domingo, 4 de março de 2018

FOLDER DISTRIBUÍDO NA MISSA DAS 16:15 HORAS DO DIA 03 DE FEVEREIRO DE 2018 NA IGREJA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS


FRATERNIDADE FRANCISCANA SECULAR DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS DE PETRÓPOLIS

RUA FREI LUIZ,26
CEP 25685-020 PETRÓPOLIS – RJ
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E-MAIL: ofssagradopetropolis@gmail.com
TEL: (24) 2242-7984

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Missa no 1° sábado de cada mês às 16:15
 horas na Igreja do Sagrado Coração de Jesus

INFORMATIVO
Ano IX  FEVEREIRO DE 2018 -  Nº  08

SANTO ANTONIO

                                     Frei Hugo D. Baggio,OFM

24 — SUPERIOR DE TODA A REGIÃO

    No ano de 1226, ano em que morreu S. Fran­cisco, os frades Menores do Sul da França reu­niram-se em Capítulo, na cidade de Arles, povoa­da de ruínas romanas. Capítulo é uma reunião que se realiza, em determinados períodos, e na qual são eleitos os superiores das regiões e das casas. Nesta oportunidade, Frei Antônio foi no­meado superior de todos os conventos da região de Limoges, onde os frades se haviam instalado em 1223 e eram muito queridos pelo povo de Deus.
    Começou para ele uma fase de intensos tra­balhos. Cuidar dos frades da Ordem. Outros religiosos também o convidavam para ouvi-lo. To­das as cidades acorriam à sua pregação, pois a fama de sua palavra eloquente, de sua santidade pessoal e da força de seus prodígios o precedia, de maneira que ao chegar a uma localidade en­contrava já um numeroso auditório ávido por ou­vi-lo. Como diz um historiador: "Estava ele no máximo do vigor e tensão de sua força oratória, no fastígio de seus triunfos, e no gozo da popu­laridade mais extensa que nunca outro pregador alcançou. O orador chegava a ser escutado por mais de trinta mil pessoas, todas tão silenciosas e atentas como se fora uma só pessoa".
Onde templos para tamanhas multidões? Em pleno céu, como nos tempos de Cristo. Quando chovia, entrava o poder do pregador. Certa feita, a multidão se acotovelava ao redor do púlpito improvisado em pleno campo, quando a tempes­tade se anunciou tremenda no horizonte. Frei An­tônio aproveitou para falar da onipotên-cia do Pai e pediu que todos se mantivessem em seus luga­res. E falou longamente. No final, todos cons­tataram que a chuva torrencial se restringira aos arredores da multidão, poupando o pregador e os ouvintes. Com a força da palavra e a força do Senhor ia recompondo as almas, desmanteladas pe­la heresia. . .

25 — DE VOLTA À ITÁLIA

    Em 3 de outubro de 1226, na cidade de As­sis, morria Francisco o extraordinário filho da cidade que ele tornara conhecida em todo o mundo, graças ao seu novo modo de vida e às Ordens Franciscanas que fundara: uma só para homens, a dos Frades Menores; outra só para mulheres, junto com Santa Clara, a das Clarissas; uma para os casados ou os que desejassem viver no mun­do, mas vinculados à forma evangélica do viver franciscano, a Ordem Terceira Secular. Com a morte do santo Fundador, porém, a vida devia continuar.
    Por isso, foram convocados a Assis, todos os Superiores regionais do mundo inteiro. Entre eles também Frei Antônio, então superior da região francesa de Limoges. Assim, nas festas de Pen­tecostes de 1227, houve a grande assembléia que elegeu como Superior Geral, ou como o chamam os frades, Ministro Geral, o Superior da Espanha e Portugal, Frei João Parente, que em Santa Cruz de Coimbra dera o hábito de frade a Frei Antô­nio, anos antes. O Capítulo tentou gravar nos frades as normas deixadas por Francisco e juntos leram as exortações do Pai e seu Testamento, onde pedia humildade, docilidade e fidelidade: ao Evan­gelho, à Dama Pobreza, à Igreja e às palavras que ele dissera, ainda que pobrezinhas.
    No final do Capítulo de 1227, todas as re­giões da Ordem foram providas com um superior, chamado Provincial, sob cuja custódia ficavam os conventos e os frades de determina-da circunscri­ção geográfica. A província italia-na da Emília, um pouco mais ao norte da Úmbria de Francis­co, que naquele momento vinha sendo flagelada pelas heresias, foi confiada aos cuidados apostó­licos de Frei Antônio, cuja competência era já de todos conhecida e a solidez de doutrina por to­dos respeitada. Assim, Frei Antônio deixou as plagas francesas e regressou às paisagens italianas, para uma nova e iluminadora peregrinação de ci­dade em cidade. . .

