quarta-feira, 9 de abril de 2014

FOLDER DISTRIBUIDO NA MISSA DAS 16:15 HORAS DO DIA 05 DE ABRIL DE 2014 NA IGREJA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

INFORMATIVO

Ano V  -  ABRIL DE 2014 -  Nº  11

ESPIRITUALIDADE  FRANCISCANA

SÃO  LUIS, REI  DE  FRANÇA

A FRANÇA E SEU REI

Luís governou deveras como um grande e garboso Rei.
Foi o mais suave, o mais belo e o mais cheio de vida, de seu tempo: uma constante  primavera, "une prairie en mai".
A vida era dedicada a todos, e as pro­víncias, unidas pelo mesmo devotamento à coroa, guardavam sua própria origina­lidade. Paris "bueissant" e instável era onde todos os artesãos se instalavam e fa­ziam as suas demonstrações. Dançavam "de roda" ao som da flauta e rabeca. Ali os jardins transbordantes de árvores lan­çavam seus galhos sobre os muros, para grande regozijo dos moleques, e, muitas vezes, dos fortuitos passantes.
Grandes e pequenos de França leva­vam sua vida mesclada de trabalho e di­vertimento. Sim, todo o esplendor desse século XIII, um dos maiores da história de França, era "uma verdadeira e cons­tante primavera". Esse jardim vivo e de­licioso, cheio de sombras sobre os seus muros, tinha bem no centro a mais bela flor, o lírio de França, o Rei Luís IX de nome, nosso são Luís.

O SORRISO DO REI

Há diversas histórias sobre o  sorriso  do Rei,
um sorriso, que o bom amigo Join­ville chamara de :"o sorriso malicioso do seu Rei!"

Uma vez por outra, o Rei convidava à sua mesa, com numerosa e nobre com­panhia, o insigne Tomás de Aquino, que seria um dia canonizado, um dos grandes espíritos de todos os tempos.
Tomás de Aquino era possante de corpo, de estatura alta, e de largos e bem pro­porcionados ombros.
Aquele bom e sábio religioso pertencen­te à Ordem dos Frades Pregadores, gos­taria bem mais de ter ficado à sua mesa de trabalho; fizeram-lhe, contudo, ver, que não seria nada cortês recusar o con­vite de um Rei.
Aceitou o convite. No meio das conver­sas, porém, dos outros convidados, pen­sando nos seus problemas, de repente, eis que ele, com o seu enorme punho, dá um valente soco na mesa e grita: "É isto que atrapalha os Maniqueístas."
Os Maniqueístas sustentavam uma dou­trina oposta àquela da Santa Igreja. Ora, ele havia encontrado um argumento deci­sivo contra os mesmos.
Imagine-se o susto, e o silêncio dos con­vidados com "tanta falta de cerimônia à mesa do Rei!"
Luís, entretanto, fez sinal a um de seus secretários e mandou-o anotar a feliz des­coberta de Frei Tomás, com receio que ela se perdesse.
Sua delicadeza e seu espírito haviam encontrado o gesto apropriado, mas, ali, do que estaria ele sorrindo mais: da distracão do pensador ou das "caras" dos distintos convidados?
Assim, belo, cortês, afável, angélico, sempre com o seu doce sorriso, ou com ambos, assim nos cabe imaginar Luís no seu aspecto exterior. Sob esse aspecto, em que também a alma se mostrava viva, sen­sível, delicada, servida por um espírito sábio, observador, prudente e, ao mesmo tempo, mostrava que seu coração se man­tinha sempre aberto para a bondade.
Tão maravilhosa é esta bela alma, que iluminou todo o reino, onde até os gran­des feitos parecem não ter outro motivo que o de pôr em relevo as virtudes de um Santo.
E a grande história se enriquece de um conjunto de pequeninas coisas, nas quais nada fica a desejar, senão conhecer bem e amar de coração o santo Rei.

