domingo, 28 de dezembro de 2014

ARAUTO DO GRANDE REI

BOLETIM  INFORMATIVO  DE  DEZEMBRO  DE  2014

NATAL O NASCIMENTO DO SENHOR

“Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens por ele amados”!



Natal Deus se comunica!
Deus não quis permanecer só em seu indecifrável mistério. Não quis ficar isolado na sua inacessível onipotência. Quis mostrar-se, fazer-se presente,
de um modo pleno e definitivo. Foi do seu desejo estabelecer uma comu-nhão conosco.
Por isso veio a nós! Penetrou na fragilidade da criação. Ele quis nos presen-
tear. Não com um presente qualquer, uma sobra, algo que não mais lhe fazia falta… Deus presenteia nada mais nada menos do que a si mesmo.
Veio ao encontro de uma criatura especial, capaz de recebê-lo. Para poder se dar, precisa de alguém que possa receber. Este alguém é o ser humano.
O homem é o receptáculo de Deus. Nossa vida somente encontra sentido e verdadeira realização quando é capaz de receber e hospedar a Deus.

A dimensão cósmica do Natal:
“Alegres pelo nascimento de Cristo, as montanhas e as colinas se inclinam e os elementos do mundo, num inefável gozo, executam neste dia uma melodia sublime”

(PL 86, 118 – Liturgia Antiga)
“Deus em seu Filho que nasce, enobrece toda a criação, fazendo-a divina… (St. Atanásio). Há, pois, um caráter filial e fraternal em toda a criação. Em Cristo, somos irmãos de todas as coisas… o mundo foi visitado definitivamente por Deus. A criação se alegra, canta e se extasia com o Hóspede divino.
Demos, neste dia santo, água às nossas flores. Tratemos bem nossos animais. Saudemos a natureza de nossas janelas. Pisemos com cuidado o chão dos nossos caminhos para não atropelarmos nenhuma vida. Todos somos cristificados. Somos irmãos. E o irmãos se tratam com carinho e cortesia.
“Demo-nos presentes porque Deus nos deu um presente sem preço: deu-se a si mesmo num menino!”
São Francisco queria, neste dia em que o Verbo se fez carne, que todos comessem carne fartamente. Que se jogassem sementes pelas estradas para que as aves tivessem com que comer. Que aqueles que possuíssem um asno e um boi lhes dessem muita forragem. Porque na noite santa do Natal, a Virgem colocou seu gracioso Menino entre o asno e o boi. Que todos se lembrassem de que somos irmãos uns dos outros e que se presenteas-sem mutuamente.
“O Natal ensina que o homem chegou em Deus porque Deus chegou primeiro ao homem. E Deus chegou ao homem porque havia, feita por Deus mesmo, uma abertura infinita nele. Ele era um vazio à espera de uma plenitude. Eis que com a encarnação de Deus a abertura se plenificou e o vazio se saciou. Assim, o homem tornou-se Deus porque Deus se tornou homem. É a encarnação! “Na realidade, o mistério do homem só se ilumina verdadeiramente no mistério do verbo encarnado… Cristo manifesta plenamente o homem ao próprio homem e lhe descobre a sua altíssima vocação”(Gaudium et Spes, 22).
“Sempre haverá uma estrela no caminho de quem procura.
Importa procurar…”
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O teu desejo é a tua oração

Meu coração grita e geme de dor (Sl 37,9). Há gemidos ocultos que não são ouvidos pelos homens. Contudo, se o coração está possuído por tão ardente desejo que a ferida interior do homem se manifesta em sons externos, procuramos a causa e dizemos a nós mesmos: talvez ele tenha razão de gemer, e talvez lhe tenha sucedido algo. Mas quem pode compreender esses gemidos, senão aquele a cujos olhos e ouvidos eles se dirigem? Por isso diz: Meu coração grita e geme de dor. Porque os homens, se ouvem às vezes os gemidos de um homem, ouvem freqüentemente os gemidos da carne; mas não ouvem o que geme em seu coração.
 E quem seria capaz de compreender por que grita? Escuta o que diz: Diante de vós está todo o meu desejo (Sl 37,10). Não diante dos homens, que não podem ver o coração, mas diante de vós está todo o meu desejo. Se, pois, o teu desejo está diante do Pai, ele que vê o que está oculto, te recompensará.

