quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

ARAUTO DO GRANDE REI

BOLETIM INFORMATIVO DE DEZEMBRO DE 2013

Presépio e Eucaristia

A conjunção Belém-Greccio, manjedoura-altar já estava presente na liturgia natalina e também na tradição literário-eclesiástica. De fato, percorrendo o tesouro dos escritos eclesiásticos que nos foram legados pelos séculos anteriores, ficamos impressionados em encontrar repetidas vezes a presença da ligação entre Belém e o altar eucarístico. Como em Belém, assim também Jesus desce entre os homens. Em Belém os pastores trouxeram seus dons. Os fiéis, por sua vez, acorrem com suas ofertas ao altar.
A aproximação entre Belém e eucaristia, aliás, é facilmente intuível. “Belém” significa “casa do pão”. O próprio Jesus se tinha definido como “pão descido do céu”, o “pão da vida”, destinado a nutrir seus fiéis no santo sacrifício. Logo que nasceu foi colocado no presépio, isto é, na manjedoura dos animais. Parece que esta circunstância tenha levado antes de tudo os escritores sacros e os oradores da época a vislumbrar ali uma imagem da eucaristia.
Na liturgia do Natal do assim dito Sacramentário gregoriano anualmente ocorria o seguinte texto: “Este que é o pão dos anjos, no presépio da Igreja se tomou alimento dos animais que crêem”.
De fundamental importância também, porque muito usada, é a glosa ordinária a respeito da Sagrada Escritura (século IX) que, comentando São Lucas, explica: “posto no presépio, isto é, o corpo de Cristo no altar”. Aelredo de Rielvaux (abade cistercense do século XII) escreve: “O presépio de Belém, o altar da Igreja… Não temos nenhum sinal tão grande e evidente do nascimento de Cristo, quanto seu corpo e sangue que diariamente comemos no santo altar. Aquele que uma vez nasceu da Virgem, vemo-lo cotidianamente imolado por nós. Por isso, irmãos, acorramos com presteza ao presépio do Senhor….”. A analogia entre Belém e o altar eucarístico ocorre ainda em outros autores do século XII, como Honório de Autun, Hugo de São Vítor, São Bernardo, Zacarias Crisopolitano, Guarnério de Rochefort, Guerrico de Igny. Este último assim se exprime num sermão natalino: “Irmãos, vós também hoje encontrareis um menino envolto em panos e colocado no presépio do altar”. Pedro de Blois, quase contemporâneo de São Francisco, exprime-se mais ou menos com as mesmas palavras: “Irmãos, embora não sejais pastores, hoje vereis o nosso pequeno, que muitos reis e muitos profetas quiseram ver, havereis de vê-lo colocado no presépio do altar, não em aparência de glória, mas envolto em panos”. A idéia do presépio eucarístico, comum a escritores e oradores daquela época, foi retomada, como é fácil perceber, por miniaturistas e artistas, escultores e pintores. A originalidade de Francisco foi de traduzir de forma plástica, simples e realista, ao alcance de todos, a atualização do mistério do nascimento histórico no mistério sacramental da eucaristia.
Não se pode dizer que, para Francisco bem como para os outros autores citados a esse respeito, a atualização do nascimento de Cristo no mistério da Eucaristia seja entendida em sentido indireto, porque o sacramento da eucaristia atualiza direta e propriamente o sacrifício da cruz e o mistério da ceia.


Texto do “Dicionário Franciscano”, uma publicação da Editora Vozes/Cefepal


É Tempo de Advento


Somos convidados a esperar a vinda daquele que plenifica a nossa vida.Primeiramente, queremos reviver em nosso interior a esperança do povo de Israel, povo da promessa. As palavras da Escritura que vamos ouvindo ao longo do Advento vão colocando um novo elã em nosso interior: um menino vai nascer, seu nome é Emanuel, Príncipe da paz, Rei do século futuro. Quando ele chegar vai começar o tempo em que espadas e armas de guerra se transformarão em arados e instrumentos para preparar as terras em vista das plantações. Virá na calada da noite. Quando ele chegar, os anjos cantarão a cantiga da paz.O tempo litúrgico do Advento nos faz reviver a primeira vinda do Senhor. Isaías fala da Virgem que conceberá e dará à luz a um menino. O Batista, ainda no seio de sua mãe, saltará de alegria com a chegada desse menino que é o desejado das colinas eternas. Advento é tempo de prestar atenção nas visitas do Senhor no cotidiano de nossas vidas. Advento é tempo de esperar e não querer se acomodar às coisas que fazemos de maneira tão rotineira. O Advento clama por novidade. O Advento coloca dentro de nós um renovado desejo de santidade. Não podemos ser meros praticantes de orações e pessoas que colocam gestos corretos. Não podemos ser pessoas do mínimo, mas do máximo.Além de uma correção de vida, precisamos ter em nós um fogo santo que nos faça amar aquele que vem com “fome” espiritual.
Esperamos que nossa casa não seja apenas abrigo que nos proteja dos ardores do sol, do frio da chuva, não seja apenas lugar de segurança contra os ladrões, espaço onde ficam nossos livros, onde comemos.
Nesse tempo do Advento temos o direito de esperar que Deus permita que nossa casa seja um lar, um espaço de encontro de pessoas que se estimam, uma hospedaria para Deus quando ele se dignar ser nosso visitante invisível.

