sábado, 31 de dezembro de 2011

O ARAUTO DO GRANDE REI - DEZEMBRO DE 2011

Natal de Greccio: Bem-aventurados os que cuidam
Segundo a tradição, a primeira representação visualizada, teatralizada e celebrada de um Presépio aconteceu no ano de 1223, num bosque próximo de Greccio, na Úmbria, região da Itália. Quem tomou esta iniciativa foi Francisco de Assis, e, com isso, ele passa a ser primeiro a organizar de um modo plástico a cena da Encarnação do Filho de Deus. Encarnar-se significa morar junto, estar próximo tomar a mesma forma. Este é o cuidado de nosso Deus: ser um com o humano. Sair da gruta de Belém, do bosque de Greccio, numa verdade de colo, ternura,encantamento,fecundidade de pai e mãe, silenciosa contemplação de ofício de pastores.O presépio de Greccio lembra o calor humano que prepara o lugar para o divino nascer.Tudo se une! Animais,ovelhas, bois,o burro,pedras,árvores e plantas, céu estrelado, noite silente,anjos e canções. Há muita luminosidade em tudo e por tudo: a luz do Amor que aquece e a sensibilidade que observa um Deus ensinando convivência. 

O Deus que ama e cuida prepara ali o futuro do mundo: a essência da vida não está no aparato técnico mas no afeto.Quem reinventa o Natal reencontra a humanidade e a vizinhança do sagrado.Aquele Deus Menino nos ensina que a essência da vida está sempre em preparar um lugar, uma casa, um ninho, uma manjedoura. A vida precisa de cuidado para subsistir! Se você cuida, uma Estrela Guia aparece no céu da sua vida indicando o caminho do bem, da bondade, da solidariedade, da porta que se abre, do presente que vem de longe ou de perto. O Natal de Greccio nos traz o mundo dos valores, dos símbolos e significados: quando se começa a acolher e hospedar tudo começa a dar certo! Na simplicidade do lugar a Vida foi recebida, o Verbo se fez carne, a Grandeza de um Deus se fez Criança. O gesto obediente de José, a inspiração lida no sonho, o sim gratuito de Maria, o jeito sagrado de ser família nos mostra que o cuidado é a base onde se revela a vida. Esta dimensão, que tem uma fonte espiritual inesgotável, nos prepara para grandes realizações. 
Bem aventurados os que cuidam! Os que geram fraternidade, os que aproximam todas as criaturas, os que preparam o berço para o Divino e para o Amor! Bem-aventurados os que estão próximos dos relacionamentos mais simples, os que criam a inserção natural dos gestos mais generosos! Bem-aventurados os que vivem de um modo maternal, paternal e filial. Os que cuidam fazem nascer um Deus cada dia!
Frei Vitório Mazzuco
A Imaculada Conceição
de Nossa Senhora é o título dado a Maria, mãe de Jesus, cuja devoção popular, é bastante forte, sendo sua origem datada do século XI na Inglaterra e na Normandia. Esta devoção foi sendo divulgada posteriormente por todo o mundo, lembrando que quem muito contribuiu para esta divulgação foram os franciscanos. O carinho que o povo tem para com a Conceição de Maria é tão grande que todos recorrem a ela pedindo-lhe que interceda a seu Filho Jesus.
Santo Anselmo e posteriormente o Concílio de Basiléia, ocorrido em 1439, considerou a verdadeira grandeza do mistério que se realiza na concepção de Maria. Desde a concepção Deus preservou a Maria do pecado. Em outras palavras, o Altíssimo guardou Nossa Senhora desde sua concepção de todo e qualquer pecado para que ela pudesse ser a mãe do Salvador.
“Deus quis Maria para ser a salvação da humanidade, porque quis que o Salvador fosse “filho do homem”; por isso, é aplicada a Maria em sentido pleno a sentença divina ao tentador: “Porei inimizade entre ti a mulher; entre tua descendência e a sua; ela te esmagará a cabeça” (Gn 3,15). E é ela reconhecida como a “nova Eva, mãe de todos os vivos” (Gn 3, 9-15.20). Assim aparece Maria ao lado de Cristo, o novo Adão, e por isso se nos apresenta como figura da mulher ao lado do homem. Maria ajuda a descobrir e a respeitar o lugar da mulher na salvação da humanidade. Lembra e exalta o lugar e o papel da virgem, da esposa, da mãe, da viúva, na sociedade, na Igreja e no mundo; reivindica a dignidade da mulher contra tudo o que atenta contra ela.” (1)
A solenidade da Imaculada Conceição de Maria é celebrada no dia 08 de Dezembro, justamente nesta época a Igreja, em Tempo de Advento, se prepara para a chegada do Menino Deus. Esta solenidade é inserida neste contexto, de advento-natal, para que todo cristão possa olhar para a Virgem Imaculada e se espelhar, a fim de esforçar-se para bem viver sua vocação de batizado. Maria é toda santa, sem mancha alguma do pecado, e isto por graça e obra do Espírito Santo que nela encarnou e a fez nova criatura, tornando-a templo vivo do Salvador.
Muito, Maria Imaculada, tem a nos ensinar, míseros pecadores. E, é com ela que queremos aprender a sermos bons cristãos. Cristãos que assumem seu compromisso batismal. Cristãos que, como Maria, respondem cotidianamente o seu “Fiat” – “Sim”. Responder “sim” é estar na completa abertura ao Espírito do Senhor, para que ele próprio possa agir e operar em nós como convêm.
Este título dado a Maria, também é um dogma. Dogma é uma verdade de fé. Se for analisar pela pura razão, logo não compreenderemos, mas ao vislumbrar pelos olhos da fé, veremos e apreenderemos as maravilhas do Criador. Então, o título em questão é o dogma da Imaculada Conceição, cuja proclamação foi feita pelo Papa Pio IX em 1854.
Portanto “Maria é modelo de fé adulta, esclarecida, consciente, convicta, responsável, que repercute na vida. É modelo de virtudes maduras, crescidas num exercício contínuo de entrega aos outros, de ininterrupta abertura ao amor. Sua vida imaculada atingiu o fulgor de seu amor por Deus e pelos homens.” (2)
Oração à Imaculada Conceição de Nossa Senhora
Ó Deus, que preparaste uma digna habitação para o vosso Filho, pela imaculada conceição da Virgem Maria, preservando-a de todo pecado em previsão dos méritos de Cristo, concedei-nos chegar até vós purificados também de toda culpa por sua maternal intercessão. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Vitório Mazzuco.