 Teu desejo é a tua oração; se o desejo é contínuo, também a oração é contínua. Não foi em vão que o Apóstolo disse: Orai sem cessar (1Ts 5,17). Será preciso ter sempre os joelhos em terra, o corpo prostrado, as mãos levantadas, para que ele nos diga: Orai sem cessar? Se é isto que chamamos orar, não creio que possamos fazê-lo sem cessar.
 Há outra oração interior e contínua: é o desejo. Ainda que faças qualquer outra coisa, se desejas aquele repouso do sábado eterno, não cessas de orar. Se não queres cessar de orar, não cesses de desejar.
 Se teu desejo é contínuo, a tua voz é contínua. Ficarás calado, se deixares de amar. Quais são os que se calaram? Aqueles de quem foi dito: A maldade se espalhará tanto, que o amor de muitos esfriará (Mt 24,12).
 O arrefecimento da caridade é o silêncio do coração; o fervor da caridade é o clamor do coração. Se tua caridade permanece sempre, clamas sempre; se clamas sempre, desejas sempre; se desejas, tu te recordas do repouso eterno.
 Diante de vós está todo o meu desejo. Se o desejo está diante de Deus, o gemido não estará? Como poderia ser assim, se o gemido é a expressão do desejo?
 Por isso o salmista continua: Meu gemido não vos é oculto (Sl 37,10). Não é oculto para Deus, mas é oculto para a multidão dos homens. Ouve-se por vezes um humilde servo de Deus dizer: Meu gemido não vos é oculto e vê-se também esse servo sorrir. Será por que o desejo está morto em seu coração? Se o desejo permanece, também permanece o gemido; este nem sempre chega aos ouvidos dos homens, mas nunca está longe dos ouvidos de Deus.
                                                                                           Dos Comentários  sobre os Salmos, de Santo                                                                                                                Agostinho, bispo

                               O que está por trás da festa do Natal


Frei Luiz Iakovacz

Quando chega dezembro, todos, quase que automaticamente, nos ligamos ao Natal, a festa mais esperada do ano. Com oferta de empregos temporários e o décimo terceiro nas mãos, o comércio explora, exaustivamente, a compra de presentes; doam-se Cestas de Natal; empresas e pastorais promovem encerramento das atividades com ‘amigo secreto’; a Ceia é recheada de comida-bebida e troca de presentes; outros viajam para encontrarem familiares; e muito mais!
Nós, cristãos, precisamos priorizar Jesus Cristo. Ele não é um acréscimo ao que foi dito acima, mas a essência de tudo. Para isso, a Igreja oferece vários meios, sendo que a Liturgia é o principal deles.
O profeta Isaías anuncia que o Messias nascerá de uma donzela (Is 7,14) e que se chamará “Príncipe da Paz” (Is 9,5); por isso, uma das realidades dos tempos messiânicos é a harmonia entre os seres humanos e, estes, com a natureza (Is 11,6-9).
João Batista é a voz que grita, conclamando o povo a uma verdadeira conversão, aplainando as montanhas da autossuficiência e nivelando os buracos que causam a queda de tantos irmãos. 
Ele quer endireitar a vida dos que andam transviados em vista da vinda do Senhor (Lc 3,3-6). A pessoa de Maria, mãe e agraciada por Deus, nos lembra a ternura feminina no lar e na sociedade.
Porém, é oportuno dizer que o Natal de Jesus foi muito conflitivo.
Maria, com seu “sim”, aceitou a maternidade, sendo virgem. Como explicá-la a José, seu noivo, e à comunidade?! Quem iria acreditar que era obra do Espírito Santo (Lc 1,35)? Conforme o costume judaico, todo o adultério, seguido ou não de uma gravidez, era passível de denúncia pública e até de apedrejamento. Se Deus interveio junto a José para que acolhesse Maria e adotasse o filho, dando-lhe o nome e a linhagem davídica (Mt 1,20-21), não podemos, também, desconsiderar a postura de Maria que, com sua ternura e convicção em assumir as consequências do seu “sim”, ajudou “acalmar” esta constrangedora situação.
Como não pensar na inviabilidade de alguém, prestes a dar a luz, fazer uma viagem no lombo de um burrinho de, aproximadamente 150 km, por causa do recenseamento? (Lc 2,1-7). Que dizer de um nascimento numa gruta e do recém-nascido estar envolto em “paninhos” (Lc 2,12), isto é, em extrema pobreza?
Como não pensar na morte sanguinária e sumária das crianças de Belém por que o rei Herodes temia perder o trono (Mt 2,16-18)? Como não pensar na fuga apressada para o Egito (Mt 2,13-15)? Como não pensar na “tristeza interior” de José que, ao voltar do Egito, tinha a intenção de morar em Belém, mas sabendo que o filho de Herodes era tetrarca da região e, por isso, foi a Nazaré, fora da jurisdição de Arquelau?”(Mt 2,1923)?
Pode ser que essa conflituosa situação do nascimento de Jesus não tenha acontecido “ipsis litteris”, isto é, assim como os Evangelhos nos relatam. Estes foram escritos muitos anos depois e, talvez, sem provas consistentes.
Uma coisa, porém, é certa: precisamos ter uma postura de insatisfação com o “natal comercial” e com o “romântico presépio” de São Francisco. Quiçá, ele também esteja inconformado. Somemo-nos a ele e a todos os que lutam por um Natal mais cristão.


