FRATERNIDADE
FRANCISCANA SECULAR DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS DE PETRÓPOLIS
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do Sagrado Coração de Jesus
INFORMATIVO
Ano VIII ABRIL DE 2017 - Nº 10
SANTA CLARA DE ASSIS
Frei Hugo
D. Baggio,OFM
A PENITENTE (continuação)
O vento do outono assobiava uma canção nos ciprestes banhados pela luz da tarde, enquanto no céu sem
nuvens as andorinhas davam os últimos giros antes de se recolherem... Clara com
suas companheiras foi viver a vida de penitência que preferira a uma vida de
bem-estar.
Foi colocar sobre suas carnes tenras e virginais um
cilício, para satisfazer seu desejo de penitência.
Um dia veio uma irmã pedir que soror Clara lhe emprestasse o cilício, ao que Clara atendeu
sorrindo. E lá foi a irmã feliz experimentar o instrumento de penitência.
Mas não demorou muito,
já estava de volta, entregando o cilicio a soror Clara. E' que ao experimentá-lo
sentiu tanta dor que julgou morrer. Clara o recebeu com o mesmo sorriso
bondoso, como se dissesse:
— Já o previa, minha filha. Ainda não estás
preparada para tal penitência.
Deves crescer mais no amor desta
virtude, antes de
te acostumares a ela.
E apesar
de todo o rigor, soror Clara viveu até a
avançada idade de 60 anos, sem que o sorriso lhe abandonasse o semblante.
Porque na penitência encontrara a felicidade.
NESTA NOITE
CHEIA DE ESTRELAS
Quando na noite de Natal, o som dos sinos se
derrama pelo silêncio, que estranhas e santas
emoções desperta ele na alma! Os grandes voltam à infância e os pequenos se
transportam a um país de sonhos. Que convite insistente este badalar! E ao som
dos hinos, a alma sente a necessidade de se prostrar ante o Presépio inundado
de luzes.
Assim também na vida
de soror Clara, amante do Menino Deus, a festa de Natal era um acontecimento
gratíssimo ao seu coração.
Durante todo o ano as damianitas viviam no seu exílio de São Damião e acontecimento algum as tirava de lá. No Natal,
porém, iam assistir às cerimônias no templo de São Francisco, não longe de São
Damião. Como Clara suspirava por esta noite!
Mas numa noite de Natal... Eis o que contam os
Fioretti (c. 35):
"Estando, uma vez, soror Clara gravemente enferma,
tanto que não podia ir dizer o ofício na igreja com as
outras irmãs, chegando a solenidade da Natividade de Cristo, todas as outras
foram às Matinas; e ela ficou sozinha no leito, malcontente por não poder
juntamente com as outras ir e ter aquela consolação espiritual. Mas Jesus Cris- to, seu esposo, não querendo deixá-la assim desconsolada, fê-la miraculosamente
transportar à igreja de São Francisco e assistir a todo o ofício e à missa da
meia-noite, e além disso receber a santa comunhão e depois disso ser trazida ao
leito.
Voltando as
irmãs para junto de soror Clara, terminado o ofício, estavam tão contentes que
todas queriam falar, ao mesmo tempo:
— O' nossa madre, que grande consolação tivemos
nesta noite de santa natividade! Prouvesse
Deus que houvésseis estado conosco!
— Graças e louvores rendo ao meu Senhor — disse
Clara — porque a tôdas as solenidades desta santíssima noite
assisti eu com
muita consolação
de minha alma, porque por procuração
do meu Pai São Francisco e pela
graça de meu Senhor Jesus Cristo estive presente na
igreja. Ouvi o canto e o som dos órgãos e lá mesmo recebi a santa comunhão. E
por tanta graça a mim concedida rejubilai-vos e agradecei a Nosso Se-nhor Jesus Cristo".
Soror Clara e as Irmãs encheram-se de amor pelo Menino de Belém, que tão magnífico presente
lhes fizera nesta noite cheia de estrêlas.
UNIDOS PARA SEMPRE
Desde o primeiro encontro as almas de Francisco e
de Clara sentiram aquela afinidade misteriosa que os ligava e os destinava à grande missão restauradora do seu momento histórico e dos tempos
vindouros. E na alma dos dois nasceu o desejo de andarem um ao lado do outro,
no mesmo caminho para o mesmo céu.
E soror Clara viveu com Francisco e viveu como
Francisco. Foi digna discípula do seu
grande mestre. Só alimentava um desejo:
— Serei
sempre a tua plantazinha.