Francisco e seus frades na peregrinação

 

  Francisco de Assis nasceu na cidade de Assis, Úmbria, Itália, em 1182. Pertencia à burguesia, e dessa condição tirava todos os proveitos.
Como seu pai, tentou o comércio, mas logo abandonou a idéia por não ter muito jeito para isso.Sonhou, então, com as glórias militares, procurando desta maneira alcançar o status que sua condição exigia. 
Contudo, em 1206 para espanto de todos, Francisco de Assis abandonou tudo, andando errante e maltrapilho, numa verdadeira afronta e protesto contra sua sociedade burguesa. 
Entregou-se totalmente a um estilo de vida fundado na pobreza, na simplicidade de vida, no amor total a todas as criaturas. Com alguns amigos deu início ao que seria a Ordem dos Frades Menores ou Franciscanos. 
Com Santa Clara, sua dileta amiga, fundou a Ordem das Damas Pobres ou Clarissas. Em 1221, sob a inspiração de seu estilo de vida nasceu a Ordem Terceira para os leigos consagrados. 
O pobrezinho de Assis, como era chamado, foi uma criatura de paz e de bem, terno e amoroso. Amava os animais, as plantas e toda a natureza. 
Poeta, cantava o Sol, a Lua e as Estrelas. Sua alegria, sua simplicidade, sua ternura lhe granjearam estima e simpatia tais que fizeram dele um dos santos mais populares dos nossos dias.
                                    O Presente                                               
Uma mãe estava muito brava com sua filha de cinco anos de idade por estragar um rolo de papel dourado, que ela ia, por fim, decorar uma caixa a ser colocada sob a árvore de natal. 
Na manhã seguinte á noite de natal, a menina trouxe a caixa e entregou á mãe, dizendo:
- “Isto é para você, mamãe”
A mãe ficou embaraçada por sua reação precipitada, mas a raiva aflorou de novo, quando viu que a caixa estava vazia e falou rudemente com a menina:
- “Você não sabe que quando se presenteia alguém é esperado que haja alguma coisa dentro do pacote?
A menina olhou-a em lágrimas e disse:
- ” Oh, não está vazia, mamãe. Eu soprei dentro dela até ficar cheia de beijos. “
A mãe ficou arrasada.
Ajoelhou e pedindo perdão abraçou com ternura sua filhinha.
Verdadeiramente, cada um de nós, temos recebido uma caixa dourada repleta do amor de DEUS.
Não há maior tesouro a se possuir..

Autor Desconhecido



Ele está próximo...
Alegremo-nos! Vamos ao encontro do “Maravilhoso Conselheiro, do Príncipe da Paz” (Is 9,5), do Redentor que se aproxima
Estão-se completando os dias (cf. Lc 2,6) daquele bendito      e santo Nascimento que reviveremos nos mistérios da Noite Santa do Natal. Torne-se nossa vigilância mais intensa e nossa oração mais confiante.
Todos os anos somos convidados a resgatar o sentido pleno do Natal de Jesus, para vivê-lo como cristãs e cristãs, fugindo à mentalidade cada vez mais paganizada de nossa época. Não nos deixemos infectar ou contaminar pelo vírus do consumismo e do materialismo. Infelizmente, antes mesmo de iniciarmos o tempo litúrgico do Advento, enfeites natalinos e a voracidade consumista invadem nossas ruas, lojas e até nossos corações. Com isso, o Natal cristão vai-se transformando em simples recordação do nascimento de nosso Salvador.
Não obstante a mentalidade semipaganizada do Natal, a festa da Criança de Belém é um dom de luz que rasga e rompe as trevas da humanidade, prisioneira do pecado, incapaz de amar. O Natal do Senhor abre-nos a uma incontida alegria, de que ninguém sai ileso. A liturgia cristã é significado de festa, porque “Deus está conosco”. Onde há vida, há alegria. A alegria causada pela vinda do Salvador é portadora de paz e de esperança.
Diante do presépio, ficamos tomados de ternura e exultação a contemplar enlevados os mistérios de vida que encerra o amor infinito de Jesus Salvador. Por isso, vamos às pressas a Belém para ver o recém-nascido deitado na manjedoura (cf. Lc 2,15-16). Não fiquemos trancados em casa, prisioneiros de nossas trevas e negativismos. Vamos! Guiados pela Estrela, vamos com o coração alegre e feliz! Lá há uma Luz resplandecente que nos faz transcender o que vemos com os olhos da carne. Sim, os olhos da mente abrem os caminhos do coração, que permitem apreender e acolher a Verdade que nos liberta de todo mal. A Luz de Belém empenhar-nos-á em viver na liberdade e na dignidade de filhos e filhas de Deus. Fará com que abandonemos a noite do pecado, abrindo-nos para a graça da Vida nova, iluminados pela “Luz verdadeira, que vindo ao mundo, a todos ilumina” (Jo 1,9). A alegria completa nasce da Luz que resplandece num coração transparente, que não teme a escuridão da falsidade. Não se trata de uma alegria frenética causada pela droga, pelos paraísos artificiais e enganosos, pela embriaguez momentânea... Trata-se da embriaguez do Espírito que regenera e renova, trazendo paz e serenidade ao coração humano.
Estamos bem próximos da chegada do Deus Menino. Ninguém falte ao encontro marcado com Ele. A incomensurável distância percorrida por Deus para chegar até nós é razão suficiente para corrermos ao Seu encontro e sentirmos “que coisa é o ser humano, para dele te lembrares e o visitares” (Sl 8,5)
Na proximidade do Natal, não há motivo para angústias e temores. Fazendo espaço para Jesus nascer, o Natal será ocasião única para um encontro vivo, amigo e pessoal com Ele. Acolhamos Jesus Cristo, “concebido por obra do Espírito Santo, nascido da Virgem Maria”. Acolher o Filho de Maria significa mostrá-Lo vivo, transparente em nós, visibilizando em nosso jeito de ser a Sua amabilidade, a Sua ternura, a Sua bondade e o Seu amor.              Dom Nelson Westrupp
         

 Emanuela De Nunzio


Em 10 de novembro de 2011, em 18:55, na cidade de Roma, a nossa irmã Emanuela De Nunzio morreu aos 82 anos de idade. Pouco antes de sua morte, Encarnita Del Pozo, junto com Benedetto Lino e sua esposa Gilda, reunidos em torno de sua cama para apoiá-la em oração. No momento da sua partida para o infinito amor de Deus, ela foi acompanhada por Encarnita e um amigo. Gilda e Benedetto devolvido imediatamente a rezar para o repouso de sua alma, fazendo o sinal da cruz em sua testa, e pedindo a São Francisco e Nossa Senhora dos Anjos para apresentar a sua alma ao Todo-Poderoso.
 Emanuela foi professo na OFS na Fraternidade local de San Cristoforo de Rodi Garganico na Apúlia (Itália) em 03 de março de 1949. Em 1959, foi eleito Secretário de sua fraternidade local. Ela também atuou como o National OFS Ministro da Itália no seio da Fraternidade Nacional assistida pelo OFM Conventuais, durante os dias em que a Ordem foi estruturado de acordo com "Obediências".