Símbolos natalinos

Presépio - Palavra hebraica que significa manjedoura, estábulo.

Boi e jumento - Imagem presente nos escritos apócrifos. No imaginário popular, estes animais representam o calor da criação que quer ver vivo tudo o que nasce e deve viver.

Anjos cantores - Anunciam uma boa notícia: “Glória no mais alto dos céus e paz na terra aos homens de boa vontade”. Mensageiros dos céus que confirmam o nascimento do Filho de Deus. Os traços infantis dos anjos representam, na tradição cristã do Natal, sinal de pureza e inocência.

Estrela - Tem 4 pontas e 1 cauda luminosa. As 4 pontas representam as 4 direções da terra: norte, sul, este e oeste, de onde vêm os homens para adorar a grande luz que é o Filho de Deus. Lembra que Ele veio para todos.

Os três Reis Magos - Receberam nomes populares: Baltazar (deformação de Baal-Shur-Usur-Baal, que protege a vida do rei), Belquior e Gaspar. Eles trazem ouro, incenso e mirra para o Menino Rei, Deus e Salvador. Significam três grandes dimensões do ser humano: espírito, corpo e coração. No século XV, lhes são atribuídas etnias: Belquior (ou Melchior) passa a ser da raça branca; Gaspar, amarelo, e Baltazar, negro, para simbolizar o conjunto da humanidade que vê e conhece o Salvador.

Pinheiro de Natal - Da tradição medievais, de fundo cristão, que reúne dois símbolos religiosos: a luz e a vida. Faziam alusão ao Paraíso, representado plasticamente por uma árvore carregada de frutos. Representa a fecundidade.

Bolas coloridas - Simbolizam os frutos, dons maravilhosos daquela árvore viva que é Jesus. São as boas ações daqueles que vivem em Jesus e como Jesus.

Velas - Na chama da vela estão presentes todas as forças da natureza. Vela acesa é símbolo de individuação dos anos vividos. Tantas velas, tantos anos. E um sopro pode apagá-las para que de novo possamos reacendê-las no ano vindouro. Para os cristãos, as velas simbolizam a fé e o amor consumido em favor da causa do Reino de Deus. Velas são como vidas entregues para viver.

Sinos natalinos - As renas carregam sinos de anúncio e de convocação. Os sinos simbolizam o respeito ao chamado divino e evocam, quando presos em torres, tudo o que está suspenso entre o céu e a terra, e portanto, são o ponto de comunicação entre ambos.

Cartões, presentes e ceia de Natal - A ceia nos lembra o ato de Amor de Jesus. Lembra também nossa origem judaica enquanto religião que celebra a fé em torno de uma mesa de família.

