domingo, 28 de dezembro de 2014

ARAUTO DO GRANDE REI

BOLETIM  INFORMATIVO  DE  DEZEMBRO  DE  2014

NATAL O NASCIMENTO DO SENHOR

“Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados”!



Natal Deus se comunica!
Deus não quis permanecer só em seu indecifrável mistério. Não quis ficar isolado na sua inacessível onipotência. Quis mostrar-se, fazer-se presente,
de um modo pleno e definitivo. Foi do seu desejo estabelecer uma comu-nhão conosco.
Por isso veio a nós! Penetrou na fragilidade da criação. Ele quis nos presen-
tear. Não com um presente qualquer, uma sobra, algo que não mais lhe fazia falta… Deus presenteia nada mais nada menos do que a si mesmo.
Veio ao encontro de uma criatura especial, capaz de recebê-lo. Para poder se dar, precisa de alguém que possa receber. Este alguém é o ser humano.
O homem é o receptáculo de Deus. Nossa vida somente encontra sentido e verdadeira realização quando é capaz de receber e hospedar a Deus.

A dimensão cósmica do Natal:
“Alegres pelo nascimento de Cristo, as montanhas e as colinas se inclinam e os elementos do mundo, num inefável gozo, executam neste dia uma melodia sublime”

(PL 86, 118 – Liturgia Antiga)
“Deus em seu Filho que nasce, enobrece toda a criação, fazendo-a divina… (St. Atanásio). Há, pois, um caráter filial e fraternal em toda a criação. Em Cristo, somos irmãos de todas as coisas… o mundo foi visitado definitivamente por Deus. A criação se alegra, canta e se extasia com o Hóspede divino.
Demos, neste dia santo, água às nossas flores. Tratemos bem nossos animais. Saudemos a natureza de nossas janelas. Pisemos com cuidado o chão dos nossos caminhos para não atropelarmos nenhuma vida. Todos somos cristificados. Somos irmãos. E o irmãos se tratam com carinho e cortesia.
“Demo-nos presentes porque Deus nos deu um presente sem preço: deu-se a si mesmo num menino!”
São Francisco queria, neste dia em que o Verbo se fez carne, que todos comessem carne fartamente. Que se jogassem sementes pelas estradas para que as aves tivessem com que comer. Que aqueles que possuíssem um asno e um boi lhes dessem muita forragem. Porque na noite santa do Natal, a Virgem colocou seu gracioso Menino entre o asno e o boi. Que todos se lembrassem de que somos irmãos uns dos outros e que se presenteas-sem mutuamente.
“O Natal ensina que o homem chegou em Deus porque Deus chegou primeiro ao homem. E Deus chegou ao homem porque havia, feita por Deus mesmo, uma abertura infinita nele. Ele era um vazio à espera de uma plenitude. Eis que com a encarnação de Deus a abertura se plenificou e o vazio se saciou. Assim, o homem tornou-se Deus porque Deus se tornou homem. É a encarnação! “Na realidade, o mistério do homem só se ilumina verdadeiramente no mistério do verbo encarnado… Cristo manifesta plenamente o homem ao próprio homem e lhe descobre a sua altíssima vocação”(Gaudium et Spes, 22).
“Sempre haverá uma estrela no caminho de quem procura.
Importa procurar…”
 http://www.franciscanos.org.br

O teu desejo é a tua oração

Meu coração grita e geme de dor (Sl 37,9). Há gemidos ocultos que não são ouvidos pelos homens. Contudo, se o coração está possuído por tão ardente desejo que a ferida interior do homem se manifesta em sons externos, procuramos a causa e dizemos a nós mesmos: talvez ele tenha razão de gemer, e talvez lhe tenha sucedido algo. Mas quem pode compreender esses gemidos, senão aquele a cujos olhos e ouvidos eles se dirigem? Por isso diz: Meu coração grita e geme de dor. Porque os homens, se ouvem às vezes os gemidos de um homem, ouvem freqüentemente os gemidos da carne; mas não ouvem o que geme em seu coração.
 E quem seria capaz de compreender por que grita? Escuta o que diz: Diante de vós está todo o meu desejo (Sl 37,10). Não diante dos homens, que não podem ver o coração, mas diante de vós está todo o meu desejo. Se, pois, o teu desejo está diante do Pai, ele que vê o que está oculto, te recompensará.

 Teu desejo é a tua oração; se o desejo é contínuo, também a oração é contínua. Não foi em vão que o Apóstolo disse: Orai sem cessar (1Ts 5,17). Será preciso ter sempre os joelhos em terra, o corpo prostrado, as mãos levantadas, para que ele nos diga: Orai sem cessar? Se é isto que chamamos orar, não creio que possamos fazê-lo sem cessar.
 Há outra oração interior e contínua: é o desejo. Ainda que faças qualquer outra coisa, se desejas aquele repouso do sábado eterno, não cessas de orar. Se não queres cessar de orar, não cesses de desejar.
 Se teu desejo é contínuo, a tua voz é contínua. Ficarás calado, se deixares de amar. Quais são os que se calaram? Aqueles de quem foi dito: A maldade se espalhará tanto, que o amor de muitos esfriará (Mt 24,12).
 O arrefecimento da caridade é o silêncio do coração; o fervor da caridade é o clamor do coração. Se tua caridade permanece sempre, clamas sempre; se clamas sempre, desejas sempre; se desejas, tu te recordas do repouso eterno.
 Diante de vós está todo o meu desejo. Se o desejo está diante de Deus, o gemido não estará? Como poderia ser assim, se o gemido é a expressão do desejo?
 Por isso o salmista continua: Meu gemido não vos é oculto (Sl 37,10). Não é oculto para Deus, mas é oculto para a multidão dos homens. Ouve-se por vezes um humilde servo de Deus dizer: Meu gemido não vos é oculto e vê-se também esse servo sorrir. Será por que o desejo está morto em seu coração? Se o desejo permanece, também permanece o gemido; este nem sempre chega aos ouvidos dos homens, mas nunca está longe dos ouvidos de Deus.
                                                                                           Dos Comentários  sobre os Salmos, de Santo                                                                                                                Agostinho, bispo

