quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

FOLDER DISTRIBUÍDO NA MISSA DAS 16:15 HORAS DO DIA 04 DE FEVEREIRO DE 2017 NA IGREJA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS



FRATERNIDADE FRANCISCANA SECULAR DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS DE PETRÓPOLIS

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Missa no 1° sábado de cada mês às 16:15

 horas na Igreja do Sagrado Coração de Jesus


INFORMATIVO
Ano VIII  FEVEREIRO DE 2017 -  Nº  08

SANTA CLARA DE ASSIS

                                     Frei Hugo D. Baggio,OFM

A LUTA PELA POBREZA (Continuação)

Mas  de  uma  pobreza  abraçada  por ideal,  de uma pobreza amada, de uma pobreza que faz fe­liz! De uma pobreza — coisa paradoxal — pela pos­se da qual se luta!
No ano de 1228, o Papa Gregório IX transpor­tou-se de Roma para Assis, a fim de elevar às honras dos altares o humilde Frei Francisco, fa­lecido dois anos antes. Àquele jovem que Assis cha­mara "louco", o mundo todo chamará agora de "santo". São Francisco de Assis!
O Pontífice fez, então, uma visita ao conventinho de Soror Clara. Inquietou-se diante da com­pleta pobreza em que viviam as irmãs. Pensou no futuro das mesmas:
—   Soror  Clara,   o   futuro  parece  nos  reserva dias maus. E se a guerra se alastrar por nossa ter­ra e nos destruir os campos, quem vos sustentará?
—  Santo Padre,  o Pai  do  Céu,  que  alimenta as avezinhas e veste os lírios do campo, socorrerá suas filhas.
—  Para garantir o futuro — continuou o Pa­pa — melhor seria se São Damião tivesse proprie­dade, donde pudesse tirar o sustento em caso de necessidade. E se o vosso voto de pobreza não o permite,  Nós  vos  absolvemos  dele.
Clara, lançando-se aos pés do Pontífice:
—  Santo  Padre,  absolvei-me  dos  meus  peca­dos, mas não do voto de seguir a meu Senhor Je­sus Cristo, em perfeita pobreza.
O Papa comovido lançou sua bênção sobre .a heróica virgem tão amante da pobreza, que os homens chamam loucura e desgraça, mas que pa­ra ela era um sonho, um ideal.

NO   JARDIM  DE  SOROR   CLARA

Quando Francisco ainda era o jovem filho de Pedro Bernardone, o rico negociante de sedas e veludos, costumava com seus companheiros, após os lautos banquetes, correr as ruas de Assis. Lá ia o bando garrido, ao som do bandolim, à luz argêntea da lua, cantando canções de amor e ca­valheirismo. Rasgavam o silêncio da cidade ador­mecida, enchendo o ar com seus cantares.
Quantas vezes, sem dúvida, paravam sob uma janela gradeada, onde pendiam gerânios e atrás da qual adivinhavam a presença da escolhida, que no final da canção os brindaria com uma flor per­fumada.
Um dia, porém, Francisco deixou de ser o fi­lho do rico Bernardone e tornou-se o pobrezinho do Pai do Céu, mas sem nunca deixar de ser can­tor. Cantava agora, em seus versos, não as damas dos homens, mas a sua dama, a Senhora Pobreza. Não cantava os feitos dos guerreiros, mas as obras do Criador: a Natureza.
Deus pôs no caminho de Francisco outra mu­lher, pela qual sentia uma ternura fraterna e que lhe serviu de arrimo e inspiração, de conselheira e enfermeira: Clara de Assis. Quando Francisco encontrava uma fonte a jorrar límpida e sonora, na sombra do bosque, lembrava-se da pureza da senhora soror Clara e erguia um canto de gratidão (porque Francisco sempre agradecia cantando); as meigas pombinhas lembravam-lhe a simplicida­de de Clara e o canto das cotovias despertava-lhe na mente a lembrança das preces da virgem Clara no silêncio de São Damião.
No mês de agosto de 1224, Frei Francisco veio despedir-se de soror Clara. Iria subir o monte Alverne para jejuar 40 dias. Alguns dias depois, Clara ouviu contar que na viagem Francisco travara um duelo canoro com um rouxinol...
Finda a quaresma, ali no monte Alverne, Fran­cisco recebeu as cinco chagas de Jesus Crucificado e com elas as dores do Crucificado. Chegara ao ápice da sua identificação com Cristo. E assim transformado desceu do santo monte.
As dores o atormentavam. A cegueira era qua­se completa e Francisco pediu para ser abrigado no jardim de soror Clara. Numa pequena chou­pana de galhos, cercada pelas flores que Clara cul­tivava, sofria alegremente o poeta cego, assistido pela solicitude da doce enfermeira Clara.
Certa manhã, quando o perfume das flores enchia a pequena choupana e o silêncio ainda não era interrompido pelo chilrear das avezinhas, após uma noite de sofrimento, Francisco despertou o espaço com sua voz:
—  Altíssimo,  onipotente,  bom  Senhor,
Teus são o louvor, a glória, a honra e toda a bênção.
E  diante  dos  olhos  sem   luz  do  poeta  desfilam todas as maravilhosas obras do Criador e por fim passa a figura de soror Clara:
— Sê louvado, Senhor, pela nossa irmã Clara,
pois a fizeste silenciosa, gentil e ativa.
Por ela brilhe tua luz em nossos corações.
Francisco acabara de compor o Cântico das Criaturas no jardim de soror Clara...

