quarta-feira, 29 de junho de 2016

ARAUTO DO GRANDE REI

BOLETIM INFORMATIVO DE JUNHO DE 2016


Rezar pelos inimigos é o último degrau na cura de um coração


Cidade do Vaticano – No caminho do cristão “não há lugar para o ódio”: se, como “filhos”, os crentes quiserem “assemelhar-se ao Pai”, não devem limitar-se à simples “letra da lei”, mas viver cada dia o “mandamento do amor”. Chegando até a “rezar pelos inimigos”: isto é ao “último degrau” ao qual é necessário subir para curar o “coração ferido pelo pecado”. Assim o Papa Francisco, na missa celebrada em Santa Marta na manhã de terça-feira, 14 de junho, evidenciou que Jesus, invertendo a idéia de “próximo”, veio para levar a lei à “plenitude”. De fato, Jesus – disse – não “veio para cancelar a lei”, culpa da qual foi acusado pelos seus inimigos, mas para “a levar à plenitude”. Toda “até ao último jota”.
Com efeito, na época os doutores da lei davam-lhe “uma explicação demasiado teórica, casuísta”. De fato, explicou o Pontífice, era uma visão “na qual não havia o coração próprio da lei, que é o amor” concedido por Deus “a nós”. No centro já não havia o que no Antigo Testamento era “o maior mandamento” – ou seja “amar a Deus, com todo o coração, com todas as forças, com toda a alma, e o próximo como a ti mesmo” – mas uma casuística que só procurava compreender: “Podemos fazer isto? Até a que ponto se pode fazer isto? E se não pudermos?”.
Portanto, Jesus “inspirando-se nos mandamentos” procura recuperar “o verdadeiro sentido da lei para o levar à sua plenitude”. Assim, por exemplo, em relação ao quinto mandamento, recorda: “Foi dito “não matarás”. É verdade! Mas se tu insultas o teu irmão, estás a matá-lo”. Isto explica que “há muitas formas, tantas maneiras de matar”. Assim “aperfeiçoa a lei”. E ainda: “Se o teu irmão te pedir uma roupa, dá-lhe também o teu manto! E se ti pedir para caminhar um quilômetro com ele, caminha dois!”. Isto é, Jesus – comentou o Papa – pede sempre algo “mais generoso”, porque o “amor é mais generoso que a letra, que a letra da lei”.
Esta “obra” de aperfeiçoamento não serve só “para o cumprimento da lei, mas é um trabalho de cura do coração”. Nos trechos evangélicos nos quais Jesus continua a explicação dos mandamentos, disse Francisco, “há um caminho de cura de um coração ferido pelo pecado original”. E é um caminho proposto a todos, porque “todos nós temos o coração ferido pelo pecado, todos”. E dado que Jesus recomenda que sejamos “perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste”, para “nos assemelharmos ao Pai”, para sermos deveras “filhos”, devemos seguir precisamente “esta senda de cura”.
Retomando o trecho evangélico proposto pela liturgia tirado do Evangelho de Mateus (5, 43-48) – no qual Jesus recorda: “Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar o teu inimigo”, mas acrescenta: “Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos!” – o Papa frisou que nesta estrada “não há lugar para o ódio”. O nível eleva-se cada vez mais: Jesus primeiro “exorta-nos a doar mais aos nossos irmãos e amigos”, agora também “aos nossos inimigos”. Com efeito “o último degrau desta escada” rumo à cura traz consigo a recomendação: “Rezai pelos que vos perseguem”.
Um mandamento – “rezar pelos inimigos” – que nos pode desorientar, pois, “pela ferida que todos nós temos no coração”, vem-nos naturalmente a vontade de desejar “alguma coisa de desagradável” a um inimigo que, por exemplo, fala mal de nós. Mas “Jesus diz-nos: “Não, não! Reza por ele e faz penitência por ele“.
Neste sentido o Pontífice narrou que quando era jovem ouvia falar “de um dos grandes ditadores do mundo no período pós-guerra”, do qual se dizia: “Que Deus o leve ao inferno o mais depressa possível!”. Se do coração saía de maneira imediata este sentimento, o mandamento novo ao contrário exortava: “Rezai por ele”. Certamente, acrescentou Francisco, é “mais fácil rezar por alguém que está distante, por um ditador afastado, que rezar por aquele que me insultou”. E no entanto é precisamente isto que “Jesus nos pede”.
Temos a vontade de perguntar: “Mas, Senhor, para que tanta generosidade?”. Jesus dá-nos a resposta precisamente no trecho evangélico: “Deste modo sereis os filhos do vosso Pai no céu”. Se deste modo “age o Pai”, assim somos chamados a agir para ser “filhos”. Isto é, esta “cura do coração”, “leva-nos a tornar-nos filhos”. E que faz o Pai? “Faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos” pois “é Pai de todos”.
Outra objeção: mas Deus é pai inclusive “daquele delinquente, daquele ditador?”. A resposta é clara: “Sim é pai! Como é meu pai! Ele nunca nega a sua paternidade!”. E se quisermos “assemelhar-nos” a ele, devemos caminhar “nesta vereda”. Com efeito, Jesus conclui o sermão dizendo: “Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai”. Isto é, explicou o Pontífice, “é-nos proposto um caminho sem fim”, porque “todos os dias devemos fazer algo assim”. A tal propósito, Francisco sugeriu a todos “algo prático”, ou seja, perguntar-se: “rezo pelos meus inimigos ou desejo-lhes alguma coisa desagradável?”. São suficientes “cinco minutos, não mais” para me questionar: “Quem são os meus inimigos? Os que me fizeram mal? Os que eu não amo? Ou com os quais estou em desacordo? Quem são? Rezo por eles?”. Cada um, acrescentou o Papa, “dê uma resposta”. E concluiu: “Que o Senhor nos conceda a graça” de “rezar pelos inimigos; por quantos não gostam de nós; por quem nos feriu e nos persegue”, com “nome e sobrenome”. E veremos que esta oração dará dois frutos: ao nosso inimigo “fazendo-o melhorar, pois a oração é poderosa”, e a nós “tornando-nos mais filhos do Pai”.
http://www.franciscanos.org.br/?p=111276



