sexta-feira, 24 de maio de 2013

ARAUTO DO GRANDE REI

BOLETIM INFORMATIVO DE MAIO DE 2013

MARIA  FRANCISCANA  VIVA

Quando nós usamos uma palavra como teologia, entendemos um “estudo das coisas de Deus”: é uma teoria. Na Igreja Oriental, em vez, “teologia é a vida com Deus”. Podemos aprender com nossos irmãos do Oriente e praticar uma mariologia franciscana que seja vida, ainda que alguns de nós, dotados para isso, continuem a estudar aspectos teóricos.
Vamos tentar resumir algumas sugestões para a nossa vida com Maria:
Como ela corresponde ao amor paterno fazendo-se serva de Deus Pai, sirvamos cada dia a nossos irmãos gozando a plenitude de ser filhos. Como ela se relaciona esponsalmente com o Espírito Santo que mora em nossos corações e no de cada uma das outras pessoas que encontramos e com quem convivemos. Como Maria concebe, dá à luz e nutre o Filho de Deus, vamos amar e nutrir o Cristo que está nascendo todos os dias em cada pessoa que encontramos.
Como Deus a fez cheia de graça, vamos nos esvaziando de toda posse e de todo consumismo, de todo comando e de toda manipulação, de toda auto-complacência e de toda preocupação com o que estão pensando oou dizendo de nós. Quanto mais virgens-vazios nós estivermos, mais nos inundaremos com a graça de Deus: a vida da Trindade. Reconhecendo que estamos caídos por ter abusado, vamos tratar de voltar cada dia mais animadamente para a casa da Mãe de misericórdia, que vai nos levar à festa do Pai, dos irmãos e irmãs.
Como acreditamos que ela é a Mãe do Cristo que está em cada um de nós e do Cristo em que todos somos Igreja, vamos recorrer a ela, para tudo que nos faz falta, mas especialmente para tudo que precisamos para caminhar como Povo, como ela já fez. Vamos ajudá-la a ser Virgem feita Igreja. Como Francisco e Clara souberam cantar suas maravilhas e louvá-la, vamos entoar uma vida bem mais alegre e feliz. Como ela correspondeu plena e livremente à bondade de Deus, vamos ser, com ela, virgens obedientes. Como ela fez crescerem os talentos das virtudes que recebeu de Deus, vamos cultivar a nossa vida de santificação.
Como Maria foi pobre e peregrina, vamos estar sempre disponíveis para os que mais necessitarem de nós, onde quer que estejam. Como aprendemos os caminhos de Maria com Francisco e Clara, vamos pôr em prática o que São Francisco recomendou:
“E disse aos frades: “Fiz o que me cabia; que Cristo vos ensine o que cabe a vós” (LM XIV 3, 4)”.
No nosso meio, para o nosso bem e para o bem de todos, vamos ser cada vez mais Claras e Francisco. Eles souberam como ser Marias.
Pedroso, Frei  José Carlos Corrêa, OFMCap.
 Maria Franciscana pag, 64




O Espírito Santo na mística franciscana


Para São Francisco, a Ordem só tinha um Ministro Geral, que é o Espírito Santo, e deveria ser guiada pelo sopro do Espírito do Senhor. «Desejava que se recebessem na Ordem pobres e ignorantes, e não apenas ricos e sábios. ‘Deus -dizia ele- não tem em conta essas diferenças; o Espírito Santo, que é o Ministro Geral da Ordem, repousa tanto sobre os pobres e simples como sobre os outros’. Pretendia até que esta frase fosse incluída no texto da Regra – mas a bula da aprovação já tinha sido publicada (a 29 de novembro de 1223); era portanto tarde demais» (lC 123).
Neste Especial dedicado a Pentecostes, nossa intenção é fazer uma reflexão dentro da mística franciscana, oferecendo alguns textos de grandes mestres da espiritualidade.

O capuchinho Leon Robinot lembra que Francisco caminha para o Pai pelo Filho no Espírito: é a ‘auto-estrada’ que conduz à união com Deus, e que ele aprendeu pela prática da liturgia. “A sua experiência do seguimento de Jesus, aprendida durante uma vintena de anos, desabrocha na grande doxologia da Primeira Regra, capítulo 23. E essa ‘auto-estrada’ dum filho de Deus percorreu-a sob a conduta do Espírito. Tal é a profunda convicção que pretende transmitir aos irmãos ao dizer-lhes que «devem sobretudo desejar ter o Espírito do Senhor e deixar que esse Espírito atue neles» (2R 10,8).”

Frei Sinivaldo Tavares, teólogo e professor do Instituto Teológico Franciscano (ITF), escreve sobre “A ousadia de se deixar conduzir pelo Espírito do Senhor”. E decreta: “Somos convocados a fazer memória do nosso passado, deixando Cristo irromper em nossa vida através do Seu Espírito Vivificante”. O homem, quando se centra no sofrimento seu e do mundo, nas angústias e traumas de tantas pessoas, nas injustiças de uns e desvalia de outros, nos desvarios, descaminhos, hipocrisias e toda sorte de males, corre o risco de se afundar num desespero sem saída ou de  calejar-se desumanizando-se naquilo que lhe é mais próprio: a dimensão pentecostal do permanente milagre da vida. 
 Frei Neylor Tonin faz uma reflexão sobre a festa de Pentecostes a partir de dois pontos de vista e afirma que “o homem  pentecostal conhece a alegria do louvor, a força incontida do testemunho, a jovialidade da acolhida e a festa da comunhão”. Nele Cristo já venceu o demônio da tríplice tentação.