 Ela foi eleito Ministro Geral OFS no Capítulo Geral celebrado em 1990 Fátima, e reeleito no Capítulo Geral 1996, em Roma. Como Ministro Geral da OFS, Emanuela foi o secular primeiros a aderir à Conferência da Família Franciscana e abriu a porta para uma verdadeira parceria com os outros ministros Geral. Ela "lutou" com coragem para que o OFS seria reconhecido como um elemento igual da Família Franciscana e trabalhou incansavelmente com a Conferência, em colaboração mútua.
Entre seus muitos deveres como Ministro Geral, ela foi responsável pela promulgação das Constituições Gerais da Ordem, em 6 de fevereiro de 2001. Em sua carta que acompanha esta promulgação, ela se refere à maneira Franciscana Secular de vida, uma maneira que ela mesma tentou viver até o fim de sua vida:
 " Nossa profissão, representa para cada um de nós o ponto de referência para a experiência diária, começando com uma vocação específica e identidade precisa. Nesta base, precisamos re-moldar a nossa existência e encontrar um projeto de vida (a radicalidade evangélica franciscana) e um lugar de comunhão eclesial (a Fraternidade), na qual deve ser possível para nós "aprender a finalidade e o modo de viver, amar e sofrer " (Const, art 10).
 Ela viajou por todo o mundo, incansavelmente visitar constituída e emergentes fraternidades nacionais, e trazendo as Constituições recentemente aprovado Geral a cada irmão e irmã para que eles possam amor, estudo e aplicá-las, e, assim, dar sangue novo para a OFS.
Como um profissional legal, ela sempre ofereceu o seu conhecimento ao serviço da OFS, mesmo até seus últimos dias, apoiando o trabalho da Comissão Jurídica e Patrimonial da Presidência.
Em uma apresentação feita em 2002, Emanuela disse:
Precisamos recuperar a visão essencial de nosso relacionamento com Deus, conosco e com toda a criação, a fim de re-encontrar uma possibilidade incondicional de diálogo com aqueles que caminham ao nosso lado ao longo dos caminhos do mundo. Eu acho que nós podemos apresentar-nos com um slogan simples: "Andar descalço no jardim de Deus, sem se importar com os espinhos... ' "
 "O que significa a andar?"  Ela responde com as palavras de Santo Agostinho:
 Emanuela já está desfrutando o convite do Senhor, porque ela fez seu caminho para o bem, na fé e na santidade. Ela tem cantado (algumas vezes mal, mas ela cantou) e já respondeu ao Seu convite: “Vinde Bendito ..“
Que a sua alma descanse no amor infinito de Deus e que ela possa receber seu merecido descanso em Seus braços.

Encarnación del Pozo Roma, 11/11/11

domingo, 11 de dezembro de 2011

SOLENIDADE DA IMACULADA CONCEIÇÃO

Com as honras devidas à Maria Imaculada foi celebrada a Santa Missa no dia 08 de dezembro, às 18:00 na igreja do Sagrado Coração de Jesus, presidida pelo Frei Sandro,OFM e concelebrada por vários outros jubilandos nos seus 25 anos de sacerdócio e de vida religiosa. 
A saudação inicial e despedida foi feita pelo Mestre dos Frades Frei César Küllkamp,OFM.
Frei Edrian comemorou 25 anos de vida religiosa, dedicada à folhinha do Sagrado Coração de Jesus, da qual é responsável.
Frei Wolnei, Frei Morás completaram 25 anos de ordenação sacerdotal. Seis frades estudantes fizeram a renovação anual dos votos que antecedem a profissão solene.











FOLDER DISTRIBUIDO NA MISSA DAS 16:15 HS. DO DIA 03/12/2011 NA IGREJA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

  INFORMATIVO     Ano III  -  DEZEMBRO DE 2011 -    08

CONHECENDO A NOSSA IGREJA

LEGENDA DOS TRÊS COMPANHEIROS

CAPÍTULO XVI  - (continuação)

63. O bem-aventurado Francisco se propôs também pedir ao senhor papa Honório um dos cardeais da Igreja Romana que fosse como o papa de sua ordem, o senhor bispo de Óstia, ao qual os irmãos pudessem recorrer em suas necessidades. De fato o bem-aventurado Francisco tivera uma visão que pode tê-lo induzido a pedir um cardeal e colocar a ordem sob a proteção da Igreja Romana. Vira uma galinha pequena e preta com as pernas emplumadas, e as patas como as de uma pomba doméstica e tinha tantos pintinhos que não podia acolher a todos debaixo das asas, ficando muitos de fora em torno dela.
Acordando, pôs-se a pensar sobre o significado da visão, e logo, pelo Espírito Santo, reconheceu ser ele mesmo aquela galinha e disse: "Eu sou essa galinha, pequena de estatura e negra por natureza. Devo ser simples como uma pomba e, com as plumas das virtudes que me cumpre amar, voar ao céu. O Senhor, por sua misericórdia, deu-me e dar-me-á muitos filhos, que não poderei proteger só com minhas forças. Portanto, é neces­sário que os coloque debaixo da proteção da Santa Igreja, a fim de que os proteja e governe à sombra de suas asas".

64. Poucos anos depois desta visão, foi a Roma e visitou o senhor bispo de Óstia. Este ordenou-lhe que no dia seguin­te, bem cedo, fosse com ele à cúria, pois desejava que fizesse uma pregação diante do senhor papa e dos cardeais e lhes recomendasse, devota e afetuosamente, sua ordem.
Embora o bem-aventurado Francisco se escusasse, dizendo que era sim­ples e ignorante, teve que ir com ele à cúria.
Quando o bem-aventurado Francisco se apresentou diante do senhor papa e dos cardeais, foi acolhido por eles com grande alegria. Levantou-se e pregou-lhes como havia sido instruído unicamente por inspiração do Espírito Santo. Terminada a pre­gação, recomendou sua ordem ao senhor papa e a todos os cardeais. Eles ficaram muito edificados com as palavras de Francisco e começaram a amar com mais afeto sua ordem.

65. Em seguida disse o bem-aventurado  Francisco  ao Sumo Pontífice: “Senhor, compadeço-me de vós    pela  solicitude e trabalho contínuo com  que  deveis velar sobre a Igreja de Deus, e muito me envergonho que tenhais tanta preocupação e solicitude por nós, irmãos menores. De fato, enquanto muitos nobres e ricos e muitos religiosos não podem chegar a vós, grande deve ser o nosso receio e escrúpulo, pois que somos os mais pobres e desprezíveis entre todos os religiosos, já não digo por comparecer perante vós, mas por estar à vossa porta e ter a presunção de bater ao tabernáculo da fortaleza dos cristãos. Portanto, suplico humilde e de-votamente a Vossa Santidade que vos digneis conceder-nos o senhor bispo de Óstia como pai, para que os irmãos possam recorrer a ele no tempo de necessidade, salva sempre a dignidade de vossa autoridade".
Este pedido agradou ao senhor papa, que concedeu ao bem-aventurado Francisco o senhor bispo de Óstia como digníssimo protetor de sua ordem.

66. Este recebeu a ordem do senhor papa e logo pôs mãos à obra para defender os  irmãos,  escrevendo a muitos prelados que os haviam perseguido, a fim de que  daí  para frente não lhes fossem   adversos. Antes, dessem-lhes conselho e auxílio para pregar e morar em suas províncias, como a bons e santos religiosos aprovados pela autoridade da Sé Apostólica. Da mesma forma, muitos outros cardeais escreveram cartas com o mesmo objetivo.
No capítulo seguinte o bem-aventurado Francisco concedeu licença aos ministros para  receberem irmãos  à  ordem  e  enviou-os às  mencionadas províncias, levando cartas dos cardeais juntamente  com a regra confirmada pela bula apostólica. Vendo tudo isto e  conhecendo  os  testemunhos  dados  pelos  irmãos, os prelados liberalmente concederam-lhes morar e pregar em suas  províncias. Vendo seu modo de vida humilde e santa e ouvindo suas dulcíssimas palavras que comoviam e inflamavam as mentes ao amor de Deus e a fazer penitência, muitos procuraram e receberam o hábito de sua santa ordem, com fervor e humildade.