Frei Almir Ribeiro Guimarães



A confissão cura a alma



"Todos os grandes santos confessores, como o Cura d'Ars, São Leopoldo Mandic, São Pio de Pietrelcina, também analisavam cuidadosamente o seu próprio estado de saúde espiritual, utilizando-se muitas vezes do confessionário", explicou o cardeal Mauro Piacenza na abertura da 3ª Semana Internacional da Reconciliação, realizada no final de novembro em San Giovanni Rotondo.
O cardeal afirmou que a frase "Creio na remissão dos pecados" é uma antiga profissão de fé, de origem romana, tradicionalmente ligada o anúncio dos próprios apóstolos, e que atingiu a sua formulação definitiva já no século II, embora pequenas variações no texto possam ter ocorrido no período carolíngio.
Em sua raiz, o Credo dos Apóstolos é uma forma extraordinária de professar a fé, afirmou o cardeal, recordando que "Cristo derramou o dom do Espírito Santo sobre os apóstolos vinculando-o à remissão dos pecados cometidos pelos homens".
Apontando no batismo "a primeira e principal forma de remissão dos pecados por obra do Espírito Santo", Piacenza declarou que o batismo e a penitência estão intimamente ligados, já que esta última é referida muitas vezes como um “segundo batismo" ou até mesmo como a "segunda penitência", reconhecendo o batismo como a primeira.
O papa Francisco, recentemente, perguntou aos fiéis se eles sabiam o dia em que foram batizados, para comemorá-lo como se comemora o aniversário de nascimento. Disse o papa: "Quando vamos confessar as nossas fraquezas, os nossos pecados, nós pedimos o perdão de Jesus e também renovamos o batismo com esse perdão. E isso é bonito, é como comemorar o dia do nosso batismo em cada confissão".
De acordo com o penitenciário-mor, o batismo e a confissão reabrem as portas que estavam fechadas por causa das nossas fraquezas. "Deixar-se perdoar por Deus, deixar-se amar pelo amor divino que purifica, é um aspecto fundamental do nosso ser cristãos e, em particular, do nosso ser sacerdotes", ressaltou, acrescentando que um padre "que não se reconcilia com Deus dificilmente será um bom reconciliador dos homens com Deus".
"Ao levantar a mão em bênção e pronunciar a fórmula prescrita de absolvição, o que o sacerdote faz é emprestar o seu corpo e a sua voz para o próprio Senhor, que banha a alma do penitente com o mérito do seu precioso sangue expiatório: aquele sangue que, juntamente com a água, símbolo batismal, fluiu do seu lado sagrado na cruz".

A confissão, prosseguiu o cardeal, não é um trabalho de rotina, muito menos um "aconselhamento", mas um "mistério da fé" e um "sinal sacramental". "É preciso lembrar que o padre, no confessionário, como em outros âmbitos do seu ministério, não fala em seu próprio nome, mas em nome de Cristo e da Igreja, da qual ele é humilde ministro". E esta mesma palavra, do latim minister, significa precisamente servo, "aquele que está a serviço".

Como humildes trabalhadores na vinha do Senhor, acrescentou Piacenza, "nós não somos chamados a reinventar a doutrina e a moral. O que nós temos é o dever de orientar as consciências à luz delas".
O cardeal exortou os sacerdotes a se manterem disponíveis para ouvir as confissões individuais dos fiéis: "É altamente desejável que todos os dias haja um padre no confessionário, inclusive em horários determinados, para que as pessoas possam vê-lo à espera das almas que precisam ser reconciliadas com Deus".
"A experiência ensina que os fiéis recebem este sacramento com alegria nos locais em que eles sabem e veem que há sacerdotes disponíveis. E não podemos nos esquecer da possibilidade de facilitar o recurso dos fiéis ao sacramento da reconciliação e da penitência também durante a celebração da Santa Missa".
Cardeal Mauro Piacenza


"Que o grito dos pobres nunca nos deixe indiferentes"

