santa Missa, pela entrega dos cristãos pelo amor fraterno. 
    Na Sexta-feira Santa, a Igreja não celebra a Eucaristia. Ela permanece em jejum. Comemora a Morte de Cristo por uma Celebração da Palavra de Deus, constando de leituras bíblicas, de Preces solenes, adoração da Cruz e Comunhão sacramental.
    No Sábado Santo, com início na Sexta, a Igreja celebra a Sepultura do Senhor, sobretudo através da Liturgia das Horas, aguardando na esperança a ressurreição do Senhor. A comemoração da Sepultura do Senhor é enriquecida na piedade popular pelo descendimento da Cruz e a procissão do Senhor Morto. 
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Papa: diante dos "Vales tenebrosos", confiar em Deus

    O Papa Francisco retomou nesta segunda-feira, 14, as Missas na Casa Santa Marta após o retiro quaresmal da semana passada, O Santo Padre recordou alguns fatos dramáticos das últimas semanas, como o sem-teto morto de frio em Roma, as irmãs de Madre Teresa assassinadas no lêmen, as pessoas que adoecem na "Terra do fogo" perto de Nápoles para dizer que, diante destes "vales tenebrosos", a única resposta é confiar em Deus.


    O Pontífice se inspirou na primeira leitura do dia, extraída do Livro de Daniel, em que Susana, uma mulher justa difamada pelas más intenções de dois juízes, prefere confiar em Deus e escolhe morrer inocente a fazer o que aqueles dois homens queriam. Francisco advertiu, então, sobre os "vales tenebrosos" dos tempos de hoje. "Quando nós, hoje, olhamos para os muitos vales obscuros, tantas desgraças, tanta gente que morre de fome, de guerra, crianças com problemas, tantas.... você pergunta aos pais: 'Mas que doença ele tem?' - 'Ninguém sabe: se chama doença rara'. Pensemos nos tumores da Terra do fogo ... Quando você vê tudo isso, pergunta: onde está o Senhor? O Senhor caminha comigo? Este era o sentimento de Susana. Também o nosso. Você vê essas quatro freiras trucidadas: serviam por amor e acabaram trucidadas por ódio! Quando você vê que se fecham as portas aos prófugos e eles ficam ao relento, com o frio... Mas Senhor, onde você está?"

Por que uma criança sofre?

    "Como posso confiar no Senhor - retomou o Papa - se vejo todas essas coisas? E quando as coisas acontecem comigo, cada um de nós pode dizer: mas como me entrego ao Senhor?" "A esta pergunta há uma resposta", disse Francisco: "Não se pode explicar, eu não sou capaz": "Por que uma criança sofre? Não sei: para mim é um mistério. Somente Jesus no Getsêmani me traz uma luz - não à mente, mas à alma: 'Pai, este cálice, não. Mas seja feita a Sua vontade'. Entrega-se à vontade do Pai. Jesus sabe que tudo não termina com a morte ou com a angústia, e a última palavra da Cruz: 'Pai, confio-me em Suas mãos!', e morre assim. Entregar-se a Deus, que caminha comigo, que caminha com o meu povo, que caminha com a Igreja. E este é um ato de fé. Eu me entrego. Não sei: não sei porque isso acontece, mas eu confio. Você saberá porquê".

O mal não é definitivo

    Este é o ensinamento de Jesus, explicou o Papa: quem se entrega ao Senhor que é Pai, não precisa de mais nada. Mesmo que essa pessoa caminhe por um vale tenebroso, sabe que o mal é um mal momentâneo, o mal definitivo não existirá porque o Senhor está presente. 
   "Hoje nos fará bem pensar à nossa vida, aos problemas que temos e pedir a graça de nos entregarmos nas mãos de Deus. Pensar em tantas pessoas que não recebem um último carinho na hora de morrer. Três dias atrás morreu um aqui, nas ruas, um sem-teto: morreu de frio. Em plena Roma, uma cidade com todas as possibilidades para ajudar. Porque, Senhor? Sequer um carinho... Mas eu me entrego, porque Tu não desiludes. Senhor - concluiu o Papa - não Te entendo. Esta é uma bela oração. Mesmo sem entender, me entrego nas Tuas mãos".

Se não é capaz de perdoar, como Deus poderá

      Cidade do Vaticano - Que o tempo da Quaresma "nos prepare o coração" ao perdão de Deus e a perdoarmos como Ele, isto é, esquecendo das culpas dos outros.