                               O que está por trás da festa do Natal


Frei Luiz Iakovacz

Quando chega dezembro, todos, quase que automaticamente, nos ligamos ao Natal, a festa mais esperada do ano. Com oferta de empregos temporários e o décimo terceiro nas mãos, o comércio explora, exaustivamente, a compra de presentes; doam-se Cestas de Natal; empresas e pastorais promovem encerramento das atividades com ‘amigo secreto’; a Ceia é recheada de comida-bebida e troca de presentes; outros viajam para encontrarem familiares; e muito mais!
Nós, cristãos, precisamos priorizar Jesus Cristo. Ele não é um acréscimo ao que foi dito acima, mas a essência de tudo. Para isso, a Igreja oferece vários meios, sendo que a Liturgia é o principal deles.
O profeta Isaías anuncia que o Messias nascerá de uma donzela (Is 7,14) e que se chamará “Príncipe da Paz” (Is 9,5); por isso, uma das realidades dos tempos messiânicos é a harmonia entre os seres humanos e, estes, com a natureza (Is 11,6-9).
João Batista é a voz que grita, conclamando o povo a uma verdadeira conversão, aplainando as montanhas da autossuficiência e nivelando os buracos que causam a queda de tantos irmãos. 
Ele quer endireitar a vida dos que andam transviados em vista da vinda do Senhor (Lc 3,3-6). A pessoa de Maria, mãe e agraciada por Deus, nos lembra a ternura feminina no lar e na sociedade.
Porém, é oportuno dizer que o Natal de Jesus foi muito conflitivo.
Maria, com seu “sim”, aceitou a maternidade, sendo virgem. Como explicá-la a José, seu noivo, e à comunidade?! Quem iria acreditar que era obra do Espírito Santo (Lc 1,35)? Conforme o costume judaico, todo o adultério, seguido ou não de uma gravidez, era passível de denúncia pública e até de apedrejamento. Se Deus interveio junto a José para que acolhesse Maria e adotasse o filho, dando-lhe o nome e a linhagem davídica (Mt 1,20-21), não podemos, também, desconsiderar a postura de Maria que, com sua ternura e convicção em assumir as consequências do seu “sim”, ajudou “acalmar” esta constrangedora situação.
Como não pensar na inviabilidade de alguém, prestes a dar a luz, fazer uma viagem no lombo de um burrinho de, aproximadamente 150 km, por causa do recenseamento? (Lc 2,1-7). Que dizer de um nascimento numa gruta e do recém-nascido estar envolto em “paninhos” (Lc 2,12), isto é, em extrema pobreza?
Como não pensar na morte sanguinária e sumária das crianças de Belém por que o rei Herodes temia perder o trono (Mt 2,16-18)? Como não pensar na fuga apressada para o Egito (Mt 2,13-15)? Como não pensar na “tristeza interior” de José que, ao voltar do Egito, tinha a intenção de morar em Belém, mas sabendo que o filho de Herodes era tetrarca da região e, por isso, foi a Nazaré, fora da jurisdição de Arquelau?”(Mt 2,1923)?
Pode ser que essa conflituosa situação do nascimento de Jesus não tenha acontecido “ipsis litteris”, isto é, assim como os Evangelhos nos relatam. Estes foram escritos muitos anos depois e, talvez, sem provas consistentes.
Uma coisa, porém, é certa: precisamos ter uma postura de insatisfação com o “natal comercial” e com o “romântico presépio” de São Francisco. Quiçá, ele também esteja inconformado. Somemo-nos a ele e a todos os que lutam por um Natal mais cristão.


Símbolos natalinos

Presépio - Palavra hebraica que significa manjedoura, estábulo.

Boi e jumento - Imagem presente nos escritos apócrifos. No imaginário popular, estes animais representam o calor da criação que quer ver vivo tudo o que nasce e deve viver.

Anjos cantores - Anunciam uma boa notícia: “Glória no mais alto dos céus e paz na terra aos homens de boa vontade”. Mensageiros dos céus que confirmam o nascimento do Filho de Deus. Os traços infantis dos anjos representam, na tradição cristã do Natal, sinal de pureza e inocência.

Estrela - Tem 4 pontas e 1 cauda luminosa. As 4 pontas representam as 4 direções da terra: norte, sul, este e oeste, de onde vêm os homens para adorar a grande luz que é o Filho de Deus. Lembra que Ele veio para todos.

Os três Reis Magos - Receberam nomes populares: Baltazar (deformação de Baal-Shur-Usur-Baal, que protege a vida do rei), Belquior e Gaspar. Eles trazem ouro, incenso e mirra para o Menino Rei, Deus e Salvador. Significam três grandes dimensões do ser humano: espírito, corpo e coração. No século XV, lhes são atribuídas etnias: Belquior (ou Melchior) passa a ser da raça branca; Gaspar, amarelo, e Baltazar, negro, para simbolizar o conjunto da humanidade que vê e conhece o Salvador.

Pinheiro de Natal - Da tradição medievais, de fundo cristão, que reúne dois símbolos religiosos: a luz e a vida. Faziam alusão ao Paraíso, representado plasticamente por uma árvore carregada de frutos. Representa a fecundidade.