   Por ocasião da solenidade da Imaculada Conceição de Maria, como manda a tradição, o Santo Padre deslocou-se, pelas 16 horas, à Praça de Espanha, no centro de Roma, para depositar flores e presidir a um momento de oração junto da imagem de Nossa Senhora, ali colocada no século XIX, por vontade do Papa Pio IX, no alto de uma coluna, para celebrar a proclamação, em 1870, do dogma da Imaculada Conceição.
Eis a oração que o Santo Padre dirigiu a Nossa Senhora:
Virgem Santa e Imaculada, a Ti, que és a honra do nosso povo,
e a defensora atenta da nossa cidade, nos dirigimos com confiança e amor.
Tu és a Toda Bela, ó Maria! Em Ti não há pecado.
Suscita em todos nós um renovado desejo de santidade: 
brilhe na nossa palavra o esplendor da caridade, 
habitem no nosso corpo pureza e castidade, 
torne-se presente na nossa vida toda a beleza do Evangelho
Tu és a Toda Bela, ó Maria, Em Ti se fez carne a Palavra de Deus.
Ajuda-nos a permanecer na escuta atenta da voz do Senhor: 
nunca nos deixe indiferentes o grito dos pobres, 
não nos encontre distraídos o sofrimento dos doentes e dos carecidos, 
comovam-nos a solidão dos idosos e a fragilidade das crianças, 
seja sempre amada e venerada por todos nós cada vida humana.
Tu és a Toda Bela, ó Maria! Em Ti, a alegria plena da vida bem-aventurada, com Deus
Faz com que não percamos o significado do nosso caminho terreno, 
ilumine os nossos dias a luz gentil da fé, 
oriente os nossos passos a força consoladora da esperança, 
anime o nosso coração o calor contagioso do amor
permaneçam os olhos de todos nós bem fixos em Deus, onde se encontra a verdadeira alegria.
Tu és a Toda Bela, ó Maria!
Escuta a nossa oração, escuta a nossa súplica: 
haja em nós a beleza do amor misericordioso de Deus em Jesus, 
seja esta divina beleza a salvar-nos e a salvar a nossa cidade, o mundo inteiro.
Amém!

http://www.franciscanos.org.br


 Ritual de Entrada de novos irmãos!
Dia 17 de novembro, festa de nossa padroeira Santa Isabel da Hungria, os irmãos Daniel Silbernagel e, Maria das Graças Amorelli, fizeram o seu ritual de entrada em nossa fraternidade.
Que São Francisco e Santa Clara de Assis estejam intercedendo a Deus pela vida e vocação destes nossos irmãos cuja chegada em nossa fraternidade nos trouxe tanta felicidade!

                           
Nas foto acima Maria das Graças Amorelli e Daniel Silbernagel assinam seu pedido de admissão ao tempo de formação.




Ao lado, os irmãos recebem a Regra e vida que toda a fraternidade observam como medula do Evangelho que é.






Os irmãos lêem o seu pedido de admissão a vida fraterna!






JUBILEU DE VIDA EVANGÉLICA

Dia 20 de novembro às 15h, Frei Luis, a nossa irmã Ministra e um grupo de irmãos(ãs) de nossa fraternidade, visitaram a nossa irmã Carolina Luzia de Jesus para celebrar o seu jubileu de 25 anos de vida evangélica. Carolina, que deixou sua marca em nossa fraternidade, em nossa paróquia e em sua comunidade do Duarte da Silveira com uma vida ativa, em um voluntariado consciente, afirma o quanto Deus é bom conosco pois, se a vida toda se dedicou ao serviço na Igreja, agora, que já não tem condições de sair de casa devido a dificuldade em andar, hoje por este motivo, pode se dedicar a leitura da Palavra de Deus e oração. Atualmente ela esta lendo o livro de Baruc.
Que todos os nossos irmãos(ãs), enfermos e os ativos, possam seguir este exemplo de vida evangélica buscando na palavra de Deus e na oração, força para passar pelas tribulações com alegria no coração, unindo os seus sofrimentos ao sofrimento de Cristo.





FOLDER DISTRIBUÍDO NA MISSA DAS 16:15 HS DO DIA 07 DE DEZEMBRO DE 2013 NA IGREJA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

INFORMATIVO

Ano V  -  DEZEMBRO DE 2013 -  Nº  07

ESPIRITUALIDADE  FRANCISCANA

SANTA  ISABEL  DE  HUNGRIA

Continuação

UM AVISO

Era o ano de 1231. Uma noite, como Isabel estivesse deitada, meio dormindo, meio rezando, Cristo lhe apareceu cerca­do de uma luz deliciosa, e lhe disse em voz muito suave: "Vem, serva minha, chegou o tempo em que te serão recom­pensados os trabalhos, a pobreza, a misé­ria que tomaste sobre ti, por meu amor. Vem, minha terna amiga, minha esposa escolhida, vem comigo para o Taberná­culo que meu Pai te há preparado desde toda a eternidade”.
Apenas despertou, tratou logo de "em­preender os preparativos para a feliz via­gem; dispôs tudo para o seu funeral e enterro; foi pela última vez, visitar todos os seus enfermos, abençoou-os e repartiu entre eles e suas servas tudo que lhe restava.
 O anúncio de sua morte causou-lhe grande satisfação. Vigiara e orara, havia anos, esperando com ânsia que viesse o Senhor bater-lhe a porta.
E poucos dias após, foi minada por uma febre ardente, mas conservou-se sempre satisfeita e alegre, constantemente ocupa­da em orar.
Conta um antigo historiador, que o seu Anjo da Guarda, na voz de um passari­nho, veio anunciar-lhe a eterna alegria: Revelara-lhe que em três dias morreria.