67. Ao ver o bem-aventurado Francisco a confiança e o amor que o senhor bispo de Óstia tinha para com os irmãos, amava-o afetuosamente com  todas as veias do coração. Sabendo por revelação de Deus que aquele seria o futuro Sumo Pontífice, nas cartas que lhe escrevia, chamava-o de Pai do mundo inteiro, nestes termos: “Ao venerável em Cristo, Pai do mundo inteiro...”
Pouco tempo depois, tendo morrido o senhor papa Honório III, o senhor bispo de Óstia foi eleito Sumo Pontífice com nome de Gregório IX, o qual até o fim da vida foi insigne benfeitor e defensor dos irmãos e dos outros religiosos, especialmente dos pobres de Cristo. Por isso justamente se crê que tenha sido acolhido entre os santos.

CAPÍTULO XVII

Da morte santíssima do bem-aventurado Fran- cisco e como ele, dois anos antes, havia recebido os estigmas de nosso ,Senhor Jesus Cristo

68. Vinte anos após, desde o momento  em  que  se  havia conformado perfeitissimamente a Cristo seguindo a vida e as pegadas dos apóstolos, o homem apostólico Francisco,  no ano da encarnação do Senhor 1226, dia 4 de outubro, domingo, voltou a Cristo, tendo conseguido, após muitos trabalhos, o eterno descanso, e apresentou-se dignamente diante do Senhor. Um de seus discípulos, famoso por santidade, viu sua alma subir diretamente ao céu como uma estrela do tamanho da lua, e quase tão brilhante como o sol. Elevava-se sobre muitas águas e tinha por baixo uma nuvenzinha branca.  
Havia de fato trabalhado muito na vinha do Senhor, solícito e fervoroso nas orações, nos jejuns, nas vigílias, nas pregações e nas salutares peregrinações, no trato e na compaixão dos irmãos, e no desprezo de si mesmo, desde o início de sua conversão até seu trânsito para o Cristo, a quem amara de todo o coração, tendo sempre presente sua memória, louvando-o com os lábios e glorificando-o com obras frutuosas. Amava tanto a Deus que, ouvindo falar seu nome, consumia-se todo em seu íntimo e clamava publicamente que o céu e a terra deviam inclinar-se ao nome do Senhor.

Continua no informativo – Ano III -            JANEIRO DE 2012  -    09

SANTOS FRANCISCANOS

MES DE DEZEMBRO

1 — B. Antonio Bonfadini, 1ª Ordem
2 — B. Carlos de Blois, 3ª Ordem.
3 — S. Donino, mártir de Ceuta, 1ª Ordem.
4 — B. Pedro de Sena, 3ª Ordem.
5 — S. Hugolino,   mártir   de  Ceuta, 1ª Ordem                   
6 — S. Samuel, mártir de Ceuta, 1ª Ordem
7 — S. Maria José Rosselo, 3ª Ordem.
8 — IMACULADA CONCEIÇÃO
9 — B. João Romano, 3ª Ordem, mártir no
        Japão
10 — B. Engelberto Kolland, 1ª Ordem, mártir
11 — B. Hugolino Magalotti, 3ª Ordem.
13 — B. Conrado de Ofida, 1ª Ordem.
14 — B. Bártolo de S. Gimignano, 3ª Ordem.
15 — B. Maria   Francisca   Schervier, 3ª Ordem
          Regular
17 — B. João   de   Montecorvino, 1ª Ordem, culto
          ainda não aprovado
22 — S. Francisca Xavier Cabrini, 3ª Ordem.
23 — B. Nicolau Fatore, 1ª Ordem.
25 — SOLENIDADE DA NATIVIDADE DE
          JESUS
26 — B. Bentivólio de Bonis, 1ª Ordem.
29 — B. Gerardo de Valença, 1ª Ordem
30 — B. Margarida Colona, 2ª Ordem

REUNIÃO DE MINISTROS E VICE-MINISTROS NA VOT

Após a convocação por carta feita pelo Ministro Regional, irmão Helio Gouvêa, realizou-se nas dependências do auditório da VOT- RIO – Tijuca, no último dia 03 de dezembro, três eventos simultâneos ao longo do dia, iniciado com a celebração eucarística presidida pelo Assistente Regional, Frei Edcarlos Hoffman,OFMCap.
Eventos realizados:
a)      Capítulo Avaliativo do Regional Sudeste II da OFS.
b)      Reunião geral dos irmãos Ministros e Vice-Ministros do Regional p/discutir temas diversos e estabelecer o Calendário do Regional p/o ano de 2012.
c)      Encontro de Formadores dos quatro distritos sob a coordenação da nossa irmã Deise.
Por volta das 17:00 horas encerrou-se o festivo encontro com as longas despedidas franciscanas e votos de Feliz Natal.
Não pode ficar em branco a homenagem póstuma à nossa querida irmã Ana Maria Catarcione,OFS prestada pelo Ministro Helio, uma vez que ela fazia parte ativa do Conselho Regional (R.I.P. + 23/set/11).

FESTA DE SANTA ISABEL DA HUNGRIA

Comemoramos com alegria a festa de nossa padroeira Santa Isabel da Hungria no seu dia, 17 de novembro, como consta no calendário litúrgico da Família Franciscana. A missa foi às 18:00 horas na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, celebrada pelo Frei Marcos,OFM, o qual deu ênfase à figura de Santa Isabel como mãe, esposa, duquesa, viúva, terceira franciscana e Santa. Ressaltou-lhe, em especial, a sua firmeza na dura caminhada, sem esperar outro auxílio senão a da providência divina.
A imagem de santa Isabel ficou em destaque, ornamentada com o carinho proverbial da nossa irmã Vera, sacristã da Paróquia, franciscana de coração. Esta imagem provinda de Munique, Alemanha há mais de 90 anos, foi restaurada neste ano pelo artista em restauro  o Sr. Paulo.

 No dia 20 de novembro, dia da reunião mensal da Fraternidade, Santa Isabel também foi comemorada pela  Fraternidade durante a reunião com a recitação do Jogral de Santa Isabel e depois na Santa Missa, celebrada pelo Assistente Frei Luiz Flavio A. Loureiro. Após a Santa Missa tivemos uma confraternização.                               

