terça-feira, 26 de dezembro de 2017

ARAUTO DO GRANDE REI

BOLETIM INFORMATIVO DE DEZEMBRO DE 2017

A Verdadeira História de Papai-Noel


Pd.Paulo Ricardo de Azevedo Junior

São Nicolau, cuja memória a Igreja celebra neste dia 6 de dezembro, tornou-se conhecido por seu costume, segundo uma antiga tradição, de entregar presentes secretos aos pobres e necessitados, o que lhe valeu ser a figura hoje tão conhecida do “Papai Noel”, bastante comum nos festejos de Natal. 
Em nossos dias, porém, o mítico sobreviveu ao místico: a lenda explorada com fins comerciais acabou ofuscando a verdadeira biografia deste grande homem. Qual é, então, a sua verdadeira história?
Nicolau nasceu na antiga cidade de Pátara, território da atual Turquia, por volta do ano 270, sendo educado por uma família de pais nobres e muito virtuosos. Seu desejo de dedicar-se a Deus brotou na mais tenra idade, fazendo-o viver inteiramente devotado à Palavra de Deus, de tal maneira que, tendo herdado, com a morte dos pais, grande fortuna, fez-se apenas um administrador daqueles bens que se tornaram dos pobres.
Ao mudar-se para a cidade de Mira, onde quis viver mais secretamente, Nicolau, já muito virtuoso e de uma piedade divina, foi aclamado bispo, e logo ficou famoso tanto pelos inúmeros milagres que por ele Deus realizava quanto por sua grande caridade, da qual procediam as esmolas e os presentes “secretos” aos necessitados.
Ninguém confunda sua caridade, porém, com leniência ou complacência.
Nesse sentido, um episódio marcante de sua vida ficou registrado nas atas do Concílio de Niceia, a primeira grande reunião de bispos da Igreja Católica, ocorrida em 325. Na ocasião, os cristãos deparavam com uma grande e perigosa heresia: o arianismo, que negava a divindade de Jesus. O historiador católico Daniel-Rops relata que, quando os bispos ali reunidos ouviram “alguns fragmentos” dos escritos de Ário, “os erros mostraram-se tão patentes que uma onda de indignação sacudiu todos aqueles homens fervorosos
Um deles foi justamente o “bom velhinho”, São Nicolau: já cansado da insolência de Ário, conta-se que o corajoso bispo confrontou fisicamente o heresiarca, esbofeteando-lhe a boca.
Os prelados ao redor se assustaram e, mesmo discordando de Ário, viram-se obrigados a punir o “zelo excessivo” de Nicolau, trancafiando o bispo na prisão e confiscando o seu pálio e a cópia que ele possuía dos Evangelhos. A resposta do Céu à ira de São Nicolau, no entanto, parece ter sido bem outra. Alguns dias depois do ocorrido, os próprios Jesus e Maria visitaram o bispo em sua cela. “Por que estás aqui?”, teria perguntado Nosso Senhor a Nicolau, ao que ele respondeu: “Porque vos amo, meu Deus e Senhor”. Imediatamente, foram-lhe devolvidos os símbolos de sua dignidade episcopal.
É por isso que, em muitos ícones do santo, é possível vê-lo ladeado de Nosso Senhor e de Nossa Senhora, respectivamente com um livro e um pálio nas mãos. Destituído do ofício episcopal por seus irmãos, o bispo de Mira terminou o grande Concílio de Niceia readmitido diretamente pelo próprio Deus.
Hoje, São Nicolau é muito venerado tanto no Oriente, onde nasceu e exerceu seu ministério episcopal, quanto no Ocidente. Foi da cidade italiana de Bari, afinal, onde se encontram suas relíquias, que a devoção ao “bom velhinho” se espalhou por todo o continente europeu.
Santo Tomás de Aquino, por exemplo, foi um grande devoto de São Nicolau. Foi em um 6 de dezembro, a propósito, que o Doutor Angélico, celebrando Missa numa capela dedicada a São Nicolau, recebeu de Deus uma visão que o fez dizer, poucos meses antes de entregar sua alma a Deus: “Tudo que escrevi até hoje parece-me unicamente palha, em comparação com aquilo que vi e me foi revelado”. Sem sombra de dúvida, um presente extraordinário recebido pelas mãos de São Nicolau.
Neste tempo de Advento, preparando a vinda do Senhor, peçamos a São Nicolau que obtenha também a nós este dom de Deus: o desapego deste mundo de palha e a posse inamissível do Cristo.