O jesuíta Albert Chapelle, num texto da revista “Grande Sinal”, escreve:  “O dom do Espírito nos antecede como uma graça, ele nos precede na história. Vida espiritual não se improvisa, não tem sua origem em si mesma, não pode haurir água viva em sua própria fonte. É recebida do Alto; brota como toda vida das gerações e dos partos da história”.

Outro texto escolhido é de Frei Celso Teixeira, da série “Cadernos Franciscanos”: “O Espírito do Senhor: Ensaio de uma leitura antropológica”. Como anuncia o subtítulo, o artigo é uma tentativa de esclarecimento sobre o modo de agir do Espírito do Senhor na pessoa humana. Sem identificar a expressão “Espírito do Senhor” com a terceira pessoa divina, o autor centraliza-se em descrever o modo de atuação deste espírito, tornando a pessoa “santa” e “espiritual”, à semelhança do próprio Deus, e, em habitando nossos corações, este espírito torna-se presença habitual. O autor também distingue com muita clareza as obras do “espírito da carne” (e “espírito do mundo”) e as obras do espírito do Senhor, fonte e origem de todo o bem.


Que expressão tem a OFS na Igreja e no mundo hoje?


1. Nós, cristãos,  não queremos “aparecer”  aos olhos dos outros. Não somos dados a  protagonismos, nem andamos à cata de aplausos e de reconhecimento. Fazemos nossa obrigação e saímos de cena. Essa atitude é típica também dos franciscanos. E, no entanto, somos convidados a agir e atuar no mundo,  temos todos a responsabilidade de levar adiante o projeto  de Jesus, projeto que ele nos confiou depois de ter voltado ao Pai. Tudo isso quer dizer  “visibilidade”,  “expressividade”. Não se coloca uma luz debaixo da mesa. O sal precisa salgar. O fermento necessita fermentar. Somos convidados a refletir sobre a expressão que tem a Ordem,  em seus três ramos,  em nossos tempos no coração da Igreja e na sociedade.  A OFS tem o costume de realizar capítulos avaliativos e, talvez,  nesse espaço de partilha e de revisão de vida, se poderia pensar em responder à pergunta-título desta reflexão. Que visibilidade, que expressão  têm as Fraternidades Franciscanas  Seculares na Igreja e na sociedade de hoje? Como somos vistos pelos bispos em suas dioceses, pelos padres em suas paróquias, pelos leigos em geral e pelos nossos familiares? Nesse mundo em que vivemos, na cidade em que habitamos, que expressão tem a OFS? O que anda animando profundamente a nossa existência e que pode transparecer no cotidiano de nossas vidas,  iluminar os homens e restaurar a Igreja? Que influência exercemos na Igreja em que vivemos e, em nível nacional, que luz projeta no país o Conselho Nacional da OFS e toda a Fraternidade  nacional? Será que as pessoas nem sabem que ela existe? Como franciscanos seculares que fazem promessa de seguimento do Evangelho no mundo  não somos simplesmente responsáveis por fazer com que as coisas continuem, com que  a “máquina gire”.  Temos, com toda humildade e minorismo, alguma coisa a oferecer à Igreja e ao mundo, uma palavra a ser dita aos tempos de hoje.
2. Não é o caso aqui de se fazer um estudo exaustivo a respeito da visibilidade expressiva da Ordem Terceira de São Francisco. Há nomes que marcaram: Isabel da Hungria,  Ângela de Foligno,  Contardo Ferrini para mencionar apenas três.  Há gloriosas páginas escritas pelos irmãos e irmãs da Ordem ao longo dos séculos.  Todos nos lembramos das grandes fraternidades do Brasil. Naquele tempo, os irmãos e irmãs  usavam sinais, tinha hábito, participavam das procissões com seus distintivos.  Não estou aqui exprimindo desejo de voltem os hábitos, mas o certo é que as fraternidades eram mais visíveis.  Os tempos mudaram. A OFS foi objeto de profundas transformações e precisamente na medida em que as novas fraternidades forem assimilando as orientações da Regra e das Constituições vão ganhar nova visibilidade e  se “exprimirão” de outra forma.  Podemos dizer, logo de início, que a visibilidade da OFS depende de fraternidades locais bem formadas, de grupos que resolveram assumir como documento inspiracional de sua caminhada  a Regra paulina.  Uma parte das  razões de uma certa “inexpressividade” da OFS  têm sua origem na não assimilação do espírito da Regra que foi publicada em 1978.  Os irmãos e irmãos são conhecidos, ainda hoje,  como “piedosos cristãos devotos de São Francisco”, pessoas envelhecidas e “inofensivas”  e que  não têm muito a dar. Muitos acreditam que não temos amanhã. Nossos tempos, no entanto, quiseram,  dizemos de maneira talvez um pouco irreverente,  que os leigos saíssem das sacristias.  Por isso, quando queremos  refletir sobre a  visibilidade dos franciscanos leigos, hoje, desejamos que haja uma expressão  prioritária na linha do secular.
3. Desde que os responsáveis pela redação da  Regra, inspirados pelos  ensinamento do Vaticano II, terminaram o texto aprovado por Paulo VI, ficou claro que a OFS terá prioritariamente expressão em sua dimensão secular.  Christifideles Laici  insiste na expressão índole secular. “Efetivamente o  Concílio descreve a condição secular dos fiéis leigos indicando-a, antes de mais nada, como o lugar onde lhes é dirigida  a chamada de Deus:  Aí são chamados por Deus.  Trata-se de um lugar descrito em termos dinâmicos:  os fiéis leigos vivem no século, isto é, empenhados em toda e qualquer ocupação e atividade terrena e nas  condições ordinárias da vida familiar e social, com as quais é como que tecida a sua existência. Os fiéis leigos  são pessoas que vivem a vida normal no mundo, estudam, trabalham, estabelecem, relações amigáveis, sociais, profissionais, culturais” n.15).  Não se espera “expressividade”  da OFS  apenas em atividades litúrgicas e catequéticas.  O jeito de viver no mundo o Evangelho é que poderá mostrar que os franciscanos seculares  têm uma contribuição da dar à Igreja e à sociedade.  Não são assim tão “inofensivos”.
4. Muitas vezes já ouvimos que os cristãos são luz do mundo, sal da terra e fermento da massa. “As imagens evangélicas  do sal, da luz e do fermento embora se  refiram indistintamente  a todos os discípulos  de Jesus, têm uma específica aplicação nos fiéis leigos. São imagens maravilhosamente significativas, porque falam não só da inserção  profunda e da participação plena  dos fiéis leigos na terra, no mundo, na comunidade humana, mas também, e sobretudo, na novidade e na originalidade de uma inserção e de uma participação destinadas à difusão do evangelho que salva” ( n. 15).
5. Os franciscanos seculares,  em suas atitudes e posturas mais do que em palavras,  passarão a  convicção de que suas vidas são marcadas pela força do carisma de Francisco dado à Igreja.  Já trabalhamos, em anos anteriores, o tema da identidade. Foram dados passos largos na Ordem toda e, de modo especial, entre nós, numa melhor compreensão do senso de pertença. Necessário, sempre de novo, voltar à vocação inicial, ao primeiro amor,  ao momento em que resolvemos  ouvir o chamado para o seguimento de Cristo à maneira de Francisco. Não se pode deixar a  chama morrer.  Através de constantes exames de nossa vida,  junto com os irmãos e as irmãs,  damos graças a Deus de nos ter chamado à visa franciscana e levamos a sério essa profissão, promessa de entrega ao Evangelho por meio de nossa profissão à qual seremos fiéis com, uma fidelidade dinâmica e criativa. Nossa profissão é feita para ser vivida no mundo. As tarefas de “sacristia” não são as prioritárias.