26 — PELOS CAMINHOS DA ITÁLIA

    As grandes e pequenas cidades do norte da Itália guardam, em sua memória e em suas velhas crônicas, a lembrança da passagem de S. Antônio por sua região e guardam, também, com orgulho e emoção, a recordação de algum prodígio, que os séculos foram ornando com poesia e piedade, transformando a roupagem histórica, mas guardan­do o miolo de uma verdade que os tempos não conseguiram apagar e olvidar.
    Assim, na cidade de Ferrara, aconteceu um fato numa família: quando nasceu o primogênito, o pai ciumento colocou dúvidas na paternidade, causando uma tristeza profunda no coração da mãe inocente. A mãe recorreu a Frei Antônio, o consolador de todas as aflições. Tomou ele o peque­nino em seus braços e procurou o pai, ordenando à criança que, embora não dotada do dom da pa­lavra ainda, dissesse, em nome de Jesus Cristo, quem era seu verdadeiro pai:
—  Aquele aí é meu pai — disse a criança com voz clara e audível.
—  Pega  teu filho, homem ciumento — dis­se Frei Antônio — e como bom cristão aprende a amar e respeitar a esposa.
    E lá, em Florença, morreu um homem rico, tão rico quanto avarento. Como Frei Antônio andava pela cidade a pregar, pensaram em sole­nizar as exéquias com a presença dele. Compa­receu, subiu ao púlpito e tomou como tema do sermão a sentença de Cristo: "onde está teu te­souro, ali está também teu coração". E aplicou a sentença ao fato da riqueza. E ilustrou a apli­cação com o cadáver que jazia ali na igreja, entre luzes e preces dos presentes, mas, assegurava o pre­gador: seu coração descansa lá no cofre, entre o vil metal, que fez a delícia daquele homem em vi­da. E os parentes do avarento foram ao cofre. Não era ilusão, pura verdade: sobre montões de moedas brilhantes» um coração sangrento palpi­tava...

Continua no informativo – Ano IX -            MARÇO DE 2018  -  Nº  09

SANTOS FRANCISCANOS

MES DE FEVEREIRO

1 — B. André dei  Conti,  1ª Ordem.
2 — B. Verdiana de Castelfiorentino,  3ª Ordem
3 — S. Joana de Valois, 3ª Ordem Regular, Fundadora das Irmãs da SS. Anunciada.
4 — S. José de Leonessa, 1ª Ordem.
5 — S. Tomás de Ize, 3ª Ordem, mártir do Japão
6 — S. Pedro Baptista Blasquez, 1ª Ordem,  mártir do Japão.
7 — S. Coleta de Corbia, 2ª Ordem.
8 — B. João de Triora, 1ª Ordem,  mártir.
9 — B. Antônio de Stroncone, 1ª Ordem.
10 —B. Egídio Maria de S. José, 1ª Ordem.
11— B. Clara de Rimini,  2ª Ordem.
12 —B. Rizzerio   de   Muccia,  1ª Ordem.
13 — S.Francisco de Meaco, 3ª Ordem,   mártir do Japão.
14 — S.Tomás de Nagasaki, 3ª Ordem,   mártir do Japão.
15 — Trasladação do Corpo de S.Antônio de  Lisboa
16 — B. Filipa Mareri, 2ª Ordem.
17 — B. Lucas Belludi,  1ª Ordem.
18 — S. Joaquim Sakakibara, 3ª Ordem, mártir do Japão.
19 — S. Conrado de Placenza, 3ª Ordem.
20 — B. Pedro de Treia,  1ª Ordem.
21 — S. Leão   Karasuma, 3ª Ordem, mártir  do Japão.
22 — S. Boaventura de Meaco, 3ª Ordem,  mártir do Japão.
23 — B. Isabel de França, 2ª Ordem.
24 — S. Matias de Meaco, 3ª Ordem, mártir  do Japão.
25 — B. Sebastião de Aparício, 1ª Ordem.
26 — S. Antônio de Nagasaki, 3ª Ordem,  mártir do Japão.
27 — S. Paulo Suzuki, 3ª Ordem, mártir do  Japão
28 — B. Antonia de Florença, 2ª Ordem. 