São Nicolau de Mira e de Bari, 
rogai por nós!
SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO

É com o coração transbordante de alegria que celebramos hoje a Solenidade da Imaculada Conceição da toda santa Mãe de Deus. O mistério que constitui o objeto desta celebração litúrgica pode ser encarado de um duplo ponto de vista: anegativamente, a Imaculada Conceição designa o privilégio singularíssimo com que Deus onipotente preservou Maria SS., em atenção aos méritos futuros da morte de Cristo, de toda mancha do pecado original desde o primeiro instante de sua concepção no ventre de Sant’Ana; bpositivamente, a Imaculada Conceição refere-se às consequências desta imunidade especial: a Virgem puríssima, além de ter sido preservada de toda culpa original, foi também cumulada de uma plenitude de graça imensamente superior à de todos os anjos, santos e bem-aventurados juntos. Criada toda bela e perfeita, livre de qualquer inclinação ao pecado, Maria recebeu uma inocência e uma santidade que a tornaram capaz de amar dignamente o fruto bendito que o Espírito Santo formara em seu seio virginal.
Esse cúmulo de graça, porém, não nos deve fazer pensar que nossa Mãe SS. não cresceu espiritualmente ao longo de sua vida na terra. É por isso que os teólogos costumam distinguir três etapas sucessivas do crescimento na graça por que passou Nossa Senhora: a) em primeiro lugar, Maria recebeu no instante mesmo em que foi concebida uma graça inicial que a preparou para ser digna Mãe de Deus; b) essa mesma graça sofreu ainda um aumento extraordinário no momento em que o Verbo divino, anunciado pelo Arcanjo Gabriel, tomou em suas entranhas uma carne humana perfeitíssima; c) essa graça, por fim, chegou ao seu grau máximo quando, terminado o curso de sua vida terrestre, a Rainha dos céus foi assunta ao seu trono celeste, donde governa todo o universo e goza de uma bem-aventurança eterna proporcional ao amor insuperável e intensíssimo que tinha a Deus antes de ser elevada em corpo e alma sobre todos os coros angélicos.
Essas três etapas progressivas que Maria percorreu em seu crescimento na graça, longe de ser uma curiosidade teológica, guardam estreitas analogias com a nossa comunhão diária. Com efeito, para recebermos a Cristo sacramentado, precisamos, à semelhança de Maria, estar adornados primeiramente com uma graça inicial — a graça santificante —, que prepara a nossa alma para a vinda sacramental do Verbo encarnado. E assim como Deus dilatou o coração de Maria no momento mesmo de ela conceber o seu Filho, assim também o nosso coração, no momento de comungarmos, tem de expandir-se em atos de caridade e gratidão, para que amemos e acolhamos com ainda mais fervor o nosso divino hóspede. Se vivermos assim, dia após dia, a nossa comunhão, Deus irá fazer-nos progredir na graça e na caridade, aumentando a herança da glória eterna que nos foi prometida. — Que Maria Imaculada, sem pecado concebida, interceda a nosso favor e nos ajude a comungar sempre melhor, preparando-nos bem, fazendo-nos amar mais e conduzindo-nos pela mão às alegrias do céu.

Pd.Paulo Ricardo de Azevedo Junior
 
        É sempre tempo de Advento

Quando falamos em Advento certamente pensamos mais no período antes do Natal, pensamos mais na vinda, no Advento do Senhor. Os autores espirituais falam de três vindas:  a primeira  na pobreza de Belém, a segunda no fim dos tempos e a terceira, discreta, em nosso dia a dia. Sabemos que sempre é tempo de vigilância, de ter velas acesas nas mãos esperando a chegada do Senhor e a irrupção do cortejo do esposo que chega para a festa da intimidade.
Desnecessário ficar repetindo que vivemos na agitação, na superficialidade. Disto temos plena consciência. Isso nos incomoda. Com atividades febris, correria, tarefas urgentes ou inventadas, nossas horas parecem curtas e mal começamos a percorrer o mês de janeiro temos a impressão de que o tempo escapa de nossas mãos. Não temos tempo.  Há solicitações e urgências. Temos tanto que fazer que o tempo nos falta.