O REI "PIEDOSO”

Branca de Castella pôde vangloriar-se de seus ensinamentos; o menino de então, que se ajoelhava humildemente, no meio dos Religiosos, e que com tanta perseve­rança e amor aprendera as Antífonas da Virgem, tornara-se o grande cristão o que ela havia predito no batismo dele. Ao longo de suas jornadas, o amor de Deus vigo­rava em seu coração. Isso percebia-se nos menores gestos.
Era belo, vê-lo ajoelhado por longo tem­po, rezando em seu oratório ou em pú­blico. Cada vez mais, afeiçoava-se aos ofícios divinos, e assistia, diariamente, a várias Missas. Seus biógrafos contam-nos, que ele passava longas horas em oração, jejuns e penitências, sem conhecimento de seus súditos.
Os Religiosos constantemente vinham consultá-lo sobre as passagens mais difí­ceis do Ofício da Virgem Maria. Seus filhos aprenderam com ele o ofício com­pleto, e Luís fê-los prometer que jamais deixariam de recitá-lo em todos os dias de suas vidas.

O REI JUSTO

O Rei de França tornou-se grande amante da justiça. Durante o seu reinado, a corte do Rei (cúria regis) constituiu-se em importante corte de justiça, tendo competentes auxiliares, e uma comissão jurídica atuando em períodos regulares. Estas comissões foram denominadas de Parlamentos.
Para Luís IX, seu parlamento tinha cunho todo especial, e mesmo diferente: todos tinham o direito à justiça, e ali tudo se processava como em família.
Era seguro, lúcido e firme. E decidia pessoalmente o que devia ser feito.
Porém, sempre humilde, pedia a seus conselheiros que o advertissem e não dei­xassem que ali fossem cometidas injustiças. Foi um rei admiravelmente conciencioso. O seu primeiro dever era: fazer reinar a justiça.
São Luís foi um patrono da arquitetura.
A Capela Santa, uma pérola arquitetônica, foi construída no seu reinado; e sob seu patrocínio foi fundado o "Colégio da Sorbona, que veio a ser a sede da grande Faculdade de Teologia da França.
Todos conhecem a bela imagem, tantas vezes reproduzida em telas: um grande e soberbo carva-lho, no parque do Castelo, com as florestas em volta, e a larga torre onde flutuava a bandeira com as flores de liz. O Rei ali estava muito singelamen­te vestido, e reclinado num grande tronco; dois de seus conselheiros junto dele, e em frente, aquele que vinha submeter a jul­gamento os seus processos. Todos fala­vam ao mesmo tempo, na ânsia de serem ouvidos e atendidos. Mas Luís se dirigiu mansamente a eles: "Acalmem-se, nós ou­viremos um após outro". E o rei escuta­va-os com toda aten-ção, e um de seus con­selheiros julgava a causa.
Se a sentença, porém, não lhe parecesse justa, ele próprio tomava a si o julga­mento.
E depois de ouvi-los a todos, voltava para o seu descanso e sua ceia da tarde.
Semelhante política sadia assegurou por algum tempo a tão preciosa paz para o seu reinado.

Continua no informativo – Ano IV -            MAIO DE 2013  -  Nº  12

                                                             .X.X.X.X.X.X.X.X.

