quarta-feira, 28 de junho de 2017

ARAUTO DO GRANDE REI

BOLETIM IN FORMATIVO DE JUNHO DE 2017

FRATERNIDADE FRANCISCANA SECULAR DE PETRÓPOLIS

120 ANOS DE HISTÓRIA


   A Ordem Terceira de São Francisco de Assis, de Petrópolis, foi fundada em 30 de maio de 1897, pouco mais de um ano depois da chegada dos primeiros Frades Franciscanos, ocorrida a 16 de janeiro de 1896. Ela tinha como orago o Sagrado coração de Jesus, bem como o tem até hoje.
   Frei Ciríaco Hielscher, OFM, foi o fundador e primeiro diretor da OFS. Ele foi também o primeiro Superior desses Frades alemães, que foram chamados pelo Internúncio da Santa Sé para darem assistência religiosa e ajuda aos descendentes dos colonizadores alemães, vindos em 1845.
   Nesta Fraternidade local da OFS, a Frei Ciríaco , até o presente , seguiram- se 13 Diretores, depois 04 Comissários e 12 Assistentes espirituais.
   Coube ao sétimo Diretor , Frei Donato Buecker, em 1928, promover a compra da atual sede da Fraternidade, com a colaboração dos nossos primeiros irmãos desta Fraternidade, situada à rua Frei Luís, 26.
  O primeiro ministro da diretoria dos Irmãos terceiros foi Pedro Delvaux, hábil mestre de obras. Depois,  sucederam-lhe mais 15 presidentes ou ministros até 1961, bem como a diretoria das irmãs que teve como primeira presidente a irmã Cecília Dederichs, em 1902, quando as duas sessões da fraternidade, a dos irmãos e a das irmãs, se uniram e passaram a ter um  conselho único. De 1961, até o presente se alternaram Ministros e Ministras, num total de nove.         
   No mandato da ministra Maria do Carmo Almeida, em 1983, a Fraternidade adquiriu a Casa da rua Montecaseros, nº 500, e organizou-se ali a “Casa de Santa Clara”, para nossas irmãs idosas. 
   A Ordem Terceira de Petrópolis, que crescia rapidamente em número e na busca da realização dos ideais da vivência franciscana, tornou-se o principal apoio e sustentáculo dos Frades nas múltiplas realizações, em que eles se empenharam, a começar pela editora vozes, que começou funcionando, desde 1901, nas partes de baixo do convento, foi apoiada pelos irmãos e irmãs da OFS na realização da sua primeira sede própria, à rua Nunes Machado, hoje, Frei Luís. Quando os frades se empenharam em levantar um santuário de Santo Antônio com uma escola gratuita, anexa, no populoso bairro operário do Alto da Serra, novamente eles encontraram da parte da Ordem Terceira toda sorte de colaboração.   
    Concluída a construção da primeira ala do Convento, em 1897, a recém instituída Ordem Terceira tomou para si o encargo do alteamento da torre da igreja do Sagrado Coração de Jesus, de que se encarregou o irmão ministro Pedro Delvaux, realizando obra tão perfeita que resiste até hoje.  
   Graças ao trabalho organizador de vários de seus diretores, a fraternidade de Petrópolis, codificou seus usos e costumes em um livrinho(diretório), em vigor aqui e em outras províncias franciscanas até a década de 60. O manual da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, compilado por frei Mateus hoepers e publicado em 1960, foi adotado em todo o Brasil. Continha a  regra do Papa Leão XIII e as Constituições da Ordem Terceira explicada; instruções para os formandos e os professos; ritual da Ordem; devocionário franciscano e hinário da ordem. Por ele se formaram numerosos franciscanos seculares.
   Hoje, a OFS, que existe no Brasil desde fins do séc. XVI (Olinda, PE, em 1585), que entrou em decadência no final da era colonial e, sobretudo, durante o Império, voltou a crescer e a se organizar, a partir da república e, mais recentemente, desde o Concílio Vaticcano II. A fraternidade de Petrópolis sempre teve papel destacado em todos esses avanços.