Bolas coloridas - Simbolizam os frutos, dons maravilhosos daquela árvore viva que é Jesus. São as boas ações daqueles que vivem em Jesus e como Jesus.

Velas - Na chama da vela estão presentes todas as forças da natureza. Vela acesa é símbolo de individuação dos anos vividos. Tantas velas, tantos anos. E um sopro pode apagá-las para que de novo possamos reacendê-las no ano vindouro. Para os cristãos, as velas simbolizam a fé e o amor consumido em favor da causa do Reino de Deus. Velas são como vidas entregues para viver.

Sinos natalinos - As renas carregam sinos de anúncio e de convocação. Os sinos simbolizam o respeito ao chamado divino e evocam, quando presos em torres, tudo o que está suspenso entre o céu e a terra, e portanto, são o ponto de comunicação entre ambos.

Cartões, presentes e ceia de Natal - A ceia nos lembra o ato de Amor de Jesus. Lembra também nossa origem judaica enquanto religião que celebra a fé em torno de uma mesa de família.

www.franciscanos.org.br

Maternidade divina de Maria

Frei Clarêncio Neotti, OFM

O primeiro dos quatro dogmas marianos é o da maternidade divina de Maria. Primeiro, historicamente. Primeiro, como razão de todos os outros. O dogma que declara verdade de fé que Maria é Mãe de Deus foi proclamado pelo Concílio de Éfeso, no ano 431. Maria recebeu o nome de “Theotokos”, palavra grega que diz exatamente “Mãe de Deus”, e foi julgado insuficiente o título de “Christotokos”, ou seja “Mãe de Cristo”.
A controvérsia era chefiada, de um lado, pelo Patriarca de Constantinopla, Nestório, bispo famoso como orador sacro, como líder e organizador, como conhecedor das Escrituras; por outro lado, o Patriarca de Alexandria, Cirilo, também exímio pregador, teólogo refinado, excelente bispo. Ambos tinham seguidores bispos, padres, leigos.
Nestório ensinava que Maria era só mãe do Cristo-homem, porque lhe parecia absurdo uma criatura ser mãe do criador. Cirilo contestava com veemência, afirmando que não podia haver dois Cristos, um homem e outro Deus. E havendo um Cristo só, embora com duas naturezas inseparáveis, Maria era mãe do Cristo-homem e mãe do Cristo-Deus, portanto sua maternidade era tão divina quanto humana, ela era verdadeiramente “Theotokos”, Mãe de Deus. O Concílio deu razão a Cirilo e declarou herética a posição de Nestório que, humildemente, se retirou da vida pública e voltou à vida que levava antes de ser bispo e patriarca, a vida de monge.
Na carta encíclica “Fulgens Corona”, com que o Papa Pio XII comemorou os cem anos do dogma da Imaculada Conceição, vem lembrado que a maternidade divina de Maria constitui a mais alta missão, depois da que recebeu o Cristo, na face da terra, e que esta missão exige a graça divina em toda a sua plenitude. Continua o Papa: “Na verdade, desta sublime missão de Mãe de Deus nascem, como duma misteriosa e limpidíssima fonte, todos os privilégios e graças, que adornam, duma forma admirável e numa abundância extraordinária, a sua alma e a sua vida. Por isso, com razão declara Santo Tomás de Aquino que a Bem-Aventurada Virgem Maria, pelo fato de ser Mãe de Deus, recebe do bem infinito, que é Deus, uma certa dignidade infinita” (n.10).
Embevecido diante do mistério da maternidade divina de Maria, São Boaventura (+1274), compôs um longo hino de louvor à maneira do Te Deum. Destaco alguns versos:”Os coros dos anjos, com vozes incessantes, te proclamam: santa, santa, santa, ó Maria, Mãe de Deus, mãe e virgem ao mesmo tempo! Os céus e a terra estão cheios da majestade vitoriosa do Fruto do teu ventre! O glorioso coro dos apóstolos te aclama Mãe do Criador! Celebram-te todos os profetas, porque deste à luz o próprio Deus! A imensa assembléia dos santos mártires te glorifica como Mãe do Cristo. A multidão triunfante dos confessores prostra-se diante de ti, porque és o Templo da Trindade!”.


www.franciscanos.org.br

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

FOLDER DISTRIBUÍDO NA MISSA DAS 16:15 HORAS DO DIA 06 DE DEZEMBRO DE 2014 NA IGREJA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS




FRATERNIDADE FRANCISCANA SECULAR DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS DE PETRÓPOLIS


RUA FREI LUIZ,26
CEP 25685-020 PETRÓPOLIS – RJ
Blog: ofssagradopetropolis.blogspot.com
E-MAIL: ofspetro@ig.com.br
TEL: (24) 2242-7984

Reunião mensal: 3° domingo às 14:00 horas – com a Missa aberta a todos às 16:00 horas
Expediente da Secretaria: 3ª e 5ª feiras das       14:00 às 17:00 horas.

