FRATERNIDADE
FRANCISCANA SECULAR DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS DE PETRÓPOLIS
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Igreja do Sagrado Coração de Jesus
INFORMATIVO
Ano VII DEZEMBRO DE 2015 - Nº 06
ESPIRITUALIDADE FRANCISCANA
SANTA ROSA DE VITERBO
Padroeira da Juventude
Franciscana – JUFRA
CAPÍTULO XVII
DE DEUS E' A VITÓRIA (continuação)
No dia 25 de Janeiro de 1251, o legado
de Inocêncio IV anunciava o
término do exílio. O pontífice exclamou: — Rejubilem os céus e a terra. A
tempestade se transformou em orvalho.
Aguarda o Papa as festividades da
Páscoa para depois abandonar a cidade de Lião e aos franceses, aos quais chama
de filhos muito amados. Entra na Itália em meio às aclamações. Podia, com
razão, repetir aos embaixadores que lhe vieram trazer as felicitações as
palavras da Escritura: — Ele submergiu no mar o cavalo e o cavaleiro.
O cavalo da heresia, que se dissipava,
voltará no correr dos tempos, sob outra forma, montado por outro Lúcifer,
desdobrando outro estandarte. Mas todos estes sinais do mal desaparecerão, um
após outro, ante o sinal da Cruz.
CAPITULO XVIII
EM VITORQUIANO
"Deus me protegeu,
quando de todos os lados
irrompiam chamas e, em
meio do braseiro, o
fogo não me lesou".
(Of. de S. Rosa de Viterbo
—. I as. Vesp. 3» ant.).
A Soriano chegou um peregrino,
narrando, emocionado, que numa cidade vizinha a heresia parecia indestrutível.
— Os que lá vivem já não são homens,
mas animais. Um bando de demônios numa manada de porcos.
Rosa escutava tristemente o relato dos
viajantes e inquiria sobre a distância que separava Soriano de Vitorquiano, a
cidade por muitos chamada maldita.
—- Cerca de quatro horas, por um
caminho infestado de salteadores.
João e Catarina, que desejavam
regressar a Viterbo, acompanharam a pequena missionária. Mas esta partida em
nada se assemelhava à expulsão que tantas mágoas lhes causara. Em lugar dos
brutais soldados, eram desta vez acompanhados por amigos, que choravam ao
vê-los partir tão cedo.
Em Vitorquiano foi recebida sem
constrangimento. Já fôra precedida pela fama de seus milagres. Mas neste
particular, não havia necessidade, pois os doentes consultavam a uma mulher
extraordinária, inteligente e sábia, uma curandeira, profunda conhecedora
das artes mágicas.
Os Bolandistas lhe dão simplesmente o
nome de Herética. Filiada à seita dos Patarinos, combatia violentamente o
Papa e a Igreja que ela chamava de "Igreja do Deus Perverso". Era uma
dessas mulheres que, segundo Jacopone de Todi, "cobria com a longa cauda
do vestido os saltos de cortiça" e sendo pálida, fazia-se rosada e, de
morena, transformava-se em loura, sob a ação de muitos ingredientes.
Combinava unguentos e filtros para toda sorte de maquinações; fabricava figuras
de cera e queimava folhas de louro contra os seus inimigos.
Já o primeiro sermão de Rosa produziu
mudanças. Houve libertinos que mudaram de vida e herejes que abjuraram a
heresia. Como em Viterbo e em Soriano, também aqui era seguida por uma multidão
de ouvintes sempre crescente.
— Ela é uma pequena santa — exclamavam.
Andava de pés descalços,
com passo ligeiro e leve, apenas roçando o solo. Levava a cabeça descoberta, os lindos cabelos ao
vento, vestia um burel desbotado e levava o crucifixo em suas mãos. A nigromante
andava-lhe à espreita e a provocava.
O fato de a pedra onde se encontrava
elevar-se do solo não lhe causava nenhuma admiração, pois ela mesma se poderia
elevar do solo e, ainda mais, poderia transportar-se de um lugar para outro,
com a rapidez do espírito. Ela também tinha visões e fazia semões maravilhosos.
Mas sabia perfeitamente que alguns milagres eram superiores às forças de
Belzebu e temia ser superada pela pequena Santa.