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O ARAUTO DO GRANDE REI - NOVEMBRO DE 2011

SANTA ISABEL DA HUNGRIA

De estirpe real, pois foi filha de André e Gertrudes, reis da Hungria, nasceu em 1207 e recebeu no baptismo o nome de Isabel (Elisabeth), o qual significa ‘casa de Deus’. Aos quatro anos de idade viaja para a Alemanha onde crescerá juntamente com a família do seu noivo, Luís, príncipe da Turíngia e sucessor do rei da Turíngia, Hermano.
Dada a sua vida simples, piedosa e desligada das pompas da corte, concluíram que a menina não seria uma boa companheira para Luís. E por isso perseguiram-na e maltrataram-na, dentro e fora do palácio.
Luís, porém, era um cristão da fibra do pai. Logo percebeu o grande valor de Isabel. Não se impressionava com a pressão dos príncipes e tratou de se casar o quanto antes. O que aconteceu em 1221.
A Santa não recuava diante de nenhuma obra de caridade, por mais penosas que fossem as situações, e isso em grau heróico! Um dia, Luís surpreendeu-a com o avental repleto de alimentos para os pobres. Ela tentou esconder... Mas ele, delicadamente, insistiu e... milagre! Viu somente rosas brancas e vermelhas, em pleno Inverno. Feliz, guardou uma delas.
A sua vida de soberana não era fácil e freqüentemente tinha que acompanhar o marido em longas e duras cavalgadas. Além disso, tinha o cuidado dos filhos: Hermano, nascido em 1222; Sofia em de 1224 e Gertrudes em 1227.
Estava grávida de Gertrudes, quando descobriu que seu marido se comprometera com o Imperador Frederico II a seguir para a guerra das Cruzadas para libertar Jerusalém. Nova renúncia duríssima! E mais: antes mesmo de sair da Itália, o duque morre de febre, em 1227! Ela recebe a notícia ao dar à luz a menina.
Quando Luís ainda vivia, ele e Isabel receberam em Eisenach alguns dos primeiros franciscanos que chegavam à Alemanha por ordem do próprio São Francisco. Foi-lhes dado um conventinho. Assim, a Santa passou a conhecer o Poverello de Assis e este a ter frequentes notícias dela. Tornou-se mesmo membro da Família Franciscana, ingressando na Ordem Terceira que Francisco fundara para leigos solteiros e casados e sacerdotes seculares. Era, pois, mais que amiga dos frades. Chegou a receber de presente o manto do próprio São Francisco!
Morto o marido, os cunhados tramaram cruéis calúnias contra ela e expulsaram-na do castelo de Wartburg. E de tal forma apavoraram os habitantes da região, que ninguém teve coragem de acolher a pobre, com os pequeninos, em pleno Inverno. Duas servas fiéis acompanharam-na, Isentrudes e Guda.
De volta ao Palácio quando chegaram os restos mortais de Luís, Isabel passou a morar no castelo, mas vestida simplesmente e de preto, totalmente afastada das festas da corte. Com toda a naturalidade, voltou a dedicar-se aos pobres. Todavia, lá dentro dela o Senhor chamava-a para se doar ainda mais. Mandou construir um conventinho para os franciscanos em Marburg e lá foi morar com as suas servas fiéis. Compreendeu que tinha de resguardar os direitos dos filhos. Com grande dor, confiou os dois mais velhos para a vida da corte. Hermano era o herdeiro legítimo de Luís. A mais novinha foi entregue a um Mosteiro de Contemplativas, e acabou sendo Santa Gertrudes! Assim, livre de tudo e de todos, Isabel e suas companheiras professaram publicamente na Ordem Franciscana Secular e, revestidas de grosseira veste, passaram a viver em comunidade religiosa. O rei André mandou chamá-las, mas ela respondeu que estava de facto feliz. Por ordem do confessor, conservou algumas rendas, as quais reverteram para os pobres e sofredores.
Construiu um abrigo para as crianças órfãs, sobretudo defeituosas, como também hospícios para os mais pobres e abandonados. Naquele meio, ela sentia-se de facto rainha, mãe, irmã. Isso no mais puro amor a Cristo. No atendimento aos pobres, procurava ser criteriosa. Houve época, ainda no palácio, em que preferia distribuir alimentos para 900 pobres diariamente, em vez de lhes dar maior quantia mensalmente. É que eles não sabiam administrar. Recomendava sempre que trabalhassem e procurava criar condições para isso. Esforçava-se para que despertassem para a dignidade pessoal, como convém a cristãos. E são inúmeros os seus milagres em favor dos pobres!
De há muito que Isabel, repleta de Deus, era mais do céu do que da terra. A oração a arrebatava cada vez mais. As suas servas testemunharam que, nos últimos meses de vida, frequentemente uma luz celestial a envolvia. Assim chegou serena e plena de esperança à hora decisiva da passagem para o Pai. Recebeu com grande piedade o sacramento dos enfermos. Quando o seu confessor lhe perguntou se tinha algo a dispor sobre a herança, respondeu tranquila: "Minha herança é Jesus Cristo!" E assim nasceu para o céu! Era 17 de Novembro de 1231.
Sete anos depois, o Papa Gregório IX, de acordo com o Conselho dos Cardeais, canonizou solenemente Isabel. Foi em Perusa, no mesmo lugar da canonização de São Francisco, a 26 de Maio de 1235, Pentecostes. Mais tarde foi declarada Padroeira dos Irmãos da Ordem Franciscana Secular.
Frei Paulo Ferreira, OFM


Solenidade de Cristo Rei do Universo

             A Igreja encerra o Ano Litúrgico da Igreja com a festa de Cristo Rei, c oroando toda essa jornada.
Cristo Rei foi uma das últimas celebrações instituída pelo Papa Pio XI, na época em que o mundo passava pelo pós-guerra de 1917, marcado pelo fascismo na Itália, pelo nazismo na Alemanha, pelo comunismo na Rússia, pelo marxismo-ateu, pela crise econômica, pelos governos ditatoriais que solapavam toda a Europa, pela perseguição religiosa, pelo liberalismo e outros que levavam o mundo e o povo a afastar-se de Deus, da religião e da fé, culminando com a 2ª Guerra Mundial.
O Papa Pio XI instituiu essa festa para que todas as coisas culminassem na plenitude em Cristo Senhor, simbolizado no que diz o Apocalipse: ”Eu sou o Alfa e o Ômega, Principio e Fim de todas as coisas.” (Ap1, 8) Ressalta a restauração e a reparação universal realizada em Cristo Jesus, Senhor da vida e da história. Nessa festa, celebra-se também nossa participação no Reino de Deus, sob a condição de aderirmos à verdade trazida por Jesus, pela qual somos caminheiros que se dirigem à Casa do Pai, para participarmos da mesa do Reino e de assumirmos o compromisso do Evangelho.
A celebração, fechando o Ano Litúrgico, traz para nós cristãos a reflexão em torno da vida de Jesus que significa para nós a salvação, onde impera no mundo o pecado.
Pilatos pergunta a Jesus se ele é rei, e Ele responde que seu reino não é deste mundo de injustiça, ódio, morte e dor. Ele é rei do reino de seu Pai que, como pastor, guia a sua Igreja neste mundo para o reino celeste. Por isso, fazer parte desse Reino é fazer comunhão com Ele, transformar o mundo em que vivemos.
Jesus Cristo é rei e pastor que nos leva ao Reino de Deus, que nos tira das trevas do erro e do pecado, que nos guia para a plena comunhão com o Pai pelo amor. Jesus nos aponta como “Caminho, Verdade e Vida” (Jo 14, 6) para que possamos imitá-lo mesmo diante de nossas fraquezas e medos, morrer com Ele para participarmos de sua vitória.
Olhando o nosso mundo, vemos o sofrimento de tantos irmãos que trazem consigo a cruz de Cristo, como sinal de vitória e de redenção do mundo. Mesmo diante das nossas aflições, dores, angustias e injustiças, não podemos ser derrotados, mesmo quando estivermos sozinhos, quando nos sentimos abandonados como os discípulos abandonaram Jesus. Portanto a amargura não poderá tomar conta de nosso coração. Não podemos querer entender a Deus em seu mistério, nem duvidar de seu amor para com todos, mas acolher tudo por amor a Deus, como festa de um grande banquete do qual um dia participaremos na eternidade.
Bem-aventurados aqueles que sofrem, são perseguidos e padecem todo tipo de injustiças, pois como servo bom e fiel, um dia acolhido por Jesus na mesa do Reino, será bendito. E Ele passando servirá aqueles que souberam viver a justiça, a caridade e fazer o bem na vida dos irmãos.
É a grande promessa de Jesus para nós, filhos benditos do Pai: sua realeza não é deste mundo, por isso devemos anunciar a verdade libertando os homens do pecado, dando-lhes uma verdadeira conversão do coração.
Jesus é a testemunha fiel da verdade, isto é, seu desígnio de salvação do mundo. Veio revelar com a própria vida o grande sacrifício da cruz, da sua paixão e morte por amor, nessa mesma cruz pela qual Ele atrairá todos ao seu coração. Tudo por amor, fonte primeira de união com Deus, Ele desfaz as injustiças em liberdade, tornando grande sacerdócio do povo santo de Deus em que cada um se santifica no mundo.
Ser cristão é construir o Reino de Cristo no mundo através do serviço gratuito e fraterno, humilde, deixando-se fazer a vontade do Pai. Você está disposto a fazer acontecer o Reino? De que maneira?
Junto com a solenidade de Cristo Rei, celebra-se o Dia do Leigo e da Leiga, que possuem uma vocação especial, muitas vezes esquecida. Ser leigo e leiga no mundo de hoje é um desafio. Os cristãos leigos ocupam diversos serviços na vida da Igreja e assumem uma vocação particular de constituir família e ser testemunho no meio dos outros, como pedras vivas da Igreja, trabalhadores do Reino Cristo-Rei.