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Maternidade divina de Maria

Frei Clarêncio Neotti, OFM

O primeiro dos quatro dogmas marianos é o da maternidade divina de Maria. Primeiro, historicamente. Primeiro, como razão de todos os outros. O dogma que declara verdade de fé que Maria é Mãe de Deus foi proclamado pelo Concílio de Éfeso, no ano 431. Maria recebeu o nome de “Theotokos”, palavra grega que diz exatamente “Mãe de Deus”, e foi julgado insuficiente o título de “Christotokos”, ou seja “Mãe de Cristo”.
A controvérsia era chefiada, de um lado, pelo Patriarca de Constantinopla, Nestório, bispo famoso como orador sacro, como líder e organizador, como conhecedor das Escrituras; por outro lado, o Patriarca de Alexandria, Cirilo, também exímio pregador, teólogo refinado, excelente bispo. Ambos tinham seguidores bispos, padres, leigos.
Nestório ensinava que Maria era só mãe do Cristo-homem, porque lhe parecia absurdo uma criatura ser mãe do criador. Cirilo contestava com veemência, afirmando que não podia haver dois Cristos, um homem e outro Deus. E havendo um Cristo só, embora com duas naturezas inseparáveis, Maria era mãe do Cristo-homem e mãe do Cristo-Deus, portanto sua maternidade era tão divina quanto humana, ela era verdadeiramente “Theotokos”, Mãe de Deus. O Concílio deu razão a Cirilo e declarou herética a posição de Nestório que, humildemente, se retirou da vida pública e voltou à vida que levava antes de ser bispo e patriarca, a vida de monge.
Na carta encíclica “Fulgens Corona”, com que o Papa Pio XII comemorou os cem anos do dogma da Imaculada Conceição, vem lembrado que a maternidade divina de Maria constitui a mais alta missão, depois da que recebeu o Cristo, na face da terra, e que esta missão exige a graça divina em toda a sua plenitude. Continua o Papa: “Na verdade, desta sublime missão de Mãe de Deus nascem, como duma misteriosa e limpidíssima fonte, todos os privilégios e graças, que adornam, duma forma admirável e numa abundância extraordinária, a sua alma e a sua vida. Por isso, com razão declara Santo Tomás de Aquino que a Bem-Aventurada Virgem Maria, pelo fato de ser Mãe de Deus, recebe do bem infinito, que é Deus, uma certa dignidade infinita” (n.10).
Embevecido diante do mistério da maternidade divina de Maria, São Boaventura (+1274), compôs um longo hino de louvor à maneira do Te Deum. Destaco alguns versos:”Os coros dos anjos, com vozes incessantes, te proclamam: santa, santa, santa, ó Maria, Mãe de Deus, mãe e virgem ao mesmo tempo! Os céus e a terra estão cheios da majestade vitoriosa do Fruto do teu ventre! O glorioso coro dos apóstolos te aclama Mãe do Criador! Celebram-te todos os profetas, porque deste à luz o próprio Deus! A imensa assembléia dos santos mártires te glorifica como Mãe do Cristo. A multidão triunfante dos confessores prostra-se diante de ti, porque és o Templo da Trindade!”.


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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

FOLDER DISTRIBUÍDO NA MISSA DAS 16:15 HORAS DO DIA 06 DE DEZEMBRO DE 2014 NA IGREJA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS




FRATERNIDADE FRANCISCANA SECULAR DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS DE PETRÓPOLIS


RUA FREI LUIZ,26
CEP 25685-020 PETRÓPOLIS – RJ
Blog: ofssagradopetropolis.blogspot.com
E-MAIL: ofspetro@ig.com.br
TEL: (24) 2242-7984

Reunião mensal: 3° domingo às 14:00 horas – com a Missa aberta a todos às 16:00 horas
Expediente da Secretaria: 3ª e 5ª feiras das       14:00 às 17:00 horas.