No domingo seguinte, depois das mati­nas, Isabel confessou-se com o Mestre Conrado, e este, acabada a confissão, per­guntou-lhe quais eram as suas últimas vontades acerca dos bens e dos móveis que lhe pertenciam.
— "Bem sabeis, que renuncei a tudo, e antes de mais nada, à minha vontade. Se vós houvésseis permitido, teria já renun­ciado a tudo e vivido numa cela com a ração necessária que os pobres recebem. Distribuí, pois, entre eles tudo o que deixo, exceto este vestido velho e usado,  com o qual quero ser enterrada. Portanto não faço testamento: não tenho outro herdeiro senão Jesus Cristo"!
A única disposição que fez acerca de suas exéquias, foi para ser sepultada na igreja dos franciscanos, por ela fundada.
Desejava que seu corpo, depois da mor­te, descansasse no lugar onde ultima­mente tinha vivido e trabalhado.

A RECOMPENSA

Chegou a hora em que devia abrir-se a cortina que separava ainda da glória in­finita de Deus e do céu, esta alma santa e amiga do Senhor.
A cortina, porém, que existe entre nós e a eternidade, é o tecido do corpo.
Perto da meia-noite, o rosto de Isabel tornou-se de um tal modo resplandecen­te, que mal se podia encarar. Era como se já se cumprisse nela a palavra da Sagra­da Escritura: "Os Santos no reino de meu Pai resplandecerão como o sol".
— "Eis aqui a hora, disse Isabel, em que a Virgem Maria deu à luz. Oh Ma­ria! vinde em meu auxílio. Aproxima-se o momento em que Deus chama sua amiga para as núpcias. Vem o esposo buscar a esposa. Desprezei o reino do mundo pelo amor de Jesus Cristo, meu Senhor, a quem via e amava, em quem acreditava".
Em seguida, pediu silêncio baixou a cabeça, caindo como num doce sono, e rendeu o seu último suspiro.
O seu corpo foi transportado pelos Re­ligiosos Franciscanos para a humilde ca­pela do hospício de S. Francisco, a mesma capela onde Isabel costumava orar.
Na noite precedente, enquanto canta­vam as vésperas dos defuntos, a abadessa de um mosteiro distante, que viera tomar parte na cerimônia fúnebre, ouviu fora, um canto de extraordinária harmonia.
Então viu, sobre o telhado da Igreja, um número infinito de passarinhos até então nunca vistos na Thuringia, os quais cantavam com modulações tão suaves e variadas, que todos os assistentes, fica­ram cheios de admiração.
Dir-se-ía quererem celebrar, a seu modo, as gloriosas exéquias.
Eram os Anjos enviados por Deus, di­ziam alguns, a fim de convidar para o céu a alma de Isabel, e que agora desciam de novo para honrar-lhe o corpo com cân­ticos de celeste alegria.

MILAGRES

As exéquias foram celebradas com a maior solenidade. Talvez ninguém se lem­brasse de orar pelo descanso eterno de Sta. Isabel, pois quem a viu ou tão somente ouvira nela falar, ficara convencido da bemaventurança que sua alma gozava.
Todos elevavam ao céu expressões de fervorosa devoção, implorando a própria Isabel, que intercedesse por eles e conti­nuasse assim, no céu, a obra de misericór­dia e amor aos pobres, que começara aqui na terra.
Grandes milagres deram-se sobre o túmulo de Sta. Isabel. Míseros atacados de graves doenças, surdos, leprosos, para­líticos, e tantos outros infelizes, que vi­nham implorar generosidade, voltavam inteiramente curados.
Almas aflitas e oprimidas pelo jugo do pecado, homens dominados pelas próprias fraquezas e orgulho, pelo ódio e avareza, regressavam arrependidos e convertidos, passando a viver uma vida de mais amor e perdão ao próximo.
Conrado, que tomara parte na infame expulsão de sua cunhada viúva, a duqueza Isabel, do castelo de Wartburgo, foi tam­bém regenerado e convertido. Mostrando-se inteiramente transformado, no ano de 1237, após tomar o hábito da Ordem Teutônica, na Igreja do Hospício, fundada por Sta. Isabel, foi eleito superior da Ordem. Distinguiu-se por sua grande piedade e ilimitada caridade.
Foi este conde Conrado que se dedicou à divulgação da devoção e à canonização de sua cunhada, com o mesmo zelo com que se empenhara o finado mestre Con­rado, confessor e amigo leal de Sta. Isabel.
Por ocasião de sua romaria a Roma, o conde Conrado nas suas conversações que teve com o soberano Pontíficie, falou-lhe a respeito da grande santidade de Isabel, e pediu-lhe com instância, que a canoni­zasse.

Continua no informativo – Ano IV -            JANEIRO DE 2014  -  Nº  08

.X.X.X.X.X.X.X.X. 