Espiritualidade do Coração de Jesus 

 

1.  Uma das mais belas festas do ano litúrgico é, inegavelmente, a solenidade do Coração de Jesus. Tudo estava consumado. O Mestre já havia dado o último suspiro. As autoridades religiosas   da   época,   no   entanto,   não queriam que os corpos dos condenados ficassem na cruz porque aquele sábado era dia de grande festividade. Quebraram as pernas  dos  salteadores  que   com  Jesus tinham sido crucificados. Quando o soldado se aproximou de Jesus, vendo-o morto, não lhe quebrou as pernas, mas abriu-lhe o lado com uma lança. Entre a morte do Senhor e seu sepultamento o evangelista João quis lembrar que havia sido feita uma janela no Coração de Jesus.
2.  Do lado aberto brotaram dois filetes: um de sangue e outro de água. Desde os primeiros séculos da vida da Igreja, os Padres, grandes mestres da fé, viram na água e no sangue que jorraram do lado aberto de Jesus a imagem dos grandes sacramentos da iniciação cristã: Batismo e Eucaristia. A Igreja vive desses sacramentos. Os comentaristas de João insinuam que a Igreja nasce do lado aberto pelo soldado. Eva tinha vindo à luz da costela de Adão, do seu lado. A Igreja, a nova Eva, nasce do lado aberto do Crucificado.
3.  O lado aberto de Jesus é uma   porta      por   onde haveria   de   passar   a misericórdia salvadora do Senhor.   Quando   Jesus partisse definitivamente, voltando para o Pai, os seus haveriam de viver na Igreja. E no seio dessa Igreja seriam lavados nas fontes batismais e se alimentariam da Eucaristia. O Ressuscitado assim continuaria presente entre os seus, no coração da Igreja, no desafio da duração do tempo, no tempo da construção do Reino definitivo, reino de amor e de justiça, de amor e de paz.
4.  São Bernardo de Claraval: "Onde encontrar repouso tranquilo e firme segurança para os fracos, a não ser nas chagas do Salvador? Ali permaneço tanto mais seguro, quanto mais poderoso é ele para salvar.
O mundo se agita, o corpo dificulta, o demônio arma ciladas; não caio porque estou fundado na rocha firme. Pequei e pequei muito; a consciência abala-se, mas não se perturba porque me lembro das chagas do Senhor. Ele foi ferido por causa das nossas iniquidades".
5.  Os devotos do Coração de Jesus sabem que o Senhor é suave e seu jugo é leve.  Há tempestades na vida. Há solicitações que nos dilaceram. Há convites para aproveitar a vida. Por vezes temos a impressão que o chão foge de nossos pés.   Pecamos e pecamos insisten-temente. Ora, os que contemplam o Coração do Redentor,    a porta aberta do Coração, não se desesperam. Não duvidam da misericórdia de Deus. Provam como é doce e suave o Redentor.
6. Todos aqueles que se deixam tocar pelo mistério   e   pela   graça   de   Cristo   se comprazem em contemplar demoradamente o peito aberto do Senhor. No silêncio dos claustros, na penumbra de uma capela no centro nervoso de uma grande cidade, no meio das lutas e dos combates para tornar o mundo mais fra­terno e com as cores do Reino, todos admiram e adoram esse Coração que se vê pela chaga do peito. Todo o trabalho evan­gelizador da Igreja consiste precisamente em anunciar pela palavra e pelo testemunho as maravilhas definitivas e profundas que Deus operou em Jesus. Os que contemplam o Coração do Redentor vão pelo mundo desejando tornar o Mestre amado e conhecido. Fazem como Francisco. Vão chorando pelas ruas, dizendo: "O amor não é amado! O amor não é amado!"
7.  "Quando em mim o coração se desfalecia, conduziste-me   às   alturas   do   Rochedo" (Antífona da Solenidade do Coração de Jesus).  
     
