quinta-feira, 16 de maio de 2013

O ARAUTO DO GRANDE REI


BOLETIM INFORMATIVO DE ABRIL DE 2013

Da Primeira Apologia a favor dos cristãos, de São Justino, mártir

(Cap.66-67: PG 6,427-431)     (Séc.I)

A celebração da Eucaristia

A ninguém é permitido participar da Eucaristia, a não ser àquele que, admitindo como
verdadeiros os nossos ensinamentos e tendo sido purificado pelo batismo para a remissão dos
pecados e a regeneração, leve uma vida como Cristo ensinou.
 Pois não é pão ou vinho comum o que recebemos. Com efeito, do mesmo modo como Jesus
Cristo, nosso salvador, se fez homem pela Palavra de Deus e assumiu a carne e o sangue para a
nossa salvação, também nos foi ensinado que o alimento sobre o qual foi pronunciada a ação de
graças com as mesmas palavras de Cristo e, depois de transformado, nutre nossa carne e nosso
sangue, é a própria carne e o sangue de Jesus que se encarnou.
 Os apóstolos, em suas memórias que chamamos evangelhos, nos transmitiram a recomendação
que Jesus lhes fizera. Tendo ele tomado o pão e dado graças, disse: Fazei isto em memória de
mim. Isto é o meu corpo (Lc 22,19; Mc 14,22); e tomando igualmente o cálice e dando graças,
disse: Este é o meu sangue (Mc 14,24), e os deu somente a eles. Desde então, nunca mais
deixamos de recordar estas coisas entre nós. Como que possuímos, socorremos a todos os
necessitados e estamos sempre unidos uns aos outros. E por todas as coisas com que nos
alimentamos, bendizemos o Criador do universo, por seu Filho Jesus Cristo e pelo Espírito
Santo.
 No chamado dia do Sol, reúnem-se em um mesmo lugar todos os que moram nas cidades ou
nos campos. Lêem-se as memórias dos apóstolos ou os escritos dos profetas, na medida em que
o tempo permite.
 Terminada a leitura, aquele que preside toma a palavra para aconselhar e exortar os presentes à
imitação de tão sublimes ensinamentos.
 Depois, levantamo-nos todos juntos e elevamos as nossas preces; como já dissemos acima, ao
acabarmos de rezar, apresentam-se pão, vinho e água.Então o que preside eleva ao céu, com
todo o seu fervor, preces e ações de graças, e o povo aclama: Amém. Em seguida, faz-se entre
os presentes a distribuição e a partilha dos alimentos que foram eucaristizados, que são também
enviados aos ausentes por meio dos diáconos. 
 Os que possuem muitos bens dão livremente o que lhes agrada. O que se recolhe é colocado à
disposição do que preside. Este socorre os órfãos, as viúvas e os que, por doença ou qualquer
outro motivo se acham em dificuldade, bem como os prisioneiros e os hóspedes que chegam de
viagem; numa palavra, ele assume o encargo de todos os necessitados. 
Reunimo-nos todos no dia do Sol, não só porque foi o primeiro dia em que Deus,
transformando as trevas e a matéria, criou o mundo, mas também porque neste mesmo dia Jesus
Cristo, nosso salvador, ressuscitou dos mortos. Crucificaram-no na véspera do dia de Saturno; e
no dia seguinte a este, ou seja, no dia do Sol,aparecendo aos seus apóstolos e discípulos,
ensinou-lhes tudo o que também nós vos propusemos como digno de consideração.

