FRATERNIDADE
FRANCISCANA SECULAR DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS DE PETRÓPOLIS
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Igreja do Sagrado Coração de Jesus
INFORMATIVO
Ano VII SETEMBRO DE 2015 - Nº 03
ESPIRITUALIDADE FRANCISCANA
SANTA ROSA DE VITERBO
Padroeira da Juventude
Franciscana – JUFRA
CAPÍTULO XV
O ÊXODO
"Frei Leão, se
tivéssemos a virtude de dar vista
aos cegos e pés aos
paralíticos, libertar os pos-
sessos e dar ouvido aos surdos, desatar a
língua
dos mudos e
ressuscitar mortos de quatro dias,
anota-o bem: nisto não
consiste a verdadeira
alegria" (S. Francisco —
Fioretti IX).
Se o ano de 1249 trouxe novo vigor à
árvore da liberdade, chamada por Frederico de venenosa, também anunciava ao
Imperador o declínio. Enzo, seu filho predileto, foi derrotado e feito
prisioneiro. Recrudesciam as conspirações contra a sua vida. Caíam, vítimas da
suspeita de traição, os seus mais prestimosos auxiliares. Assim, Pedro de
Vigne, depois de ter os olhos queimados por ferro em brasa, foi
entregue ao furor da populaça.
Realizava-se
o vaticínio: "Tudo ambiciona, mas nada conservará".
À medida que vê fugir-lhe o império,
multiplica as detenções, as ordens de prisão, as execuções. Em 1250, em
Viterbo, assinava-se uma ordem que condenava Rosa ao exílio.
Para, se apoderar da
menina, a polícia imperial esperou a noite, a hora em que as casas se fecham e
se acendem os lampiões, a hora em que as ruas se despovoam e os homens procuram
o lar com a só preocupação de gozar uma noite tranquila. A neve que
tomba amortecerá os passos, pois deve-se evitar uma rebelião dos fanáticos.
Catarina,
apavorada, abre a porta aos soldados. E ainda que tenha compreendido, pelo
gesto brutal a inutilidade de qualquer queixa, atreve-se a protestar:
—
Somos gente pobre e não fazemos
mal a ninguém.
E os
soldados, com uma gargalhada:
— Não fazemos mal a ninguém, mas lutamos contra
o Imperador!... Sim, senhores!... Que comédia!...
Poucos instantes depois, pai, mãe e
filha encontram-se na presença do representante imperial. Não seriam
necessários os candelabros de prata acesos, pois o tronco que ardia na enorme
lareira, enchia de luz toda a sala. O prefeito, sobre uma cadeira de espaldar
dourado, lança olhares de desprezo sobre estas modestas pessoas. Rosa, envolta
em seu burel, com os pés descalços, não tinha aparência alguma de temível adversária.
A menina fixa nele os olhos radiantes e ele sem perda de tempo, com voz
encolerizada, lê o decreto de banimento, onde era acusada de ter desrespeitado
o Imperador e semeado a centelha da revolta. O homem gagueja num crescendo de
cólera.
— Já
dei ordens de vos conduzirem para fora das muralhas. Parti!
Aterrorizado, o pai suplica a graça de
poder passar ainda uma noite em sua morada, no que é colaborado pelas preces
da esposa. Rosa, em silêncio, medita. As palavras "desrespeito ao Imperador
e excitação à revolta" lhe acordam na mente uma tarde de verão e uma
ordem de Maria Santíssima:
— Confundirás a heresia e darás combate aos adversários
da Igreja.
Não tem escusas a apresentar, pois apenas
cumprira ordens do céu. O prefeito é irredutível. As lágrimas dos dois velhos
parecem excitar-lhe o furor. E à observação de João, que partir a horas tão altas da
noite sob uma tempestade de neve seria expor-se a um perigo mortal, responde
sarcástico:
— A morte?
Que outra coisa vos podemos desejar? E ficai sabendo, que é isso que vos
espera, caso tenteis regressar à cidade.
Acenou aos soldados que os conduzissem
sob escolta até fora dos muros, abandonando-os com uma derradeira ameaça.
Ninguém nos revelou o quanto terão
sofrido os pais de Rosa nesta marcha em meio à neve. Como também ninguém nos
transmitiu, talvez porque a língua humana é incapaz, o sofrimento da mãe de
Francisco, ao ver seu filho querido, vestido como um vagabundo, com uma
escudela na mão, esmolando pelas portas de Assis. Sem dúvida, o céu reserva
uma glória especial às mães dos santos.