6. A OFS será expressiva e terá  visibilidade na medida em que seus irmãos viverem em fraternidades sólidas.  Os bispos, os padres, o mundo precisam dizer a nosso respeito:  “Vede como eles se amam!”  Sem romantismos de adolescentes sabemos que  viver em fraternidade é  desafiador. Levar a sério as reuniões que serão bem feitas, sem pressa, com gente que chega na hora, que fala, que participa, que vibra, que luta pela causa. Não apenas a justaposição de pessoas que estão ali por uma fria obrigação. Fraternidades que se exprimem no estar juntos, no acudir as necessidades dos irmãos de dentro e de fora. Fraternidades que se manifestam num  jeito de viver em que não se fala mal de ninguém, em que o outro não é um rival ou uma ameaça, onde não há competição tola, nem sede e fome de poder. Fraternidades corajosamente fraternas num mundo de individualismo. Fraternidades sempre em estado de construção.
7. Vivendo em fraternidades seculares, convivendo com os irmãos da Ordem Primeira e da TOR,  com as Irmãs Pobres de  São Damião, com as religiosas e religiosos que se vincularam ao carisma franciscano, os franciscanos são uma mesma família, a Família franciscana que precisa ser ‘ expressiva”.  Não é assim que uma diocese tome a decisão de  dispensar os frades quando ela dispõem de padres diocesanos para executar o trabalho que era feito pelos frades.  Os frades não são meros tarefeiros. Os franciscanos, de qualquer as três Ordens,  precisam constituir uma presença querida, desejada e quase necessária.  Na medida em que mostramos unidade no seio da Família ficará mais visível  o carisma e a “expressividade”. Precisamos urgentemente comemorar  juntos nossas festas e deixarmo-nos impregnar uns da força e da energia dos outros. Se não formos uma Família franciscana unida será difícil  mostrar “expressividade”.
8. Podemos dizer que há um  pequeno buquê de posturas ou convicções que nos identificam,  que nos tornam pessoas “simpáticas” no seio da Igreja e do mundo. Tais posturas  poderão ser nossa  “carta de identidade”:
·          Marca registrada dos franciscanos é a “descomplicação” e falta de  “solenidade pomposa”; em outras palavras, são pessoas que são o que são, não têm dobras, são  simples;
·          Os franciscanos não se cansam de contemplar a singeleza do presépio e o aniquilamento da cruz; por isso sua simplicidade se mistura com apreço pela pobreza. O casamento de um franciscano tem beleza simples e não pompa mundana, a casa de um franciscano é lugar de acolhida  e não espaço de ostentação;  o carro de um franciscano não precisa ser do último modelo, nem seu guarda roupa sempre da  moda…
·          Aqui e ali os franciscanos se mostram alegres, gostam de cantar, de decantar o sol, as estrelas… cantam uníssono, cantam a mais vozes; cantam em suas fraternidades. Cantando vão além da euforia nervosa e barulhenta.  São profundamente alegres, da alegria parecida com a perfeita alegria de que falava Francisco a Frei Leão.  Uma alegria pascal, que passa pelo êxodo de si, pela morte do homem velho.  Ou não dá para exprimir essa postura?
·         Vivendo em fraternidades os franciscanos são conhecidos como irmãos e irmãs;  Exprimem-se como irmãos de todos e de tudo.  Mas são irmãos menores.  Sem grandes pretensões.
·         • Os franciscanos seculares, como o próprio Francisco, vivem um tensão entre  ação e contemplação. Não são pessoas que correm de um lado para o outro, sem nexo.  Mergulham sua vida na contemplação nas grutas, no silêncio, na interiorização. Os franciscanos seculares visitam seu interior.
9. O último  Capítulo Geral da Ordem  insistiu que a OFS coloca-se a família como uma de suas prioridades.  Os seculares são,  pois,  convidados a “exprimir-se” através de sua família.  Não poucas vezes há mulheres ou homens que pertencem  à OFS  e que não têm apoio dos seus.  Os parentes acham  que ele ou ela são piedosos e têm uma devoção por São Francisco e por isso  entraram na Ordem. Na verdade não entendem o que é a Ordem . Seria bom, quanto possível, que marido e mulher fossem franciscanos.  A partir daí haveria uma expressão conjugal franciscana.
10. O tema família e OFS é delicado e intrincado.  Chamamos atenção apenas para alguns tópicos que nos parecem importantes, na linha da  “expressividade”  franciscana da família.
·         Os franciscanos seculares valorizam o sacramento do matrimônio.  Escolhem padrinhos diferentes.  Os noivos se preparam espiritualmente para  cerimônia. Uma vez casados vivem  a espiritualidade conjugal com as conotações franciscanas: simplicidade,  pobreza digna,  respeito pela vida, educação dos filhos marcada pelo Evangelho.
·         Na medida do possível,  as famílias deveriam se fazer presentes mais vezes nas reuniões da Fraternidade.
·         Os franciscanos seculares  terão o hábito de festejar os aniversários de casamento.
·         Haverão de se dispor a trabalhar pela família antes do casamento, no momento de sua celebração e depois do casamento como agentes qualificados de uma pastoral evangélico-franciscana.
11. Há um testemunho do leigo  a ser dado no campo da política. Voltamos a citar  Christifideles Laici:  “Para animar cristãmente a ordem temporal, no sentido de que se disse de servir a pessoa e a sociedade, os fiéis leigos não podem absolutamente abdicar da participação  na “política”, ou seja, da múltipla e variada ação econômica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover orgânica e institucionalmente o bem comum” (n.42).  Não haveria uma missão do conselho nacional e  dos conselhos regionais no sentido de refletir sobre graves problemas sociais e políticos:  a questão do tratamento médico, da corrupção, dos salários loucamente exagerados dos políticos?  Os leigos franciscanos não poderiam tomar decisões que “chocassem”?  Talvez não seja possível.
12. Evidentemente, os franciscanos seculares não se recusam a trabalhar na pastoral paroquial. Ao contrário, fazem questão de dar sua contribuição. Quando agem pastoralmente fazem-no a partir de sua identidade franciscana. Questionam uma pastoral meramente sacramentalista.  Sua ação se reveste do jeito franciscano. Os franciscanos seculares, no entanto, colocam prioridades a partir de sua profissão na OFS.
13. Para que a OFS  seja  expressiva, parece importante que nas fraternidades locais, regionais, e de modo especial na fraternidade nacional, se cuide da formação de lideranças  a partir de uma eclesiologia de comunhão e de uma concepção clara da índole secular da OFS.  Precisamos de líderes.  Reflexões e estudos de lideranças franciscanas seculares  ajudarão a tornar a OFS  expressiva.
Frei Almir Ribeiro Guimarães