Missa no 1° sábado de cada mês às 16:15 horas na Igreja do Sagrado Coração de Jesus



INFORMATIVO
Ano VI  DEZEMBRO DE 2014 -  Nº  07

ESPIRITUALIDADE  FRANCISCANA

SANTA ROSA DE VITERBO

Padroeira da Juventude Franciscana – JUF

CAPÍTULO   V

DIAS   DE   ASSOMBRO   (continuação)

       Ao toque do Ângelus, nos sermões, comentavam-se em voz baixa as recentes atrocidades de Frede­rico II, para destruir o que ele chamava "a cizânia da liberdade". O tratamento a que submeteu os re­féns em Bréscia, colocando-os vivos diante das máquinas de guerra, provocou comiseração e indignação gerais. Excomungado pela segunda vez em 20 de março de 1239, ergueu-se, mais violentamente que nunca, contra o Papa, secundado por seus filhos legítimos e bastardos e por seus vassalos, cujas cruel­dades recebiam o aplauso do Imperador.
    Assim escrevia ao filho Ênzio, em 14 de Outubro de 1239: "Quanto ao que tiveste o cuidado de nos comunicar a respeito dos habitantes de Città de San Angelo, contra os quais procedeste com justiça, con­forme o reclamava a sua maldade, destruindo-lhes as muralhas, queimando-lhes as estalagens e as habitações, enforcando, mutilando, banindo e desterrando os homens para sempre, foi de sumo agrado à nos­sa alteza e queremos que este local permaneça deso­lado".
     Os partidários de Frederico eram os gibelinos, os do Papa eram os guelfos. Podia-se pertencer ora a um partido, ora a outro. Assim sucedeu com Dante e mais tarde com Otão IV, que de guelfo passou a gibelino, ao se tornar imperador. Enquanto os guer­reiros das duas partes se mediam nas batalhas, os poetas trocavam entre si maldições e injúrias.
     Um amigo do Imperador cantava: "As estrelas e o vôo dos pássaros anunciam que o mundo todo ge­merá aos golpes de um só martelo. Roma, sempre hesitante, agitada por tantos erros, deixará o título de capital do mundo".
     E o poeta guelfo respondia, visando Frederico: "A Escritura o anuncia, a voz do povo o repete, teus pecados falam com eloquência: terás vida breve e castigo eterno".

CAPITULO  VI

CANTO   NAS   TREVAS

                                                                                  "Eleva-se um canto, cuja suavidade não posso com-                                                                                     parar a música alguma, porque conhecemos apenas                                                                                      as da terra. Mas a harmonia de que fa­lo brota  do
                                                                                   além e sobrepuja as modulações deste mundo.  Os
                                                                                   cantos terrenos são apenas uma sombra para preli-
                                                                                   bá-la" (Luís Lefebvre, Empreints d'Assise).