Clara de Assis viveu intensamente a vocação que lhe foi dado por Deus, primeiramente a vocação a vida, e depois a vocação que desejou ardentemente abraçar, a vocação a vida religiosa. A seu exemplo muitas outras moças inspiradas pelo Senhor aspiravam seguir os passos de Santa Clara. Clara foi para sua época um luzeiro, o qual atraiu para Cristo muita gente de boa vontade.
Na segunda carta que Clara escreve a Inês de Praga ela recomenda que nunca se perca de vista o ponto de partida. Mas o que é este ponto de partida? Ponto de partida é o inicio, o ponto fecundante da vocação que cada qual recebeu do Senhor, o ponto em que a inspiração divina flechou com a flecha do amor o seu coração para dedicar-se a vida inteira no serviço ao Senhor.
Seguir Jesus Cristo no modo da vida religiosa, como o fez Santa Clara, é reservado para poucos, porque exige um esforço imenso, esforço este que deve conduzir o ser humano a abraçar a vida fraterna. E, por isso, Clara de Assis é para nós um modelo de fidelidade. Clara durante toda a sua vida foi fiel a proposta evangélica e por esta proposta lutou a vida toda.
Clara de Assis lutou proficuamente para viver o evangelho radicalmente, e por isso foi preciso travar uma luta consigo mesmo, com suas irmãs e para com as autoridades eclesiásticas, as quais desejavam que ela vivesse a regra que eles propunham. Clara foi forte e fiel ao Evangelho, foi radical em sua escolha por viver a pobreza radical.
Clara ensina-nos que seguir o santo evangelho significa nunca perder o ponto de partida. Para todo cristão o ponto de partida é o batismo, para aqueles que seguem a vida religiosa o ponto de partida é o doce toque do chamamento. Este chamamento para muitos pode ter sido um habito, um sinal, uma cruz, um sonho, ou qualquer outra coisa que possamos imaginar. O toque originário, aquele que nos motivou a querer saber mais sobre a vocação é justamente este toque que é o ponto de partida.
O ponto de partida para um casal, pode ter sido um sorriso, um aperto de mão, um olhar, ou até mesmo um beijo. E, é este ponto de partida que move toda a vida que segue, é este ponto de partida que nos recorda como tudo começou. Para um casal o ponto de partida deve motivar a fidelidade. Para o religioso o ponto de partida deve provocar fidelidade.
Sendo assim, nunca perca de vista o ponto de partida.
Frei Osvaldo Maffei, OFM.
Ninguém se corrompa com o mal do outro
“Ao servo de Deus nada deve desagradar, a não ser o pecado. E, se alguma pessoa pecar, seja qual for o modo, e por causa disto e não por caridade o servo de Deus se perturbar ou se irar, entesoura para si a culpa (cf.Rm 2,5). Vive retamente sem nada de próprio aquele servo de Deus que não se ira nem se perturba por qualquer coisa. E bem-aventurado quem nada retém para si, devolvendo a César o que é de César e a Deus o que é de Deus [Adm XI]”.

“Não há nada melhor do que uma fraternidade  para estarmos na dimensão de Deus. Mas ela precisa ter sua força em amizades que ajudam a crescer  no mundo sem ser do mundo. (J. C. Correa Pedroso)”