Oração pelo Capítulo Regional em Pentecostes 
  
 OFS do Brasil - Região Sudeste 2 (RJ/ES) 
"Senhor Jesus, a messe é grande, mas os operários são poucos. Rogamos-te, pois que envieis operários para a messe. Então Senhor ao ouvir teu apelo nos colocamos ao teu dispor e dizemos: EIS-ME AQUI SENHOR. Queremos ser como nosso seráfico Pai São Francisco que lhe perguntou: Senhor que queres que eu faça? E tu nos respondes: junte-se a outros homens de boa vontade e construam um mundo mais fraterno; junte-se a outros homens de boa vontade e pelo seu testemunho tomem iniciativas corajosas na promoção da justiça; junte-se a outros homens de boa vontade e comprometam-se com opções concretas e coerentes com sua fé e assumam sua profissão. Trabalhando, participem na criação e na redenção da comunidade humana. Por isso Senhor, pra responder ao teu apelo de amor, ajude-nos a sermos portadores de paz lembrando que ela deve ser construída incessantemente. Ajude-nos Senhor, a sermos mensageiros da perfeita alegria, para que saibamos ter a humildade de ver que pouco ou nada fizemos e que portanto é necessário começar tudo de novo. Que Maria Santíssima, a Medianeira de todas as Graças, estrela da evangelização nos ajude a chegar as águas mais profundas da santidade e da missão e lancemos nossas redes para melhor servir o nosso Regional. Amém!"

 José Renato Vargas, OFS
Fraternidade São Sebastião
Tijuca, Rio de Janeiro - RJ

Seguindo com a nossa preparação para o Capitulo Eletivo Regional que será realizado nos dias 17, 18 e 19 de MAIO, durante a festividade de PENTECOSTES, publicamos a ORAÇÃO DO CAPÍTULO ELETIVO REGIONAL, que deverá ser reproduzida e entregue a todos os irmãos de nossas fraternidades para que possam participar  ativamente, com suas orações diárias, deste momento singular em nosso 
                                                      Regional.


quinta-feira, 16 de maio de 2013

FOLDER DISTRIBUIDO NA MISSA DAS 16:15 HORAS DO DIA 04 DE MAIO DE 2013 NA IGREJA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS


INFORMATIVO

Ano IV  -  MAIO DE 2013 -  Nº  12

ESPIRITUALIDADE  FRANCISCANA

SANTA  ISABEL  DE  HUNGRIA

Continuação

Ó MORTE, ONDE TUA VITÓRIA?
                             