Todavia, os cronistas relatam que os
pais de Rosa marchavam chorando pela noite a dentro, açoitados pelos turbilhões
da neve que caía. Em vão tentava Rosa reconfortá-los. Na campina, desaparecera
qualquer vestígio de caminho e os viandantes, para evitar os pântanos,
resvalavam pelas encostas geladas e tropeçavam nas raízes. De quando em vez, o
velho casal voltava irresistivelmente os olhos para as muralhas da cidade,
atrás das quais, não mais se poderiam abrigar. O sinal de apagar as luzes já
há tempo que soara. E Catarina lembrava-se do asno, das galinhas brancas e
grisalhas, do seu chale que ficara sobre a cadeira e com o qual desejaria
agasalhar sua filha infeliz. Neste momento, esquecia graças e milagres. Apenas
via um deserto de neve, uma alucinante fusão de alvura e trevas, um céu sem
estrelas, uma noite desoladora.
João pensava nos seus feixes de lenha;
bruscamente abandonados no pátio e nas compras que no dia seguinte deveria
fazer para as clarissas. E num suspiro acrescentava:
— Amanhã irão inquirir por onde andamos. . .
E Catarina
chorando:
—
Amanhã, Viterbo em peso saberá da nossa expulsão e julgarão que perecemos
os três ao rigor da neve.
Rosa docemente atalhava:
—
Tenho a promessa da Virgem de
que nunca me abandonaria.
Ela atingira o ápice de seus sonhos:
sofrer por amor de Deus. Mas não há santo, que vendo a mãe chorar, não tente o
impossível para a consolar. Rosa repetia as palavras de sua Rainha e Protetora
e deixava transparecer tanta esperança e fervor, que a velha senhora deixou
de chorar.
Chegados aos pés de um rochedo,
procuraram às apalpadelas um abrigo. Encostaram-se um contra o outro à
semelhança de avezinhas empoleiradas sobre um galho à mercê do vento glacial.
À mente de Rosa, provavelmente se
apresentou uma narração dos frades menores aos terceiros. Francisco e Frei
Leão subiam, uma tarde, transidos, de frio, rumo a Porciúncula, conversando
sobre a verdadeira alegria.
O Santo dizia ao
companheiro que se, ao chegarem ao convento, o irmão porteiro não os quisesse
receber, mas os expulsasse aos golpes e injúrias e os obrigasse a dormir na
neve, esses contratempos, suportados por amor de Cristo, transformar-se-iam na
verdadeira alegria.
Continua no informativo – Ano VI - OUTUBRO DE 2015 -
Nº 04
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SANTOS FRANCISCANOS
MES DE SETEMBRO
1 — B. João
Francisco Burté, 1ª Ordem, mártir
2 —
B. Severino Jorge Girault,3ª Ordem, Mártir
3 — B. Apolinário de Posat, 1ª Ordem, mártir.
4 — S. Rosa de Viterbo, 3ª Ordem.
5 — B. Gentil
de Matelica, 1ª Ordem, mártir.
6 — B. Liberato de Loro
Piceno, 1ª Ordem.
7 — B. Peregrino de Falerone, 1ª Ordem.
8 — B. Serafina Sforza, 2ª Ordem.
9 — B. Jerônimo Torres,1ª Ordem, mártir no Japão.
10 — B. Apolinário
Franco, 1ª Ordem, mártir no Japão.
11 — B. Boaventura de
Barcelona, 1ª Ordem.
12 — B. Francisco de Calderola, 1ª Ordem.
13 — B. Gabriel da Madalena, 1 ª Ordem, mártir no Japão.
14 — B. Ludovico
Sasanda, 1ª Ordem, mártir no Japão.
15 — B. Antonio de S. Boaventura, 1ª Ordem, mártir no
Japão.
16 — B. Antonio de S.Francisco, 1ª Ordem, mártir no
Japão.
17 — ESTIGMAS DE
S. FRANCISCO DE ASSIS (1224)
18 — S. José de Cupertino, 1ª Ordem.
19 — B. Francisco de Santa Maria, 1ª Ordem, mártir do
Japão.
20 — S. Francisco Maria de Camporosso,1ª Ordem
21 — B. Delfina de
Glandeves, 3ª Ordem.
22 — B. Inácio de Santhiá, 1ª Ordem.
23 — BB. Francisco
Hubyoe, Caio liyemon Liyemon,
Tomás linemon, Leão Satzuma
e Luís Matzuo, 3ª Ordem, mártires no Japão.
24 — S. Pacífico de S. Severino, 1ª Ordem.
25 — B. Lúcia
de Caltagirone, 3ª Ordem.
26 — S. Elzeário de Sabran, 3ª Ordem.
27 — B. Luís Guanela, 3ª Ordem.
28 — B. Bernardino de Feltro, 1ª Ordem.
29 — B. João Dukla, 1ª Ordem.
30 — B. Félix Meda de Milão, 2ª Ordem