    Com  esta  oração,  o  Papa  concluiu  a homilia da missa da manhã desta terça-feira  (1°/3),  celebrada  na  Casa  Santa Marta. A perfeição de Deus tem um ponto fraco  exatamente  aonde  a  imperfeição humana tende  a  não dar desconto:  a capacidade de perdoar
    O pensamento do Papa, na homilia, é conduzido  pelas  leituras  da  liturgia.  O Evangelho apresenta a célebre pergunta de Pedro a Jesus: quantas vezes devo perdoar   um   irmão   que   cometeu   uma ofensa contra mim? A leitura, extraída do Profeta Daniel, é centrada na oração do jovem Azarias que, colocado no forno por ter se recusado a adorar um ídolo de ouro, invoca entre as chamas a misericórdia de Deus pelo povo, pedindo-lhe simultaneamente o perdão para si. Este, sublinha Francisco, é o modo justo certo de rezar. Sabendo contar com um aspecto especial da bondade de Deus: "Quando Deus perdoa, o seu perdão é tão grande que é como se 'esquecesse'. Todo o contrário daquilo que nós fazemos, das fofocas: 'Mas ele fez isso, fez aquilo, fez aquilo outro ...', e nós temos de tantas pessoas a história antiga, média, medieval e moderna, eh?, e não esquecemos. Por quê?   Porque   não   temos   o   coração misericordioso. 'Trata-nos segundo a Tua clemência', diz   este jovem Azarias. 'Segundo a Tua   imensa   misericórdia. Salva-nos. É um apelo à misericórdia de Deus,  para que nos dê o perdão e a salvação e esqueça os nossos pecados".
    A equação do perdã
    No trecho do Evangelho, para explicar a Pedro que precisa perdoar sempre, Jesus conta a parábola dos dois endividados, o primeiro obtém o perdão do seu patrão, mesmo lhe devendo uma cifra enorme, e pouco depois, é incapaz de ser também ele misericordioso com outro que lhe devia somente uma pequena quantia. Assim observou o Papa:
    "No Pai-Nosso rezamos: 'Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido". É uma equação, vão juntas. Se você não é capaz de perdoar, como Deus poderá o perdoar? Ele quer perdoar você, mas não poderá se o seu coração estiver fechado, e a misericórdia não poderá entrar. 'Mas, Pai, eu perdoo, mas não posso esquecer aquele mal que ele me fez ...'. 'Eh, peça ao Senhor que o ajude a esquecer': mas isso é outra coisa. Pode-se perdoar, mas esquecer nem sempre se consegue. Mas 'perdoar' e dizer: 'você me paga': isso não! Perdoar como Deus perdoa: perdoar ao máximo".
    Misericórdia que "esquece" Misericórdia, compaixão, perdão, repete o Papa, recordando que "o perdão do coração que nos dá Deus é sempre misericórdia": "Que a Quaresma prepare o nosso coração para receber o perdão de Deus. Recebê-lo e, depois, fazer o mesmo com os outros: perdoar de coração. Talvez não me dirija a palavra, mas no meu coração eu lhe perdoei. E assim nos aproximamos desta coisa tão grande de Deus que é a misericórdia. E perdoando abrimos o nosso coração para que a misericórdia de Deus entre e nos perdoe, a nós. Porque todos nós precisamos pedir perdão: todos. Perdoemos e seremos perdoados. Tenhamos misericórdia com os outros, e nós sentiremos aquela misericórdia de Deus que, quando perdoa, "se esquece"".
                                                                                
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CURSO BÁSICO DO CARISMA FRANCISCANO   (APÊNDICE) 2ª PARTE
O ROSÁRIO DO PADRE SERRA (FREI JUNÍPERO SERRA,OFM 1713-1784)