       Quando a doçura do Evangelho está por se der­ramar sobre muitas almas transidas, suscita Satã um pala-dino para atacar a Igreja. Frederico II, príncipe hipócrita e dissoluto, cego pelo orgulho e senhor de certo engenho, seria capaz de implantar na Europa um novo paganismo. Suas táticas, universalmente co­nhecidas, pareciam infalíveis.
       O filho Ênzio punha-as diligentemente em prática; o genro Ezelino interpretava-as sabiamente. O ambien­te enchia-se com os rumores das façanhas de Ezelino: destruição em Vicença, torturas e execuções de re­féns, calabouços de Pádua que levavam o nome de Zélios e de Malta,  onde eram encerrados os prisio­neiros; cisternas de Verona muradas sobre as vítimas.
       Na eternamente renovada batalha entre os anjos e os demônios, podem-se facilmente identificar os sol­dados dos dois exércitos: o distintivo dos primeiros é a alegria e dos últimos a tristeza.
Ao tempo em que os súditos do Inferno se movi­mentavam, preparando-se para o combate e a matança, Francisco estendia suas mãos ao Serafim, pa­ra receber os sinais do Mestre. Francisco encerrava a sua peregrinação no alvorecer do século em que Frederico queria imprimir seu sinete. Morria, nem se­quer suspeitando da maldade de Frederico, pois que declarara aos seus Frades:
"Se eu conhecesse o Imperador, lhe suplicaria que neste dia (Natal) ordenasse a todos distribuir ali­mento aos pássaros, mormente às nossas irmãs an­dorinhas; e aos que tivessem animais nos estábulos, por amor ao Menino Deus nascido num estábulo, lhes dessem neste dia um alimento farto e saboroso. E desejava também que neste dia os ricos recebessem os pobres em suas mesas".
Mas o Imperador zombava das andorinhas, dos animais nos estábulos e dos pobres nos tugúrios. Uma tal petição, sem dúvida, lhe teria despertado o riso. Pois ignorava inteiramente a nova alegria que os­tentava um nome novo "a perfeita alegria".
Francisco acabava de revelar ao mundo os acordes desta melodia e seus irmãos, seus filhos, os homens amigos dos anjos, todos sabiam que a perfeição des­ta felicidade se encerrava na fórmula: "suportar, por amor de Cristo, sofrimentos, injúrias e injustiças de toda espécie".
Seus discípulos, ao atravessarem as cidades, deviam, como "bons jograis de Deus, enternecer o coração dos homens, elevando-os à alegria espiritual".
Ao pregar diante do Papa e dos cardeais, o Santo foi tomado de tal emoção, que, enquanto falava, se pôs a dançar, ao ritmo do canto que lhe brotava da alma.
Entregue à oração, Frei Masseo deixava escapar um grito de alegria, semelhante ao arrulho da pomba. Interrogado como sentia prazer em cantar uma só nota, respondia que lhe agradava cantar uma só nota, porque sua felicidade estava posta numa só coisa.
Na introdução à Primeira Regra, Francisco não ape­nas convidava à SSma. Virgem para louvar o Rei dos Céus, "mas também aos bem-aven-turados Miguel, Ga­briel, Rafael, aos coros dos espíritos celestiais, a to­dos os santos que foram, são e serão".
Se Francisco já associara os coros dos espíritos gloriosos ao seu pensamento, a resposta ao seu ape­lo "aos santos do futuro" era dada, presentemente, por uma criança de Viterbo. Crescia ela à sombra de uma fortaleza, erguida por uma ave de rapina; e os ecos das violas e flautas, das danças e festas, não lhe interrompiam a prece. Já gozava de tanta fama, que não poucas vezes pessoas da vizinhança e mes­mo estranhos a vinham despertar do seu êxtase para lhe pedir auxílio. Sucedia, mesmo, durante a noite, entregar-se à oração com tal fervor, a ponto de não poder dominar os afetos. Erguia-se, então, abandona­va o aposento e, ao ar livre, os olhos fixos nas estre­las, punha-se a cantar.
Elevada às alturas, nas asas da prece, imitava a andorinha, que solta gritos de alegria na imensidade azul. Os que não dormiam, os que vigiavam, estre­meciam aos acentos desta voz tão pura. Abriam as janelas, as portas, mas a mensageira já havia desapa­recido. E o canto se extinguia depois de se ter uni­do ao do Paraíso e ambos terem-se feito pressentir, como por milagre.

Continua no informativo – Ano V -            JANEIRO DE 2015  -  Nº  08

SANTOS FRANCISCANOS

MES DE DEZEMBRO

1 — B. Antonio Bonfadini, 1ª Ordem
2 — B. Carlos de Blois, 3ª Ordem.
3 — S. Donino, mártir de Ceuta, 1ª Ordem.
4 — B. Pedro de Sena, 3ª Ordem.
5 — S. Hugolino,   mártir   de  Ceuta, 1ª Ordem                  
6 — S. Samuel, mártir de Ceuta, 1ª Ordem
7 — S. Maria José Rosselo, 3ª Ordem.
8 — IMACULADA CONCEIÇÃO
9 — B. João Romano, 3ª Ordem, mártir no Japão
10 — B. Engelberto Kolland, 1ª Ordem, mártir
11 — B. Hugolino Magalotti, 3ª Ordem.
13 — B. Conrado de Ofida, 1ª Ordem.
14 — B. Bártolo de S. Gimignano, 3ª Ordem.
15 — B. Maria   Francisca   Schervier, 3ª Ordem Regular
17 — B. João   de   Montecorvino, 1ª Ordem, culto ainda não aprovado
22 — S. Francisca Xavier Cabrini, 3ª Ordem.
23 — B. Nicolau Fatore, 1ª Ordem.
25 — SOLENIDADE DA NATIVIDADE DE JESUS
26 — B. Bentivólio de Bonis, 1ª Ordem.
29 — B. Gerardo de Valença, 1ª Ordem
30 — B. Margarida Colona, 2ª Ordem