Libertos da Tibieza
Em alguns períodos da nossa vida, podemos detectar em nós alguns dos sintomas da tibieza: a frieza, a apatia, o desânimo, a insatisfação com Deus e conosco mesmo, a falta de estímulos para a oração diária, e até mesmo a falta de forças para decidir por algo ou desistir de alguma coisa. Se sofremos deste mal, há esperança para nós e o remédio é infalível: precisamos de um novo, belo e santo Pentecostes!
É preciso, em primeiro lugar, tomar consciência da nossa condição de necessitados de uma renovação constante do Espírito Santo em nossa vida. O clamor constante e a abertura necessária à ação da graça farão de nós homens e mulheres fervorosos, capacitados pelo Espírito a transbordar no mundo o amor infinito de Deus.
Uma alma tíbia é uma alma morna, fraca, preguiçosa, desanimada e sem fervor. Esta “doença” traz sérias conseqüências, não só à nossa vida espiritual, mas a todas as realidades da nossa existência. Ela é conseqüência do pecado e desenvolve-se com facilidade nas almas que não são muito amigas das renúncias, sacrifícios e orações. Mas pouco adianta dizer, simplesmente, que é preciso aplicar à doença da tibieza o remédio do fervor. Seria como dizer a um doente que o remédio para ele é a saúde, ignorando que este é o seu problema: a falta de saúde.
O único remédio contra a tibieza é o Espírito Santo, porque não existe verdadeiro fervor se não for inflamado pelo fogo do Espírito. O pecado endurece o coração e torna a pessoa indiferente a Deus. O Espírito nos aponta as raízes do pecado, fortalece-nos para a batalha, fecunda em nós os seus dons, purifica-nos, aquece e inflama o nosso ser.
O Espírito Santo não se contenta em purificar-nos do pecado, mas prolonga a sua ação em nós até nos fazer “fervorosos no Espírito”. Comporta-se em nós como o fogo quando se apega à lenha úmida: primeiro a expurga, arrancando-lhe com barulho todas as impurezas, depois a inflama progressivamente, até que se torne toda incandescente e ela mesma se transforme em fogo. Ele, que faz novas todas as coisas, quer fazer fervorosos os homens tíbios.
Concretamente, isto quer dizer que o Espírito Santo nos preserva de cair na tibieza, e se por acaso já nos encontrarmos neste estado, livra-nos dela. É impossível sair da tibieza sem uma intervenção decisiva do Espírito; se tentarmos fazê-lo mergulharemos ainda mais no pecado do orgulho.
Olhemos para os apóstolos antes de Pentecostes: eram tíbios, incapazes de vigiar uma hora, discutiam sempre sobre quem seria o maior, ficavam espantados diante de qualquer ameaça. Depois que o Espírito veio sobre eles como línguas de fogo, tornaram-se a imagem viva do zelo, do fervor e da coragem. Fervorosos no pregar, no louvar a Deus, no fundar e organizar as Igrejas e, enfim, no sacrificar a vida por Cristo.
Cirilo de Jerusalém escreve: “Os apóstolos receberam o fogo que queima os espinhos dos pecados e dá esplendor à alma”, e um escritor medieval escreve: “O Paráclito que, em línguas de fogo, desceu sobre os apóstolos e os discípulos, desce também sobre nós como fogo: para queimar e destruir a culpa, para purificar a natureza, para consolidar e aperfeiçoar a graça, para expulsar a preguiça de nossa tibieza e acender em nós o fervor do seu amor” (Hermann de Runa, Sermões Festivos, 31).
Muitos santos passaram por um longo período de tibieza, mas nenhum deles foi santo sem ter sido encharcado, queimado, transformado pelo poder e ação viva do Espírito Santo.
“Passei nesse mar tempestuoso quase vinte anos, ora caindo ora levantando. Mas levantava-me mal, pois tornava a cair. Tinha tão pouca perfeição que, por assim dizer, nenhuma conta fazia de pecados veniais. Se temia os mortais não era a ponto de me afastar dos perigos. Sei dizer que é uma das vidas mais penosas que se possa imaginar. Nem me alegrava em Deus, nem achava felicidade no mundo. Em meio aos contentamentos mundanos, a lembrança do que devia a Deus me atormentava. Quando estava com Deus, perturbavam-me as afeições do mundo” (Santa Teresa de Jesus, Vida, 8,2).
Quando invocamos o Espírito, clamamos: “Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor”, e ainda: “Aquece o que está frio”. Às vezes este clamor também é frio, porque fria é a nossa esperança. Em Ezequiel 37 temos outra imagem clara de um povo tíbio: “nossos ossos estão secos, nossa esperança está morta”, mas é a poderosa ação do Espírito Santo que faz estes ossos secos retornarem à vida.
Com o auxílio da graça, portanto, é possível sair da tibieza e passarmos da condição de frios e temerosos a fervorosos no Espírito!



Consagrada na Comunidade de Vida Shalom
Josefa Alves
Bibliografia consultada:
Cantalamessa, Raniero. O canto do Espírito. São Paulo: Vozes, 1998.