Tudo se precipita. Não temos mais tempo de visitar o coração. Nossa vida é como essa mania de comida rápida, sempre rápida (fast food). Será que esperamos? O que esperamos? Na verdade não temos tempo de ver crescer nossos amores, nossas crianças, nossas competências, simplesmente nossa vida.  Repetimos ideias.  Somos sonâmbulos no trânsito, no trabalho, no metrô, na família.  Um autor assim se exprime: “Vivemos o tempo da recusa do tempo; os mostradores de nossos relógios  não têm mais os ponteiros  que iam pulando de segundo em segundo, na direção da hora seguinte.  Acabou-se o  tempo  em que o tempo era um espaço a ser percorrido. Por medo do futuro e esquecimento do passado  fomos nos tornando  zelosos turiferários da religião do instante” (Bertrand  Révillion, Revista Panorama  (Paris),   2002, p. 3). Religião do instante… como isso é verdade.
Faz muito bem viver o tempo do Advento. Reencontrar as passagens de Isaías, ver o Batista apontando para aquele que vem, estar perto de Maria grávida de Deus. Há qualquer coisa de novo no ar. Vamos, pois, nos revestindo de esperança.
O futuro não nasce inopinadamente. Ele é resultado de fecundações lentas  que deixamos germinar no ventre da  Natal nada mais é do que um fabuloso dom feito ao homem: o tempo longe de ser uma prisão que acorrenta e  que leva ao nada, é chance de vida. Natal que dizer que Deus se fez tempo, nasceu no tempo, que a eternidade está no tempo.
Celebrar o Advento é ousar viver o tempo das lentas maturações, reaprender a caminhar lentamente, passo a passo, para nossa mais densa e profunda humanidade.  É quebrar essa cadeia frenética do tempo vazio demais  porque cheio de  coisas sem valor, é fazer em si, em seu mistério de homem, lugar para a chegada do Inesperado.
Viver o Advento é dizer a todos os desesperados que a terra tem um amanhã desde que deixemos esse futuro nascer. E o futuro é sempre esse Deus que vem. Ele, o Inesperado, vem.
… “Os satisfeitos não buscam nada realmente novo.  Não trabalham para mudar o mundo.  Não lhes interessa umfuturo melhor. Não se revoltam diante das injustiças,  dos absurdos do mundo presente. Na realidade, este mundo é para eles o céu ao qual se candidatariam para sempre. Podem permitir-se ao luxo de não esperar nada melhor.  Como é tentador adaptar-se sempre  à situação,  instalar-nos confortavelmente em nosso pequeno mundo. Mas não esqueçamos:  somente aqueles que fecham os olhos e os ouvidos, somente aqueles que se tornaram insensíveis, podem sentir-se à vontade num mundo como este( R.A.Alves)  (Pagola,  Lucas, p 337).
Até o fim da vida, o homem está sob o regime do Advento: “O ‘agora’ eterno  já está em teu interior, esse ‘agora’ que ninguém pode encurtar, nem para atrás, nem para frente e que já começou a arrumar em ti o buquê de todos os instantes terrenos. Até o dia em que ouvirás: “Entra na alegria de teu Senhor” (Mt 25,21), estarás no regime do Advento. Deus, no momento, não espera de ti uma alegria exuberante, porque são pesadas as correntes que te prendem no tempo, mesmo que elas tenham começado a cair.  A única coisa que te é pedida é de alimentar esta alegria humilde e discreta da fé  que vive na ardorosa espera do mundo que está para vir, tão firme que faz com as coisas que caem sob nossos sentidos  não constituem a totalidade da realidade; a alegria humilde do presidiário  ainda encarcerado mas que sabe que está  para ser libertado”  (Karl Rahner).
Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM


Santa Maria do Ano Novo

  Estamos vivendo as primeiras horas do ano novo de 2014.  Hoje é dia Santa Maria, Mãe de Deus.  A mulher que está no presépio é a Mãe de Deus feito carne, feito homem, feito história. Uma mulher pode ser chamada de Mãe do Altíssimo. 
            Uma homilia atribuída a Santo Agostinho diz belamente: “Os profetas pregaram que o Criador do céu e da terra iria aparecer na terra entre os homens;  o Anjo anunciou que o Criador da carne e do espírito viria na carne. João saudou-o desde o seio do Salvador, e que estava também no seio; o ancião  Simeão reconheceu a Deus no menino que não falava; a viúva Ana e a Virgem Mãe”.
            Na realidade contemplamos hoje a figura de Maria, Mãe de Deus.  Aquele que o universo não podia conter, aquele que é saudado com adoração pelos espíritos mais puros, aquele que não tem limites, entra no limite do seio de Maria, é amamentado pelos seus seios e guiado por sua mão. Hoje é festa da Mãe Deus.

“O Emanuel foi rebento deste mundo que outrora ele havia criado, aparecendo como um recém-nascido, ele que era Deus antes da eternidade; recostado em uma manjedoura, excluído do habitat comum, então veio para preparar moradas eternas. Confinado a uma gruta e apontado por uma estrela, cumulado de presentes pelos magos e pagando o resgaste do pecado, carregado nos braços de Simeão e abraçando o universo pela extensão de sua potência divina, visto como um infante pelos pastores e reconhecido como  Deus  pelo exército dos anjos que cantavam sua glória no céu, a paz sobre a terra, a benevolência  de Deus para os homens” (São Basílio de Selêucia).
             Maria é a mãe do príncipe de paz.  É bom ouvir a bênção do Livro dos Números lida com primeira leitura, bênção tão próxima da bênção de São Francisco:  "O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e se compadeça de ti! O Senhor volte o seu rosto para ti e  te dê a paz”. É nossa bênção de Ano Novo.
             Maria do Ano novo, colocada diante de nós nesse primeiro de janeiro, quer nos inspirar um modus vivendi para os tempos de 2014:
  * Maria é aquela que faz a vontade de Deus, é a serva sempre aberta ao que o Senhor quer;
 * é aquela que gosta de levar as coisas que ouve ao fundo do coração;
 * é aquela que se torna morada de Deus.
              Inspirando-se em Maria, às portas do Ano Novo, os cristãos verdadeiros se comprometem:
 * a buscar a vontade de Deus em sua vida, na família e no seio da Igreja;
* a fugir de toda  superficialidade levando as coisas de Deus ao fundo do coração;
* a levar uma vida digna e nobre para serem tabernáculos do Altíssimo.