Frei Bruno Linden, O.F.M.



       “Eis o meio de reconhecer se o servo de Deus tem o espírito do Senhor. Se Deus por meio 
 dele operar alguma boa obra, e ele não o atribuir a si, pois o seu próprio eu é sempre inimigo 
de todo bem, mas antes considerar como ele próprio é insignificante e se julgar menor que
 todos os outros homens.” (Admoestações de São Francisco de Assis)

“Quem foi Frei Bruno?”
Era um dia de outono, já bastante frio; a bela Düsseldorf (Alemanha) enquadrava um cenário belíssimo com o por do sol dourado do outono. As montanhas e as vegetações adquirem um brilho luminoso e indescritível.
A igreja, em festa, celebrava a natividade da Ssma. Virgem Maria, era o dia 08 de setembro de 1876, e foi neste dia histórico que veio ao mundo Humbertus Linden Junior, filho de Humbertus Linden e Goelden. O lar piedoso e temente a Deus os Linden despertou, já desde muito cedo, o desejo de se tornar sacerdote.
Ao manifestar aos pais o desejo de ingressar no noviciado dos franciscanos da Saxônia, na Holanda, Humbertus ainda não havia completado 18 anos. Seus pais, com os olhos mareados pela emoção, abençoam a decisão do filho, e, em tudo, louvam a Deus pela escolha do filho.
Quanto tomou o hábito de São Francisco, era o dia 13 de maio de 1894, e ao tomar o hábito,mudou o nome, passou a se chamar Frei Bruno Linden.

