sábado, 31 de dezembro de 2016

ARAUTO DO GRANDE REI

BOLETIM INFORMATIVO DE DEZEMBRO DE 2016



Para São Francisco, o Natal é a festa das festas, porque o Filho de Deus se revestiu da verdadeira carne da nossa frágil humanidade, para a nossa salvação; e por isso quer que seja celebrado com alegria e generosidade para com os pobres e mesmo para com todos os animais. Numa singular intuição une e funde o mistério da encarnação, na pobreza e humildade, com a eucaristia.

Por isso quer “ver”, com os próprios olhos do corpo, o Natal da celebração eucarística, e criar um ambiente sugestivo para um encontro real com Jesus eucarístico, acolhido na humildade de uma gruta. Assim é o presépio de Greccio, no Natal de 1223. Aquilo que Francisco quer ver e fazer entender é a pobreza-humilhação do Filho de Deus na sua vinda ao mundo, tal qual acontece diariamente na eucaristia. O binômio Belém-eucaristia é de tradição bem mais antiga, que vê o altar como presépio.
Francisco tem a originalidade de atualizá-lo em formas plásticas e simples, ao vivo. Seu desejo era o de fazer nascer Jesus menino e as suas virtudes nos corações de todos e o de fazer “ver” o momento da salvação no Natal-eucaristia.
O mérito de São Francisco não foi o de ter inventado uma cena que todos poderiam reproduzir, mas o de ter mostrado com que sentimentos de coração devemos nos acercar do Menino Jesus.

Cesarius Van Hulst 


4º Domingo do Advento: Carta ao meu amigo Zé

Frei Gustavo Medella



Salve, Zé! Nosso bom José! Rapaz, mesmo quietinho, meio cismado – fazendo lembrar o jeito mineiro de ser – ficou importante “demais da conta”! Olha só que “responsa” o Homem lá de cima botou em sua mão… Eu sei que você é humilde e não gosta muito desse negócio de elogio… Fica até constrangido quando se lembra de sua “parentagem” importante do passado, que vem lá do tal do Rei Davi. Mas o que é verdade precisa ser dito.
Você foi demais! Primeiro, você foi discreto e caridoso diante do susto que levou quando soube que Maria estava grávida. O Filho não era seu. Só você sabe quantos pensamentos passaram pela sua cabeça. Mesmo assim você foi grande, foi sábio… Nada de escândalo, nada de revolta, nada de precipitação. Decidiu deixar a moça em segredo para não complicar a vida de ninguém (Mt 1,19).
Depois, você acreditou no seu sonho! Você amava Maria e queria estar junto dela. Por isso manteve-se atento aos desígnios do Senhor. Quando os anjos lhe explicaram o porquê de tanta “confusão”, você mudou de ideia e não foi teimoso. Assumiu Maria, o Menino e todo o Projeto de Deus para a vida de vocês e do mundo (Mt 1,24), à custa de muito sufoco que vocês passaram juntos.
Por essas e outras, caro Zé, eu sou seu fã, e não só eu. No Brasil, de acordo com o IBGE, 5,7 milhões de filhos tiveram seu nome escolhido pelos pais: uma multidão de Zé! É verdade que existe uma turma meio “metida a besta”, que pensa que a gente simples é “capacho”, que usa seu nome para se referir ao pobre lançando mão de termos como “Zé Povinho”, “Zé ninguém” e outros ainda mais desaforados. E o pior é que essa gente agora está vindo com força total, agindo na calada da noite para pisar ainda mais naqueles que já têm pouco, tudo com a desculpa de que não tem dinheiro. Dinheiro tem, Zé, – e eu digo a você em segredo -, é só olhar nos “bolsos” dos ricos. Mas depois a gente conversa melhor sobre isso.
Por hoje, neste 4º Domingo do Advento, pertinho da hora de seu Menino nascer, só quero deixar o meu  abraço! Muito agradecido, mesmo, de coração, por não ter sido egoísta, por tem pensado muito mais em Deus e nos outros do que em você! Tudo de Bom e recomendações a Maria e ao Pequeno Jesus que está para chegar.  


SÃO JUAN DIEGO CUAUHTLATOATZIN   09/12

Juan Diego era um índio asteca nascido em 1474 na atual Cidade do México. Era pobre e dedicava-se ao difícil trabalho no campo e à fabricação de esteiras. Possuía um pedaço de terra, onde vivia feliz com a esposa. Atraído pela doutrina dos padres franciscanos, converteu-se e foi batizado. Costumava caminhar de sua vila à Cidade do México, a catorze milhas de distância, para aprender a Palavra de Cristo.
Juan Diego ficou viúvo e então passou a dedicar-se ainda mais a religião. Um dia, voltando da igreja, no dia 09 de dezembro de 1531, o jovem índio presenciou a primeira aparição de Nossa Senhora de Guadalupe, que o chamou em sua língua nativa, dizendo: "Joãozinho meu queridinho". A Virgem pediu a Juan que procurasse o bispo e pedisse que fosse construída uma Igreja naquele local. O Bispo, incrédulo, pediu provas concretas da aparição.
Na terça feira, 12 de dezembro, João Diego estava indo à cidade, quando a Virgem apareceu e o consolou. Em seguida pediu que ele colhesse flores. Apesar do frio inverno, ele encontrou lindas flores. Ela disse que as entregasse ao Bispo como prova da aparição. Diante do Bispo ele abriu sua túnica, as flores caíram e no tecido apareceu impressa a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe.
Juan Diego faleceu no dia 30 de maio de 1548, aos setenta e quatro anos, de morte natural.

Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR

Reflexão
Nossa Senhora de Guadalupe consagrou-se como a padroeira da América Latina, porque representa na sua simplicidade a vida do povo pobre e sofrido do continente. Que encontremos em Maria forças para lutar pela transformação da sociedade.

Oração
Ditoso Juan Diego, índio bondoso e cristão, nós te suplicamos que acompanhes a Igreja peregrina, para que seja cada dia mais evangelizadora e missionária. Encoraja os Bispos, sustenta os presbíteros, suscita novas e santas vocações, ajuda todas as pessoas que entregam a sua própria vida pela causa de Cristo e pela difusão do seu Reino.
Paz e Bem!


“Para o cristão, Cristo é o centro da vida. Viver o Evan­gelho conhecer e amar, imitar e servir a Jesus como Deus e homem. Para esta vida S. Francisco é nosso gran­de exemplo. A sua conversão foi uma conversão a Cristo.”
(Frei Matheus)



A palavra «Igreja» se deriva do termo grego ecclesia, assembleia ou convocação. Era uma comunidade de fiéis, reunida em oração, na doutrina dos Apóstolos e em ín­tima caridade fraterna.
Quando S. Francisco fundou a Ordem Terceira da peni­tência, ele pretendia formar dentro da Igreja estes núcleos que deviam viver segundo o modelo das primeiras co­munidades cristãs, de acordo com o que nos conta o Livro dos Atos dos Apóstolos.






Nenhum comentário:

Postar um comentário