    Não se via um pagão. Mas o badalar do sino ressoara na floresta, e apareceu um índio que ficou a contemplar o frade rezando a missa diante da cruz que acabara de erguer. Tendo recebido presentes, voltou com os outros de sua tribo. Todos criaram afeição ao Padre Serra que se empenhou em aprender a língua deles. E, juntos, os homens de manto religioso e os outros na sua nudez bronzeada ergueram os muros do primeiro prédio tosco que havia de abrigar a Missão de Santo Antonio de Pádua.
    As capelas missionárias daqueles primeiros dias de lutas corajosas não eram as belas igrejas de espessas paredes, pesadas portas entalhadas e vigas pintadas, com seus jardins e fontes, seus sinose claustros amenos. Com estas o bom frade sonhou, mas muito poucas chegaram a ver erigidas. As primeiras missões que fundou tinham rudes abrigos de galhos e juncos (palhas). No entanto, as missões de hoje acham se em geral nos mesmos lugares onde o Padre Junípero e seus sucessores ergueram a primeira cruz. É que a escolha não se fez por acaso ou capricho. Compenetrados de que estavam escolhendo as sedes de futuros povoados, o padre procurava lugares de águas abundantes, solo fértil e bom clima, madeiras, e próximos à costa onde ele sonhava que havia de passar uma estrada. E foi em pontos por ele escolhidos que cresceram São Diogo (ou San Diego), Los Angeles, Monterrey e São Francisco. Das nove missões fundadas por Frei Junípero, só a de Santo Antonio (San Antonio) não deu nascimento a uma cidade.
    Três anos havia decorrido desde a chegada do Padre Serra à Califórnia, e quatro missões estavam fundadas, quando sobreveio uma crise que era o início de uma série de dificuldades. A nova terra não proporcionara lucros imediatos, quer em dinheiro, quer em conversos; as colônias tinham custado mais que o preço tratado. Todo o aparelhamento, roupas, e quase todos os alimentos tinham de vir de muito longe, em pequenas embarcações à vela. Os índios indignados com o modo pelo qual suas mulheres eram tratadas pelos soldados espanhóis, revidaram com flechas e tochas. Incendiaram a missão de São Domingos, queimando-lhe o frade. Todas as missões corriam sérios perigos.
    Tanto o vice-rei da Nova Espanha (México) como o superior da Ordem Franciscana na Cidade do México (a capital) tendiam a recuar. Frei Junípero partiu então para a capital – a dois mil quilômetros de distância – a fim de salvar as missões na Califórnia. Não trazia em seu favor conquistas materiais, e muito menos espirituais. Trazia, porém, uma visão luminosa e a absoluta convicção da verdade que suas palavras pareciam traduzir.
    Conseguiu tudo o que queria: direito de fundar novas missões; mais dinheiro; uma estrada até a Califórnia; e colonizadores mais numerosos, principalmente famílias, mulheres com quem os soldados pudessem casar. Em vez do recuo que favoreciam o vice-rei e o superior foram persuadidos a dar mais impulso à iniciativa. De volta, o frade fundou Dolores (atual São Francisco), a linda São João Capistrano nas colinas vizinhas da São Diogo (San Diego), São Luiz OBispo e São Boaventura no litoral de Santa Bárbara.
    Aos setenta anos, o devotado missionário que já confirmara mais de cinco mil conversos, sentiu faltarem-lhe as forças. Percorreu a pé, mais uma vez, suas nove missões de São Diego a São Francisco. Em cada uma delas despedia-se contristado dos irmãos franciscanos e dos índios em prantos. Encontrou a morte na Missão Carmelita no ano de 1784. Ouvindo os sinos dobrarem a finados, os índios entristecidos acudiram todos, trazendo flores silvestres com que cobriram o ataúde do Apóstolo da Califórnia.
    O sucessor de Frei Junípero foi Frei Fermino Francisco Lasuén. Fundador de nove missões, entre as quais, Santa Bárbara, Puríssima, Soledade, perto da Carmelita, São José, perto da baía de São Francisco, São João Batista, perto da Carmelita, São Miguel, na Califórnia Central e São Fernando no vale deste nome.
    Depois das missões fundadas por Frei Lasuén, apenas três vieram juntar-se às outras: Santa Inez, perto de Santa Bárbara, São Rafael, do outro lado da baía de São Francisco, e Solano (São Francisco Solano), no que é hoje a região vinícola, nos ensolarados contrafortes (encostas) interiores das terras costeiras. Aliás, os russos (na época donos do Alasca, bem mais ao norte da América) mandaram presentes e votos de felicidade quando se fundaram as duas últimas, que eram as mais situadas ao norte da Califórnia.
    O Padre Lasuén, melhor administrador do que Frei Junípero, levou as missões ao apogeu de sua influência, eficiência e prosperidade. Sua ambição era torná-las auto-suficientes. Os índios aprenderam mais de cinqüenta ofícios, permitindo às missões disporem de carpinteiros, pedreiros, sapateiros, vaqueiros e pastores. As índias aprenderam a fiar tecer e coser. As missões produziam sebo, couros, cerâmica, cestas, cobertores, arreios, sabão, velas e vinho.

Paz e bem!
A Formação.


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