ARAUTO DO GRANDE REI

BOLETIM INFORMATIVO DE JANEIRO DE 2018

Prévia para o Capítulo




Em março de 2018, encerra-se mais um triênio em nossa Fraternidade e inicia-se outro. Um novo Conselho irá ser eleito e para bem nos prepararmos, neste mês de janeiro, como de costume, estamos preparando uma prévia para este capitulo, tendo em vista a importância do evento pois, iremos escolher aqueles que deverão animar e conduzir a fraternidade por mais três anos.
Portanto é importantíssimo que cada irmão se conscientize que SUA PRESENÇA É INDISPENSÁVEL.
Cada membro do Conselho (conselheiro) é responsável pela caminhada da Fraternidade, animando e conduzindo todos rumo ao objetivo do Franciscano Secular: ‘Viver o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo os passos de São Francisco’, no meio do mundo e, em fraternidade. Mas sabemos que não é tarefa simples e, precisamos que cada irmão(ã) esteja comprometido com o nosso ideal de vida e com a animação e itinerário espiritual desta Fraternidade e dos demais níveis acima. Por isso, por que não beber um pouco de nossa fonte franciscana e ver o que pensa nosso Pai Seráfico.
“Queria, em suma, que a Religião fosse acessível aos pobres e iletrados. Não somente aos ricos e sábios. Dizia: ‘Em Deus não há acepção de pessoas (cf. Rm 2,11), e o Ministro Geral da Religião, o Espírito Santo, pousa igualmente sobre o pobre e o simples.’ Na verdade quis colocar esta palavra na Regra, mas a bula [já] concedida não permitia acréscimo. (2 cel, 193).”
Neste texto extraído da biografia escrita por Tomás de Celano, ele nos apresenta a intenção firme de São Francisco de colocar este pensamento na Regra, só não colocou porque já havia fechado a bula. E demonstra a sua visão de que o Espírito Santo é o Ministro Geral da Ordem e que Deus não faz acepção de pessoas entre sábios e ricos ou pobres e aqueles que não sabem ler.  E se o Ministro Geral é o mesmo Espírito que recebemos em nosso batismo, que nos assistiu em nossa profissão, então nenhum professo em nossa fraternidade pode ficar alheio ao compromisso de animar e conduzir a fraternidade. Não, que o Espirito Santo irá ficar fazendo milagres toda hora e tornar capaz aquele que não se esforce para desenvolver mas, o Espirito direciona com certeza a intenção de todo aquele que tem boa vontade. São Francisco mesmo, em sua exortação aos que fazem, e aos que não fazem penitencia, que está em nossa regra, assim ele encerra sua exortação: “E os que não sabem ler, façam-nas ler muitas vezes; e guardem-nas na memória, pondo-as santamente em prática até o fim, pois elas são "espírito e vida" (Jo 6,63).”
Aqui fica muito claro para nós que o tempo de caminhada de um irmão(ã) que, desde sua profissão medita e guarda em seu coração a nossa Regra e as palavras de nosso Seráfico Pai a exemplo de nossa Mãe Maria, este estará preparado para com a humildade que nos deixou de exemplo São Francisco, se dispor à um cargo onde possa servir à Fraternidade e contar com a ajuda dos irmãos, até que ele aprenda,  que tenham as habilidades que talvez um determinado cargo venha a lhe exigir como a informática por exemplo.
E, como foi falado acima sobre a ação do Espirito Santo no governo de toda Ordem, lembramos que São Francisco era continuamente agraciado com revelações e milagres. E uma revelação de Deus ao nosso Seráfico Pai vem bem ao nosso encontro já que muitos tem chegado a infeliz conclusão de que, nossa Fraternidade irá acabar devido ao número reduzido de irmãos em vista de tempos passados que tínhamos um número bem mais razoável. Vamos também refletir sobre ele: “Uma vez, como estivesse perturbado pelos maus exemplos e, [assim] perturbado, se entregasse à oração, obteve do Senhor esta censura: ‘Por que te perturbas, homenzinho? Por acaso te constitui pastor sobre a minha Religião a ponto de não saberes que eu sou o principal protetor dela? Constitui a ti, homem simples, para que os que quiserem sigam as coisas que eu fizer em ti, coisas a serem imitadas pelos outros. Eu os chamei, conservarei, nutrirei (cf, Is 48, 15; Ap 10, 3) e, para reparar a perda de alguns, colocarei outros no lugar deles, de modo que, se algum não tiver nascido (cf. Mt 26,24), farei com que ele nasça. Portanto, não se perturbes, mas ocupa-te com tua salvação (cf. Fl 2,12), porque, ainda que a Religião chegue ao número de três, permanecerá sempre inabalável  pela minha graça. (2 CEL 158). Mas uma vez, um texto que nos mostra que o Governo da Ordem vem de Deus, à nós, cabe nos reclinarmos humildemente à sua vontade e sermos instrumentos nas mãos dele a exemplo de nosso pai São Francisco.
  Com certeza todos tivemos uma inspiração que motivou a Profissão na Ordem. Não podemos deixar que o tempo apague está motivação mas devemos nos empenhar o máximo para conhecer e amar nossa Fraternidade e sua forma de vida pois muito mais amamos aquilo que conhecemos então, que em março de 2018, possamos estar ciente dos cargos que ocupam o Conselho e o que cada um faz.
Assim poderemos diante do Senhor, sempre em espírito de oração, perceber para qual cargo podemos ser úteis ou, ao menos, quem serão os irmãos que pode ocupar este ou aquele cargo sempre ciente de que, nem o ministro (a) nem o Conselho agem individualmente.  Todos devem estar unidos, ajudando- se uns aos outros naquilo que tiver dificuldade e o Espírito Santo vem de encontro à nossa boa vontade.
Que o Senhor ilumine nossos corações.
Paz e bem!

Santo Tomás de Cori

Sacerdote da Primeira Ordem (1655-1729). 

Canonizado por João Paulo II no dia 21 de novembro de 1999.


Francisco Antonio Placidi, assim foi batizado ao nascer em 04 de junho de 1655, na cidade de Cori, Itália. Tornou-se órfão dos pais aos catorze anos de idade, e, assim jovem, responsável pela família. Aos vinte e dois, com as duas irmãs bem encaminhadas e casadas dentro dos preceitos cristãos, ele entrou para a Ordem dos Frades Menores, no convento de Orvieto em 1677, tomando o nome de Frei Tomás.
 


Após cinco anos foi consagrado sacerdote, logo assumindo a condição de pregador na diocese em Subiaco, onde exerceu seu apostolado. Considerado grande professor de santidade, exímio diretor espiritual e incansável confessor, iniciava essa tarefa pela manhã terminando só à noite.
Frei Tomás de Cori foi imagem viva do Bom Pastor. Como guia amoroso, soube conduzir para as pastagens da fé os irmãos confiados aos seus cuidados, animado sempre pelo ideal franciscano.
No convento demonstrava o seu espírito de caridade, fazendo-se disponível a qualquer exigência, mesmo a mais humilde, sendo especialmente solicitado para atender os que estavam enfermos nos leitos. Ele, que durante quarenta anos, conviveu com uma ferida na perna, sem que fizesse uma única queixa ou fosse um motivo de impedimento para o exercício de suas funções e apostolado.
Como autêntico discípulo do Pobrezinho de Assis, Tomás de Cori foi obediente a Cristo. Meditou e encarnou na sua existência a exigência evangélica da pobreza e do dom de si a Deus e ao próximo. Contemplado pelo Espírito Santo com muitos dons, como o do conselho, cura, graças e prodígios, foi durante sua vida religiosa, “visitado” muitas vezes na Santa Missa, pelo Menino Jesus, a Virgem Maria e por São Francisco de Assis.
Entretanto seu nome está ligado à grande obra dos “Retiros” da Ordem Franciscana. Seguindo o exemplo do beato Boaventura de Barcelona, fundou os “retiros” de sua Ordem em Civetela e Palombara Sabina, ambos na Itália. As rígidas regras para as orações e vida religiosa se estenderam para todos os “Retiros” da sua Ordem em 1756, e se mantém até hoje na íntegra com a sua assinatura. Eles também serviram de base para os “retiros” de outras Ordens religiosas.
Toda a vida de Tomas de Cori se mostrou assim como sinal do Evangelho, testemunho do amor do Pai celeste, revelado em Cristo e operante no Espírito Santo, para a salvação do mundo. Ele que morreu no dia 11 de janeiro de 1729, foi beatificado em 1786 e canonizado pelo papa João Paulo II em 1999.
Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, 