Frei Almir Ribeiro Guimarães,OFM

FOLDER DISTRIBUÍDO NA MISSA DAS 16:15 HORAS DO DIA 02 DE DEZEMBRO DE 2017 NA IGREJA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS



FRATERNIDADE FRANCISCANA SECULAR DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS DE PETRÓPOLIS


RUA FREI LUIZ,26
CEP 25685-020 PETRÓPOLIS – RJ
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TEL: (24) 2242-7984

Reunião mensal: 3° domingo às 14:00 horas – com a Missa aberta a todos às 16:00 horas

Missa no 1° sábado de cada mês às 16:15 



 horas na Igreja do Sagrado Coração de Jesus

INFORMATIVO
Ano IX  DEZEMBRO DE 2017 -  Nº  06

SANTO ANTONIO

                                     Frei Hugo D. Baggio,OFM

18 — PREGAÇÃO E MILAGRE

    Toda a vida de Frei Antônio foi uma grande pregação: pelo exemplo e pela palavra. Pela pa­lavra foi um arrebatador de multidões e um convertedor de corações. Mas ao lado da pregação, fulgura ele como um dos grandes taumaturgos, en­tendendo-se por taumaturgo a pessoa que opera milagres. E tantos a história e a legenda lhe atri­buem que tudo o mais em Frei Antônio fica como que afogado, para aparecer, em plena fulguração, sua força de fazer milagres.
    E aqui devemos nos dobrar a uma realidade. Todos os milagres que conhecemos e atribuímos a Frei Antônio, ficam difíceis de ser comprovados histórica e cientificamente. Fica, porém, certo que todo o povo cristão não desliga Santo Antônio dos milagres. Ele se funde e confunde com os fatos portentosos de sua vida. Por isso, não podemos narrar-lhe a vida sem evocar os prodígios que lhe são atribuídos. Fique, porém, certo: ao narrar al­gum fato que as legendas e os primitivos biógrafos nos legaram, não estamos emitindo juízos sobre o fato em si, falando de sua realidade ou historiando fatos concretos. Estes milagres sugerem e retratam os problemas que o Santo enfrentou, a força de que era possuído para resolvê-los e a ascendência que exercia sobre as almas, mesmo as mais endu­recidas. Não deixam de ser sempre uma alegoria, no entanto, que reforça a pregação e derrota o erro, pois, como Cristo podia dizer: "se não acre­ditais em minhas palavras, acreditai em seus atos".
Assim, ao transcrevermos uma série destes por­tentos atribuídos a S. Antônio, estamos ilustrando sua vida e, além do mais, nada afirmamos que raie o impossível, uma vez que Cristo havia pro­metido aos seus discípulos: "fareis coisas ainda maio­res do que as que faço eu". Em cada cidade deixou uma mensagem e um milagre que, fundidos, for­maram a vigorosa pregação deste franciscano por­tuguês . . .