Missa no 1° sábado de cada mês às 16:15 horas na Igreja do Sagrado Coração de Jesus



INFORMATIVO
Ano VI  DEZEMBRO DE 2014 -  Nº  07

ESPIRITUALIDADE  FRANCISCANA

SANTA ROSA DE VITERBO

Padroeira da Juventude Franciscana – JUF

CAPÍTULO   V

DIAS   DE   ASSOMBRO   (continuação)

       Ao toque do Ângelus, nos sermões, comentavam-se em voz baixa as recentes atrocidades de Frede­rico II, para destruir o que ele chamava "a cizânia da liberdade". O tratamento a que submeteu os re­féns em Bréscia, colocando-os vivos diante das máquinas de guerra, provocou comiseração e indignação gerais. Excomungado pela segunda vez em 20 de março de 1239, ergueu-se, mais violentamente que nunca, contra o Papa, secundado por seus filhos legítimos e bastardos e por seus vassalos, cujas cruel­dades recebiam o aplauso do Imperador.
    Assim escrevia ao filho Ênzio, em 14 de Outubro de 1239: "Quanto ao que tiveste o cuidado de nos comunicar a respeito dos habitantes de Città de San Angelo, contra os quais procedeste com justiça, con­forme o reclamava a sua maldade, destruindo-lhes as muralhas, queimando-lhes as estalagens e as habitações, enforcando, mutilando, banindo e desterrando os homens para sempre, foi de sumo agrado à nos­sa alteza e queremos que este local permaneça deso­lado".
     Os partidários de Frederico eram os gibelinos, os do Papa eram os guelfos. Podia-se pertencer ora a um partido, ora a outro. Assim sucedeu com Dante e mais tarde com Otão IV, que de guelfo passou a gibelino, ao se tornar imperador. Enquanto os guer­reiros das duas partes se mediam nas batalhas, os poetas trocavam entre si maldições e injúrias.
     Um amigo do Imperador cantava: "As estrelas e o vôo dos pássaros anunciam que o mundo todo ge­merá aos golpes de um só martelo. Roma, sempre hesitante, agitada por tantos erros, deixará o título de capital do mundo".
     E o poeta guelfo respondia, visando Frederico: "A Escritura o anuncia, a voz do povo o repete, teus pecados falam com eloquência: terás vida breve e castigo eterno".

CAPITULO  VI

CANTO   NAS   TREVAS

                                                                                  "Eleva-se um canto, cuja suavidade não posso com-                                                                                     parar a música alguma, porque conhecemos apenas                                                                                      as da terra. Mas a harmonia de que fa­lo brota  do
                                                                                   além e sobrepuja as modulações deste mundo.  Os
                                                                                   cantos terrenos são apenas uma sombra para preli-
                                                                                   bá-la" (Luís Lefebvre, Empreints d'Assise).

       Quando a doçura do Evangelho está por se der­ramar sobre muitas almas transidas, suscita Satã um pala-dino para atacar a Igreja. Frederico II, príncipe hipócrita e dissoluto, cego pelo orgulho e senhor de certo engenho, seria capaz de implantar na Europa um novo paganismo. Suas táticas, universalmente co­nhecidas, pareciam infalíveis.
       O filho Ênzio punha-as diligentemente em prática; o genro Ezelino interpretava-as sabiamente. O ambien­te enchia-se com os rumores das façanhas de Ezelino: destruição em Vicença, torturas e execuções de re­féns, calabouços de Pádua que levavam o nome de Zélios e de Malta,  onde eram encerrados os prisio­neiros; cisternas de Verona muradas sobre as vítimas.
       Na eternamente renovada batalha entre os anjos e os demônios, podem-se facilmente identificar os sol­dados dos dois exércitos: o distintivo dos primeiros é a alegria e dos últimos a tristeza.
Ao tempo em que os súditos do Inferno se movi­mentavam, preparando-se para o combate e a matança, Francisco estendia suas mãos ao Serafim, pa­ra receber os sinais do Mestre. Francisco encerrava a sua peregrinação no alvorecer do século em que Frederico queria imprimir seu sinete. Morria, nem se­quer suspeitando da maldade de Frederico, pois que declarara aos seus Frades:
"Se eu conhecesse o Imperador, lhe suplicaria que neste dia (Natal) ordenasse a todos distribuir ali­mento aos pássaros, mormente às nossas irmãs an­dorinhas; e aos que tivessem animais nos estábulos, por amor ao Menino Deus nascido num estábulo, lhes dessem neste dia um alimento farto e saboroso. E desejava também que neste dia os ricos recebessem os pobres em suas mesas".
Mas o Imperador zombava das andorinhas, dos animais nos estábulos e dos pobres nos tugúrios. Uma tal petição, sem dúvida, lhe teria despertado o riso. Pois ignorava inteiramente a nova alegria que os­tentava um nome novo "a perfeita alegria".
Francisco acabava de revelar ao mundo os acordes desta melodia e seus irmãos, seus filhos, os homens amigos dos anjos, todos sabiam que a perfeição des­ta felicidade se encerrava na fórmula: "suportar, por amor de Cristo, sofrimentos, injúrias e injustiças de toda espécie".
Seus discípulos, ao atravessarem as cidades, deviam, como "bons jograis de Deus, enternecer o coração dos homens, elevando-os à alegria espiritual".
Ao pregar diante do Papa e dos cardeais, o Santo foi tomado de tal emoção, que, enquanto falava, se pôs a dançar, ao ritmo do canto que lhe brotava da alma.
Entregue à oração, Frei Masseo deixava escapar um grito de alegria, semelhante ao arrulho da pomba. Interrogado como sentia prazer em cantar uma só nota, respondia que lhe agradava cantar uma só nota, porque sua felicidade estava posta numa só coisa.
Na introdução à Primeira Regra, Francisco não ape­nas convidava à SSma. Virgem para louvar o Rei dos Céus, "mas também aos bem-aven-turados Miguel, Ga­briel, Rafael, aos coros dos espíritos celestiais, a to­dos os santos que foram, são e serão".
Se Francisco já associara os coros dos espíritos gloriosos ao seu pensamento, a resposta ao seu ape­lo "aos santos do futuro" era dada, presentemente, por uma criança de Viterbo. Crescia ela à sombra de uma fortaleza, erguida por uma ave de rapina; e os ecos das violas e flautas, das danças e festas, não lhe interrompiam a prece. Já gozava de tanta fama, que não poucas vezes pessoas da vizinhança e mes­mo estranhos a vinham despertar do seu êxtase para lhe pedir auxílio. Sucedia, mesmo, durante a noite, entregar-se à oração com tal fervor, a ponto de não poder dominar os afetos. Erguia-se, então, abandona­va o aposento e, ao ar livre, os olhos fixos nas estre­las, punha-se a cantar.
Elevada às alturas, nas asas da prece, imitava a andorinha, que solta gritos de alegria na imensidade azul. Os que não dormiam, os que vigiavam, estre­meciam aos acentos desta voz tão pura. Abriam as janelas, as portas, mas a mensageira já havia desapa­recido. E o canto se extinguia depois de se ter uni­do ao do Paraíso e ambos terem-se feito pressentir, como por milagre.