                                                                                            Ed. Porziuncola

MAGNIFICAT

E Maria disse: A Minh ‘alma engrandece o Senhor e exulta meu espírito em Deus, meu Salvador (Lc 1,46-47).
O Senhor, diz ela, elevou-me por um dom tão grande e inaudito, que nenhuma palavra o pode descrever e mesmo no íntimo do coração é difícil compreendê-lo. Por isso dedico todas as forças de meu ser ao louvor e à ação de graças, contemplando a grandeza daquele que é eterno, e ofereço com alegria minha vida, tudo que sinto e penso, porque meu espírito rejubila pela divindade eterna de Jesus, o Salvador, que concebi e é gerado em meu seio. 
O Poderoso fez em mim maravilhas, e santo é o seu nome! (Lc 1,49).
 Estas palavras se relacionam com o início do cântico que diz: A minh’alma engrandece o Senhor. De fato, só a alma em quem o Senhor se dignou fazer maravilhas pode engrandecê-lo e louvá-lo dignamente e dizer, exortando os que compartilham seus desejos e aspirações: Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos todos juntos o seu nome (Sl 33,4).
 Quem conhece o Senhor e é negligente em proclamar sua grandeza e santificar o seu nome, será considerado o menor no Reino dos Céus (Mt 5,19). Diz-se que santo é o seu nome porque, pelo seu poder ilimitado, transcende toda criatura e está infinitamente separado de todas as coisas criadas.
Acolhe Israel, seu servidor, fiel ao seu amor (Lc 1,54).
 Israel é, com razão, denominado servidor do Senhor, porque, sendo obediente e humilde, foi por ele acolhido para ser salvo, como diz Oséias: Quando Israel era criança, eu já o amava (Os 11,1). Aquele que recusa humilhar-se não pode certamente ser salvo, nem dizer com o Profeta: Quem me protege e me ampara é meu Deus; é o Senhor quem sustenta a minha vida! (Sl 53,6). Mas, quem se fizer humilde como uma criança, esse é o maior no Reino dos Céus (cf. Mt 18,4).
Como havia prometido a nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos para sempre (Lc 1,55).
Trata-se da descendência de Abraão segundo o espírito e não segundo a 
carne, isto é, não apenas dos filhos segundo a natureza, mas de todos que seguiram o exemplo da sua fé, fossem eles circuncidados ou incircuncisos. Pois o próprio Abraão, ainda incircunciso, acreditou e isto lhe foi imputado como justiça.
A vinda do Salvador foi, portanto, prometida a Abraão e a seus filhos para sempre, isto é, aos filhos da promessa, dos quais se diz: Sendo de Cristo, sois então descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa (Gl 3,29).
É com razão que, antes do nascimento do Senhor e de João, suas mães profetizam, para que, tendo o pecado começado pela mulher, os bens comecem igualmente por ela; e se foi pela sedução de uma só mulher que a morte foi introduzida no mundo, agora é pela profecia de duas mulheres que se anuncia ao mundo a salvação.
                                                         Exposição sobre o Evangelho de São Lucas,
                                                        de São Beda Venerável, presbítero,                                                                                                       (Lib. 1, 46-55: CCL 120, 37-39)    (Séc. VIII)


terça-feira, 16 de janeiro de 2018

FOLDER DISTRIBUÍDO NA MISSA DAS 16:15 HORAS DO DIA 06 DE JANEIRO DE 2018 NA IGREJA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS



FRATERNIDADE FRANCISCANA SECULAR DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS DE PETRÓPOLIS


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 horas na Igreja do Sagrado Coração de Jesus

INFORMATIVO
Ano IX  JANEIRO DE 2018 -  Nº  07

SANTO ANTONIO

                                                                                       Frei Hugo D. Baggio,OFM

21 — NO SUL DA FRANÇA

    Nomeado que fora mestre de Teologia pelo próprio Francisco, Frei Antônio lecionou em Bo­lonha, durante certo tempo, sem deixar de pre­gar nas redondezas. Mas, em fins de 1224 ou princípios de 1225, encontra-se no sul da França. Não sabemos, pela história, com precisão, o que o teria levado até lá. Conjecturam os historia­dores, chegando alguns a supor até maquinações do sucessor de S. Francisco, Frei Elias, que para lá o teria enviado, a fim de mante-lo longe de si, pois via nele um rival. Outros mais benignos dizem que o próprio Frei Antônio, que sempre conservara aceso o ideal missionário, se oferecera a Frei Elias para ir pregar no sul da França, re­gião muitíssimo precisada naquela oportunidade.
    Embora pátria dos trovadores e dos jograis que levaram sua poesia e sua alegria até Portu­gal e de lá para o Brasil, e também centro de cortes galantes, o sul da França tornou-se um ni­nho da heresia. Sobretudo os valdenses que por ali se haviam estabelecido, tomando a cidade de Albi como quartel-general e tornando-se conhe­cidos como albigenses. Até uma cruzada se fez necessária, movida pelo Papa. Muito sangue cor­reu, muitas mortes aconteceram, muita devastação ficou na passagem. Muito pregou o zelo e a santidade de S. Domingos de Gusmão e seus filhos, mas a tudo resistiram os hereges.
    Sabemos do amor de S. Francisco pela Pro-vença, terra de sua mãe. Gostava da língua franfran­cesa e dele se servia para louvar o Senhor e ex­pressar os momentos de júbilo que o inundavam. Sem dúvida, esta afeição à terra francesa pode ter pesado na resolução de Frei Antônio que aca­bou se instalando em Montpellier, onde, no conventinho local, ensinava teologia aos frades e se adestrava na língua provençal para poder pregar, depois. Também, aqui, os prodígios enchem os dias de Frei Antônio.