SANTOS FRANCISCANOS

MES DE ABRIL

1 — B. Gandolfo de Binasco, 1ª Ordem.
2 — B. Leopoldo de Gaiche, 1ª Ordem.
3 — B. João de Pena, 1ª Ordem.
4 — S. Benedito o Preto, 1ª Ordem.
5 — B. Maria Crescência Hoss, 3ª Ordem Regular     
6 — B. Guilherme de Sicli, 3ª Ordem.
7 — B. Maria  Assunta  Pallota,  3ª Ordem Regular
8 — B. Juliano   de   S.Agostinho,  1ª Ordem.5
9 — B. Tomás de Tolentino, 1ª Ordem
10 — B. Marcos Fantuzzi de Bolonha, 1ª Ordem.
11 — B. Angelo de Chivasso, 1ª Ordem.
12 — B. Filipe Tchang,  3ª Ordem, mártir da China.
13 — B. João de Taiku,  3ª Ordem,  mártir da China
14 — B. João Wang,  3ª Ordem, mártir da China
15 — S. Bento José Labre, Cordígero da  3ª Ordem
16 — ANIVERSÁRIO DA FUNDAÇÃO DA ORDEM FRANCISCANA
17 — S. Bernardette Soubirous, Cordígera da 3ª Ordem. III O.
18 — B. André Hibernon, 1ª Ordem.
19 — B. Conrado de Ascoli, 1ª Ordem.
20 — B. Maria  Amandina   do   S. Coração, 3ª Ordem Regular, mártir da China .
21 — S. Conrado de Parzham, 1ª Ordem.
22 — B. Francisco de Fabriano, 1ª Ordem.
23 — B. Gil de Assis, 1ª Ordem.
24 — S. Fiel de Sigmaringen, 1ª Ordem, mártir.
25 — B. Maria Adolfina Diericks, 3ª Ordem Regular, mártir da China.
26 — B. Maria de S. Justo, 3ª Ordem Regular, mártir da China.
27 — B. Tiago Ilírico de Biteto, 1ª Ordem.
28 — B. Luquésio de   Poggibonsi,  3ª Ordem.
29 — B. Bento de Urbino, 1ª Ordem.
30 — S. José   Bento   Cottolengo,  3ª Ordem

sexta-feira, 4 de abril de 2014

ARAUTO DO GRANDE REI

BOLETIM INFORMATIVO DE MARÇO DE 2014

Mensagem do Papa para a Campanha da Fraternidade

Queridos brasileiros,
Sempre lembrando do coração grande e da acolhida calorosa com que me estenderam os braços na visita de fins de julho passado, peço agora licença para ser companheiro em seu caminho quaresmal, que se inicia no dia 5 de março, falando-lhes da Campanha da Fraternidade que lhes recorda a vitória da Páscoa: «É para a liberdade que Cristo nos libertou» (Gal 5,1). Com a sua Paixão, Morte e Ressurreição, Jesus Cristo libertou a humanidade das amarras da morte e do pecado. Durante os próximos quarenta dias, procuraremos conscientizar-nos mais e mais da misericórdia infinita que Deus usou para conosco e logo nos pediu para fazê-la transbordar para os outros, sobretudo aqueles que mais sofrem: «Estás livre! Vai e ajuda os teus irmãos a serem livres!». Neste sentido, visando mobilizar os cristãos e pessoas de boa vontade da sociedade brasileira para uma chaga social qual é o tráfico de seres humanos, os nossos irmãos bispos do Brasil lhes propõem este ano o tema “Fraternidade e Tráfico Humano”.
Não é possível ficar impassível, sabendo que existem seres humanos tratados como mercadoria! Pense-se em adoções de criança para remoção de órgãos, em mulheres enganadas e obrigadas a prostituir-se, em trabalhadores explorados, sem direitos nem voz, etc. Isso é tráfico humano! «A este nível, há necessidade de um profundo exame de consciência: de fato, quantas vezes toleramos que um ser humano seja considerado como um objeto, exposto para vender um produto ou para satisfazer desejos imorais? A pessoa humana não se deveria vender e comprar como uma mercadoria. Quem a usa e explora, mesmo indiretamente, torna-se cúmplice desta prepotência» (Discurso aos novos Embaixadores, 12/12/2013). Se, depois, descemos ao nível familiar e entramos em casa, quantas vezes aí reina a prepotência! Pais que escravizam os filhos, filhos que escravizam os pais; esposos que, esquecidos de seu chamado para o dom, se exploram como se fossem um produto descartável, que se usa e se joga fora; idosos sem lugar, crianças e adolescentes sem voz. Quantos ataques aos valores basilares do tecido familiar e da própria convivência social! Sim, há necessidade de um profundo exame de consciência. Como se pode anunciar a alegria da Páscoa, sem se solidarizar com aqueles cuja liberdade aqui na terra é negada?
Queridos brasileiros, tenhamos a certeza: Eu só ofendo a dignidade humana do outro, porque antes vendi a minha. A troco de quê? De poder, de fama, de bens materiais… E isso – pasmem! – a troco da minha dignidade de filho e filha de Deus, resgatada a preço do sangue de Cristo na Cruz e garantida pelo Espírito Santo que clama dentro de nós: «Abbá, Pai!» (cf. Gal 4,6). A dignidade humana é igual em todo o ser humano: quando piso-a no outro, estou pisando a minha. Foi para a liberdade que Cristo nos libertou! No ano passado, quando estive junto de vocês afirmei que o povo brasileiro dava uma grande lição de solidariedade; certo disso, faço votos de que os cristãos e as pessoas de boa vontade possam comprometer-se para que mais nenhum homem ou mulher, jovem ou criança, seja vítima do tráfico humano! E a base mais eficaz para restabelecer a dignidade humana é anunciar o Evangelho de Cristo nos campos e nas cidades, pois Jesus quer derramar por todo o lado vida em abundância (cf. Evangelii gaudium, 75).
Com estes auspícios, invoco a proteção do Altíssimo sobre todos os brasileiros, para que a vida nova em Cristo lhes alcance, na mais perfeita liberdade dos filhos de Deus (cf. Rm 8,21), despertando em cada coração sentimentos de ternura e compaixão por seu irmão e irmã necessitados de liberdade, enquanto de bom grado lhes envio uma propiciadora Bênção Apostólica.
Vaticano, 25 de fevereiro