Frei Almir Ribeiro Guimarães – OFM

                                                                        Revista Paz e Bem, Maio/ Junho de 2007


Preparação para o capitulo



Estamos nos preparando para uma nova eleição de conselho em 2018. É sempre bom recordar alguns pontos principais a respeito da OFS e, seu conselho.
No artigo 1º das nossas constituições gerais, é explicado que dentre as famílias espirituais suscitadas na Igreja, temos a família franciscana e, ocupa posição própria a OFS, que é formada pela união orgânica de todas as fraternidades católicas, cujos membros, impelidos pelo Espirito Santo, se comprometem, pela profissão, a viver o Evangelho à maneira de São Francisco, no próprio estado secular. ( cf. Regra 2). A Igreja, em virtude da pertença a mesma família espiritual, confiou o cuidado pastoral e assistência espiritual à Primeira Ordem, e à TOR.
A espiritualidade franciscana secular é um projeto de vida centrado na pessoa de Cristo e no seu seguimento, mais do que um programa detalhado a pôr em pratica.
A Fraternidade, embora, fisicamente sejam muitas espalhadas pelo mundo todo, não passa de apenas uma Fraternidade interligadas entre si. Nesta união organizada ela, necessariamente se divide em 4 níveis que são: Local, Regional, Nacional e internacional. Elas se prestam ajuda mutua sem perder sua autonomia.
A Fraternidade Local é o núcleo da Grande Fraternidade pois nela os irmãos estão mais ligados pela proximidade. A fraternidade elege um conselho de tempos em tempos afim de os membros eleitos prestarem por um período um serviço à fraternidade até uma próxima eleição que chamamos de capitulo. Necessario se faz que, cada irmão se conscientize de que, todo professo é elegível e que mediante sua profissão deve confiar em Deus que nos capacita e, nós mesmos não devemos nos omitir, buscando conhecer cada função desempenhada no conselho e em qual delas poderá se candidatar. Não devemos nos omitir e, com esta finalidade, nos próximos boletins, estaremos colocando cada função exercida no conselho para colaborar na reflexão.
Fonte: Constituições Gerais da OFS


ORAÇÃO VOCACIONAL FRANCISCANA

Senhor, que queres que eu faça?
Coloco-me diante de ti, com a mesma pergunta de São Francisco de Assis. Como ele, desejo ser simples, humilde, irmão de toda criatura. Hoje, venho louvar-te pela natureza toda, o sol, as plantas, a água, as aves, os animais, o homem, sinais de tua presença e de tua bondade imensa.
Quero ser um instrumento em tuas mãos para transmitir a Paz neste mundo cheio de guerras e semear o Bem onde há tanto ódio. Ilumina-me, Senhor, para que eu possa escolher o caminho que apontas para mim.
Que saiba descobrir qual a minha vocação. Que consiga realizar em minha vida a tua Santissima vontade.Que possa imitar o Cristo, seguindo os passos de São Francisco de Assis.
Amém!