A exemplo do mestre, foi a mulher radical. Não se contentava com as meias medidas. O que abraçou, abraçou-o em
verdade e sinceridade e com todas as forças empenhou-se em vivê-lo.
Como Francisco lutou pelo ideal da pobreza e lutou
mesmo contra o Papa. Mais que o título de "Mãe
das Damas Pobres" queria a realidade da pobreza.
Essas duas almas são, assim, inseparáveis como conta a lenda:
Numa tarde de inverno, Francisco e Clara voltavam de Espelo para Assis. A neve
cobria o caminho, vestia as oliveiras, enrolava-se nos troncos e galhos sem
folhas, envolvendo tudo com seu manto gélido. O
céu pardacento. O vento soprava frio e açoitava
tudo, impiedosamente, como se estivesse zangado por não encontrar folhas para
produzir melodias.
E os dois caminhantes arrastavam-se penosamente.
Francisco, os pés metidos em velhas sandálias,
ia abrindo sulcos na brancura da neve. Clara seguia atrás, os pés desnudos,
metidos em rude calçado. Trêmulos ao frio do inverno, mas aquentados ao calor
divino, marchavam em silêncio. De súbito, Francisco:
— Minha
irmã, devemos nos separar, agora.
— E quando
nos tornaremos a
encontrar, irmão?
— Quando
a primavera chegar
com as suas flores.
E separaram-se.
Francisco, traçando um grande sinal da cruz, desapareceu como diluído na neve que caía
em alvos flocos. Clara ajoelhou-se na encruzilhada dos caminhos. . .
Ao longe, os sinos de Assis badalavam o Angelus.
Clara pôs-se a rezar. De repente, sentiu-se envolvida
por uma carícia primaveril, impregnada de perfumes. Abriu os olhos...
A neve desaparecera e por toda a parte rosas. Rosas
no caminho, rosas à margem do caminho. Rosas nas
oliveiras e nos espinhos. Rosas nos abetos e nos ciprestes. Rosas na amplidão.
Por toda a parte rosas.
Colheu-as às braçadas
e correu ao encalço de Francisco, gritando:
— Irmão...
Irmão, a primavera voltou. Não nos separemos mais.
E realmente, nunca mais se separaram Francisco
e Clara: nem na história, nem na eternidade.
Continua no informativo – Ano VIII - MAIO DE 2017 -
Nº 11
SANTOS FRANCISCANOS
MES DE ABRIL
1 — B. Gandolfo de Binasco, 1ª Ordem.
2 — B. Leopoldo de Gaiche, 1ª Ordem.
3 — B. João de Pena, 1ª Ordem.
4 — S. Benedito o Preto, 1ª Ordem.
5 — B. Maria Crescência Hoss, 3ª Ordem
Regular
6 — B. Guilherme de Sicli, 3ª Ordem.
7 — B. Maria Assunta
Pallota, 3ª
Ordem Regular
8 — B. Juliano
de S.Agostinho, 1ª Ordem.5
9 — B. Tomás de Tolentino, 1ª Ordem
10 — B. Marcos Fantuzzi de Bolonha, 1ª Ordem.
11 — B. Angelo de Chivasso, 1ª Ordem.
12 — B. Filipe Tchang, 3ª Ordem, mártir da China.
13 — B. João de Taiku,
3ª Ordem, mártir da China
14 — B. João Wang,
3ª Ordem, mártir da China
15 — S. Bento José Labre, Cordígero da 3ª Ordem
16 — ANIVERSÁRIO DA FUNDAÇÃO DA ORDEM
FRANCISCANA
17 — S. Bernardette Soubirous, Cordígera da
3ª Ordem. III O.
18 — B. André Hibernon, 1ª Ordem.
19 — B. Conrado de Ascoli, 1ª Ordem.
20 — B. Maria
Amandina do S. Coração, 3ª Ordem
Regular, mártir da China .
21 — S. Conrado de Parzham, 1ª Ordem.
22 — B. Francisco de Fabriano, 1ª Ordem.
23 — B. Gil de Assis, 1ª Ordem.
24 — S. Fiel de Sigmaringen, 1ª Ordem, mártir.
25 — B. Maria Adolfina Diericks, 3ª Ordem Regular,
mártir da China.
26 — B. Maria de S. Justo, 3ª Ordem Regular, mártir da
China.
27 — B. Tiago Ilírico de Biteto, 1ª Ordem.
28 — B. Luquésio de
Poggibonsi, 3ª Ordem.
29 — B. Bento de Urbino, 1ª Ordem.
30 — S. José Bento
Cottolengo, 3ª Ordem