Papa fala sobre o sacramento da Unção dos Enfermos 

Queridos irmãos e irmãs, bom dia
Hoje gostaria de falar a vocês do Sacramento da Unção dos Enfermos, que nos permite tocar com a mão a compaixão de Deus pelo homem. No passado, era chamado “Extrema unção”, porque era entendido como conforto espiritual na iminência da morte. Falar, em vez disso, de “Unção dos enfermos” ajuda-nos a alargar o olhar à experiência da doença e do sofrimento, no horizonte da misericórdia de Deus.
1. Há um ícone bíblico que exprime em toda a sua profundidade o mistério que transparece na Unção dos enfermos: é a parábola do “bom samaritano”, no Evangelho de Lucas (10, 30-35). Toda vez que celebramos tal sacramento, o Senhor Jesus, na pessoa do sacerdote, faz-se próximo a quem sofre e está gravemente doente, ou idoso. Diz a parábola que o bom samaritano cuida do homem sofredor derramando sobre suas feridas óleo e vinho. O óleo nos faz pensar naquele que é abençoado pelo bispo todos os anos, na Missa do Crisma da Quinta-Feira Santa, propriamente em vista da Unção dos enfermos. O vinho, em vez disso, é sinal do amor e da graça de Cristo que surge da doação de sua vida por nós e se exprimem em toda a sua riqueza na vida sacramental da Igreja. Enfim, a pessoa que sofre é confiada a um hospedeiro, a fim de que possa continuar a cuidar dele, sem poupar despesas. Ora, quem é este hospedeiro? É a Igreja, a comunidade cristã, somos nós, aos quais, todos os dias, o Senhor Jesus confia aqueles que estão aflitos, no corpo e no espírito, para que possamos continuar a derramar sobre eles, sem medida, toda a Sua misericórdia e a Sua salvação.
2. Este mandado é confirmado de modo explícito e preciso na Carta de Tiago, onde recomenda: “Está alguém enfermo? Chame os sacerdotes da Igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o enfermo e o Senhor o restabelecerá. Se ele cometeu pecados, ser-lhes-ão perdoados” (5, 14-15). Trata-se então de uma prática que já estava em vigor no tempo dos apóstolos. Jesus, de fato, ensinou aos seus discípulos a ter a sua mesma predileção pelos doentes e pelos que sofrem e transmitiu a eles a capacidade e a tarefa de continuar difundindo em seu nome e segundo o seu coração alívio e paz, através da graça especial de tal sacramento. Isso, porém, não nos deve levar a uma busca obsessiva pelo milagre ou na presunção de poder obter sempre e seja como for a cura. Mas é a segurança da proximidade de Jesus ao doente e também ao idoso, porque todo idoso, toda pessoa com mais de 65 anos, pode receber este Sacramento, mediante o qual é o próprio Jesus que se aproxima.
3. Mas quando há um doente às vezes se pensa: “chamemos o sacerdote para que venha”; “Não, pois traz má sorte, não o chamemos”, ou “depois assusta o doente”. Por que se pensa isso? Porque há um pouco a ideia de que depois do sacerdote chegam os ritos funerais. E isto não é verdade. O sacerdote vem para ajudar o doente ou o idoso; por isto é tão importante a visita dos sacerdotes aos doentes. É preciso chamar o sacerdote junto ao doente e dizer: “venha, dê-lhe a unção, abençoe-o”. É o próprio Jesus que chega para aliviar o doente, para dar-lhe força, para dar-lhe esperança, para ajudá-lo; também para perdoar-lhe os pecados. E isto é belíssimo! E não é preciso pensar que isto seja um tabu, porque é sempre bonito saber que no momento da dor e da doença nós não estamos sozinhos: o sacerdote e aqueles que estão presentes durante a Unção dos enfermos representam de fato toda a comunidade cristã que, como um único corpo, se reúne em torno de quem sofre e dos familiares, alimentando nesse a fé e a esperança, e apoiando-lhe com a oração e o calor fraterno. Mas o conforto maior vem do fato de que ao tornar-se presente no Sacramento é o próprio Jesus que nos toma pela mão, acaricia-nos como fazia com os doentes e nos recorda que lhe pertencemos e que nada – nem o mal e a morte – poderá nos separar Dele. Temos este hábito de chamar o sacerdote para que venha aos nossos doentes – não digo doentes de gripe, de três, quatro dias, mas quando é uma doença séria – e também aos nossos idosos e dê a eles este Sacramento, este conforto, esta força de Jesus para seguir adiante? Façamos isso!

Papa Francisco
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014



Só o verbo de Deus é modelo de santidade para as almas

O ideal que Deus nos propõe é tão infinitamente alto para a natureza humana que Ele o adaptou à nossa fraqueza. O Filho de Deus encarnou-se, tornou-se o Primogênito entre toda as criaturas (cfr. Col l, 15), e nós fomos predestinados a tornar-nos conformes com a imagem do seu divino Filho. O Homem-Deus, Jesus Cristo, é o Modelo divino, por assim dizer humanizado, pelo qual nos devemos santificar. Este modelo, sendo infinitamente perfeito, é infinitamente imitável, e Deus quer que cada qual o reproduza de modo original.
Paralelamente, Jesus tem a constante preocupação de for­mar a sua imagem em cada um de nós, com os traços de be­leza particular que nos devem distinguir de qualquer outro. Hábil pintor, Ele tem à sua disposição todas as cores e todos os pincéis. Senhor do tempo, dispõe dele como lhe apraz, prolongando, se necessário, os anos para chegar ao bom aca-bamento da sua obra: uma obra que só Ele conhece, que só Ele pode executar, e que concluirá infalivelmente, desde que o homem não perturbe a sua ação.
Jesus, sois o centro do mundo! Tudo gravita em torno de Vós, tudo para Vós converge. Sois o foco de toda a verdade, a fonte de todo o amor, o Modelo de toda a beleza.
Sois o laço entre o Pai, que Vos engendra, e o Espírito Santo que de Vos procede.
Homem-Deus, em Vós unis o Criador e a criatura, o fini­to e o infinito. Salvador, sois o autor do mundo da graça que restabelece a ligação entre a ordem da natureza e a ordem da glória eterna.
Em Vós, todas as ciências encontram a sua unidade, todas as virtudes o seu modelo, todas as artes o seu ideal. Sois a chave dos acontecimentos que dominam a história dos povos. Somente Vós resolveis os problemas que agitam o coração humano. Em Vós, a dor tem um sentido, a esperança um fundamento e as ânsias de ventura uma finalidade.