19 — DOIS PRODÍGIOS EM RÍMINI

    A cidade de Rímini tinha fama de coração du­ro. Passaram por ela já vários pregadores. Entre eles Santo Aldebrando que incendiou as iras do povo e teve que abrigar-se na torre da igreja e, depois, fugir às escondidas da cidade. Assim, quando Frei Antônio lá chegou, na sua austera humildade, ninguém lhe quis dar ouvidos. Se­gundo o livro dos FIORETTI havia na cidade muitos hereges, endurecidos e obstinados, que se recusavam a ouvir o pregador e dele fugiam sis­tematicamente e lhe moviam guerra.
    Vendo baldados seus esforços, recorreu Frei Antônio a um expediente: dirigiu-se à foz do rio, junto ao mar, e começou a pregar aos peixes: "ouvi a palavra de Deus vós, peixes do rio e do mar, uma vez que os infiéis heréticos se esquivam de ouvi-la... "E uma multidão de cabecinhas de peixes atentas apontaram, à flor da água, fi­xando nele olhos curiosos, como a beberem as palavras do pregador e até observavam uma gran­de ordem: mais próximos à praia os de menor por­te, enquanto os mais graúdos se mantinham mais ao longe, escutando o homem que lhes dizia que Deus é bom, pois fornece água, céu azul e ali­mento, barbatanas maravilhosas e a santa liber­dade de um imenso mar. Ouviram, receberam a bênção e partiram, manifestando, a seu modo, a alegria que os havia contagiado... O mais im­portante, porém, foi que os homens aprenderam a lição dos irracionais.
    Nem todos, nem todos. Um grupo de hereges maquinou uma armadilha. Convidaram Frei An­tônio para uma refeição. Apresentaram-lhe um prato envenenado, do que a clara visão do hóspe­de logo se apercebeu. Frei Antônio os repreendeu. Mas eles argumentaram: "está escrito que aos que têm fé, nem o veneno lhes fará mal". Que comes­se e caso nada acontecesse abraçariam a verda­deira fé. Frei Antônio sem grandes discussões, traça sobre o alimento o sinal da cruz e, tranqui­lamente, ante o olhar pasmado de todos, o vai saboreando. E no fi­nal sai tranquilo, como se nada houvera acon­tecido. Esse gesto aca­bou por operar a trans­formação que a pala­vra não conseguira...

20 — ANTÔNIO, MEU BISPO

    Francisco de Assis iniciou sua família reli­giosa dentro da santa simplicidade e numa gran­de fidelidade à pobreza, a quem chamava Dama Pobreza. Tão fiel queria ser à humildade pobre que temia tudo quanto o pudesse dela afastar. Todo adorno externo, todo excesso interno eram repelidos com veemência. Entre os perigos que ele via como ameaça à virtude de seus frades es­tava a ciência, como a busca de uma vaidade ou de um enfeite e sobretudo de um estorvo para a vida de oração. Temia que, engolfados na busca de conhecimentos, os frades se esquecessem de buscar a eminente ciência de Jesus Cristo. Ou que, abarrotados com conhecimentos, se bastassem a si mesmos. E sabia ele que não há pior ri­queza do que a de quem se convenceu que se basta a si mesmo, que não precisa de mais nin­guém, pois acaba dispensando o próprio Deus.
Daí a resistência que fazia a todos os estudos den­tro da Ordem nascente. 
Tinha, todavia, luz e discernimento suficien­tes para aperceber-se da necessidade dos estudos para aqueles que enfrentavam a pregação e as he­resias, os simples, mas também os sábios. Daí, acompanhou com interesse a trajetória do jovem português que havia participado do Capítulo das Esteiras e estava fazendo um belo trabalho pela região toda com sua pregação inflamada e do­cumentada em estudos profundos. Por isso, nas­ceu nele uma idéia: que Frei Antônio se tornasse mestre dos novos franciscanos que vinham che­gando, Pensou e fez.
    Escreveu uma cartinha: "Eu Frei Francisco, saúdo a Frei Antônio, meu bispo. Gostaria mui­to que ensinasses aos irmãos a sagrada teologia, contanto que nesse estudo não extingam o espí­rito da santa oração e da devoção, segundo está escrito na Regra. Passar bem". Estava nomea­do o primeiro professor de Teologia na Ordem Franciscana. . .
Continua no informativo – Ano IX -            JANEIRO DE 2018  -  Nº  07

         
Oração a S. Antonio
Lembrai-vos, ó glorioso S. Antônio, amigo do Menino Deus e servo fiel de Maria Santíssima, que nunca se ouviu dizer que alguém que a vós tives­se recorrido ou implorado vossa proteção, tivesse ficado desatendido. É isto que me enche de con­fiança e me anima a recorrer aos vossos préstimos. Sinto-me oprimido por meus pecados, mas mesmo assim ouso dirigir-me a vós e expor minhas ne­cessidades e aflições. Não rejeiteis a minha ora­ção, vós que tanto podeis junto ao Coração do Cristo e obtendo-me a graça que confiadamente vos peço. . .


SANTOS FRANCISCANOS

MES DE DEZEMBRO
1 — B. Antonio Bonfadini, 1ª Ordem
2 — B. Carlos de Blois, 3ª Ordem.
3 — S. Donino, mártir de Ceuta, 1ª Ordem.
4 — B. Pedro de Sena, 3ª Ordem.
5 — S. Hugolino,   mártir   de  Ceuta, 1ª Ordem                  
6 — S. Samuel, mártir de Ceuta, 1ª Ordem
7 — S. Maria José Rosselo, 3ª Ordem.
8 — IMACULADA CONCEIÇÃO
9 — B. João Romano, 3ª Ordem, mártir no
        Japão
10 — B. Engelberto Kolland, 1ª Ordem, mártir
11 — B. Hugolino Magalotti, 3ª Ordem.
13 — B. Conrado de Ofida, 1ª Ordem.
14 — B. Bártolo de S. Gimignano, 3ª Ordem.
15 — B. Maria   Francisca   Schervier, 3ª Ordem
          Regular
17 — B. João   de   Montecorvino, 1ª Ordem,
          culto ainda não aprovado
22 — S. Francisca Xavier Cabrini, 3ª Ordem.
23 — B. Nicolau Fatore, 1ª Ordem.
25 — SOLENIDADE DA NATIVIDADE DE
           JESUS
26 — B. Bentivólio de Bonis, 1ª Ordem.
29 — B. Gerardo de Valença, 1ª Ordem
30 — B. Margarida Colona, 2ª Ordem