SANTOS FRANCISCANOS

MES DE DEZEMBRO
1 — B. Antonio Bonfadini, 1ª Ordem
2 — B. Carlos de Blois, 3ª Ordem.
3 — S. Donino, mártir de Ceuta, 1ª Ordem.
4 — B. Pedro de Sena, 3ª Ordem.
5 — S. Hugolino,   mártir   de  Ceuta, 1ª Ordem                  
6 — S. Samuel, mártir de Ceuta, 1ª Ordem
7 — S. Maria José Rosselo, 3ª Ordem.
8 — IMACULADA CONCEIÇÃO
9 — B. João Romano, 3ª Ordem, mártir no Japão
10 — B. Engelberto Kolland, 1ª Ordem, mártir
11 — B. Hugolino Magalotti, 3ª Ordem.
13 — B. Conrado de Ofida, 1ª Ordem.
14 — B. Bártolo de S. Gimignano, 3ª Ordem.
15 — B. Maria   Francisca   Schervier, 3ª Ordem Regular
17 — B. João   de   Montecorvino, 1ª Ordem, culto ainda não aprovado
22 — S. Francisca Xavier Cabrini, 3ª Ordem.
23 — B. Nicolau Fatore, 1ª Ordem.
25 — SOLENIDADE DA NATIVIDADE DE JESUS
26 — B. Bentivólio de Bonis, 1ª Ordem.
29 — B. Gerardo de Valença, 1ª Ordem
30 — B. Margarida Colona, 2ª Ordem

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

ARAUTO DO GRANDE REI

BOLETIM INFORMATIVO DE NOVEMBRO DE 2013

BEM AVENTURADO JOÃO DA PAZ
(1270  -  1340)
Ermitão da Terceira Ordem (1270-1340). Aprovou seu culto Pio IX no dia 10 de setembro de 1857.
De João da Paz conservam-se notas biográficas em três dísticos colocados no seu túmulo. Neles se afirma em resumo que era de nobre estirpe, que viveu inicialmente como eremita numa mata solitária, mas depois, por amor de Deus, voltou à sua cidade natal e aí construiu uma igreja dedicada à Santíssima Trindade e um oratório a São João Evangelista. Nasceu em Pisa, em 1270, mais ou menos. Recebeu o apelido “da Paz” por ter vivido muito tempo num eremitério situado junto de uma porta da cidade chamada “porta da paz”. Teve na juventude uma educação e formação verdadeiramente cristã. Não admira por isso que o seu nome figure entre os primeiros cristãos de Pisa que abraçaram a ordem terceira da penitência, recentemente instituída pelo pobrezinho para santificação dos simples fiéis. Antes de se fazer terceiro franciscano tinha sido soldado da república de Pisa. Entretanto, iluminado pela graça, foi refletindo sobre seu modo de vida militar, que não lhe pareceu consentâneo com o espírito do Evangelho. Por isso decidiu separar-se do mundo e seguir Jesus mais de perto, pelos caminhos da penitência. Contava com 35 anos quando trocou a vida militar pela de terceiro franciscano. Propôs-se reativar “A Pia Casa da Misericórdia”, com o fim de aliviar os sofrimentos dos pobres, dar abrigos a peregrinos e dedicar-se a outras obras de caridade. Mas não se limitou a isso, até porque o seu ideal e a sua grande aspiração era a vida eremítica. Nesse intuito construiu uma cela junto à porta da paz, e aí se dedicou à penitência e a oração, a fim de alcançar de Deus o perdão para as próprias culpas e implorar para os seus compatriotas, frequentemente vítimas de sangrentas lutas, anelada paz. Durante vários anos João fez brilhar a cidade de Pisa com o esplendor das suas virtudes, e o seu nome andava na boca de toda a gente, para quem ele se mostrava sempre afável e carinhoso, desfazendo-se para bem de todos. Deus fez dele pai espiritual de numerosos discípulos que lhe seguiram o exemplo e se vieram a chamar os “eremitas terceiros franciscanos”. Foi a eles que em 1330 o arcebispo de Pisa entregou o eremitério de Santa Maria da Sambuca, que sob a sua direção veio a produzir belos frutos de santidade. Aí deixou João um grupo dos seus eremitas, enquanto ele voltou para o seu oratório da porta da paz, onde passou o resto dos seus dias numa vida mais celestial do que terrena. Ao atingir a idade de 70 anos, consumidos pela vida austera a que se sujeitara, preparou-se para a morte, que o veio acolher como terna irmã, a 13 de novembro de 1340.
                                                                                                                        http://www.reflexoesfranciscanas.com.br/