22 — DOIS FATOS EM MONTPELLIER

    Enquanto lecionava em Montpellier, um dos noviços, isto é, dos estudantes que haviam entrado na Ordem, resolveu fugir, em plena noite. Mas levou consigo o Saltério de Frei Antônio, livro dos Salmos, onde o Mestre havia feito aponta-men­tos. Quando Frei Antônio se deu conta do rou­bo, pôs-se logo em oração. Segundo os antigos biógrafos, quando o noviço passava por uma pon­te ouviu uma voz ameaçadora:
    — Volta para o convento e entrega a Frei Antônio o Saltério que lhe roubaste, caso contrá­rio, atiro-te ao rio, onde morrerás no teu pecado.
    O noviço quis resistir, mas pensou ver uma figura ameaçadora que o fez regressar ao Con­vento e restituir o Saltério. Ao que parece, vem daí a confiança que faz o povo recorrer ao Santo sempre que perde alguma coisa.
    Outro episódio vestido de maravilhoso é este: num charco, não longe do convento, as rãs coaxavam com estridência. O barulho distraía e atra­palhava os estudantes. Ao que Frei Antônio se dirigiu a elas e com a autoridade que lhe era pe­culiar, proibiu-as de coaxar, impondo-lhes silên­cio. Dizem os historiadores do Santo que, ainda hoje, as rãs deste charco são mudas, porque Frei Antônio não retirou a proibição de coaxar. ­
    Em Montpellier, viveu o ano de 1225, pas­sando, no final dele, para Tolosa, onde também fundou estudos e ministrou teologia aos frades. Ali ficou pouco tempo, pois foi chamado a ser superior do convento de Puy, em plena região da heresia. Em toda a parte, a pregação de Frei An­tônio despertava entusiasmos e provocava conver­sões. Travava verdadeiros combates para provar a autêntica doutrina, sobretudo a da presença de Cristo na Eucaristia. Assim, percorreu várias ci­dades, com seu verbo inflamado, iluminando as inteligências e restaurando a ordem religiosa e pú­blica.

23 — A PROVA DA MULA

Há um fato muito conhecido na vida de Frei Antônio que os historiadores colocam, ora acon­tecido na cidade de Rímini, ora na cidade de Tolosa. Ao que tudo indica, foi nesta última que ele se deu. Vivia ali um herege que primava por sua hostilidade contra a presença de Cristo na Eucaristia. Revoltava-se com todo ardor contra esta possibilidade e fechava-se a todo argumento, por mais sutil e convincente que fosse. Nem se­quer Frei Antônio com seus argumentos bem ali­nhavados e devastadores conseguiu fazer caminho naquela inteligência e naquele coração. Por isso recorreu a um estratagema. Disse ao herege:
        —  Se tua mula adorasse o Corpo de Cristo, acreditaria  estar  ele  verdadeiramente  presente  no Sacramento do altar, como o ensina a Igreja?

—  Num caso desses — respondeu irônico — dobrar-me-ia à evidência. E farei mais:  deixa­rei o animal dois dias sem comer.   Ao terceiro dia, aqui na praça, submeterei a mula a um teste: Eu apresentarei a ela um feixe de feno e tu apre­sentarás a Hóstia que dizes ser o Corpo de Cristo. E veremos qual a atitude do animal.
    Aceito o pacto, aguardaram o dia. Na hora marcada, todos os personagens na praça, cerca­dos pela multidão curiosa. O herege apresentou o feixe de feno à mula faminta e o frade apre­sentou a Custódia com a Hóstia. E aconteceu o prodígio: como se a mula tivera uso da razão, aproximou da Hóstia, dobrou os joelhos e ali ficou em atitude reverente. Levantou-se somente depois que Frei Antônio lhe deu ordem.
    Haviam caído as últimas resistências. O he­rege reconheceu sua obstinação nascida de um or­gulho tolo e reconheceu também que a palavra de Cristo no Evangelho: "isto é meu corpo", era uma verdade. Frei Antônio dobrara a racionalidade através da irracionalidade.   

Continua no informativo – Ano IX -            FEVEREIRO DE 2018  -  Nº  08

3.    Oração a S. Antônio para pedir serviço

Santo Antônio, em vossa vida procurastes tra­balhar sempre pela glória de Deus e pelo bem das almas. Olhai compassivo para minha necessidade. Preciso de trabalho para cumprir o mandamento do Senhor e dele preciso também para meu próprio sustento e de meus familiares. Vós que tanto po­deis junto de Deus fazei com que encontre um tra­balho digno, remune-rado, honrado, para que possa sentir a alegria de estar servindo a Deus e estar cumprindo minha obrigação para com aqueles que me foram por ele confiados. Ajudai-me, pois nes­te momento angus-tioso, vós que conhecestes o va­lor do trabalho, o sacrifício da fome, a alegria de um lar pacificado. Assim seja!