Partira, pois, o duque Luís com um es­plêndido séquito de duzentos cavaleiros. Luís foi reunir-se em Brindisi ao Impe­rador Frederico que ali acampava com perto de sessenta mil homens.
Luis foi recebido com grandes honras, apesar de ser um dos príncipes mais mo­ços. E o imperador fez-se acompanhar por ele à ilha de Santo André, onde se rea­lizaria uma grande assembleia.
Entretanto no seio das tropas, vindas de regiões desacostumadas com o verão italiano, desenvolvia-se uma doença con­tagiosa. Já na ilha de Santo André Luis sentiu em si os primeiros sintomas da moléstia.
Obrigado a deixar as tropas recolheu-se ao seu navio. Sentindo que estava para morrer mandou chamar o patriarca de Jerusalém com o qual se confessou. Feito o seu testamento recebeu a santa unção e o viático na presença dos cavaleiros e de seus soldados, edificando a todos com sua devoção fervorosa.
Sua vida Luis já a tinha sacrificado a Deus ao tomar a Cruz dos cruzados.
Convicto de estar perto a sua morte, Luis encarregou uns cavaleiros de anun­ciar sua morte à sua família e entregar à esposa o anel com o Cordeiro de Deus, como ao partir lhe havia prometido.

POBRE  CORAÇÃO

Os cavaleiros que o duque havia encar­regado de irem à Turíngia anunciar sua morte, partiram imediatamente. Chega­ram quando Isabel acabava  de dar à luz o terceiro filhinho. Mas a infausta notícia  não lhe foi comunicada.
Porém, passado o tempo de resguardo, foi mister participar-lhe a desgraça com que Deus a ferira.
E a duquesa-mãe foi quem quis desempenhar esta dolorosa missão, entregando-lhe o anel. "Minha filha, resigna-te e recebe este anel que ele te mandou, pois infelizmente morreu".
Ao ouvir estas palavras Isabel deixando cair os braços sobre os joelhos e jun­tando as mãos, disse em voz sufocada: "Ah, meu Deus! meu Deus, eis que o mundo inteiro está morto para mim; o mundo e tudo que tem de bom".

A VIÚVA

A morte do esposo fez de Isabel o mo­delo da viúva cristã, elevada à sua mais alta potência, cada vez mais desprendida de si mesma, e chegando a um grau de abnegação e de mortificação que somen­te; aos olhos da fé tem um valor inefável.
Isabel tinha um filhinho de cinco anos de idade, de nome Hermann, que seria o único sucessor legítimo de seu pai, e portanto herdando o governo do ducado.
Porém o demônio teceu a maior rede de infâmias e calúnias contra Isabel. Ela sem defensor algum na própria família, foi despojada de tudo o que possuía, e o seu maior inimigo, o duque Henrique, ordenou que se retirasse imediatamente do castelo.
Admirada de tais insultos e de tal men­sagem, ela somente pôde suplicar que lhe concedesse alguma demora.
          Sua sogra, a duquesa-mãe, indignada com tamanha insolência, apertou Isabel ao coração, não permitindo que dela se afastassem a nora e os netinhos.

Mas de nada valeram seus rogos, e cheia de ira e de vergonha, resignou-se a deixar partir seus entes tão queridos. As portas do castelo, onde Santa Isabel tanto tempo vivera, cerraram-se atrás dela. As duas amigas estavam separadas!

AFLIÇÃO, MISÉRIA

Expulsa do castelo, sua segunda pátria, a viúva abandonada e filha de reis, acha­va-se fora   das muralhas do castelo e as portas lhe ficavam trancadas.
Com o coração sangrando, pois ainda não estava cicatrizada a ferida que lhe causara a morte do esposo, tivera um tra­tamento ignominioso e escandaloso, co­mo talvez nunca fora tratada outra princesa; acresceu a isso o aspecto das três criancinhas que tiritavam e choravam de frio. Ela mesma carregava nos braços o menino que, havia pouco, dera à luz; as outras duas eram levadas pelas servas que a seguiam.
Tomou o caminho áspero e escarpado que conduzia à cidade. E como Nossa Senhora em Belém, foi rejeitada, pois, por ordem do duque Henri-que, quem acolhes­se a princesa e os filhos, cairia em todo o seu desagrado.
O receio de arruinar-se, a si e suas fa­mílias, pode ser que haja impedido os ha­bitantes da cidade de favorecerem Isabel.
Ao ver os próprios súditos, a quem tan­to amava e favorecera, e que tão mal lhe pagavam, assemelhara-se ao próprio Sal­vador, de quem está escrito: "Veio para o que era seu e os seus não o receberam. (João I, 2),

O ROUXINOL DE CRISTO

Chegou, enfim, a pobre família a uma mesquinha taverna, cujo dono não podendo ou querendo despedi-la, deu-lhe por abrigo, apenas por aquela noite, um casebre onde guardava os utensílios da cozinha e onde dormiam os porcos.
Mandou retirar os animais, a fim de dar lugar à duquesa de Turíngia, a prin­cesa real da Hungria.
Tendo se lamentado quando tudo lhe tiraram, num momento de desespero havia dito: "Só me resta orar a Deus"!
Mas este grau de humilhação lhe trouxe, subitamente, a calma de espírito, apenas achou-se neste lugar imundo. As lágrimas secaram e um consolo imenso lhe encheu a alma: o consolo admirável do Espírito Santo.
Sem poder conciliar o sono, e ouvindo o si-no da Igreja de São Francisco, o mos­teiro que ela, em vida do esposo, havia fundado, foi até lá e assistiu ao ofício di­vino: as Matinas.
E suplicou aos franciscanos que can­tassem, o Te Deum, em ação de graças pelas grandes tribulações que Deus lhe havia enviado. O cântico foi executado pelos frades, e certamente agradou a Deus como lhe agradam os cânticos dos anjos.