Continua no informativo – Ano V -            JANEIRO DE 2015  -  Nº  08

SANTOS FRANCISCANOS

MES DE DEZEMBRO

1 — B. Antonio Bonfadini, 1ª Ordem
2 — B. Carlos de Blois, 3ª Ordem.
3 — S. Donino, mártir de Ceuta, 1ª Ordem.
4 — B. Pedro de Sena, 3ª Ordem.
5 — S. Hugolino,   mártir   de  Ceuta, 1ª Ordem                  
6 — S. Samuel, mártir de Ceuta, 1ª Ordem
7 — S. Maria José Rosselo, 3ª Ordem.
8 — IMACULADA CONCEIÇÃO
9 — B. João Romano, 3ª Ordem, mártir no Japão
10 — B. Engelberto Kolland, 1ª Ordem, mártir
11 — B. Hugolino Magalotti, 3ª Ordem.
13 — B. Conrado de Ofida, 1ª Ordem.
14 — B. Bártolo de S. Gimignano, 3ª Ordem.
15 — B. Maria   Francisca   Schervier, 3ª Ordem Regular
17 — B. João   de   Montecorvino, 1ª Ordem, culto ainda não aprovado
22 — S. Francisca Xavier Cabrini, 3ª Ordem.
23 — B. Nicolau Fatore, 1ª Ordem.
25 — SOLENIDADE DA NATIVIDADE DE JESUS
26 — B. Bentivólio de Bonis, 1ª Ordem.
29 — B. Gerardo de Valença, 1ª Ordem
30 — B. Margarida Colona, 2ª Ordem

domingo, 30 de novembro de 2014

ARAUTO DO GRANDE REI

BOLETIM INFORMATIVO DE NOVEMBRO DE 2014


A NOVA PRESIDÊNCIA DO CIOFS


Tibor Kauser (Hungria, 55 anos), é o novo Ministro Geral da OFS, após o Capítulo Eletivo realizado hoje em Assis (Itália), onde o resto da Presidência do Conselho Internacional da OFS para os próximos seis anos, também foi escolhido (2014-2020).
 Tibor, eleito no primeiro escrutínio, foi um membro da presidência anterior, que serviu para os últimos seis anos, o cargo de conselheiro para língua Inglesa. Tornou-se o quarto Ministro Geral da OFS após a venezuelana Manuela Mattioli, a italiana Emanuela De Nunzio e a espanhola Encarnita Del Pozo.
Junto com Tibor, foi eleita como Vice-Ministra Geral, Chelito Nunez (Venezuela); Chelito também fazia parte da presidência anterior, mas sua experiência completa 12 anos como Conselheira da Língua Espanhola.
Em relação aos outros conselheiros, cabe destacar que apenas um deles repete desde a presidência anterior, representando uma grande renovação no Conselho Internacional da OFS. A repetição é Ana Fruk, a ex-conselheira da JUFRA, a mudança de área e vem para representar a Europa-1 Inglês / área alemã.
Attilio Galimberti (Área Europa-2 Inglês / Italiano), Ana Maria Raffo (espanhol Latina Área América), Silvia Diana (Área Português / Espanhol Latino Americano do Sul), Jenny Harrington (Área Inglês North America / África), Agostinho Young (Inglês Ásia Área / Oceania) e Michel Janian (área de Francês) completam os Conselheiros da Presidência e da área.
Finalmente, Andrea Odak (Bósnia e Herzegovina), será a conselheira da Presidência para Juventude Franciscana, que também faz Coordenadora da Juventude Franciscana Internacional.
 O novo Conselho da Presidência tomou posse de seu novo serviço em uma missa de ação de graças celebrada na Basílica Superior de São Francisco, presidida pelo Ministro Geral da TOR Fr. Nicholas Polichnowski, que também presidiu o Capítulo Eletivo da Fraternidade Internacional.