SANTOS FRANCISCANOS

MES DE JANEIRO

2 — S. Martinho da Ascensão, 1ª Ordem, mártir do Japão..
4 — B. Angela de Folinho, 3ª Ordem.
5 — B. Rogério de Todi, 1ª Ordem.
6 — S. Carlos de Sezze, 1ª Ordem.
7 — B. Mateus de Agrigento, 1ª Ordem.
8 — S. Francisco Blanco,  1ª Ordem, mártir  no Japão.
9 — S. Filipe de Jesus, 1ª Ordem,mártir no Japão
10 — B. Egídio de Laurenzana, 1ª Ordem.
11  —B. Tomás de Cori, 1ª Ordem.
12 — B. Bernardo de Corleone, 1ª Ordem.
13 — S. Francisco de S. Miguel, 1ª Ordem, mártir no Japão.
14 — B. Odorico de Pordenone, 1ª Ordem.
15 — S. Berardo, 1ª Ordem, mártir em Marrocos
16 — S. Pedro, 1ª Ordem, mártir em Marrocos
17 — S. Acúrsio, 1ª Ordem, mártir em Marrocos

18 — S. Otão, 1ª Ordem, mártir em Marrocos
19 — S. Eustóquia de Messina, 2ª Ordem.
20 — S. Adjuto, 1ª Ordem, mártir em  Marrocos
21 — B. João Baptista Triquerie, 1ª Ordem, Mártir
22 — S. Vicente Pallotti,  3ª Ordem.
23 — S. Gonçalo Garcia, 1ª Ordem, mártir no Japão
24 — B. Paula Cambara Costa, 3ª Ordem.
25 — S. Paulo Ibarki, 3ª Ordem, mártir no Japão
26 — S.Gabriel de Duisco, 3ª Ordem, mártir no Japão.
27 — S. Angela Merici, 3ª Ordem. Fundadora  das Ursulinas.
28 — S. João Kisaka, 3ª Ordem, mártir no Japão.      
29 — B. Luísa Albertoni,  3ª Ordem.
30 — S. Jacinta Marescotti, 3ª Ordem Regular.
31 — S.João Bosco, III O., Fundador dos Salesianos e das Filhas de Maria   Auxiliadora

terça-feira, 26 de dezembro de 2017

ARAUTO DO GRANDE REI

BOLETIM INFORMATIVO DE DEZEMBRO DE 2017

A Verdadeira História de Papai-Noel


Pd.Paulo Ricardo de Azevedo Junior

São Nicolau, cuja memória a Igreja celebra neste dia 6 de dezembro, tornou-se conhecido por seu costume, segundo uma antiga tradição, de entregar presentes secretos aos pobres e necessitados, o que lhe valeu ser a figura hoje tão conhecida do “Papai Noel”, bastante comum nos festejos de Natal. 
Em nossos dias, porém, o mítico sobreviveu ao místico: a lenda explorada com fins comerciais acabou ofuscando a verdadeira biografia deste grande homem. Qual é, então, a sua verdadeira história?
Nicolau nasceu na antiga cidade de Pátara, território da atual Turquia, por volta do ano 270, sendo educado por uma família de pais nobres e muito virtuosos. Seu desejo de dedicar-se a Deus brotou na mais tenra idade, fazendo-o viver inteiramente devotado à Palavra de Deus, de tal maneira que, tendo herdado, com a morte dos pais, grande fortuna, fez-se apenas um administrador daqueles bens que se tornaram dos pobres.
Ao mudar-se para a cidade de Mira, onde quis viver mais secretamente, Nicolau, já muito virtuoso e de uma piedade divina, foi aclamado bispo, e logo ficou famoso tanto pelos inúmeros milagres que por ele Deus realizava quanto por sua grande caridade, da qual procediam as esmolas e os presentes “secretos” aos necessitados.
Ninguém confunda sua caridade, porém, com leniência ou complacência.
Nesse sentido, um episódio marcante de sua vida ficou registrado nas atas do Concílio de Niceia, a primeira grande reunião de bispos da Igreja Católica, ocorrida em 325. Na ocasião, os cristãos deparavam com uma grande e perigosa heresia: o arianismo, que negava a divindade de Jesus. O historiador católico Daniel-Rops relata que, quando os bispos ali reunidos ouviram “alguns fragmentos” dos escritos de Ário, “os erros mostraram-se tão patentes que uma onda de indignação sacudiu todos aqueles homens fervorosos
Um deles foi justamente o “bom velhinho”, São Nicolau: já cansado da insolência de Ário, conta-se que o corajoso bispo confrontou fisicamente o heresiarca, esbofeteando-lhe a boca.
Os prelados ao redor se assustaram e, mesmo discordando de Ário, viram-se obrigados a punir o “zelo excessivo” de Nicolau, trancafiando o bispo na prisão e confiscando o seu pálio e a cópia que ele possuía dos Evangelhos. A resposta do Céu à ira de São Nicolau, no entanto, parece ter sido bem outra. Alguns dias depois do ocorrido, os próprios Jesus e Maria visitaram o bispo em sua cela. “Por que estás aqui?”, teria perguntado Nosso Senhor a Nicolau, ao que ele respondeu: “Porque vos amo, meu Deus e Senhor”. Imediatamente, foram-lhe devolvidos os símbolos de sua dignidade episcopal.
É por isso que, em muitos ícones do santo, é possível vê-lo ladeado de Nosso Senhor e de Nossa Senhora, respectivamente com um livro e um pálio nas mãos. Destituído do ofício episcopal por seus irmãos, o bispo de Mira terminou o grande Concílio de Niceia readmitido diretamente pelo próprio Deus.
Hoje, São Nicolau é muito venerado tanto no Oriente, onde nasceu e exerceu seu ministério episcopal, quanto no Ocidente. Foi da cidade italiana de Bari, afinal, onde se encontram suas relíquias, que a devoção ao “bom velhinho” se espalhou por todo o continente europeu.
Santo Tomás de Aquino, por exemplo, foi um grande devoto de São Nicolau. Foi em um 6 de dezembro, a propósito, que o Doutor Angélico, celebrando Missa numa capela dedicada a São Nicolau, recebeu de Deus uma visão que o fez dizer, poucos meses antes de entregar sua alma a Deus: “Tudo que escrevi até hoje parece-me unicamente palha, em comparação com aquilo que vi e me foi revelado”. Sem sombra de dúvida, um presente extraordinário recebido pelas mãos de São Nicolau.
Neste tempo de Advento, preparando a vinda do Senhor, peçamos a São Nicolau que obtenha também a nós este dom de Deus: o desapego deste mundo de palha e a posse inamissível do Cristo.