Continua no informativo – Ano V -            JUNHO DE 2013  -  Nº  01


SANTOS FRANCISCANOS

MES DE MAIO

1 — B. Juliano de Istria,  1ª Ordem
2 — B. Vivaldo de S. Gimignano,  3ª Ordem.
3 — B. Petronila de Troyes, 2ª Ordem.
4 — B. Ladislau de Gielnow, 1ª Ordem.
5 — B. Benvenuto de Recanati, 1ª Ordem.
6 — B. Bartolomeu de Montepulciano, 1ª Ordem
7 — B. Maria de Santa Natália, 3ª Ordem Regular, mártir da China
8 — IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA
9 — S. Catarina de Bolonha, 2ª Ordem.
10 — B. Félix de Nicósia, 1ª Ordem.
11 — S. Inácio de Laconi, 1ª Ordem.
12 — B. João de Cetina, 1ª Ordem, mártir
13 — B. Pedro de Duenas,  1ª Ordem, mártir
14 — B. Crispim de Viterbo, 1ª Ordem.
15 —  B. Humiliana Cerchi, 3ª Ordem.
16 — S. Margarida   de   Cortona, 3ª Ordem.
17 — S. Pascoal de Bailão,  1ª Ordem.
18 — S. Félix de Cantalício, 1ª Ordem.
19 — S. Teófilo da Corte
20 — S. Bernardino de Sena, 1ª Ordem.
21 — S. Ivo de Bretanha, 3ª Ordem.
22 — B. João Forest, 1ª Ordem, mártir
23 — B. João de Prado, 1ª Ordem, mártir
24 — DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DE S. FRANCISCO EM ASSIS
25 —B. Gerardo   de   Vilamagna, 3ª Ordem.
26 — B. Estêvão de  Narbona, 1ª Ordem, mártir
27 — B. Raimundo de Carbona, 1ª Ordem, Mártir
28 — S. Maria Ana de Jesus Paredes, 3ª Ordem
29 — B. Herculano de Piegaro, 1ª Ordem.
30 — B. Camila Baptista Varano, 2ª Ordem.
31— S. Fernando III,Rei de Castela, 3ª Ordem



O ARAUTO DO GRANDE REI


BOLETIM INFORMATIVO DE ABRIL DE 2013

Da Primeira Apologia a favor dos cristãos, de São Justino, mártir

(Cap.66-67: PG 6,427-431)     (Séc.I)

A celebração da Eucaristia

A ninguém é permitido participar da Eucaristia, a não ser àquele que, admitindo como
verdadeiros os nossos ensinamentos e tendo sido purificado pelo batismo para a remissão dos
pecados e a regeneração, leve uma vida como Cristo ensinou.
 Pois não é pão ou vinho comum o que recebemos. Com efeito, do mesmo modo como Jesus
Cristo, nosso salvador, se fez homem pela Palavra de Deus e assumiu a carne e o sangue para a
nossa salvação, também nos foi ensinado que o alimento sobre o qual foi pronunciada a ação de
graças com as mesmas palavras de Cristo e, depois de transformado, nutre nossa carne e nosso
sangue, é a própria carne e o sangue de Jesus que se encarnou.
 Os apóstolos, em suas memórias que chamamos evangelhos, nos transmitiram a recomendação
que Jesus lhes fizera. Tendo ele tomado o pão e dado graças, disse: Fazei isto em memória de
mim. Isto é o meu corpo (Lc 22,19; Mc 14,22); e tomando igualmente o cálice e dando graças,
disse: Este é o meu sangue (Mc 14,24), e os deu somente a eles. Desde então, nunca mais
deixamos de recordar estas coisas entre nós. Como que possuímos, socorremos a todos os
necessitados e estamos sempre unidos uns aos outros. E por todas as coisas com que nos
alimentamos, bendizemos o Criador do universo, por seu Filho Jesus Cristo e pelo Espírito
Santo.
 No chamado dia do Sol, reúnem-se em um mesmo lugar todos os que moram nas cidades ou
nos campos. Lêem-se as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas, na medida em que
o tempo permite.
 Terminada a leitura, aquele que preside toma a palavra para aconselhar e exortar os presentes à
imitação de tão sublimes ensinamentos.
 Depois, levantamo-nos todos juntos e elevamos as nossas preces; como já dissemos acima, ao
acabarmos de rezar, apresentam-se pão, vinho e água.Então o que preside eleva ao céu, com
todo o seu fervor, preces e ações de graças, e o povo aclama: Amém. Em seguida, faz-se entre
os presentes a distribuição e a partilha dos alimentos que foram eucaristizados, que são também
enviados aos ausentes por meio dos diáconos. 
 Os que possuem muitos bens dão livremente o que lhes agrada. O que se recolhe é colocado à
disposição do que preside. Este socorre os órfãos, as viúvas e os que, por doença ou qualquer
outro motivo se acham em dificuldade, bem como os prisioneiros e os hóspedes que chegam de
viagem; numa palavra, ele assume o encargo de todos os necessitados. 
Reunimo-nos todos no dia do Sol, não só porque foi o primeiro dia em que Deus,
transformando as trevas e a matéria, criou o mundo, mas também porque neste mesmo dia Jesus
Cristo, nosso salvador, ressuscitou dos mortos. Crucificaram-no na véspera do dia de Saturno; e
no dia seguinte a este, ou seja, no dia do Sol,aparecendo aos seus apóstolos e discípulos,
ensinou-lhes tudo o que também nós vos propusemos como digno de consideração.