SÓ JESUS CONHECE O LUGAR QUE A ALMA OCUPA

Mas, Senhor, Vós sois principalmente a união dos corações. Formais com todas as almas justas um só Corpo místico, do qual sois a Cabeça e eu um dos membros.
O Verbo de Deus escolheu-me desde a eternidade para que fizesse parte desse Corpo. Ele viu e marcou o lugar exato que nele ocupo e o papel que nele desempenho. Determinou de antemão o modo pelo qual a seiva divina circularia em mim, os diferentes canais por que passaria até alcançar-me, as trans­formações que em mim sofreria para expandir-se depois em outras almas. Discerniu os achaques a que ficaria exposto o meu organismo espiritual, os langores que o atingiriam e os remédios especiais que usaria para vencê-los.
Nada do que me diz respeito escapou à sua divina solicitu­de. E o que fez por mim, é o que faz por cada cristão, pois todos somos membros do seu Corpo. O divino Chefe ocupa--se de cada alma como se ela fosse a única no mundo. Indi­ca a cada uma o seu lugar, fixa-lhe o papel a desempenhar. Ajuda, dispõe, prevê, sara, conforme as necessidade de cada uma.
Como é de bom aviso deixarmos o Senhor agir, ficarmos no nosso lugar, cumprirmos fielmente as nossas obrigações, submetermo-nos à sua ação, acolhermos as suas graças, deixar-mo-nos transformar, moldar, mover, ajeitar ao seu gosto!
Daqui por diante, Senhor, procurar-Vos-ei sem cessar; as­pirarei a fundir-me em Vós, levando essa vida oculta com Cristo em Deus de que fala São Paulo (cfr. Col 3, 3). Como a humilde erva dos campos lança as suas raízes na terra, assim lançarei as minhas no vosso Coração sagrado. Como a abelha que se agarra à flor, eu me agarrarei a Vós, divina flor de Jessé. Mergulharei no vosso cálice e saciar-me-ei de pureza e de amor. Não sois Vós resplendente como o lírio e rubro co­mo a rosa? (cfr. Cant 5, 10).
É uma vida magnífica a que posso ter com Jesus Cristo! Ele se encarregará de santificar-me e eu de amá-lo.
Joseph schrijvers
Do Livro: “O dom de si, Vida de abandono em Deus”