A utopia de um mundo onde caibam todos os mundos

Vivemos, para todos os efeitos, em um mundo globalizado. E o que se convencionou chamar de “Globalização” é, no fundo, uma construção ideológica do neo-liberalismo a serviço do mercado que se caracteriza por uma tríplice pretensão: onipotência, onipresença e onisciência. Talvez a melhor caracterização que temos da Globalização seja aquela feita com invejável rigor e plasticidade por E. Morin. Segundo ele, estamos navegando rumo a uma era planetária movida por duas hélices. As hélices não remontam propriamente à imagem do avião, mas aos modelos helicoidais do nosso DNA.
A primeira se encontra sob a hegemonia do poder-dominação e é impulsionada por quatro motores: a ciência sujeita à técnica que, por sua vez, é submetida à indústria, que, por sua vez, é subordinada à lógica do lucro. Deste modo, segundo Morin, a nave espacial Terra é colocada em movimento por esses quatro motores interconectados. A segunda distingue-se pela luta pelos direitos da pessoa humana, pelo direito dos povos à soberania, aos ideais de liberdade, igualdade, fraternidade, democracia.
Não resta dúvida que a Globalização em seu estado atual traz em seu próprio bojo uma gama enorme de transformações de tal sorte que se torna cada vez mais legítimo afirmar que o “nosso tempo” se caracteriza por uma “grande transformação”, cujos sintomas são perceptíveis em fenômenos como: a inovação constante, a crise da sociedade salarial, a financeirização do mundo, a sociedade do risco, do controle e do biopoder, o fim do social numa sociedade dita “pós-social”.
Todavia, o principal resultado da Globalização neoliberal e do Imperialismo é, sem dúvida, a pobreza estrutural na qual vive nada menos que 2/3 da inteira população do Planeta. Precisamente aqui, se revela o caráter estruturalmente excludente da Globalização neoliberal. E essa situação de exclusão se agrava ainda mais quando se tem presente que estamos falando da exclusão não só de pessoas e de setores da população, mas de povos e continentes inteiros. Na sua raiz mais profunda, portanto, a globalização econômica provoca assimetria em todas as esferas: economia, política, cultura e também religião.
Temos testemunhado recentemente o despertar de um verdadeiro imperialismo autoritário com discurso e prática fundamentalistas. Usam-se cada vez mais expressões eufemistas como: “império da paz”, “império da liberdade”, “império da democracia”, “império da civilização”, “civilização do Bem contra o reino do mal”, “guerra infinita”. Nesse sentido, o “novo imperialismo” encarna a síntese de todos os fundamentalismos: político, econômico, cultural e religioso. Embora os fiéis guardiães desse imperialismo sejam os Estados Unidos da América com seu potente exército – e isso ficou claro após as invasões do Afeganistão e do Iraque – seus reais detentores são os representantes do capitalismo global. E estes, por sua vez, são apoiados e sustentados pelos mais poderosos organismos internacionais como o Banco Mundial, o FMI, Organização Mundial do Comércio, etc…
O recurso a alguns dados poderá ilustrar melhor essa situação estrutural de exclusão. Em 1960, para cada pessoa considerada rica no mundo havia 30 pobres; hoje, essa situação se radicalizou de maneira brusca, pois, para cada rico, existem hoje 80 pobres no mundo. Dos 6.200 bilhões de habitantes, cerca de 2.852 bilhões de pessoas vivem na pobreza, dentre os quais, 1.200 se encontram na pobreza extrema. Os que vivem, portanto, na pobreza corresponderiam aproximadamente a 46% da população do Planeta.
Só para se ter uma ideia da gravidade do problema: segundo a FAO, a cada dia, morrem 35.000 crianças de fome, isto é, 10 vezes o número de pessoas mortas na destruição do World Trade Center. Na América Latina, a situação é alarmante: 44,4% da inteira população vivem na pobreza e 19,4% na extrema indigência, perfazendo um total de 63,8% de excluídos. O recurso a estes índices e cifras parece altamente esclarecedor na medida em que nos coloca diante do quadro real e estrutural da Globalização neoliberal, pois, na verdade, dos aproximadamente 6 bilhões de habitantes do inteiro Planeta, apenas 1,5 bilhão de pessoas gozam de todos os benesses produzidos pelos sofisticados meios técnico-científicos enquanto que 4,5 bilhões se encontram numa situação de total exclusão.
Tais constatações levam-nos a refletir seriamente sobre os conflitos provocados pela atual dinâmica da sociedade contemporânea. O primeiro deles seria entre a reprodução da humanidade e os destinos do Planeta. Encontramo-nos, para todos os efeitos, encurralados dentro de um beco-sem-saída: de um lado, nossas sociedades têm cada vez mais necessidade da Terra e de seus recursos; de outro, o Planeta suporta cada vez menos nosso crescimento. Não menos grave é o conflito entre a reprodução do capitalismo e da humanidade. A reprodução do capitalismo está cada vez menos relacionada com a reprodução da humanidade, pelo fato do capitalismo se autonomizar cada vez mais da sociedade na qual se encontra inserido.