 Ladainha do Sagrado Coração de Jesus

Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Deus Pai dos céus,
 tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo,
tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo,
 tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus,
tende piedade de nós.
Coração de Jesus, Filho do Pai eterno,
tende piedade de nós.
Coração de Jesus, formado pelo Espírito Santo no seio da Vir­gem Mãe,
Coração de Jesus, unido substancialmente ao Verbo de Deus,
Coração de Jesus, de majestade infinita,
Coração de Jesus, templo santo de Deus,
Coração de Jesus, tabernáculo do Altíssimo,
Coração de Jesus, casa de Deus e porta do céu,
Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade,
Coração de Jesus, receptáculo de justiça e de amor,
Coração de Jesus, abismo de todas as virtudes,
Coração de Jesus, digníssimo de todo louvor,
Coração de Jesus, Rei e centro de todos os corações,
Coração de Jesus, em que se encerram todos os tesouros da sa­bedoria e ciência,
Coração de Jesus, onde habita toda a plenitude da divindade,
Coração de Jesus, em que o Pai pôs toda a sua complacência,
Coração de Jesus, de cuja plenitude todos nós recebemos,
Coração de Jesus, o desejado das colinas eternas,
Coração de Jesus, paciente e de muita misericórdia,
Coração de Jesus, riquíssimo para todos que vos invocam,
Coração de Jesus, fonte de vida e santidade,
Coração de Jesus, propiciação por nossos pecados,
Coração de Jesus, saturado de opróbrios,
Coração de Jesus, triturado de dor por causa de nossos crimes,
Coração de Jesus, obediente até à morte,
Coração de Jesus, transpassado pela lança,
Coração de Jesus, fonte de toda consolação,
Coração de Jesus, nossa vida e ressurreição,
Coração de Jesus, nossa paz e reconciliação,
Coração de Jesus, vítima dos pecadores,
Coração de Jesus, salvação dos que esperam em vós,
Coração de Jesus, esperança dos que morrem em vós,
Coração de Jesus, delícia de todos os santos,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdo-ai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende pieda­de de nós.
V. Jesus, manso e humilde de coração.
R. Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.
D. Oremos (breve pausa orante)
D. Ó Deus, que no Coração do vosso Filho, ferido por nossos pecados, nos concedestes infinitos tesouros de amor, fazei que lhe ofereçamos uma justa reparação, consagrando-lhe toda a nossa vida. Por Cristo, nosso Senhor.
Amém.


Consagração ao Sagrado Coração de Jesus


Eu vos consagro, Sacratíssimo Coração de Jesus, minha pes­soa e a minha vida, as ações e trabalhos, para entregar-me todo(a) a vós em vosso amor e glória. É minha firme resolução pertencer-vos inteiramente, fazer tudo por vosso amor e re­nunciar a tudo o que vos possa desagradar. Pelo que escolho a vós, Coração amabilíssimo, por único objeto do meu amor, protetor da minha vida, segurança de minha salvação e refúgio seguro na hora de minha morte. Ó Coração Sagrado, imprimi vosso puro amor tão profundamente em meu coração que nun­ca vos possa esquecer, nem separar-me de Vós. Fazei, enfim, que meu nome seja gravado em vosso Coração para sempre, pois em vosso serviço quero viver e morrer.
Amém.

 Coração Santo, Tu Reinarás

  
Coração Santo, Tu reinarás; Tu nosso encanto, sempre serás!
Coração Santo, Tu reinarás; Tu nosso encanto, sempre serás!
(Refrão)
Jesus amável, Jesus piedoso,
Pai amoroso, frágua de amor!
Aos Teus pés venho, se Tu me deixas,
Sentidas queixas, humilde expor!
(Refrão)

Divino Peito, que amor inflama
Em viva chama, de Eterna Luz!
Porque até em sempre, reconcentrada

Não adorada, Doce Jesus!
 (Refrão) 
 



quinta-feira, 8 de junho de 2017

FOLDER DISTRIBUÍDO NA MISSA DAS 16:15 HORAS DO DIA 03 DE JUNHO DE 2017 NA IGREJA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS





FRATERNIDADE FRANCISCANA SECULAR DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS DE PETRÓPOLIS
RUA FREI LUIZ,26
CEP 25685-020 PETRÓPOLIS – RJ
Blog: ofssagradopetropolis.blogspot.com
E-MAIL: ofssagradopetropolis@gmail.com
TEL: (24) 2242-7984

Reunião mensal: 3° domingo às 14:00 horas – com a Missa aberta a todos às 16:00 horas
Expediente da Secretaria: 3ª e 5ª feiras das       14:00 às 17:00 horas.
Missa no 1° sábado de cada mês às 16:15