A Doutrina Social da Igreja Católica


Por Alcides Leite*

Como conseqüência da Revolução Industrial, que gerou profundas injustiças sociais, a Igreja Católica lançou um documento tratando da visão cristã a respeito do problema. Este documento, escrito em 1891 pelo papa Leão XIII, sob o nome de Rerum Novarum (Coisas Novas), foi considerado a primeira Encíclica Social da Igreja. Muitas outras vieram depois. Em 2004 foi lançado o Compêndio da Doutrina Social da Igreja que reúne toda esta doutrina. Vejamos alguns pontos fundamentais da Doutrina Social da Igreja.
 A Doutrina Social da Igreja considera que cada indivíduo, por ser criado à imagem e semelhança de Deus, possui uma infinita dignidade.
Toda organização social deve respeitar e sustentar este postulado. Embora nunca tenha pregado a possibilidade de se alcançar o “Paraíso na Terra”, a doutrina cristã acredita ser possível organizar uma sociedade baseada na justiça e no amor, que seja antecipadora do Paraíso prometido por Deus na outra vida.
 A Igreja não busca, com sua doutrina social, ditar regras de organização social, mas sim afirmar os princípios sobre os quais tal organização deve ser construída. Desta forma a Doutrina Social da Igreja não pertence ao campo ideológico, político ou econômico, mas sim ao campo da teologia moral. Não se trata de uma intromissão na área laical, mas de um auxílio e uma denúncia que devem ser feitos por uma instituição que, perita em humanidade, tem obrigação moral de fazê-lo.
A preocupação da Igreja com as condições sociais não está em desacordo com sua função espiritual, uma vez que espírito é matéria não são duas naturezas justapostas, mas formam uma única natureza. Tanto o
espiritualismo (que subestima a importância do corpo) como o materialismo (que despreza a existência da alma), não abarcam a totalidade do ser humano. A formação moral da Igreja não se restringe ao campo do indivíduo, dado que as pessoas estão unidas por relações orgânicas, mas também não deve ser vista como globalizante, como se importasse apenas com a sociedade e não com cada uma das pessoas individualmente.
A Igreja afirma que a família é a primeira sociedade humana, e que esta deve ter prioridade em relação à sociedade e ao Estado. A família não é para a sociedade e para o Estado, mas a sociedade e o Estado é que são para a família. Dadas estas considerações, a Doutrina Social da Igreja se desenvolve a partir de alguns princípios, como: Princípio do Bem Comum: Este princípio afirma que os bens materiais devem estar direcionados ao maior bem de todos e de cada um. Isto não contradiz o direito à propriedade privada, mas o orienta. A propriedade privada é necessária para a autonomia das pessoas e deve ser considerada como uma extensão da liberdade humana, mas ela deve estar orientada ao bem comum. Como o bem comum é “mais bem”, na medida em que é “mais comum”, seria importante que o acesso à propriedade privada fosse estendido a todos.
 Princípio da Subsidiariedade: Este princípio afirma que não é lícito retirar do indivíduo, da família, da sociedade local, aquilo que eles podem realizar. O objetivo do Estado é fornecer a cada uma destas esferas as condições para que elas produzam os bens necessários por conta própria, só assumindo as tarefas que não podem ser por elas assumidas. O princípio da subsidiariedade busca proteger as pessoas dos abusos que as instâncias políticas superiores poderiam provocar sob as formas de centralização, burocratização e assistencialismo. 
Princípio da Solidariedade: A solidariedade não pode ser vista como um sentimento de compaixão ou de preocupação superficial pelas dificuldades enfrentadas pelos mais carentes, mas uma determinação de empenho pelo bem comum, pois todos devem ser responsáveis por todos. 