SANTA ISABEL DA HUNGRIA




          De estirpe real, pois foi filha de André e Gertrudes, reis da Hungria, nasceu em 1207 e recebeu no batismo o nome de Isabel (Elisabeth), o qual significa ‘casa de Deus’. Aos quatro anos de idade viaja para a Alemanha onde crescerá juntamente com a família do seu noivo, Luís, príncipe da Turíngia e sucessor do rei da Turíngia, Hermano.
          Dada a sua vida simples, piedosa e desligada das pompas da corte, concluíram que a menina não seria uma boa companheira para Luís. E por isso perseguiram-na e maltrataram-na, dentro e fora do palácio.
          Luís, porém, era um cristão da fibra do pai. Logo percebeu o grande valor de Isabel. Não se impressionava com a pressão dos príncipes e tratou de se casar o quanto antes. O que aconteceu em 1221.
        A Santa não recuava diante de nenhuma obra de caridade, por mais penosas que fossem as situações, e isso em grau heróico! Um dia, Luís surpreendeu-a com o avental repleto de alimentos para os pobres. Ela tentou esconder... Mas ele, delicadamente, insistiu e... milagre! Viu somente rosas brancas e vermelhas, em pleno Inverno. Feliz, guardou uma delas.
          A sua vida de soberana não era fácil e frequentemente tinha que acompanhar o marido em longas e duras cavalgadas. Além disso tinha o cuidado dos filhos: Hermano, nascido em 1222; Sofia em de 1224 e Gertrudes em 1227.
          Estava grávida de Gertrudes, quando descobriu que seu marido se comprometera com o Imperador Frederico II a seguir para a guerra das Cruzadas para libertar Jerusalém. Nova renúncia duríssima! E mais: antes mesmo de sair da Itália, o duque morre de febre, em 1227! Ela recebe a notícia ao dar à luz a menina.
       Quando Luís ainda vivia, ele e Isabel receberam em Eisenach alguns dos primeiros franciscanos que chegavam à Alemanha por ordem do próprio São Francisco. Foi-lhes dado um conventinho. Assim, a Santa passou a conhecer o Poverello de Assis e este a ter frequentes notícias dela. Tornou-se mesmo membro da Família Franciscana, ingressando na Ordem Terceira que Francisco fundara para leigos solteiros e casados e sacerdotes seculares. Era, pois, mais que amiga dos frades. Chegou a receber de presente o manto do próprio São Francisco!
          Morto o marido, os cunhados tramaram cruéis calúnias contra ela e expulsaram-na do castelo de Wartburg. E de tal forma apavoraram os habitantes da região, que ninguém teve coragem de acolher a pobre, com os pequeninos, em pleno Inverno. Duas servas fiéis acompanharam-na, Isentrudes e Guda.
          De volta ao Palácio quando chegaram os restos mortais de Luís, Isabel passou a morar no castelo, mas vestida simplesmente e de preto, totalmente afastada das festas da corte. Com toda a naturalidade, voltou a dedicar-se aos pobres. Todavia, lá dentro dela o Senhor chamava-a para se doar ainda mais. Mandou construir um conventinho para os franciscanos em Marburg e lá foi morar com as suas servas fiéis. Compreendeu que tinha de resguardar os direitos dos filhos. Com grande dor, confiou os dois mais velhos para a vida da corte. Hermano era o herdeiro legítimo de Luís. A mais novinha foi entregue a um Mosteiro de Contemplativas, e acabou sendo Santa Gertrudes! Assim, livre de tudo e de todos, Isabel e suas companheiras professaram publicamente na Ordem Franciscana Secular e, revestidas de grosseira veste, passaram a viver em comunidade religiosa. O rei André mandou chamá-las, mas ela respondeu que estava de fato feliz. Por ordem do confessor, conservou algumas rendas, as quais reverteram para os pobres e sofredores.
Construiu um abrigo para as crianças órfãs, sobretudo defeituosas, como também hospícios para os mais pobres e abandonados. Naquele meio, ela sentia-se de fato rainha, mãe, irmã. Isso no mais puro amor a Cristo. No atendimento aos pobres, procurava ser criteriosa. Houve época, ainda no palácio, em que preferia distribuir alimentos para 900 pobres diariamente, em vez de lhes dar maior quantia mensalmente. É que eles não sabiam administrar. Recomendava sempre que trabalhassem e procurava criar condições para isso. Esforçava-se para que despertassem para a dignidade pessoal, como convém a cristãos. E são inúmeros os seus milagres em favor dos pobres!
De há muito que Isabel, repleta de Deus, era mais do céu do que da terra. A oração a arrebatava cada vez mais. As suas servas testemunharam que, nos últimos meses de vida, frequentemente uma luz celestial a envolvia. Assim chegou serena e plena de esperança à hora decisiva da passagem para o Pai. Recebeu com grande piedade o sacramento dos enfermos. Quando o seu confessor lhe perguntou se tinha algo a dispor sobre a herança, respondeu tranquila: "Minha herança é Jesus Cristo!" E assim nasceu para o céu! Era 17 de Novembro de 1231.
Sete anos depois, o Papa Gregório IX, de acordo com o Conselho dos Cardeais, canonizou solenemente Isabel. Foi em Perusa, no mesmo lugar da canonização de São Francisco, a 26 de Maio de 1235, Pentecostes. Mais tarde foi declarada Padroeira dos Irmãos da Ordem Franciscana Secular.