Libertos da Tibieza
Em alguns períodos da nossa vida, podemos detectar em nós alguns dos sintomas da tibieza: a frieza, a apatia, o desânimo, a insatisfação com Deus e conosco mesmo, a falta de estímulos para a oração diária, e até mesmo a falta de forças para decidir por algo ou desistir de alguma coisa. Se sofremos deste mal, há esperança para nós e o remédio é infalível: precisamos de um novo, belo e santo Pentecostes!
É preciso, em primeiro lugar, tomar consciência da nossa condição de necessitados de uma renovação constante do Espírito Santo em nossa vida. O clamor constante e a abertura necessária à ação da graça farão de nós homens e mulheres fervorosos, capacitados pelo Espírito a transbordar no mundo o amor infinito de Deus.
Uma alma tíbia é uma alma morna, fraca, preguiçosa, desanimada e sem fervor. Esta “doença” traz sérias conseqüências, não só à nossa vida espiritual, mas a todas as realidades da nossa existência. Ela é conseqüência do pecado e desenvolve-se com facilidade nas almas que não são muito amigas das renúncias, sacrifícios e orações. Mas pouco adianta dizer, simplesmente, que é preciso aplicar à doença da tibieza o remédio do fervor. Seria como dizer a um doente que o remédio para ele é a saúde, ignorando que este é o seu problema: a falta de saúde.
O único remédio contra a tibieza é o Espírito Santo, porque não existe verdadeiro fervor se não for inflamado pelo fogo do Espírito. O pecado endurece o coração e torna a pessoa indiferente a Deus. O Espírito nos aponta as raízes do pecado, fortalece-nos para a batalha, fecunda em nós os seus dons, purifica-nos, aquece e inflama o nosso ser.
O Espírito Santo não se contenta em purificar-nos do pecado, mas prolonga a sua ação em nós até nos fazer “fervorosos no Espírito”. Comporta-se em nós como o fogo quando se apega à lenha úmida: primeiro a expurga, arrancando-lhe com barulho todas as impurezas, depois a inflama progressivamente, até que se torne toda incandescente e ela mesma se transforme em fogo. Ele, que faz novas todas as coisas, quer fazer fervorosos os homens tíbios.
Concretamente, isto quer dizer que o Espírito Santo nos preserva de cair na tibieza, e se por acaso já nos encontrarmos neste estado, livra-nos dela. É impossível sair da tibieza sem uma intervenção decisiva do Espírito; se tentarmos fazê-lo mergulharemos ainda mais no pecado do orgulho.
Olhemos para os apóstolos antes de Pentecostes: eram tíbios, incapazes de vigiar uma hora, discutiam sempre sobre quem seria o maior, ficavam espantados diante de qualquer ameaça. Depois que o Espírito veio sobre eles como línguas de fogo, tornaram-se a imagem viva do zelo, do fervor e da coragem. Fervorosos no pregar, no louvar a Deus, no fundar e organizar as Igrejas e, enfim, no sacrificar a vida por Cristo.
Cirilo de Jerusalém escreve: “Os apóstolos receberam o fogo que queima os espinhos dos pecados e dá esplendor à alma”, e um escritor medieval escreve: “O Paráclito que, em línguas de fogo, desceu sobre os apóstolos e os discípulos, desce também sobre nós como fogo: para queimar e destruir a culpa, para purificar a natureza, para consolidar e aperfeiçoar a graça, para expulsar a preguiça de nossa tibieza e acender em nós o fervor do seu amor” (Hermann de Runa, Sermões Festivos, 31).
Muitos santos passaram por um longo período de tibieza, mas nenhum deles foi santo sem ter sido encharcado, queimado, transformado pelo poder e ação viva do Espírito Santo.
“Passei nesse mar tempestuoso quase vinte anos, ora caindo ora levantando. Mas levantava-me mal, pois tornava a cair. Tinha tão pouca perfeição que, por assim dizer, nenhuma conta fazia de pecados veniais. Se temia os mortais não era a ponto de me afastar dos perigos. Sei dizer que é uma das vidas mais penosas que se possa imaginar. Nem me alegrava em Deus, nem achava felicidade no mundo. Em meio aos contentamentos mundanos, a lembrança do que devia a Deus me atormentava. Quando estava com Deus, perturbavam-me as afeições do mundo” (Santa Teresa de Jesus, Vida, 8,2).
Quando invocamos o Espírito, clamamos: “Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor”, e ainda: “Aquece o que está frio”. Às vezes este clamor também é frio, porque fria é a nossa esperança. Em Ezequiel 37 temos outra imagem clara de um povo tíbio: “nossos ossos estão secos, nossa esperança está morta”, mas é a poderosa ação do Espírito Santo que faz estes ossos secos retornarem à vida.
Com o auxílio da graça, portanto, é possível sair da tibieza e passarmos da condição de frios e temerosos a fervorosos no Espírito!



Consagrada na Comunidade de Vida Shalom
Josefa Alves
Bibliografia consultada:
Cantalamessa, Raniero. O canto do Espírito. São Paulo: Vozes, 1998.