 horas na Igreja do Sagrado Coração de Jesus

INFORMATIVO
Ano VIII  JUNHO DE 2017 -  Nº  12

SANTO ANTONIO

                                     Frei Hugo D. Baggio,OFM

A PRIMEIRA PALAVRA

    De Santo Antonio muito se escreveu. E bem. E profundamente. E ainda se escreve, porque mo­ra ele no coração de todos. E todos lhe devem fa­vor. Se não um favor direto, pessoal, ao menos o grande favor de tê-lo tido um dia no meio deles, representando esta humanidade triste e geradora de tantas misérias. Porque ele surgiu como uma estrela, em meio à penumbra, e, com seu brilho e palavra, ajudou a redescobrir os caminhos cobertos pelo ódio, pela ganância, pelo desamor, pela igno­rância. Afinal, é sempre esta a missão de um San­to: ajudar a frágil barquinha do homem manter-se viva sobre as evoluções caprichosas das ondas dos tempos.
    Escrever mais um livro sobre S. Antonio po­de ter várias finalidades. Tais como: homenagear sua figura; trazê-la mais perto do povo cristão e torná-la mais conhecida; em tempos de desesperan­ças, apresentá-lo como um desancadeador de espe­ranças novas em valores que não perecem nunca. No nosso caso, tivemos em vista, ao escrever esta humilde biografia de Santo Antonio, colocar em linguagem simples, acessível ao maior número pos­sível de devotos, os principais fatos da vida de S. Antonio, pois, por estranho que pareça, embora te­nha sido ele uma figura que cultivou a humildade e aprendeu com S. Francisco a simplicidade, os homens, quando dele falam, lançam mão de muita erudição e de muita ciência e assim tornam a lei­tura difícil para uma larga faixa de leitores. E dis­tanciando a biografia do leitor, distanciamos o bio­grafado do povo. Eis por que, tentamos escrever algo ao alcance de todos. Não só ao alcance da inteligência, mas também ao alcance da bolsa, uma vez que longas biografias tornam-se, naturalmente, caras.
    No ano passado celebrávamos 750 anos de sua morte. Ainda que um ano atrasados, deixamos nestas páginas a nossa fraterna homenagem e o de­sejo de que S. Antonio, ao tornar-se mais conhe­cido, se torne mais amigo.
     
                                                              Guaratinguetá, 9 de maio de 1982.
                                                                         FREI   HUGO,  O.F.M.


l — LISBOA DO SÉCULO XII

    Interessa a nós que queremos nos ocupar com S. Antonio de Lisboa a cidade dos fins do século XII, e que há muitos séculos nascera às margens do rio Tejo. Naquela altura da história não era ela ainda a capital de Portugal, nem nela morava o rei com sua corte, mas era uma povoação rica e popu­losa e "levava de vencida quantas cidades por então floresciam neste nosso Portugal", como diz um autor. Bem situada geograficamente, povoada por gente audaciosa vinda de todas as partes, torna-se prós­pera e procurada, desenvolvendo o comércio e a ciência.

    Muito sofrera com invasões e incursões de inimigos, como o caso dos mouros que a dominaram por quatro séculos, até que El-rei Afonso Henriques lha arrancou do poder. Isso, no ano de 1147. E foram surgindo as muralhas, as fortificações e as igrejas, como a catedral de Santa Maria, a cujos pés nasceria S. Antonio. Surgiram os nobres e os senhores, os ricos e faustosos castelos, o barulho e o comércio, com suas facilidades e problemas, as classes pobres e os indigentes, marcando as dife­renças e reclamando soluções de todos quantos so­frem os problemas de uma geração.
    Dentre as famílias, cabe-nos destacar a de Martim de Bulhões e Teresa Taveira (ou Martinho  Afonso e Teresa de Azevedo). Pelas crônicas apa­rentava-se esta família com o herói das Cruzadas Godofredo de Bulhões, que em Portugal estivera quando da retomada de Lisboa aos mouros. Mas Martim de Bulhões não vivia como cavaleiro, a não ser temporadas, pois a sua profissão era de comer­ciante, e, ao que parece, sempre bem sucedido. Mo­rava junto à catedral de Santa Maria no caminho que levava à porta de ferro, mais tarde Arco de Nossa Senhora da Consolação, Esta casa tornou-se importante, pela criança que ali nasceu. ..