Morte e Vida de São Francisco de Assis
Por Frei Nilo Agostini, OFM


Todo debilitado com voz fraca, sumida, entoa Francisco o Salmo 142: Você mea ad Dominum clamavi (“Com minha voz clamei ao Senhor...”). O Salmo vai sendo entoado pouco a pouco, e ao chegar ao versículo Educ de custodia animam meam (“Arranca do cárcere minha alma, pra que vá cantar teu nome, pois me esperam os justos e tu me darás o galardão”). Faz-se grande e profundo silêncio. Acabara de morrer, cantando, Francisco de Assis. Quem é este que transfigura o trauma da morte em expressão de liberdade tão suprema? Desaparece o sinistro da morte. E Francisco vai ao seu encontro como quem vai abraçar e saudar uma irmã muito querida.Ano de 1226. Francisco se acha muito debilitado. Seu estômago não aceita mais alimento algum. Chega a vomitar sangue. Admiram-se todos como um corpo tão enfraquecido, já tão morto, ainda não tenha desfalecido. Transportado de Sena para Assis, Francisco ainda encontra forças para exortar os que acorrem a ele. E aos irmãos diz: “Meus irmãos, comecemos a servir ao Senhor, porque até agora bem pouco fizemos”. Ao chegar a Assis, um médico se apresenta e constata que nada mais resta a fazer. Ao que Francisco exclama: “Bem-vinda sejas, irmã minha, a morte!” E convida aos irmãos Ângelo e Leão para cantarem o Cântico do Irmão Sol, ao qual Francisco Acrescenta a última estrofe em louvor a Deus pela morte corporal. Cria-se uma atmosfera tão jovial e alegre que o Ministro Geral da Ordem, Frei Elias, interpela Francisco para que pare com toda aquela atmosfera, vista como “cantoria”, para que enfim ele morra “convenientemente”, pois poderia escandalizar os moradores de Assis. “Com tudo o que sofro, me sinto tão perto de Deus que não posso senão cantar!” – respondeu-lhe Francisco. Aproximando-se a hora derradeira, Francisco deseja ser levado para a capelinha de Nossa Senhora dos Anjos, na Porciúncula, onde tudo havia começado. Lá, num gesto de despojamento, de identificação com o Cristo crucificado e de integração com o Pai, pede que o deixem, nu, sobre a terra e diz aos frades: “Fiz o que tinha que fazer. Que Cristo vos ensine o que cabe a vós”. Despede-se de todos os irmãos; abençoa-os; lembra-lhes que “o Santo Evangelho é mais importante que todas as demais instituições”. Ainda deseja que Irmã Jacoba lhe traga alguns daqueles deliciosos biscoitos. Anima o seu médico, dizendo-lhe: Irmão médico, dize com coragem que a minha morte está próxima. Para mim, ela é a porta para a vida!” E, então, canta o Salmo 142. Francisco parte cantando, cortês, hospitaleiro e reconciliado com a morte. O canto de Francisco está baseado em uma percepção realista da morte: “Nenhum homem pode escapar da morte”. Mas como pode ser irmã aquela que engole a vida, que decepa aquela pulsão arraigada em cada um de nós, fundada em um “desejo” que busca triunfar sobre a morte e viver eternamente? Francisco acolhe fraternalmente a morte. Nele realiza-se, de forma maravilhosa, o encontro entre a vida e a morte, em um processo de integração da morte. Francisco acolhe a vida assim como ela é, ou seja, em sua exigência de eternidade e em sua mortalidade. Tanto a vida como a morte são um processo que perdura ao longo de toda a vida. A morte faz parte da vida. Como e despertar e o adormecer, assim é a morte para o ser humano. Ela não rouba a vida; dá a esse tipo de vida a possibilidade de outro tipo de vida, eterna e imortal, em Deus. A morte não é então negação total da vida, não é nossa inimiga, mas é passagem para o modo de vida em Deus, novo e definitivo, imortal e pleno. Francisco capta esta realidade e abriga a morte dentro da vida. Acolhe toda limitação e mostra-se tolerante com a pequenez humana, a sua e a dos outros. A grandeza espiritual e religiosa de Francisco no saudar e cantar a morte significa que já está para além da própria morte; ela, digna hóspede não lhe é problema; ao contrário, ela é a condição de viver eternamente, de triunfar de modo absoluto, de vencer todo embotamento do pecado que a transforma em tragédia. Francisco soube mergulhar na fonte de toda a vida. “Enquanto Deus é Deus, enquanto Ele é o vivente e a Fonte de toda a vida, eu não morrerei, ainda que corporalmente morra!” (L. Boff).  Morte, drama sagrado,não uma tragédia.Morte, bem-vinda,não uma inimiga.
Morte, uma irmã,não uma ladra.Morte, abertura para a plena liberdade,presença do Reino de Deus, utopia do justos.“Deus enxugará as lágrimas dos seus olhos, e a morte não existirá mais,
nem haverá mais luto, nem pranto, nem fadiga, porque tudo isso já passou” (Ap 21,4).“Louvado sejas, meu Senhor, pela nossa irmã,  a morte corporal, da qual nenhum vivente pode escapar” (São Francisco, Cântico do Irmão Sol).  Sermão proferido por Frei Nilo Agostini, na Festa de São Francisco de Assis, 04/10/1991.


Bem - Aventurado João Duns Scotus, Presbítero

8 de Novembro

Nasceu em Duns, na Escócia, pelos fins de 1265 e, muito jovem ainda, foi recebido na Ordem de São Francisco de Assis. Foi ordenado presbítero no dia 17 de março de 1291. Após obter a graduação acadêmica na Universidade de Sorbonne, em Paris, foi professor nas universidades de Cambridge, Oxford, Paris e, finalmente, em Colônia. Verdadeiro filho do Porevello de Assis, investigou com grande sutileza a divina Revelação, produzindo muitas obras filosóficas e teológicas. Com vigor ardente anunciou o mistério do Verbo Encarnado e foi incansável defensor da Imaculada Conceição da Virgem Maria e da autoridade do Romano Pontífice. Em 23 de junho de 1303, por se ter recusado a subscrever o libelo de Filipe IV, o belo, Rei da França, contra o Papa Bonifácio VIII, foi expulso de Paris, indo para Colônia, onde a 8 de Novembro de 1308 foi colhido por morte prematura, no auge de sua atividade magisterial. A grande fama de santidade de que o insigne teólogo se viu cercado na vida, por causa de suas excepcionais virtudes cristãs, bem cedo lhe mereceu, na só no âmbito da Ordem seráfica, mas também em Colônia, na Alemanha, onde está sepultado, e em Nola, na Itália, um culto Público que o Papa João Paulo II confirmou a 6 de Julho de 1991.
Scotus viveu em um contexto desafiador e, ao mesmo tempo, extremamente fecundo. O século XIII, no qual também viveram Tomás de Aquino e Boaventura, é atravessado por duas trajetórias filosófico-teológicas bem definidas: agostiniano-boaventuriana e aristotélico-tomista. E uma única matriz polêmica a provocá-las e animá-las: o ingresso das obras de Aristóteles na universidade de Paris.
Nesse contexto, Scotus assume uma postura crítica face aos pressupostos e às principais posições defendidas por ambas as escolas, revelando-se como um pensador original.
Destaca-se pela fina precisão em bem discernir, o que lhe possibilitou dissipar inúmeras confusões e esmerar-se na especulação acerca das questões filosóficas e dos mistérios da fé. O "Doutor sutil" se caracteriza, ainda, por um raciocínio deveras singular capaz de, num cerrado diálogo com seus interlocutores, desconstruir seus argumentos e forjar conceitos e linguagem novos cada vez mais precisos e inclusivos. Com Scotus, talvez o pensamento cristão tenha atingido o mais alto vértice da especulação.
VEJA O DOCUMENTO DA ORDEM FRANCISCANA SOBRE SCOTUS 


ORACÃO - Senhor nosso Deus, fonte de toda Sabedoria, que no Bem-aventurado João Duns Scotus, vosso presbítero, defensor da Imaculada Virgem, nos destes um mestre de vida e de ciência, concedei-nos que, iluminados por seu exemplo e fortalecidos por sua doutrina, sirvamos fielmente a Cristo. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.