E, por último, a Terra e as pessoas humanas que nela habitam estão à mercê de uma economia que se impõe como a fatalidade do “nosso tempo”. Trata-se de um acirrado conflito entre a reprodução do capitalismo, incluída naturalmente parte da humanidade ligada a suas atividades e a seus produtos, e a reprodução da Terra com o conjunto de suas criaturas. Numa palavra, as prioridades do capitalismo neo-liberal são radicalmente distintas daquelas orientadas pela ética e pelos valores humanos.
Consciente desta alarmante situação, pergunta-se E. Morin: “Seremos capazes de ir rumo a uma sociedade-mundo portadora do nascimento da própria humanidade? Eis a questão. A humanidade está em formação. Há possibilidade de rechaçar a barbárie e realmente civilizar os humanos? Será possível salvar a humanidade, realizando-a? Nada está definido, nem o pior”. Talvez seja esse, de fato, o grande desafio que nos é lançado em meio à conjuntura atual: a humanidade não está conseguindo mais gerar a humanidade. Nesse caso, a segunda hélice da qual falava Morin precisa ser reforçada pela inteligência e consciência humanas para que a nave espacial Terra não se torne um Titanic.
Toda a reflexão que fizemos até agora desembocará espontaneamente na eleição de uma perspectiva a partir da qual compreender esta complexa realidade e se posicionar coerentemente face à mesma. Como criaturas limitadas que somos devemos renunciar a toda e qualquer pretensão de totalidade. Enquanto tais, nós poderemos, na melhor das hipóteses, ensaiar, quem sabe, achegas distintas à realidade no seu complexo. Tais achegas, contudo, serão sempre parciais e fragmentadas. Nada além de simples clareiras que se abrem a partir de distintas perspectivas parciais. Esse é nosso limite, mas é também nossa chance, possibilidade privilegiada de compreensão da realidade e do conseqüente engajamento responsável em seu complexo tecido.
Além do mais, uma específica parcialidade inerente à fé cristã fica por conta da consciência da imprescindibilidade de se manter a fidelidade à parcialidade evangélica testemunhada por Jesus de Nazaré. Como cristãos somos desafiados a manter aquela sadia solidariedade para com Jesus na sua parcialidade de pregador enviado a anunciar a Boa-nova aos pobres e aos excluídos. A assunção dessa parcialidade evangélica permitirá a nós cristãos ver determinadas coisas que só se vêm a partir da condição na qual eles se encontram. E o que é ainda mais importante: levar-nos-á a uma correção da própria maneira de pensar e de conceber as grandes questões que assolam a grande maioria de nossas populações condenando-as à trágica condição de vítimas indefesas e inocentes.
Talvez hoje, mais do que nunca, os pobres têm sido colocados à margem de nossas relações econômicas, políticas, sociais e culturais a ponto de serem completamente excluídos de toda e qualquer convivência humana e social. Talvez a maior exclusão seja a de sequer prestar ouvidos aos clamores dos pobres por mais vida. Até mesmo seu clamor tem sido hoje silenciado mediante o recurso a tantos expedientes escusos e sofisticados. Chega-se a provar hoje em não poucos ambientes uma resistência ferrenha a sequer mencionar a existência dos pobres. Eles se encontram, de fato, completamente excluídos até de nossas agendas nesse princípio de século. Enquanto cristãos, inseridos na realidade do continente latino-americano neste limiar de século XXI, jamais poderemos ignorar aquela preciosidade que aflorou no coração mesmo de nossas comunidades que é “a opção pelos pobres contra a sua pobreza” como a caracterizou magistralmente o Documento de Puebla, aprofundando assim os sulcos abertos pela Conferência de Medellín.
Diante da gravidade desta situação, qual a posição do Cristianismo que se caracteriza como uma religião com pretensões de universalidade? Tendo presente que as maiores contradições e assimetrias se dão no Terceiro Mundo, onde se encontra 70% dos cristãos, o que teríamos nós cristãos a dizer diante do caráter eminentemente escandaloso desta situação? Qual seria nossa contribuição específica no processo de superação desta exclusão estrutural? Estamos dispostos a fomentar uma globalização não dos interesses do mercado e do capital transnacional, mas da solidariedade e da esperança, da justiça e da paz, dos direitos humanos, sociais e ecológicos? Seria utópico, de nossa parte, engajar-se na construção de um mundo onde caibam todos os mundos?
                                                                                                                                     Frei Sinivaldo Tavares, OFM. 