FRASES  DO  PAPA 







A vida do Bom Pastor

Hoje seria possível fazer uma meditação sobre a oração do dia: “Que o rebanho na sua fragilidade alcance a fonte donde provém a força de seu Pastor”. De fato, na 2ª  leitura (Ap), encontramos novamente a imagem do Cordeiro que conduz o rebanho (cf. dom. pass.), agora, porém, com a conotação de “Pastor”. Esta combinação de idéias não causa surpresa dentro do gênero literário do Ap! Vimos, domingo passado, que a imagem do Cordeiro implica em solidariedade com o rebanho, solidariedade que o leva a tornar-se vítima expiatória e/ou pascal. A mesma solidariedade aparece no texto de hoje, na visão da multidão dos eleitos, que se tornaram solidários com o Cordeiro imolado, por sua fidelidade na perseguição. A solidariedade com o Cordeiro, no sangue do martírio, lava-os, toma-os imaculados como ele. E, por seu lado, o Cordeiro, tal um pastor que apascenta suas ovelhas, as conduz à fonte das águas, a fonte de consolação: Deus, que enxugará toda lágrima de seus olhos.
O evangelho medita praticamente a mesma idéia, embora Jesus aí apareça somente como Pastor e não (também) como Cordeiro. Na primeira e na segunda parte da alegoria do Bom Pastor (cf. 4º  dom. pascal A e B), aprendemos que o Bom Pastor “dá vida em abundância” (10,10) e, soberanamente, dá “sua vida” pelas ovelhas (Jo 10,11-18). Já sabemos que se trata da vida divina. Hoje aparece o mistério de onde provém este dom: a união de Cristo com o Pai. Somos conduzidos à fonte da água da vida (cf. Ap 7,17), Deus mesmo (Jo 10,27-30). Na atual composição do 4º  evangelho, este trecho é separado dos anteriores por um novo cenário, a festa da Dedicação do Templo (Jo  10,22; a parte anterior situava-se na seqüência da festa dos Tabernáculos, iniciada em Jo 7). Este novo cenário indica um crescendo na impaciência dos judeus com relação ao messianismo de Jesus: “Se tu és o Cristo, dize-nos abertamente” (10,24). Esta provocação suscita uma afirmação mais clara da unidade de Jesus e o Pai, a ponto de provocar uma acusação da blasfêmia e uma tentativa de apedrejamento (10,31). Contudo, o ser Messias de Jesus consiste, exatamente, em conduzir-nos à contemplação do Pai dele (14,9). Ele nos dá uma vida que ninguém nos pode tirar, porque ele é um com o Pai. Se o seguirmos, estaremos na mão de Deus. Se nos solidarizarmos com ele – e esta é a “lição” de hoje – alcançaremos a fonte donde ele tira sua força, sua inabalável vida divina. Somos convidados, hoje, a seguir o Cordeiro aonde ele for, solidários com ele na morte e na vida: então participaremos da vida da qual ele mesmo vive, a vida de Deus. Devemos deixar-nos guiar por um Pastor que dá sua vida por nós, pois esta vida não é sua, mas a de Deus. Ora, em que consiste esta “condução”? “Quem quiser ser meu discípulo, assuma sua cruz e siga-me … Quem perder sua vida, há de realizá-la … Onde eu estiver, ali estará também meu servo … ” (10 12,23ss; Mc 8,34ss). Palavras paradoxais, que significam: a fonte da vida e da força de Jesus é o Deus-amor, o Deus da doação da vida. Quem está bem instalado na sua igrejinha não gosta de ouvir tal mensagem. Esquiva-se, chamando-a de romantismo. Ou, se a gente insiste, diz que é desordem e subversão … Assim aconteceu com Paulo e Barnabé, quando foram pregar para os judeus de Antioquia da Pisídia (na Turquia). O resultado foi muito bom para os pagãos, pois rejeitados pelos judeus, Paulo e Barnabé se dirigiram a eles (1ª leitura). Não falta atualidade a esta história. No momento em que a Igreja latino-americana toma consciência da inviabilidade de uma cristandade cúmplice de injustiça institucionalizada, os senhores dessa cristandade rejeitam e até matam agentes de pastoral, padres, bispos … mas o povo, que era considerado incapaz de um cristianismo “decente”, recebe com ânimo o convite de se constituir em comunidade de Cristo.
Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes

Oração pelo Capítulo Regional em Pentecostes

 OFS do Brasil - Região Sudeste 2 (RJ/ES) 

"Senhor Jesus, a messe é grande, mas os operários são poucos. Rogamos-te, pois que envieis operários para a messe. Então Senhor ao ouvir teu apelo nos colocamos ao teu dispor e dizemos: EIS-ME AQUI SENHOR. Queremos ser como nosso seráfico Pai São Francisco que lhe perguntou: Senhor que queres que eu faça? E tu nos respondes: junte-se a outros homens de boa vontade e construam um mundo mais fraterno; junte-se a outros homens de boa vontade e pelo seu testemunho tomem iniciativas corajosas na promoção da justiça; junte-se a outros homens de boa vontade e comprometam-se com opções concretas e coerentes com sua fé e assumam sua profissão. Trabalhando, participem na criação e na redenção da comunidade humana. Por isso Senhor, pra responder ao teu apelo de amor, ajude-nos a sermos portadores de paz lembrando que ela deve ser construída incessantemente. Ajude-nos Senhor, a sermos mensageiros da perfeita alegria, para que saibamos ter a humildade de ver que pouco ou nada fizemos e que portanto é necessário começar tudo de novo. Que Maria Santíssima, a Medianeira de todas as Graças, estrela da evangelização nos ajude a chegar as águas mais profundas da santidade e da missão e lancemos nossas redes para melhor servir o nosso Regional. Amém!"

 José Renato Vargas, OFS
Fraternidade São Sebastião
Tijuca, Rio de Janeiro - RJ 

Seguindo com a nossa preparação  para    o Capitulo Eletivo Regional que será rea-lizado nos dias 17, 18 e 19 de MAIO, du-rante a festividade de PENTECOSTES, publicamos a ORAÇÃO DO CAPÍTULO ELETIVO REGIONAL, que deverá ser reproduzida e entregue a todos os irmãos de nossas fraternidades para que                              possam participar  ativamente, com suas 
                            orações diárias, deste momento singular 
                            em nosso Regional.


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