“A  OFS  DO  SAGRADO  CORAÇÃO  DE  JESUS,
 DESEJA  A  TODOS,  UM FELIZ NATAL  COM  
AS  BÊNÇÃOS  DO MENINO  JESUS  E  DE  
NOSSO  PAI   SÃO FRANCISCO DE  ASSIS.”

domingo, 26 de novembro de 2017

ARAUTO DO GRANDE REI

BOLETIM INFORMATIVO DE NOVEMBRO DE 2017

 Santa Isabel da Hungria, pôs-se a servir os doentes até morrer

Isabel era filha de André, rei da Hungria, e nasceu num tempo em que os acordos das nações eram selados com o casamento. No caso de Isabel, ela fora prometida a Luís IV (duque hereditário da Turíngia) em matrimônio, um pouco depois de seu nascimento em 1207.
Santa Isabel foi morar na corte do futuro esposo e lá começou a sofrer veladas perseguições por parte da sogra que, invejando o amor do filho para com a santa, passou a caluniá-la como esbanjadora, já que tinha grande caridade para com os pobres. Mulher de oração e generosa em meio aos sofrimentos, Isabel sempre era em tudo socorrida por Deus. Quando já casada e com três filhos, perdeu o marido numa guerra e foi expulsa da corte pelo tio de seu falecido esposo, agora encarregado da regência.
Aconteceu que Isabel teve que se abrigar num curral de porcos com os filhos, até ser socorrida como pobre pelos franciscanos de Eisenach, uma vez que até mesmo os mendigos e enfermos ajudados por ela insultavam-na, por temerem desagradar o regente. Ajudada por um tio que era Bispo de Bamberga, Isabel logo foi chamada para voltar à corte, e seus direitos, como os de seus filhos, foram reconhecidos, isto porque os companheiros de cruzada do falecido rei tinham voltado com a missão de dar proteção à Isabel, pois nisto consistiu o último pedido de Luís IV.
Santa Isabel não quis retornar para Hungria; renunciou aos títulos, além de entrar na Ordem Terceira de São Francisco. Fundou um convento de franciscanas em 1229 e pôs-se a servir os doentes e enfermos até morrer, em 1231, com apenas 24 anos num hospital construído com seus bens.

                                         Santa Isabel da Hungria, rogai por nós!


Franciscanos na terra santa


Os frades franciscanos estão comemorando 800 anos de presença na Terra Santa.(…)
História
A origem da Custódia da Terra Santa remonta ao ano de 1217, no qual, em Santa Maria dos Anjos, próximo de Assis, se celebrou o primeiro Capítulo Geral dos Frades Menores. Na ocasião, São Francisco decide mandar os seus frades a todas as nações.
O mundo foi dividido em “Províncias” franciscanas e os frades, partindo de Assis, dividiram-se entre os quatro pontos cardeais. Entre as onze Províncias-Mães da Ordem, foi criada também a Província da Terra Santa.
Esta Província era composta por Constantinopla e o seu império, pela Grécia e suas ilhas, pela Ásia Menor, Antioquia, Síria, Palestina, a ilha de Chipre, Egito e todo o resto do Oriente.

São Francisco
Em 1219, o próprio São Francisco visitou pelo menos uma parte da Província da Terra Santa. Os documentos relatam a presença do “Pobrezinho de Assis” entre os Cruzados, sobre os muros de Damieta. Como também é conhecido o encontro de São Francisco com o Sultão Egípcio, Melek-el-Kamel, neto de Saladim o Grande. Os mesmos documentos relatam que Francisco, depois de ter deixado Damieta, dirigiu-se à Síria.
De qualquer modo, a visita de São Francisco aos Lugares Santos se deu entre 1219 e 1220. Referente a isto Jacques de Vitry, bispo de São João de Acre (cidade conhecida como Tolemaida), escreveu: “O mestre desses frades, que é também o fundador da Ordem, chama-se Francisco. É amado de Deus e venerado por todos os homens. Veio ao nosso exército cheio de zelo pela fé. Não teve medo de passar até o campo dos inimigos”.