2 APARECE FERNANDO

    Nesta casa, junto à catedral de S. Maria, em Lisboa, nasceu, pelo fim do século XII, um meni­no. O dia? Bem, as crônicas e a tradição dizem ter sido o dia 15 de agosto de 1195. Mas nem todos concordam, os que lidam com história. Al­guns, dizem que nasceu antes, até mesmo em 1191 e que a data 15 de agosto seria um tributo pela devoção nutrida por ele, durante toda a vida, à Virgem. A nós não interessa discussão e temos autoridades bastante para ficarmos com a data 15 de agosto de 1195.
    Como se discute a data, discute-se também so­bre a nobreza dos pais Martim de Bulhões e Tere­sa Taveira. O certo é que Martim foi um rico co­merciante, o que dá a S. Antonio origens mais hu­mildes, mas muito mais próximas a S. Francisco que também era filho de um comerciante. Ainda hoje quem visita Lisboa encontra a "Casa de S. Antonio", com o local onde ele veio ao mundo.
Família abastada, mas também piedosa, batizou lo­go o menino pondo-lhe o nome de Fernando. Pou­co, porém, sobre sua infância ficou gravado nas páginas da história. Apenas, que foi entregue aos cônegos da catedral, vizinhos da família, para que o doutrinassem em todos os sentidos, aproveitando a rica inteligência de que fora dotado e que ma­nifestava já, desde tenra idade. Tudo o mais vai por conta da piedade popular que revestiu a vida de S. António de maravilhas e preencheu as lacunas da história com a espontânea poesia da devoção po­pular. Por isso, faz esta tradição com que o me­nino, já aos cinco anos, faça seu voto de castidade. Que menino ainda, recolha os pedaços da bilha que caíra da cabeça de descuidada menina que voltava da fonte e lha restitua refeita. . .
    Já mocinho começa a lutar. De um lado, o chamado das conquistas heróicas de seus contem­porâneos, mares afora e África adentro, e, do outro, a luta da juventude que acordava nele, obrigan­do-o a uma disciplina espiritual e à busca das for­ças do alto.

Continua no informativo – Ano IX -            JULHO DE 2017  -  Nº  01

SANTOS FRANCISCANOS

MES DE JUNHO

2 — B. João Pellingoto,  3ª Ordem.
3 — B. André  de  Spello,  1ª Ordem.
4 B. Pacífico de Cerano,  1ª Ordem.
5 — B. Maria   Clara  Nanneti,   3ª Ordem Regular,  mártir  da China 
6 — B. Lourenço   de  Vilamagna,  1ª Ordem.
7 — B. Maria da Paz Bolsena, 3ª Ordem Regular,  mártir da China
8 — B. Hermínia de Jesus, 3ª Ordem Regular, mártir da China
9 — S. Cornélio Wican,  1ª Ordem, mártir em Gorkum
10 — S.Pedro de Assche, 1ª Ordem, mártir em Gorkum.
11 — B. Guido de Cortona, 1ª Ordem.
12 — B. lolanda, Duquesa da Polônia, 2ª Ordem.
13 — S. Antônio de Lisboa, 1ª Ordem.
14 — S. Francisco de Bruxelas, 1ª Ordem, mártir em Gorkum.
15 — S. Antônio de Hoornaert, 1ª Ordem, mártir em Gorkum.
16 — S. Antônio de Werten,  1ª Ordem, mártir em Gorkum.
17 — B. Pedro Gambacorta, 3ª Ordem Regular.
18 — S. Godofredo de Merville, 1ª Ordem, mártir em Gorkum.
19 — B. Miquelina de Pesaro, 3ª Ordem.
20 — S. Willehado da Dinamarca,  1ª Ordem, mártir em Gorkum (1482-1572) c. 1867
21 — S. Nicásio  Jonson,   1ª Ordem, mártir em Gorkum.
22 — B. André Bauer, 1ª Ordem, mártir da China
23 — S. José Cafasso, 3ª Ordem.
24 — B. Teodorico Balat, 1ª Ordem, mártir da China
25 — B. José Maria Gambaro, 1ª Ordem, mártir da China.
26 — B. Cesídio de Fossa, 1ª Ordem, mártir da China
27 — B. Benvenuto de Gubio, 1ª Ordem.
28 — B. Elias Facchini, 1ª Ordem, mártir da China
29 — S. Vicenza  Gerosa,  3ª Ordem.
30 — B. Raimundo  Lulo, 3ª Ordem, mártir
 

ARAUTO DO GRANDE REI

BOLETIM INFORMATIVO DE MAIO DE 2017

Fraternidade Franciscana Secular de Petrópolis.