Baseado nestes princípios, a Doutrina Social da Igreja tece considerações a respeito de uma série de assuntos, como a relação entre o capital e o trabalho, os direitos do trabalhador, a riqueza e a pobreza, a moral e a economia e o lucro.
 Para a Igreja, o trabalho humano não é um castigo de Deus, mas uma oportunidade que Ele nos deu para participar da sua criação. O trabalho humano é um instrumento que confere dignidade à pessoa e não um mero fator de produção. Desta forma, todo arranjo econômico deve ter como prioridade garantir trabalho a todos que são capazes de trabalhar, e, por outro lado, todo aquele que é capaz de trabalhar não pode deixar de fazê-lo.
O trabalho também deve ter prioridade sobre o capital, de tal forma que este não pode ser possuído contra aquele. O capital só tem sentido se for usado como instrumento de geração de trabalho e de melhoria do padrão de vida das pessoas. Seria bom para todos se os trabalhadores pudessem ter participação na propriedade e na gestão do capital. 
Os documentos sociais da Igreja reafirmam os direitos dos trabalhadores, muitos dos quais foram atendidos apenas recentemente, como os direitos à aposentadoria, às férias, ao descanso semanal, à licença maternidade, à livre associação, à greve pacífica, dentre outros. Quanto ao salário, a Doutrina Social afirma que todos os trabalhadores têm direito a uma justa remuneração, de modo que possam garantir uma vida digna a si e à sua família. O simples acordo salarial entre patrões e empregados não garante que a remuneração seja justa, uma vez que a justiça natural deve ser superior à liberdade de contrato. 
A Igreja não condena a riqueza, da mesma forma que não exalta a pobreza. O que é condenado é o apego aos bens materiais, de forma a tornar o indivíduo escravo e não senhor do dinheiro. Os bens materiais são necessários para a vida humana, e a sua falta pode tornar intolerável a vida para muitos, mas seu excesso também pode ser destrutivo. O ser humano é vulnerável aos excessos.
 A Igreja também não é contra o capitalismo, como forma de organização econômica, mas é radicalmente contra o capitalismo selvagem, que leva à exploração do homem pelo homem. Ela não é contra o lucro, mas condena veementemente a usura. Desta forma, a Igreja afirma ser papel fundamental do Estado, garantir o equilíbrio entre liberdade de iniciativa, lucro, capital e trabalho. 
No concernente ao poder temporal (poder político do Estado) e ao poder espiritual (poder da religião) a Igreja condena toda tentativa de
divinizar o poder temporal, assim como condena o clericalismo político.
Isto fica claro na famosa passagem do Evangelho: “Dai a Deus o que é de Deus e a César o que é de César”.
 Termino reproduzindo um trecho da carta apostólica Novo Millenio Ineunte, de João Paulo II: «Como é possível que ainda haja, no nosso tempo, quem morra de fome, quem esteja condenado ao analfabetismo, quem viva privado dos cuidados médicos mais elementares, quem não tenha uma casa onde abrigar-se? E o cenário da pobreza poderá ampliar-se indefinidamente, se às antigas pobrezas acrescentarmos as novas que freqüentemente atingem mesmo os ambientes e categorias dotadas de recursos econômicos, mas sujeitos ao desespero da falta de sentido, à tentação da droga, à solidão na velhice ou na doença, à marginalização ou à discriminação social. [...] E como ficar indiferentes diante das perspectivas dum desequilíbrio ecológico, que torna inabitáveis e hostis ao homem vastas áreas do planeta? Ou em face dos problemas da paz, freqüentemente ameaçada com o íncubo de guerras catastróficas? Ou frente ao vilipêndio dos direitos humanos fundamentais de tantas pessoas, especialmente das crianças?»