Ainda estavam no noviciado quando, em nome da santa obediência, são destinados para a “Missão brasileira”, e, assim sendo, no dia 12 de junho de 1894, aportaram em Salvador. Foi na Bahia de todos os santos que Frei Bruno terminou o noviciado, estudou filosofia e teologia e fez sua profissão religiosa, solene, em 19 de maio de 1898.
Logo no início do novo século, Frei Bruno é enviado a Petrópolis, no Rio de Janeiro, e lá é ordenado sacerdote no dia 10 de maio de 1901. Lá permaneceu por mais 3 anos, e foi somente em 1904 que foi transferido para Gaspar (SC). Lá, em Gaspar, exerceu a função de superior e pároco até 1906; por mais três anos permaneceu no mesmo lugar, porém, como coadjutor. Foi também em Gaspar que Frei Bruno erigiu a Fraternidade Santo Antônio, sendo seu primeiro assistente.
De Gaspar foi transferido para São José, e, em 1917, em nome da santa obediência, Frei Bruno vai para o Rio Grande do Sul como superior e vigário, na cidade de Não-me-toque.
Em 1926, mais uma vez é transferido, agora para Rodeio, onde permaneceu até 1945. Foi, por quase 20 anos, um testemunho edificante para todos os que com ele conviveram. Sua vida foi marcada por um gesto de total desprendimento e ardente caridade.
Por incontáveis vezes, aos Domingos, depois do almoço, ajeitava os cestos em cima de um jumento e neles colocava todo o tipo de doações que recebia e levava às famílias mais necessitadas, retornando somente a noite, cansado e feliz.
Frei Bruno foi um incansável peregrino do Evangelho e da caridade. Era acolhido por todos com carinho e veneração; era o Frade Santo!
Foi, por definição do capitulo de 1945, que Frei Bruno foi transferido para Esteves Junior e no final do mesmo ano para Xaxim, onde, por 6 anos, foi superior e pároco. Ficou em Xaxim por mais 3 anos como coadjutor.
Quando completou 80 anos, foi transferido para Joaçaba; era o ano de 1956. O trabalho sem descanso, as longas caminhadas marcaram o velho Frei com dores nas juntas e um peso nas pernas.
Por recomendação do provincial, foi para Luzerna para um repouso forçado. Jamais Frei Bruno pensou em descansar, estava sempre em busca de oportunidades de fazer o bem.
Sentindo-se bem melhor, Frei Bruno retorna a Joaçaba para alegria de toda a comunidade. Seus últimos 4 anos de vida foram consumidos naquela cidade.
Apesar das dores e do peso das pernas, caminhava de manhã à noite, visitava os doentes, benzia casas, aconselhava e reconciliava casais; era sem dúvida um arauto da Paz e do Bem!
Subia as ladeiras em zigue-zague, e, sempre se apoiando no velho guarda-chuva, suas caminhadas começavam logo depois da Santa Missa, às 5h 30. Retornava pouco antes do almoço, e descansava na igreja com a cabeça apoiada no altar de Nossa Senhora, rezando e cochilando.
Frei Bruno foi um pai para os presos, deu-lhes uma bola de futebol, levava-lhes todo tipo de agrados, como doce, guloseimas, revistas, livros, terços, medalhas, etc. Certa vez, conseguiu tinta para a pintura das celas que estavam imundas.
As crianças estavam sempre às voltas com Frei Bruno, era um santo brincalhão que a todos encantava. No catecismo, se fazia um silêncio espetacular quando Frei Bruno contava a vida dos santos e os feitos de Jesus. Tudo permeado de poesia e encanto.
A cada dia tornava-se visível o cansaço e as limitações de Frei Bruno. Já no ano de 1958, celebrava a Santa Missa às 5h 30, e em seguida ficava no confessionário por muitas horas.
Sua correspondência era por demais volumosa para ser respondida, sua vista estava fraca.
Todos os dias se preparava para partir, a Comunhão para ele era o Viático. Ainda em outubro de 1959, vai a Luzerna para tratar dos assuntos da Pia União das Missas Ingolstadt. Era um apóstolo incansável dessas associações.
As sandálias franciscanas estavam pesadas demais, anda de chinelos e bengala. O rosário era seu companheiro inseparável, desfiava uma infinidade de contas e orações.
No dia 24 de fevereiro de 1960, como de costume, Frei Bruno assiste à Santa Missa das 5h 30, atende confissões, recebe algumas pessoas, vai para o seu quarto descansar e o seu descanso foi eterno.
Frei Bruno Linden, O. F. M., comoveu a cidade de Joaçaba, seu sepultamento foi memorável e inigualável.
Frei Bruno, rogai por nós!
                                                               
                                  http://marcioreiser.blogspot.com.br/2013/02/frei-bruno-linden-o-f-m.html


                     Sobre a pobreza franciscana


Ao falar sobre a Pobreza Franciscana estamos falando da Pobreza de São Francisco de Assis, pois somente ele viveu radicalmente a Pobreza. Os seus seguidores em todas as Ordens a seguem como Conselho Evangélico e como provocação espiritual, mas não conseguem ser pobres como ele foi pobre. Sempre haverá um confronto entre a pobreza em espírito e a pobreza material. Francisco de Assis viveu as duas dimensões.
Há muitas cobranças sobre ser pobre em termos materiais, e se pensarmos conjunturalmente em termos de hoje seria: classe média falida, viver de salário mínimo, viver de subemprego, mendigar, cuidar das doenças no SUS por não ter Plano de Saúde, ter muitas dívidas, não poder acompanhar as necessidades impostas pela sociedade de consumo, andar de ônibus, jamais poder ir à Disney, viver sem casa, sem teto, sem nada... Francisco de Assis quis ser pobre para ser livre. Não ter nada para ter o Tudo. Há algo maior que preenche o coração. Amar e desejar o Espírito do Senhor. Ter na própria carne as Palavras do Evangelho. Aprender que ser pobre não é ter, mas ter repartindo.
Francisco de Assis não tornou-se pobre para fragilizar-se, mas para encontrar um vigor do espírito que está acima de qualquer medida sociológica ou mercadológica. Ser pobre é buscar a riqueza essencial. Isto não é moderno, é medieval. A questão toda é que este medieval era um pobre feliz que encontrou a medida de seu coração e não a medida da roupa pret-a-porter. A questão não é ter ou não ter riqueza,ser ou não ser pobre, a questão maior é ser livre diante de tudo isto. Francisco não era frustrado por sofrer privação, mas tornou-se um homem sereno e santo porque tinha um tesouro guardado em seu coração e não riqueza penhorada na Caixa Econômica. Pura loucura do contagiante Evangelho!