O Advento e seu significado

O Advento é um dos tempos do Ano Litúrgico e pertence ao ciclo do Natal. A liturgia do Advento caracteriza-se como período de preparação, como pode-se deduzir da própria palavra advento que origina-se do verbo latino advenire, que quer dizer chegar. Advento é tempo de espera d’Aquele que há de vir. Pelo Advento nos preparamos para celebrar o Senhor que veio, que vem e que virá; sua liturgia conduz a celebrar as duas vindas de Cristo: Natal e Parusia. Na primeira, celebra-se a manifestação de Deus experimentada há mais de dois mil anos com o nascimento de Jesus, e na segunda, a sua desejada manifestação no final dos tempos, quando Cristo vier em sua glória.
O tempo do Advento formou-se progressivamente a partir do século IV e já era celebrado na Gália e na Espanha. Em Roma, onde surgiu a festa do Natal, passou a ser celebrado somente a partir do século VI, quando a Igreja Romana vislumbrou na festa do Natal o início do mistério pascal e era natural que se preparasse para ela como se preparava para a Páscoa. Nesse período, o tempo do Advento consistia em seis semanas que antecediam a grande festa do Natal. Foi somente com São Gregório Magno (590-604) que esse tempo foi reduzido para quatro domingos, tal como hoje celebramos.
Um dos muitos símbolos do Natal é a coroa do Advento que, por meio de seu formato circular e de suas cores, silenciosamente expressa a esperança e convida à alegre vigilância. A coroa teve sua origem no século XIX, na Alemanha, nas regiões evangélicas, situadas ao norte do país. Nós, católicos, adotamos o costume da coroa do Advento no início do século XX. Na confecção da coroa eram usados ramos de pinheiro e cipreste, únicas árvores cujos ramos não perdem suas folhas no outono e estão sempre verdes, mesmo no inverno. Os ramos verdes são sinais da vida que teimosamente resiste; são sinais da esperança. Em algumas comunidades, os fiéis envolvem a coroa com uma fita vermelha que lembra o amor de Deus que nos envolve e nos foi manifestado pelo nascimento de Jesus. Até a figura geométrica da coroa, o círculo, tem um bonito simbolismo. Sendo uma figura sem começo e fim, representa a perfeição, a harmonia, a eternidade. 
Na coroa, também são colocadas quatro velas referentes a cada domingo que antecede o Natal. A luz vai aumentando à medida em que se aproxima o Natal, festa da luz que é Cristo, quando a luz da salvação brilha para toda humanidade. Quanto às cores das quatro velas, quase em todas as partes do mundo é usada a cor vermelha. No Brasil, até pouco tempo atrás, costumava-se usar velas nas cores roxa ou lilás, e uma vela cor de rosa referente ao terceiro domingo do Advento, quando celebra-se o Domingo de Gaudete (Domingo da Alegria), cuja cor litúrgica é rosa. Porém, atualmente, tem-se propagado o costume de velas coloridas, cada uma de uma cor, visto que nosso país é marcado pelas culturas indígena e afro, onde o colorido lembra festa, dança e alegria.

Pe. Agnaldo Rogério dos Santos
Reitor dos Seminários Filosófico e Teológico
da Diocese de Piracicaba

O BRIGADO SENHOR
É PRECISO AGRADECER SEMPRE PELAS BÊNÇÕES E GRAÇAS
QUE RECEBEMOS DO SENHOR.
AGRADECER PELA VIDA, AGRADECER PELA FAMILIA. PELAS AMIZADES
AGRADECER PELO ONTEM, HOJE E O AGORA....
OBRIGADA SENHOR.

É possível vencer a corrupção? Como? 
Quem diz que a corrupção sempre existiu e sempre existirá está com toda a razão. Como também está com toda a razão quem julga que a corrupção em nossos dias, e em nosso contexto, atingiu níveis alarmantes. Foi isso que as mais de trinta mil pessoas quiseram expressar em sua passeata-relâmpago no dia 7 de setembro em Brasília: chega um ponto em que aquilo tido para uns como normal, na realidade traduz patologia social. Incentivadas pelas redes sociais, outras passeatas deverão ocorrer em breve e em muitos lugares.
Todos temos muito presente os vários mensalões; todos igualmente sabem exatamente o nome dos que se aproveitaram de certas circunstâncias para se apoderar daquilo que é bem público. As provas de que os desvios de verbas são simplesmente monstruosos aparecem em toda parte: nas mais do que precárias condições de saneamento básico; nas igualmente precárias condições de hospitais e postos de saúde; nas muitas rodovias intransitáveis; na área da educação, sobretudo básica; nas marcas vivas de tragédias ocorridas há meses e anos, onde as prometidas verbas nunca chegam...
Nesta altura a questão já não se coloca, portanto, na existência ou não de corrupção; também não se coloca neste ou naquele setor da sociedade; nem mesmo se confunde com conhecidos rostos marcados pelo cinismo de quem nada esconde e nem julga necessário esconder, pois não só goza de imunidade como até mesmo de declarada impunidade. Alguns, até pelo contrário, transformaram vícios em virtudes. A discussão ganha nova dimensão, ou seja, a corrupção já se transformou numa espécie de subcultura que afeta, de maneira mais ou menos profunda e generalizada, todas as camadas sociais e todos os setores da sociedade.
Claro que isso não significa que não haja mais quem “ganhe o pão com o suor do seu rosto”, nem que deixaram de existir pessoas e segmentos da sociedade que sonham e lutam por mudança radical. Significa apenas que está na hora de levantar a bandeira erguida no dia 7 de setembro no outro lado do desfile oficial. Essa bandeira não tinha propriamente uma cor determinada, muito menos se confundia com partido político. Ainda bem, porque a corrupção se reveste de todas as cores, e de maneira acentuada naquelas mais intensas. Era simplesmente a expressão de milhares de pessoas indignadas que tiveram a coragem de expor o grito sufocado de milhões que não têm voz ou não têm ousadia para tanto: está na hora de partir para ações concretas que cheguem à raiz dos males.
Ao nos referirmos aos “males”, no plural, o fazemos para deixar claro que a corrupção não diz respeito apenas a aspectos ligados às negociatas e à manipulação de pequenas ou vultosas somas em dinheiro. A corrupção na área financeira é apenas o rosto horroroso que se apresenta no momento, mas não o único. Ela se esconde em inúmeras situações nas quais a palavra “ética” ou se tornou vazia ou mudou de sentido, consagrando-se uma inversão de valores.
Por isso mesmo as esperanças de uma “virada histórica” apontam tanto para a punição dos que se autodefendem nos cargos que ocupam, em compadrio incestuoso, quanto na mudança urgente do sistema eleitoral. Tal mudança pressupõe, antes de mais nada, tomada de consciência do Art. I par. 1 da Constituição Federal: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de “representantes eleitos ou diretamente”, nos termos desta Constituição”. Concretamente isto significa a necessidade urgente de que o povo retome a consciência de que ele mesmo é o detentor do poder e que apenas o delega provisoriamente enquanto isto for para o bem de todos. O recobrar desta consciência, certamente facilitada pelo voto distrital e uma vigilância constante sobre a maneira de proceder dos simples delegados, haveria tanto de exterminar dinastias quanto conhecidos “fixas sujas”.
Em suma, estamos vivendo um momento importante de nossa história, em que o cultivo da consciência ética no sentido mais amplo e profundo da palavra se impõe também como dever cívico primordial. Sem isso, as anunciadas reformas nunca passarão de palavras vazias e a corrupção não apenas se perpetuará, como também se aprofundará, prosseguindo em sua caminhada devastadora. Se, ao contrário, essa consciência ética encontrar formas operativas, com certeza não faltarão recursos para atender às necessidades básicas de todos, mormente no que se refere à segurança, à saúde e à educação. Apelar para outras “fontes” de recursos é colocar “remendo novo em roupa velha”. Colocar mais combustível em motor velho é alimentar o que já deveria ter sido jogado no lixo há muito tempo: a gula insaciável de mecanismos que, quanto mais acumulam verbas,menos as aplicam para as finalidades às quais se diz estarem sendo destinadas.


Artigo: Frei Antonio Moser.