O   CÂNTICO   DAS   CRIATURAS

    Parecia que finalmente as damianitas tinham descoberto a fórmula para rezar. .. Assim, quan­do soror Clara estava no seu jardinzinho, surpreen­dia-se cantando; a irmã cozinheira, ao preparar os pobres alimentos para a comunidade, surpreendia-se cantando; a irmã da lavanderia, ao molhar as roupas na límpida água, surpreendia-se cantando; a irmã encarregada da portaria, ao olhar os ci­prestes que muravam o conventinho, surpreendia-se cantando; a irmã presa ao leito da enfermaria surpreendia-se cantando; quando o sol nascia ou a lua com suas damas aparecia no firmamento, quando o vento assobiava ou a chuva cantava no telhado, as irmãs se uniam aos elementos, can­tando. Todas e tudo pareciam cantar o Cântico das Criaturas que o poeta cego, Frei Francisco, com­pusera no jardim de soror Clara:

Altíssimo,  onipotente,   bom  Senhor,
Teus são o louvor, a glória, a honra
E toda  a bênção.

Só a Ti, Altíssimo, são devidos
E homem algum é digno de te mencionar.

Louvado sejas,  meu Senhor,
Com todas as criaturas,
Especialmente  o  senhor  irmão  sol
Que clareia o dia
E com a sua luz nos alumina.

E ele é belo e radiante
Com  grande esplendor.
De Ti, Altíssimo, é a imagem.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã a lua e as estrelas
Que no  céu  formaste claras
E preciosas e belas.

Louvado  sejas,  meu  Senhor,
Pelo  irmão vento,
Pelo  ar e  pelas  nuvens
E pelo sereno e todo o tempo
Porque às tuas criaturas dás sustento.

Louvado sejas,  meu Senhor,
Pela irmã água
Que é mui útil e humilde
E preciosa e casta.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão fogo, Pelo qual iluminas a noite. E  ele é belo e jocundo
E  vigoroso  e  forte.

Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a mãe terra
Que nos sustenta e governa,
E produz frutos diversos
E coloridas flores e ervas.

Louvado sejas, meu Senhor,
Pelos que perdoam por teu amor,
E  suportam  enfermidades  e tribulações.
Bem-aventurados os  que sofrem  em paz,
Que por Ti, Altíssimo, serão coroados.

Louvado sejas,  meu Senhor,
Por nossa irmã a morte corporal
da qual homem algum pode escapar...
           
Continua no informativo – Ano VIII -            MARÇO DE 2017  -  Nº  09


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