Três anos de celebrações
Por isso, neste ano de 2017 tiveram início as celebrações pelos 800 anos da presença franciscana na Terra Santa, que culminarão em 2019 – ano da visita de S. Francisco.

Fonte: site Rádio Vaticano


A vida em Fraternidade: relação de intercambio e comunhão


Experimentemos e partilhemos a bondade de Deus. Para Francisco o seguimento de Jesus e seu projeto missionário se faz em fraternidade e fraternalmente. Comecemos por João 13,34-35. O texto deixa muito claro que o verdadeiro sinal do cristão, isto é, do seguidor de Jesus Cristo, é o amor mútuo. "Nisto conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros". O amor mútuo é a nota característica fundamental do seguidor de Jesus.

Continuemos refletindo João 13,1-17, observando passo por passo a atitude de Jesus. Primeiro o despojamento da autoridade, ele tira o manto. Depois a investidura da condição de servo, cinge-se com uma toalha. Coloca a toalha no lugar de avental. Em seguida se põe a lavar os pés dos discípulos. Ora, porque os pés? Por que os pés são os servos das pessoas. São eles que as carregam. Por essa pratica Jesus ensina a servir os servos. Muitos não acham indigno nem desonroso servir senhores, pelo contrario, falam de "boca cheia". Sou servo de fulano de tal. São raras as pessoas que publicam que servem servos. A dica de Jesus vai por aí. Discípulo de Jesus Cristo precisa servir os servos. A outra dica é que amar é servir. Amor autêntico se traduz em ação em favor dos pequenos.

Para Francisco de Assis cada irmão é um dom, um presente do Senhor. O que ele faz com o dom? Busca orientação no Evangelho para saber. Crendo que foi o Senhor que enviou o irmão o Senhor também dirá o que fazer com ele. Assim, o centro da fraternidade não é nem Francisco que foi o primeiro, nem Bernardo, o novo irmão que esta chegando, mas Jesus que na verdade é o responsável pelo encontro dos dois. Francisco e Bernardo se encontram e formam fraternidade por Jesus e em Jesus.

Vejamos ainda o que diz o Espelho da Perfeição 85. Aí Francisco nos apresenta 9 frades com 17 virtudes e diz que eles, juntos, unidos, constituem o frade perfeito. Isso significa que o frade perfeito não é um indivíduo, mas uma fraternidade, os frades unidos, comungando e partilhando é que constituem uma perfeição. O que isso nos ensina? Que a maravilha que buscamos é construída com a partilha, a disponibilidade dos dons de cada irmão, mas nos diz também que o inferno se constitui da comunhão dos defeitos de cada um. Os mesmos 9 frades têm tantos defeitos quantas virtudes. Se optarem por colocar os defeitos para funcionar e se focarem neles vão ficar do jeito que o diabo gosta. A fraternidade ótima e a fraternidade péssima podem ser feitas com as mesmas pessoas. Depende da decisão que elas tomaram na relação de umas com as outras.

Frei Moacir Casagrande OFMCap.



29 de Novembro: Dia de Todos os Santos da Ordem Seráfica


É dia de Festa! Comemoramos no dia 29 de novembro, dia de “Todos os Santos da Ordem Seráfica”.
A prodigiosa árvore da santidade franciscana testemunha a vitalidade e autenticidade evangélica da mensagem de São Francisco. A festa que os franciscanos celebram é um convite e um estímulo a devolver a Deus o amor que ele nos deu em Cristo, vivendo na pobreza e na humildade uma vida verdadeiramente fraterna, para que o mundo acredite, mediante este amor realizado, que o Pai ama e quer todos os homens salvos em sua casa.
Todos os santos e santas da Ordem Seráfica viveram e testemunharam com suas vidas, anunciando o Reino de Deus. Esses santos são aqueles que proclamaram e amaram as pessoas, observaram fielmente o santo Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; consagraram-se de corpo e espírito, doaram sua vida, derramaram o seu sangue por causa do Reino. Hoje todos participam da Festa da Ressurreição, a Glória Eterna.
São Francisco de Assis foi o santo audacioso e corajoso de seguir o Cristo, homem de fé, de amor para com o próximo e com a criação; fez com que as pessoas também vissem com o seu exemplo, este modelo de viver, fazendo suscitar nos corações das pessoas o desejo e a vontade de seguir o Evangelho, convertendo àqueles que antes não conheciam Jesus Cristo.
Com o seu exemplo, muitos tiveram coragem, muitos seguiram, muitos buscaram alcançar a perfeição, o Reino de Deus. E para isso, deixaram pais, casas, irmãos, parentes, amigos, dinheiros e terras, para estar mais próximo do Reino. Trocaram o “valor” mundano pelo valor cristão, dedicaram o tempo de suas vidas em oração, penitência e do amor ao próximo, e consagraram-se totalmente a Deus.
Hoje somos também convidados “a seguir na terra os seus exemplos e alcançar no céu a coroa da justiça”.
Santos canonizados da Primeira Ordem:110 - Santas canonizadas da Segunda Ordem: 9 - Santos e Santas canonizados da Terceira Ordem regular e secular:53 - religiosos da Primeira Ordem beatificados: 161 - religiosas da Segunda Ordem beatificadas: 34 - da Terceira Ordem regular e secular: 95 beatificados.
Total de membros das Ordens Franciscanas canonizados e beatificados, no fim do primeiro milênio: 482.
Todos os santos e santas da Ordem Seráfica – intercedei a Deus por nós.
Frei Luciano Lopes, ofm.