* Alcides Leite é economista e professor da Trevisan Escola de Negócios 


Falecimento de Irene Neves de Paula



Nascida no dia 01/10/1929, falecida no dia 03/03/2014, Tia Irene, como era carinhosamente chamada tanto na fraternidade quanto na comunidade em que ela atuava, digo Nossa Senhora da Glória, no Morin, tinha sempre um sorriso estampado no rosto. Sua vestição foi no dia 17/09/1971 e a profissão em 01/10/1972.
Foi Ministra Extraordinaria da Comunhão na Igreja Nossa Senhora da Gloria e, por muitos anos colaborou nesta mesma Igreja, trabalhando nas festas, em barracas e, colaborando com a limpeza da Igreja. Também trabalhou na pastoral do livro que tinha uma barraca no Sagrado.
Muito devota de Nossa Senhora, sempre nos momentos difíceis a Ela invocava a intercessão. Também sempre tinha alguma narrativa da vida de São Francisco que ela lia na revista Paz e Bem.
Sempre foi muito assídua nas reuniões da fraternidade e, mesmo após a enfermidade pedia que sua filha trouxesse nos dias de reunião.
Que a nossa Tia Irene esteja junto de nosso Seráfico Pai São Francisco e Santa Clara intercedendo pela nossa Fraternidade.