                                                                                            FREI VITÓRIO MAZZUCO


Francisco e o beijo no leproso


O biógrafo Tomás de Celano em 2Cel 9, 11 relata: “Quando o leproso lhe estendeu a mão como que para receber alguma coisa, ele colocou dinheiro com um beijo (...). Repleto, a partir daí, de admiração e de alegria, depois de poucos dias, trata de fazer obra semelhante. Dirige-se às habitações dos leprosos e, depois de ter dado o dinheiro a cada leproso, beija a mão e o rosto deles. Assim toma as coisas amargas como doces”.
Esta é uma passagem impactante da vida de Francisco de Assis. Mexe com o nosso imaginário ou nosso asco. Mas afinal que beijo é este? Quem beijou quem? Deixar-se beijar é mais do que beijar. Em meio a banalização atual do beijo, como compreender que alguém possa dar um beijo na beleza do horrível? Com unir doçura em meio ao amargo da vida?
Beijo é passar a intimidade através do sopro sagrado do espírito que respira em nós. Beijo é hálito vital, é insuflar vida. Não existe beijo verdadeiro que não seja um caminho progressivo de aproximação. É um lento, longo e necessário processo de conquista do outro diferente de mim. Francisco foi beijado por uma inspiração. Sentia-se beijado pelas obras do Senhor: vento, água, ar, nuvens e pássaros. Sentia-se beijado pela Encarnação: o Amor  divino vem morar no aconchego da carne do humano. Sentia-se beijado pelo sopro do Espírito. Beijo é comunhão de alma e não apenas comunhão física. Beijo é passar para o diferente de mim quem eu sou. É passar aquilo que está no centro de nosso ser. O beijo é como moldar novamente, do barro, a obra perfeita soprando nela a força da vida. É respirar do mesmo jeito. É o momento onde o corpo obedece o espírito.
Beijar o leproso foi um ponto de virada em Francisco. Mudou o seu destino espiritual. Aprendeu que não basta encher as mãos de alguém de bens materiais sem um gesto de afeto. É o beijo do lava-pés, é o beijo de Madalena nos pés de Jesus; puro encontro de divindades! A partir do beijo no leproso Francisco estava preparado para reconstruir o despedaçado mundo do humano em ruínas por falta de gestos de amor e cuidado. No beijo nos reconstruímos passando sopro, saliva, silêncios e reverência

                                                      FREI VITÓRIO MAZZUCO, OFM 


PASSATEMPO FRANCISCLARIANO


OBRAS DE MISERICÓRDIA:  Qual destas obras de misericórdia você mais pratica ou menos pratica?

CORPORAIS
1-Dar de beber a quem tem sede; 2- dar de comer a quem tem  fome; 3- acolher os desabrigados; 4- vestir os nus; 5- visitar os doentes; 6- visitar os encarcerados; 7- enterrar os mortos.
ESPIRITUAIS
1-Dar bons conselhos; 2- instruir os ignorantes; 3- corrigir os que erram; 4- perdoar as ofensas; 5- confortar os aflitos; 6- suporta com paciência as fraquezas alheias; 7- rogar a Deus pelos vivos e defuntos.

Ladainha da misericórdia
Dirigente: Roguemos ao Senhor que, na sua infinita bondade, nos inspire na prática das obras de misericórdia, dando-nos força para concretizarmos o amor em todas as situações, e digamos:
Dai-nos a misericórdia de vosso divino coração.

1- Quando a fome penalizar nossos irmãos...
2- Se a água vier a faltar, trazendo sede e sofrimentos ao povo...
3- Quando faltar a um dos vossos filhos a roupa para se aquecer...
4- Quando vier peregrino, bater à nossa porta...
5- Se a dor da doença deixar nosso irmão abatido...
6- Quando estiveres preso, na cadeia ou em outras escravidões...
7- Na hora em que a morte levar as pessoas queridas, e o luto angustiar nossos semelhantes...
8- Quando alguém precisar de um bom conselho...
9- Se a ignorância expuser nossos irmãos ao constrangimento...
10- No momento em que tivermos que corrigir os que erram o caminho...
11- Na aflição e angústia de nossos semelhantes...
12- Se a dor das ofensas abrirem feridas em nós...
13-Na hora em que a impaciência com o próximo nos desafiar...
14 - E se nos desanimarmos de rezar pelos vivos e pelos mortos...

Vamos juntos com São Francisco até a Capela de Santa Maria dos Anjos?



                  






PAZ E BEM!

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