FRASES  DO  PAPA 







A vida do Bom Pastor

Hoje seria possível fazer uma meditação sobre a oração do dia: “Que o rebanho na sua fragilidade alcance a fonte donde provém a força de seu Pastor”. De fato, na 2ª  leitura (Ap), encontramos novamente a imagem do Cordeiro que conduz o rebanho (cf. dom. pass.), agora, porém, com a conotação de “Pastor”. Esta combinação de idéias não causa surpresa dentro do gênero literário do Ap! Vimos, domingo passado, que a imagem do Cordeiro implica em solidariedade com o rebanho, solidariedade que o leva a tornar-se vítima expiatória e/ou pascal. A mesma solidariedade aparece no texto de hoje, na visão da multidão dos eleitos, que se tornaram solidários com o Cordeiro imolado, por sua fidelidade na perseguição. A solidariedade com o Cordeiro, no sangue do martírio, lava-os, toma-os imaculados como ele. E, por seu lado, o Cordeiro, tal um pastor que apascenta suas ovelhas, as conduz à fonte das águas, a fonte de consolação: Deus, que enxugará toda lágrima de seus olhos.
O evangelho medita praticamente a mesma idéia, embora Jesus aí apareça somente como Pastor e não (também) como Cordeiro. Na primeira e na segunda parte da alegoria do Bom Pastor (cf. 4º  dom. pascal A e B), aprendemos que o Bom Pastor “dá vida em abundância” (10,10) e, soberanamente, dá “sua vida” pelas ovelhas (Jo 10,11-18). Já sabemos que se trata da vida divina. Hoje aparece o mistério de onde provém este dom: a união de Cristo com o Pai. Somos conduzidos à fonte da água da vida (cf. Ap 7,17), Deus mesmo (Jo 10,27-30). Na atual composição do 4º  evangelho, este trecho é separado dos anteriores por um novo cenário, a festa da Dedicação do Templo (Jo  10,22; a parte anterior situava-se na seqüência da festa dos Tabernáculos, iniciada em Jo 7). Este novo cenário indica um crescendo na impaciência dos judeus com relação ao messianismo de Jesus: “Se tu és o Cristo, dize-nos abertamente” (10,24). Esta provocação suscita uma afirmação mais clara da unidade de Jesus e o Pai, a ponto de provocar uma acusação da blasfêmia e uma tentativa de apedrejamento (10,31). Contudo, o ser Messias de Jesus consiste, exatamente, em conduzir-nos à contemplação do Pai dele (14,9). Ele nos dá uma vida que ninguém nos pode tirar, porque ele é um com o Pai. Se o seguirmos, estaremos na mão de Deus. Se nos solidarizarmos com ele – e esta é a “lição” de hoje – alcançaremos a fonte donde ele tira sua força, sua inabalável vida divina. Somos convidados, hoje, a seguir o Cordeiro aonde ele for, solidários com ele na morte e na vida: então participaremos da vida da qual ele mesmo vive, a vida de Deus. Devemos deixar-nos guiar por um Pastor que dá sua vida por nós, pois esta vida não é sua, mas a de Deus. Ora, em que consiste esta “condução”? “Quem quiser ser meu discípulo, assuma sua cruz e siga-me … Quem perder sua vida, há de realizá-la … Onde eu estiver, ali estará também meu servo … ” (10 12,23ss; Mc 8,34ss). Palavras paradoxais, que significam: a fonte da vida e da força de Jesus é o Deus-amor, o Deus da doação da vida. Quem está bem instalado na sua igrejinha não gosta de ouvir tal mensagem. Esquiva-se, chamando-a de romantismo. Ou, se a gente insiste, diz que é desordem e subversão … Assim aconteceu com Paulo e Barnabé, quando foram pregar para os judeus de Antioquia da Pisídia (na Turquia). O resultado foi muito bom para os pagãos, pois rejeitados pelos judeus, Paulo e Barnabé se dirigiram a eles (1ª leitura). Não falta atualidade a esta história. No momento em que a Igreja latino-americana toma consciência da inviabilidade de uma cristandade cúmplice de injustiça institucionalizada, os senhores dessa cristandade rejeitam e até matam agentes de pastoral, padres, bispos … mas o povo, que era considerado incapaz de um cristianismo “decente”, recebe com ânimo o convite de se constituir em comunidade de Cristo.
Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes

Oração pelo Capítulo Regional em Pentecostes

 OFS do Brasil - Região Sudeste 2 (RJ/ES) 

"Senhor Jesus, a messe é grande, mas os operários são poucos. Rogamos-te, pois que envieis operários para a messe. Então Senhor ao ouvir teu apelo nos colocamos ao teu dispor e dizemos: EIS-ME AQUI SENHOR. Queremos ser como nosso seráfico Pai São Francisco que lhe perguntou: Senhor que queres que eu faça? E tu nos respondes: junte-se a outros homens de boa vontade e construam um mundo mais fraterno; junte-se a outros homens de boa vontade e pelo seu testemunho tomem iniciativas corajosas na promoção da justiça; junte-se a outros homens de boa vontade e comprometam-se com opções concretas e coerentes com sua fé e assumam sua profissão. Trabalhando, participem na criação e na redenção da comunidade humana. Por isso Senhor, pra responder ao teu apelo de amor, ajude-nos a sermos portadores de paz lembrando que ela deve ser construída incessantemente. Ajude-nos Senhor, a sermos mensageiros da perfeita alegria, para que saibamos ter a humildade de ver que pouco ou nada fizemos e que portanto é necessário começar tudo de novo. Que Maria Santíssima, a Medianeira de todas as Graças, estrela da evangelização nos ajude a chegar as águas mais profundas da santidade e da missão e lancemos nossas redes para melhor servir o nosso Regional. Amém!"

 José Renato Vargas, OFS
Fraternidade São Sebastião
Tijuca, Rio de Janeiro - RJ 

Seguindo com a nossa preparação  para    o Capitulo Eletivo Regional que será rea-lizado nos dias 17, 18 e 19 de MAIO, du-rante a festividade de PENTECOSTES, publicamos a ORAÇÃO DO CAPÍTULO ELETIVO REGIONAL, que deverá ser reproduzida e entregue a todos os irmãos de nossas fraternidades para que                              possam participar  ativamente, com suas 
                            orações diárias, deste momento singular 
                            em nosso Regional.