  
                                                                                                                                  Frei Paulo Ferreira, OFM 



Reflexões Franciscanas


1. São Francisco de Assis sempre ultrapassa o que esperamos dele como modelo de fé e caminho espiritual. Sua forte experiência pessoal de uma radical busca espiritual na imitação e seguimento do Senhor tornou-se o patrimônio da Ordem, da Igreja e do mundo. Ele rejuvenesce as espiritualidades. Luminoso e coerente, pé no chão e transcendente, ele é o Evangelho vivente. No solo da realidade e da fraternidade ele construiu um jeito de ser humano, cristão e santo.
     2. Muitos perguntam qual a formação que Francisco teve já que ele mesmo gostava de dizer que era ignorante e iletrado. Este seu modo de dizer tem a ver com o seu modo de despojar-se de qualquer poder de quem sabe. Um modo de viver a minoridade. Ele teve forte formação vinda da parte de seus pais. Seu pai, Pedro Bernardone, homem de negócios delegou a formação de seu filho mais à sua mãe, Jeanne de Bourlemont, a Dona Pica. Sua mãe moldou-lhe a alma com virtuosidade, sensibilidade e piedade. Estudou junto à igreja de San Giorgio, uma instrução que o tornaria apto para o comércio. Estudou latim, aprendeu a ler e fazer cálculos. Mãe e pai ensinaram rudimentos da língua francesa. Francisco torna-se assim um hábil negociador.
     3. Em 1202, Francisco se envolve na guerra entre Assis e Perugia. Alistou-se e lutou. Derrotado foi feito prisioneiro. Em 1203 está em liberdade, mas vai revelando uma total mudança de vida. Mesmo assim, seu sonho cavaleiresco e algumas ambições de seu pai, o levam a seguir Gualter de Brienne para uma expedição às Apúlias. Neste caminho dialoga com suas perguntas e dúvidas, escuta seus sonhos, que em forma de visão apontam um outro destino.  Novamente desiste do projeto e volta para Assis. Não é um derrotado, mas conquista um novo lugar. Toda mudança provoca, e a cidade de Assis assustou-se com o moço rico que se torna penitente, mudando seus hábitos. É recebido com muita ironia, sarcasmo, descrédito. Alguns conseguem ver em Francisco  sinais de uma nova santidade.
     4. Bernardo de Quintavalle, Pedro de Catani, Egídio e alguns jovens de Assis e redondezas formam com Francisco uma fraternidade de penitentes. Vestem-se da mesma forma e esforçam-se por seguir de um modo encarnado o Santo Evangelho. Um dia vão à Roma pedir aprovação para o modo de vida. Levam uma Regra despojada de palavras, mas plena de conselhos do Santo Evangelho. Assustou o Papa e a Cúria com um novo jeito de viver religiosamente. Ousadia de um leigo sempre causa hesitação em aprovações hierárquicas; mas Francisco e seus primitivos companheiros são compreendidos pelo Papa Inocêncio III. Recebe abraço e bênção para autorizar a licença de viver e pregar o Evangelho. A primeira profissão da futura Ordem acontece ali, no ano de 1209.
      5. Com a aprovação verbal do Papa, Francisco parte para concretizar a experiência daquela fraternidade de penitentes de Assis que a partir de 1210 se consolida como a Ordem dos Frades Menores. A primeira casa da Ordem é a restaurada capela de Santa Maria dos Anjos, a Porciúncula. Dali partiam, para ali voltavam numa prece contínua e pregação contínua levando a paz. Da Porciúncula para Assis, Perugia, Ímola, Cortona,  Bevagna,  Ascoli, Alviano, Arezzo, Firenze, Pisa, Siena, Sartiano, Bolonha... cidades da Itália que receberam as primeiras presenças dos frades. Depois o mundo!
      6. Na Quaresma de 1212, recebe a jovem Clara de Favarone, a futura Santa Clara de Assis e com ela funda a Ordem das Damas Pobres, a segunda Ordem, as Clarissas. Neste ano de 1212, as Cruzadas agitam o mundo de então. Multidão transformada em exército partem para a guerra contra os muçulmanos. Há uma guerra santa no ar, sede de martírio e ambição em aumentar bens materiais, tudo isto aliado a um ideal de libertar a Terra Santa das mãos dos assim chamados infiéis. No meio disso tudo acende a vontade missionária, no meio do choque de religiões e civilizações, Oriente e Ocidente se dão a conhecer. A submissão pelas armas recebe o nome de conversão. Claro que ninguém converte ninguém pela violência. Francisco sonha um outro modo: dialogar no espírito. Faz um capítulo de sua Regra de Vida para “aqueles que quisessem ir entre os Sarracenos”, e dá o exemplo, embarca para a Síria para dialogar com o diferente. Uma tempestade impede a viagem e Francisco volta para a Porciúncula no inverno de 1213. Não deixa de realizar suas viagens apostólicas. Em 8 de maio de 1213, recebe do Conde Orlando a doação da montanha do Alverne. Em 1215 Francisco está em Roma, onde se realiza o IV Concílio de Latrão. Aí encontra-se com Domingos de Gusmão, São Domingos, que veio ao Concílio pedir a aprovação da Ordem dos Frades Pregadores, os Dominicanos. Na pauta do Concílio: preparativos de uma nova Cruzada, a união da Igreja grega e latina, condenação de novas heresias e autorização ou não para a fundação de novas ordens religiosas.
   7. Em 1216 morre o Papa Inocêncio III, muito importante para a vida inicial da Ordem. Honório III é o sucessor e vai aprovar a indulgência para quem visitasse a Capela da Porciúncula. No Capítulo de Pentecostes de 1217 há as resoluções de instituir Províncias, Ministros Provinciais e as primeiras missões fora da Itália e rumo ao Oriente. Francisco escolhe a França por causa de seu nome, do forte espírito católico  e eucarístico. Em 1218 acontece o célebre Capítulo das Esteiras durante a Festa de Pentecostes na Porciúncula. A partir daí, organiza-se a formação dos postulantes e  noviços.
      8. Em 05 de Novembro de 1219, Francisco está em Damieta, no Egito. Entre batalhas perdidas e vencidas, o exército cristão está acampado ali numa Cruzada contra os muçulmanos. Francisco consegue chegar até o sultão Melek-el-Kamel. Sem espada, lança ou escudo, aproxima-se do sultão e os dois dialogam na fé. Francisco sai vivo em meio aos escombros da batalha. Estavam com ele Pedro de Cattani e Iluminado de Rieti. Volta para a Itália, passando antes pela Terra Santa. Na sua volta encontrou a Ordem nos primeiros conflitos para que se modificasse o rigor da sua Regra inicial. Pede ajuda do Papa Honório III que lhe dá o Cardeal Hugolino como o protetor da sua Ordem. Em meio a tudo, Francisco não desiste de sua pregação e faz o seu caminho como peregrino e forasteiro.
     9. Quem é Francisco de Assis, que fez este itinerário a ultrapassar fronteiras? Um homem gracioso, organismo frágil, sensível e forte na vontade e determinação. Dos quinze aos vinte anos vive em torno aos projetos de seu pai. Dos vinte anos em diante faz uma escolha pelos sonhos de seu coração e do coração de Deus. Ama o que é belo e que vale a pena. Não é redutivo, mas amplo. O que toca reconstrói e refloresce. Como jovem está onde estão as serenatas, os perfumes, os tecidos, a imaginação, a alegria de viver e a segurança confortável da casa paterna. Passa pela doença e pelo desencanto do mundo. Saúde recuperada, volta a agitar Assis com sua presença. Ele viveu entre festas e canções de gestas, andou pelas ruas e campos, conviveu com nobres, plebeus e burgueses. Líder, afável, sabia das delícias dos sentidos. Exibia luxo e esmolas. Era um jovem normal, porém sem vícios, era apenas focado em sonhos. Mesmo exuberante em suas posses, jamais deixou de ter compaixão pelos pobres. Tinha senso moral, nobreza de costumes e um coração generoso.
Continua no próximo boletim
Frei Vitório Mazzuco