São Nicolau de Mira e de Bari, 
rogai por nós!
SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO

É com o coração transbordante de alegria que celebramos hoje a Solenidade da Imaculada Conceição da toda santa Mãe de Deus. O mistério que constitui o objeto desta celebração litúrgica pode ser encarado de um duplo ponto de vista: anegativamente, a Imaculada Conceição designa o privilégio singularíssimo com que Deus onipotente preservou Maria SS., em atenção aos méritos futuros da morte de Cristo, de toda mancha do pecado original desde o primeiro instante de sua concepção no ventre de Sant’Ana; bpositivamente, a Imaculada Conceição refere-se às consequências desta imunidade especial: a Virgem puríssima, além de ter sido preservada de toda culpa original, foi também cumulada de uma plenitude de graça imensamente superior à de todos os anjos, santos e bem-aventurados juntos. Criada toda bela e perfeita, livre de qualquer inclinação ao pecado, Maria recebeu uma inocência e uma santidade que a tornaram capaz de amar dignamente o fruto bendito que o Espírito Santo formara em seu seio virginal.
Esse cúmulo de graça, porém, não nos deve fazer pensar que nossa Mãe SS. não cresceu espiritualmente ao longo de sua vida na terra. É por isso que os teólogos costumam distinguir três etapas sucessivas do crescimento na graça por que passou Nossa Senhora: a) em primeiro lugar, Maria recebeu no instante mesmo em que foi concebida uma graça inicial que a preparou para ser digna Mãe de Deus; b) essa mesma graça sofreu ainda um aumento extraordinário no momento em que o Verbo divino, anunciado pelo Arcanjo Gabriel, tomou em suas entranhas uma carne humana perfeitíssima; c) essa graça, por fim, chegou ao seu grau máximo quando, terminado o curso de sua vida terrestre, a Rainha dos céus foi assunta ao seu trono celeste, donde governa todo o universo e goza de uma bem-aventurança eterna proporcional ao amor insuperável e intensíssimo que tinha a Deus antes de ser elevada em corpo e alma sobre todos os coros angélicos.
Essas três etapas progressivas que Maria percorreu em seu crescimento na graça, longe de ser uma curiosidade teológica, guardam estreitas analogias com a nossa comunhão diária. Com efeito, para recebermos a Cristo sacramentado, precisamos, à semelhança de Maria, estar adornados primeiramente com uma graça inicial — a graça santificante —, que prepara a nossa alma para a vinda sacramental do Verbo encarnado. E assim como Deus dilatou o coração de Maria no momento mesmo de ela conceber o seu Filho, assim também o nosso coração, no momento de comungarmos, tem de expandir-se em atos de caridade e gratidão, para que amemos e acolhamos com ainda mais fervor o nosso divino hóspede. Se vivermos assim, dia após dia, a nossa comunhão, Deus irá fazer-nos progredir na graça e na caridade, aumentando a herança da glória eterna que nos foi prometida. — Que Maria Imaculada, sem pecado concebida, interceda a nosso favor e nos ajude a comungar sempre melhor, preparando-nos bem, fazendo-nos amar mais e conduzindo-nos pela mão às alegrias do céu.

Pd.Paulo Ricardo de Azevedo Junior
 
        É sempre tempo de Advento

Quando falamos em Advento certamente pensamos mais no período antes do Natal, pensamos mais na vinda, no Advento do Senhor. Os autores espirituais falam de três vindas:  a primeira  na pobreza de Belém, a segunda no fim dos tempos e a terceira, discreta, em nosso dia a dia. Sabemos que sempre é tempo de vigilância, de ter velas acesas nas mãos esperando a chegada do Senhor e a irrupção do cortejo do esposo que chega para a festa da intimidade.
Desnecessário ficar repetindo que vivemos na agitação, na superficialidade. Disto temos plena consciência. Isso nos incomoda. Com atividades febris, correria, tarefas urgentes ou inventadas, nossas horas parecem curtas e mal começamos a percorrer o mês de janeiro temos a impressão de que o tempo escapa de nossas mãos. Não temos tempo.  Há solicitações e urgências. Temos tanto que fazer que o tempo nos falta.