Santa Isabel, Padroeira da Ordem Terceira


Diz a lenda que Isabel foi invocada mesmo antes de nascer. Um vidente anunciou seu glorioso nascimento como estrela que nasceria na Hungria, passaria a brilhar na Alemanha e se irradiaria para o mundo. Citou-lhe o nome, como filha do rei da Hungria e futura esposa do soberano de Eisenach (Alemanha).
De fato, como previsto, a filha do rei André, da Hungria, e da rainha Gertrudes, nasceu em 1207. O batismo da criança foi uma festa digna de reis. E a criança recebeu o nome de Isabel, que significa repleta de Deus.
Ela encantou o reino e trouxe paz e prosperidade para o governo de seu pai. Desde pequenina se mostrou de fato repleta de Deus pela graça, pela beleza, pelo precoce espírito de oração e pela profunda compaixão para com os sofredores.
Tinha apenas quatro aninhos quando foi levada para a longínqua Alemanha como prometida esposa do príncipe Luís, nascido em 1200, filho de Hermano, soberano da Turíngia. Hermano se orientava pela profecia e desejava assegurar um matrimônio feliz para seu filho.
Dada a sua vida simples, piedosa e desligada das pompas da corte, concluíram que a menina não seria companheira para Luis. E a perseguiam e maltratavam, dentro e fora do palácio.
Luis, porém, era um cristão da fibra do pai. Logo percebeu o grande valor de Isabel. Não se impressionava com a pressão dos príncipes e tratou de casar-se quanto antes. O que aconteceu em 1221.
A Santa não recuava diante de nenhuma obra de caridade, por mais penosas que fossem as situações, e isso em grau heróico! Certa vez, Luis a surpreendeu com o avental repleto de alimentos para os pobres. Ela tentou esconder… Mas ele, delicadamente, insistiu e… milagre! Viu somente rosas brancas e vermelhas, em pleno inverno. Feliz, guardou uma delas.
Sua vida de soberana não era fácil e frequentemente tinha que acompanhar o marido em longas e duras cavalgadas. Além disso, os filhos, Hermano, de 1222; Sofia, de 1224 e Gertrudes, de 1227.
Estava grávida de Gertrudes, quando descobriu que o duque Luis se comprometera com o Imperador Frederico II a seguir para a guerra das Cruzadas para libertar Jerusalém. Nova renúncia duríssima! E mais: antes mesmo de sair da Itália, o duque morre de febre, em 1227! Ela recebe a notícia ao dar à luz a menina.
Quando Luis ainda vivia, ele e Isabel receberam em Eisenach alguns dos primeiros franciscanos a chegar na Alemanha por ordem do próprio São Francisco. Foi-lhes dado um conventinho. Assim, a Santa passou a conhecer o Poverello de Assis e este a ter freqüentes notícias dela. Tornou-se mesmo membro da Família Franciscana, ingressando na Ordem Terceira que Francisco fundara para leigos solteiros e casados. Era, pois, mais que amiga dos frades. Chegou a receber de presente o manto do próprio São Francisco!
Morto o marido, os cunhados tramaram cruéis calúnias contra ela e a expulsaram do castelo de Wartburgo. E de tal forma apavoraram os habitantes da região, que ninguém teve coragem de acolher a pobre, com os pequeninos, em pleno inverno. Duas servas fiéis a acompanharam, Isentrudes e Guda.

De volta ao Palácio quando chegaram os restos mortais de Luís, Isabel passou a morar no castelo, mas vestida simplesmente e de preto, totalmente afastada das festas da corte. Com toda naturalidade, voltou a dedicar-se aos pobres. Todavia, Lá dentro dela o Senhor a chamava para doar-se ainda mais. Mandou construir um conventinho para os franciscanos em Marburgo e lá foi morar com suas servas fiéis. Compreendeu que tinha de resguardar os direitos dos filhos. Com grande dor, confiou os dois mais velhos para a vida da corte. Hermano era o herdeiro legitimo de Luis. A mais novinha foi entregue a um Mosteiro de Contemplativas, e acabou sendo Santa Gertrudes! Assim, livre de tudo e de todos, Isabel e suas companheiras professaram publicamente na Ordem Franciscana Secular e, revestidas de grosseira veste, passaram a viver em comunidade religiosa. O rei André mandou chamá-las, mas ela respondeu que estava de fato feliz. Por ordem do confessor, conservou alguma renda, toda revertida para os pobres e sofredores.

Construiu abrigo para as crianças órfãs, sobretudo defeituosas, como também hospícios para os mais pobres e abandonados. Naquele meio, ela se sentia de fato rainha, mãe, irmã. Isso no mais puro amor a Cristo. No atendimento aos pobres, procurava ser criteriosa. Houve época, ainda no palácio, em que preferia distribuir alimentos para 900 pobres diariamente, em vez de dar-lhes maior quantia mensalmente. É que eles não sabiam administrar. Recomendava sempre que trabalhassem e procurava criar condições para isso. Esforçava-se para que despertassem para a dignidade pessoal, como convém a cristãos. E são inúmeros os seus milagres em favor dos pobres!
De há muito que Isabel, repleta de Deus, era mais do céu do que da terra. A oração a arrebatava cada vez mais. Suas servas atestam que, nos últimos meses de vida, frequentemente uma luz celestial a envolvia. Assim chegou serena e plena de esperança à hora decisiva da passagem para o Pai. Recebeu com grande piedade os sacramentos dos enfermos. Quando seu confessor lhe perguntou se tinha algo a dispor sobre herança, respondeu tranquila: “Minha herança é Jesus Cristo!” E assim nasceu para o céu! Era 17 de novembro de 1231.
Sete anos depois, o Papa Gregório IX, de acordo com o Conselho dos Cardeais, canonizou solenemente Isabel. Foi em Perusa, no mesmo lugar da canonização de São Francisco, a 26 de maio de 1235, Pentecostes. Mais tarde foi declarada Padroeira da Ordem Franciscana Secular.
                                                                  FREI CARMELO SURIAN, O.F.M.