120 anos de História



  A Ordem Terceira de São Francisco de Assis, de Petrópolis, foi fundada em 30 de maio de1897, pouco mais de um ano depois da chegada dos primeiros Frades Franciscanos, ocorrida a 16 de janeiro de 1896. Ela tinha como orago o Sagrado coração de Jesus, bem como o tem até hoje.
   Frei Ciríaco Hielscher, OFM, foi o fundador e primeiro diretor da OFS. Ele foi também o primeiro Superior desses Frades alemães, que foram chamados pelo Internúncio da Santa Sé para darem assistência religiosa e ajuda aos descendentes dos colonizadores alemães, vindos em 1845.
Nesta Fraternidade local da OFS, a Frei Ciríaco , até o presente , seguiram- se 13 Diretores, depois 04 Comissários e 12 Assistentes espirituais.
   Coube ao sétimo Diretor , Frei Donato Buecker, em 1928, promover a compra da atual sede da Fraternidade, com a colaboração dos nossos primeiros irmãos desta Fraternidade, situada à rua Frei Luís, 26.
  O primeiro ministro da diretoria dos Irmãos terceiros foi Pedro Delvaux, hábil mestre de obras. Depois,  sucederam-lhe mais 15 presidentes ou ministros até 1961, bem como a diretoria das irmãs que teve como primeira presidente a irmã Cecília Dederichs, em 1902, quando as duas sessões da fraternidade, a dos irmãos e a das irmãs, se uniram e passaram a ter um  conselho único. De 1961, até o presente se alternaram Ministros e Ministras, num total de nove.         
   No mandato da ministra Maria do Carmo Almeida, em 1983, a Fraternidade adquiriu a Casa da rua Montecaseros, nº 500, e organizou-se ali a “Casa de Santa Clara”, para nossas irmãs idosas. 
   A Ordem Terceira de Petrópolis, que crescia rapidamente em número e na busca da realização dos ideais da vivência franciscana, tornou-se o principal apoio e sustentáculo dos Frades nas múltiplas realizações, em que eles se empenharam, a começar pela editora vozes, que começou funcionando, desde 1901, nas partes de baixo do convento, foi apoiada pelos irmãos e irmãs da OFS na realização da sua primeira sede própria, à rua Nunes Machado, hoje, Frei Luís. Quando os frades se empenharam em levantar um santuário de Santo Antônio com uma escola gratuita, anexa, no populoso bairro operário do Alto da Serra, novamente eles encontraram da parte da Ordem Terceira toda sorte de colaboração.   
    Concluída a construção da primeira ala do Convento, em 1897, a recém instituída Ordem Terceira tomou para si o encargo do alteamento da torre da igreja do Sagrado Coração de Jesus, de que se encarregou o irmão ministro Pedro Delvaux, realizando obra tão perfeita que resiste até hoje.  
   Graças ao trabalho organizador de vários de seus diretores, a fraternidade de Petrópolis, codificou seus usos e costumes em um livrinho(diretório), em vigor aqui e em outras províncias franciscanas até a década de 60. O manual da Ordem Terceira de São Francisco de Assis, compilado por frei Mateus hoepers e publicado em 1960, foi adotado em todo o Brasil. Continha a  regra do Papa Leão XIII e as Constituições da Ordem Terceira explicada; instruções  para os formandos e os professos; ritual da Ordem; devocionário franciscano e hinário da ordem. Por ele se formaram numerosos franciscanos seculares.
   Hoje, a OFS, que existe no Brasil desde fins do séc. XVI (Olinda, PE, em 1585), que entrou em decadência no final da era colonial e, sobretudo, durante o Império, voltou a crescer e a se organizar, a partir da república e, mais recentemente, desde o Concílio Vaticcano II. A fraternidade de Petrópolis sempre teve papel destacado em todos esses avanços.