A Imaculada e os Franciscanos

Foi chamada e, realmente, sempre o confirmaram os séculos – devoção franciscana, a devoção a Maria sob o titulo singular e glorioso de Imaculada Conceição. A Ordem do Poverello de Assis nasceu sob o olhar e a proteção de Maria.
Nosso Pai seráfico veio confirmar esta verdade; - não há santidade sem Maria.
Francisco, diz S. Boaventura, nutria um amor inefável pela Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo e depois de Jesus, punha toda confiança nela; constituíra-a sua advogada e patrona de toda a Ordem.
O mistério da Imaculada Conceição exercia no coração de nosso Pai seráfico uma atração irresistível. Maria, para Francisco, era a Imaculada!
No Capitulo Gerel da Ordem, em 1219 estabeleceu que em todos os sábados se celebrasse uma missa em honra da Imaculada Conceição. Os franciscano guardaram carinhosamente a herança do Pai querido e foram durante seis séculos os defensores impertérritos do mistério da Imaculada com uma perseverança e um ardor e entusiasmo verdadeiramente edificantes. 
Foram os Cavaleiros da Imaculada. Em 1621 em um Capítulo Geral de Toledo, Maria Imaculada foi proclamada protetora e patrona especial de toda Ordem.
O dogma da Imaculada foi chamado opinião franciscana. Santos, doutores, teólogos, sábios, um exercito de habito cor de terra e corda à cintura se mobilizou durante seis séculos pela defesa e o triunfo da Imaculada. Esta é, sem dúvida, a mais bela, a mais consoladora das glórias da nossa Ordem Seráfica.



Quem não conhece nos domínios da ciência teológica o vulto admirável de Duns Escoto? Foi o Doutor da Imaculada, o teólogo do grande dogma, e quem melhor contribuiu para firmar, enraizar nas convicções de escolas teológicas a beleza do privilégio singular de Maria.
A festa da Imaculada Conceição foi concedida à Igreja Universal por um Papa da Ordem Primeira, Xisto IV. E estava reservado a um filho de S. Francisco, um franciscano secular dos mais fervorosos, proclamar o dogma da Imaculada Conceição.
Pio IX pela bula Ineffabilis de 8 de dezembro de 1854 completou a obra franciscana e realizou um ideal franciscano. Eis por que a festa de 8 de dezembro, podemos dizer, é a nossa festa, a jóia de nosso calendário seráfico, a glória da nossa Ordem.
“Todas as gerações me hão de chamar bem aventurada”, profetizou Maria. Imaculada me chamarão todas as gerações franciscanas, poderia dizer Nossa Senhora, desde que surgiu na terra a suave e doce figura de nosso Pai S. Francisco.
    Como exatamente há três séculos, renovemos nossa consagração à virgem Imaculada e proclamemos nossa Rainha e protetora a Virgem, de mãos postas, aureolada de estrelas, a esmagar a cabeça da serpente.


Mons. Ascânio Brandão,
Eco Serafico Dezembro de 1945


 Falecimento de nosso irmão Daniel


       Nascido em Petrópolis no dia 16/02/1932, Daniel João Mayworm, casado com Maria da Gloria Mayworm, fez sua Vestição em 17/09/1949 em nossa fraternidade e sua profissão foi em 04/10/1950.
       Sempre assíduo nas reuniões da Fraternidade e os demais eventos que ocorriam.
      Sempre com semblante sereno, acolhia os irmãos que dele se aproximavam com carinho e um sorriso no rosto.
      Em sua discrição, exerceu em sua comunidade durante anos a função de catequista junto com sua esposa.
     Teve dois filhos e uma filha e, apoiando os jovens de sua comunidade, adotou mais 02 rapazes e uma jovem dos quais, um deles vem a ser o Padre João que celebrou a missa das exéquias.
     O franciscano secular, deve ser aquele que trabalha no silêncio e, este irmão foi este que passou, fazendo o bem, sempre acolhendo com grande simpatia e delicadeza àqueles que dele se aproximava nos legando um precioso exemplo de esposo, pai, cidadão e sobretudo franciscano secular.


 o que celebrou a missa das exiando os jovens de sua comunidade, adotou mais 02 rapazes e uma jovem dos quais um deles vem a ser