PAPA FRANCISCO INSTITUI O DIA MUNDIAL DOS POBRES
Cidade do Vaticano – Foi publicada, na manhã de terça-feira (13/6), no Vaticano, a Mensagem do Papa para o Primeiro Dia Mundial dos Pobres, que tem como tema: «Não amemos com palavras, mas com obras».
O Dia Mundial dos Pobres foi instituído por Francisco, na conclusão do Ano Santo extraordinário da Misericórdia, com uma Carta Apostólica intitulada “Misericórdia e mísera”. A celebração, sinal concreto” do Ano Jubilar, se realizará no XXXIII Domingo do Tempo Comum, que este ano cai em 19 de novembro.
O Papa inicia sua Mensagem, com a citação evangélica do tema central: «Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a boca, mas com obras e com verdade».
Estas palavras do apóstolo São João – diz Francisco – são um imperativo do qual nenhum cristão pode prescindir. A importância do mandamento de Jesus, transmitido pelo “discípulo amado” até aos nossos dias, tem pleno sentido diante das palavras vazias que saem da nossa boca.
O amor não admite álibis: quem pretende amar como Jesus amou, deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a amar os pobres. Aliás, é bem conhecida a forma de amar do Filho de Deus: “Ele nos amou primeiro, a ponto de dar a sua vida por nós”.
Deste modo, a misericórdia, que brota do coração da Trindade, se concretiza e gera compaixão e obras de misericórdia pelos irmãos e irmãs mais necessitados.
Neste sentido, o Santo Padre fez diversas referências da vida de Jesus, que ecoou, desde o início, na primeira Comunidade eclesial, que assumiu a assistência e o serviço aos pobres, com base no ensinamento do Mestre, que proclamou os pobres “bem-aventurados e herdeiros do Reino dos Céus”.
Contudo, aconteceu que alguns cristãos não deram a devida atenção a este apelo, deixando-se contagiar pela mentalidade mundana. Mas, o Espírito Santo soprou sobre muitos homens e mulheres que, de várias formas, dedicaram toda a sua vida ao serviço dos pobres.
O Papa recordou que, nestes Dois mil anos, numerosas páginas da história foram escritas por cristãos que, com simplicidade e humildade, se colocaram a serviço dos seus irmãos mais pobres.
Aqui, citou alguns nomes que mais se destacaram na caridade, como São Francisco de Assis, testemunha viva de uma pobreza genuína.
O Santo Padre lembra que, para os cristãos, discípulos de Cristo, a pobreza é, antes de tudo, uma vocação; é seguir Jesus pobre; é o metro para avaliar o uso correto dos bens materiais.
O nosso mundo, muitas vezes, não consegue identificar a pobreza dos nosso dias, com suas trágicas consequências: sofrimento, marginalização, opressão, violência, torturas, prisão, guerra, privação da liberdade e da dignidade, ignorância, analfabetismo, enfermidades, desemprego, tráfico de pessoas, escravidão, exílio e miséria. A pobreza é fruto da injustiça social, da miséria moral, da avidez de poucos e da indiferença generalizada!
Diante deste cenário, não se pode permanecer inertes e resignados, afirmou Francisco. Todos estes pobres – como dizia o Beato Paulo VI – pertencem à Igreja por “direito evangélico” e a obriga à sua opção fundamental.
Por isso, o Papa conclui sua Mensagem para o Dia Mundial dos Pobres convidando toda a Igreja a fixar seu olhar, neste dia, a todos os estendem suas mãos invocando ajuda e solidariedade.
Que este Dia sirva de estímulo para reagir à cultura do descarte, do desperdício e da exclusão e a assumir a cultura do encontro, com gestos concretos de oração e de caridade, para uma maior evangelização no mundo. Os pobres – diz por fim Francisco – não são um problema, mas “um recurso para acolher e viver a essência do Evangelho”.
Na foto, o Papa abençoa a escultura de Jesus sem teto que foi colocada na entrada do prédio da Esmolaria Apostólica em março de 2016.