Tudo se precipita. Não temos mais tempo de visitar o coração. Nossa vida é como essa mania de comida rápida, sempre rápida (fast food). Será que esperamos? O que esperamos? Na verdade não temos tempo de ver crescer nossos amores, nossas crianças, nossas competências, simplesmente nossa vida.  Repetimos ideias.  Somos sonâmbulos no trânsito, no trabalho, no metrô, na família.  Um autor assim se exprime: “Vivemos o tempo da recusa do tempo; os mostradores de nossos relógios  não têm mais os ponteiros  que iam pulando de segundo em segundo, na direção da hora seguinte.  Acabou-se o  tempo  em que o tempo era um espaço a ser percorrido. Por medo do futuro e esquecimento do passado  fomos nos tornando  zelosos turiferários da religião do instante” (Bertrand  Révillion, Revista Panorama  (Paris),   2002, p. 3). Religião do instante… como isso é verdade.
Faz muito bem viver o tempo do Advento. Reencontrar as passagens de Isaías, ver o Batista apontando para aquele que vem, estar perto de Maria grávida de Deus. Há qualquer coisa de novo no ar. Vamos, pois, nos revestindo de esperança.
O futuro não nasce inopinadamente. Ele é resultado de fecundações lentas  que deixamos germinar no ventre da  Natal nada mais é do que um fabuloso dom feito ao homem: o tempo longe de ser uma prisão que acorrenta e  que leva ao nada, é chance de vida. Natal que dizer que Deus se fez tempo, nasceu no tempo, que a eternidade está no tempo.
Celebrar o Advento é ousar viver o tempo das lentas maturações, reaprender a caminhar lentamente, passo a passo, para nossa mais densa e profunda humanidade.  É quebrar essa cadeia frenética do tempo vazio demais  porque cheio de  coisas sem valor, é fazer em si, em seu mistério de homem, lugar para a chegada do Inesperado.
Viver o Advento é dizer a todos os desesperados que a terra tem um amanhã desde que deixemos esse futuro nascer. E o futuro é sempre esse Deus que vem. Ele, o Inesperado, vem.
… “Os satisfeitos não buscam nada realmente novo.  Não trabalham para mudar o mundo.  Não lhes interessa umfuturo melhor. Não se revoltam diante das injustiças,  dos absurdos do mundo presente. Na realidade, este mundo é para eles o céu ao qual se candidatariam para sempre. Podem permitir-se ao luxo de não esperar nada melhor.  Como é tentador adaptar-se sempre  à situação,  instalar-nos confortavelmente em nosso pequeno mundo. Mas não esqueçamos:  somente aqueles que fecham os olhos e os ouvidos, somente aqueles que se tornaram insensíveis, podem sentir-se à vontade num mundo como este( R.A.Alves)  (Pagola,  Lucas, p 337).
Até o fim da vida, o homem está sob o regime do Advento: “O ‘agora’ eterno  já está em teu interior, esse ‘agora’ que ninguém pode encurtar, nem para atrás, nem para frente e que já começou a arrumar em ti o buquê de todos os instantes terrenos. Até o dia em que ouvirás: “Entra na alegria de teu Senhor” (Mt 25,21), estarás no regime do Advento. Deus, no momento, não espera de ti uma alegria exuberante, porque são pesadas as correntes que te prendem no tempo, mesmo que elas tenham começado a cair.  A única coisa que te é pedida é de alimentar esta alegria humilde e discreta da fé  que vive na ardorosa espera do mundo que está para vir, tão firme que faz com as coisas que caem sob nossos sentidos  não constituem a totalidade da realidade; a alegria humilde do presidiário  ainda encarcerado mas que sabe que está  para ser libertado”  (Karl Rahner).
Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM


Santa Maria do Ano Novo

  Estamos vivendo as primeiras horas do ano novo de 2014.  Hoje é dia Santa Maria, Mãe de Deus.  A mulher que está no presépio é a Mãe de Deus feito carne, feito homem, feito história. Uma mulher pode ser chamada de Mãe do Altíssimo. 
            Uma homilia atribuída a Santo Agostinho diz belamente: “Os profetas pregaram que o Criador do céu e da terra iria aparecer na terra entre os homens;  o Anjo anunciou que o Criador da carne e do espírito viria na carne. João saudou-o desde o seio do Salvador, e que estava também no seio; o ancião  Simeão reconheceu a Deus no menino que não falava; a viúva Ana e a Virgem Mãe”.
            Na realidade contemplamos hoje a figura de Maria, Mãe de Deus.  Aquele que o universo não podia conter, aquele que é saudado com adoração pelos espíritos mais puros, aquele que não tem limites, entra no limite do seio de Maria, é amamentado pelos seus seios e guiado por sua mão. Hoje é festa da Mãe Deus.

“O Emanuel foi rebento deste mundo que outrora ele havia criado, aparecendo como um recém-nascido, ele que era Deus antes da eternidade; recostado em uma manjedoura, excluído do habitat comum, então veio para preparar moradas eternas. Confinado a uma gruta e apontado por uma estrela, cumulado de presentes pelos magos e pagando o resgaste do pecado, carregado nos braços de Simeão e abraçando o universo pela extensão de sua potência divina, visto como um infante pelos pastores e reconhecido como  Deus  pelo exército dos anjos que cantavam sua glória no céu, a paz sobre a terra, a benevolência  de Deus para os homens” (São Basílio de Selêucia).
             Maria é a mãe do príncipe de paz.  É bom ouvir a bênção do Livro dos Números lida com primeira leitura, bênção tão próxima da bênção de São Francisco:  "O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e se compadeça de ti! O Senhor volte o seu rosto para ti e  te dê a paz”. É nossa bênção de Ano Novo.
             Maria do Ano novo, colocada diante de nós nesse primeiro de janeiro, quer nos inspirar um modus vivendi para os tempos de 2014:
  * Maria é aquela que faz a vontade de Deus, é a serva sempre aberta ao que o Senhor quer;
 * é aquela que gosta de levar as coisas que ouve ao fundo do coração;
 * é aquela que se torna morada de Deus.
              Inspirando-se em Maria, às portas do Ano Novo, os cristãos verdadeiros se comprometem:
 * a buscar a vontade de Deus em sua vida, na família e no seio da Igreja;
* a fugir de toda  superficialidade levando as coisas de Deus ao fundo do coração;
* a levar uma vida digna e nobre para serem tabernáculos do Altíssimo.

Frei Almir Ribeiro Guimarães,OFM