Certo dia, não se podendo mais conter,
irrompe da multidão atenta ao sermão de Rosa, e a apostrofa violentamente.
A menina replica com toda a calma,
pois conhece o conselho franciscano: "Nutre verdadeiro amor por seus
inimigos aquele que, sofrendo uma injustiça, pensa antes de tudo e unicamente
no dano que a injustiça pode causar a si e à sua alma".
A nigromante não se dobrava à
caridade. O ódio por esta inocente lhe devorava as entranhas. Ela a teme e por
isso a combate.
Chegou a época dos torneios entre os
cavaleiros e dos debates poéticos organizados pelos trovadores. Diversões,
instrução, castigos, pregações, passeatas, jogos, teatros, execuções: tudo ao
ar livre.
Em praça pública, iriam medir-se em
duelo a feiticeira e a menina. Tratava-se de uma questão de cortezia e de
amor, relacionada, porém, com a corte celeste e com o amor divino. Rosa rebate
como um doutor os sofismas da nigromante, enquanto a multidão aplaude.
Naqueles tempos, estavam em uso as
estranhas provas chamadas "julgamentos de Deus". O guerreiro devia
provar sua inocência pelas armas. No nosso caso, o céu tomará a defesa da sua
fiel serva. Uma vez que ambas têm o carisma dos milagres, realizar-se-á entre
elas um concurso; somente as preces da Santa serão eficazes.
Foi trazida uma ceguinha e apresentada
à curandeira, que recorreu aos seus auxiliares invisíveis, que de ordinário a
ajudavam em suas curas. Mas os espíritos das trevas manifestaram-se
impotentes. Rosa colocou então as mãos sobre a fronte da ceguinha. Um grito de
alegria e a criança estava curada. O povo começou a escarnecer a feiticeira e a
heresia ia perdendo adeptos. João e Catarina acharam que a situação melhorara
em Vitorquiano e por isso convidaram a filha para regressar a Viterbo.
Mas tal projeto suscitou muitas
lamentações. Os convertidos afirmavam que após a partida de Rosa, a nigromante
retomaria seus sortilégios e, em pouco, destruiria a obra realizada. Rosa
prometeu, então, permanecer em Vitorquiano até alcançar a conversão da
herética.
Diante disso, o povo estupefato não
pôde conter o sorriso. Admiravam a tenacidade e a intrepidez da jovem.
— Nada teme. E' capaz de passar
através das chamas.
Na Ordem Terceira aprendera a História
Sagrada. Os pregadores falavam frequentemente sobre Daniel e ao evocarem a
figura de Nabucodonosor, comparavam-no a Frederico II.
Rosa recordou as
provas que Daniel teve que suportar por amor a Deus e foi ter com a feiticeira,
com a proposta de um jejum de 20 dias.
Continua no informativo – Ano VII - JANEIRO DE 2016 -
Nº 07
SANTOS
FRANCISCANOS
MES DE DEZEMBRO
1 — B. Antonio Bonfadini, 1ª Ordem
2 — B. Carlos de
Blois, 3ª Ordem.
3 — S. Donino, mártir de Ceuta, 1ª Ordem.
4 — B. Pedro de Sena,
3ª Ordem.
5 — S. Hugolino,
mártir de Ceuta, 1ª Ordem
6 — S. Samuel, mártir de Ceuta, 1ª Ordem
7 — S. Maria José
Rosselo, 3ª Ordem.
8 — IMACULADA CONCEIÇÃO
9 — B. João Romano,
3ª Ordem, mártir no Japão
10 — B. Engelberto Kolland, 1ª Ordem, mártir
11 —
B. Hugolino Magalotti, 3ª Ordem.
13 — B. Conrado de Ofida, 1ª Ordem.
14 — B. Bártolo de S. Gimignano, 3ª Ordem.
15 — B. Maria
Francisca Schervier, 3ª Ordem Regular
17 — B. João
de Montecorvino, 1ª Ordem, culto ainda não
aprovado
22 — S. Francisca Xavier Cabrini, 3ª Ordem.
23 — B. Nicolau Fatore, 1ª Ordem.
25 — SOLENIDADE DA NATIVIDADE DE JESUS
26 — B. Bentivólio de Bonis, 1ª Ordem.
29 — B. Gerardo de Valença, 1ª Ordem
30 — B. Margarida Colona, 2ª Ordem