Pequena consideração da vida de um grande homem


Professor; Doutor; Irmão Paulo Machado da Costa e Silva.
Sua história se mistura tanto com a história da cidade pela sua ativa presença publica, quanto na história da Unificação da OFS. Unificação esta que tanto representa para a vida de nossa tão amada OFS.
Com sua simplicidade sempre se fez presente “cumprindo fielmente as obrigações que lhe eram próprias de sua condição” (Rg 2,10)”. Com sua simplicidade e seu sorriso que lhe é típico comenta a exigência da juventude franciscana de sua presença nos encontros da JUFRA.
Nascido em Petrópolis aos 17 de maio de 1917, primogênito de 9 filhos de Iria Maciel e José Machado da Costa e Silva fez seus estudos em Petrópolis, e aos 12 anos foi para o Seminário de Azambuja, em Santa Catarina, seguindo para São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, onde estudou Filosofia e Teologia. Iniciou sua carreira de professor no Colégio Marista em Porto Alegre e retornou em 1942, instalando-se em Cantagalo-RJ, onde conheceu Waldemira, com quem se casou em 24-06-44 já em Petrópolis, onde se estabeleceu profissionalmente. A família foi abençoada com 7 filhos: Elza, Sebastião e Wilson já falecidos, e ainda Iria, Paulo Antônio, Alzira e Ilka. Foi professor de Português, Latim, Francês e História em diversos colégios particulares e públicos em Petrópolis, bacharelou-se em Direito pela 1ª turma da Universidade Católica de Petrópolis em 1958, lecionou Direito Romano na PUC do Rio de Janeiro e na Universidade Católica de Petrópolis. 
Para sustentar e manter sua família, ele testemunha que dava aulas particulares fora de seu horário normal de trabalho chegando normalmente após as 22:00hs em casa, sendo recebido pela sua saudosa esposa com um beijo, um prato de comida quentinho para em seguida, começar seus trabalhos para a revista Paz e Bem, e ainda arrumava um tempo para estar sempre disponível aos esforços de nosso tão amado de saudosa memória Frei Mateus Hoepers em seu objetivo de estudar tudo sobre a Ordem e preparar para a Unificação das Obediências em uma única e, constituir os conselhos de nível Nacional, Regional e Local que teve sua conclusão em 1972.
  Trabalhou incansávelmente na elaboração de nossa atual regra, detalhe importante é que, em um tempo que não tinha os meios de comunicação de hoje, estava sendo elaborado por Irmãos de todos os países demandando diversas reuniões para conciliar os textos de cada irmão e debater as discordâncias. A nossa Regra reformada teve sua aprovação pelo Papa Paulo VI aos 24 de Junho de 1978. O Papa João Paulo II nos exorta: “amai, estudai e vivei, esta nova Regra”.

Fonte: diariodepetropolis.com.br/
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ORAÇÃO VOCACIONAL FRANCISCANA

Senhor, que queres que eu faça?
Coloco-me diante de ti, com a mesma pergunta de São Francisco de Assis. Como ele, desejo ser simples, humilde, irmão de toda criatura. Hoje, venho louvar-te pela natureza toda, o sol, as plantas, a água, as aves, os animais, o homem, sinais de tua presença e de tua bondade imensa.
Quero ser um instrumento em tuas mãos para transmitir a Paz neste mundo cheio de guerras e semear o Bem onde há tanto ódio. Ilumina-me, Senhor, para que eu possa escolher o caminho que apontas para mim.
Que saiba descobrir qual a minha vocação. Que consiga realizar em minha vida a tua Santíssima vontade. Que possa imitar o Cristo, seguindo os passos de São Francisco de Assis.
Amém!