INFORMATIVO
Ano V - ABRIL
DE 2014 - Nº 11
ESPIRITUALIDADE FRANCISCANA
SÃO LUIS, REI
DE FRANÇA
A FRANÇA E SEU REI
Luís governou deveras
como um grande e garboso Rei.
Foi o mais suave, o
mais belo e o mais cheio de vida, de seu tempo: uma constante primavera, "une prairie en mai".
A vida era dedicada a
todos, e as províncias, unidas pelo mesmo devotamento à coroa, guardavam sua
própria originalidade. Paris "bueissant" e instável era onde todos
os artesãos se instalavam e faziam as suas demonstrações. Dançavam "de roda"
ao som da flauta e rabeca. Ali os jardins transbordantes de árvores lançavam
seus galhos sobre os muros, para grande regozijo dos moleques, e, muitas vezes,
dos fortuitos passantes.
Grandes e pequenos de França levavam sua
vida mesclada de trabalho e divertimento. Sim, todo o esplendor desse século XIII, um dos maiores da
história de França, era "uma verdadeira e constante primavera". Esse
jardim vivo e delicioso, cheio de sombras sobre os seus muros, tinha bem no
centro a mais bela flor, o lírio de França, o Rei Luís IX de nome, nosso são Luís.
O SORRISO DO REI
Há diversas histórias
sobre o sorriso do Rei,
um sorriso, que o bom amigo Joinville chamara de
:"o sorriso malicioso do seu Rei!"
Uma vez por outra, o
Rei convidava à sua mesa, com numerosa e nobre companhia, o insigne Tomás de
Aquino, que seria um dia canonizado, um dos grandes espíritos de todos os
tempos.
Tomás de Aquino era
possante de corpo, de estatura alta, e de largos e bem proporcionados ombros.
Aquele bom e sábio
religioso pertencente à Ordem dos Frades Pregadores, gostaria bem mais de ter
ficado à sua mesa de trabalho; fizeram-lhe, contudo, ver, que não seria nada
cortês recusar o convite de um Rei.
Aceitou o convite. No
meio das conversas, porém, dos outros convidados, pensando nos seus
problemas, de repente, eis que ele, com o seu enorme punho, dá um
valente soco na mesa e grita: "É isto que atrapalha os Maniqueístas."
Os Maniqueístas
sustentavam uma doutrina oposta àquela da Santa Igreja. Ora,
ele havia encontrado um argumento decisivo contra os mesmos.
Imagine-se o susto, e
o silêncio dos convidados com "tanta falta de cerimônia à mesa do
Rei!"
Luís, entretanto, fez
sinal a um de seus secretários e mandou-o anotar a feliz descoberta de Frei
Tomás, com receio que ela se perdesse.
Sua delicadeza e seu
espírito haviam encontrado o gesto apropriado, mas, ali, do que estaria ele
sorrindo mais: da distracão do pensador ou das "caras" dos distintos
convidados?
Assim, belo, cortês,
afável, angélico, sempre com o seu doce sorriso, ou com ambos, assim nos cabe
imaginar Luís no seu aspecto exterior. Sob esse aspecto, em que também a alma
se mostrava viva, sensível, delicada, servida por um espírito sábio,
observador, prudente e, ao mesmo tempo, mostrava que seu coração se mantinha sempre aberto para a bondade.
Tão maravilhosa é
esta bela alma, que iluminou todo o reino, onde até os grandes
feitos parecem não ter outro motivo que o de pôr em relevo as virtudes de um Santo.
E a grande história
se enriquece de um conjunto de pequeninas coisas, nas quais nada fica a desejar,
senão conhecer bem e amar de coração o santo Rei.
O REI "PIEDOSO”
Branca de Castella
pôde vangloriar-se de seus ensinamentos; o menino de então, que se ajoelhava
humildemente, no meio dos Religiosos, e que com tanta perseverança e amor
aprendera as Antífonas da Virgem, tornara-se o grande cristão o que ela havia
predito no batismo dele. Ao longo de suas jornadas, o amor de Deus vigorava em
seu coração. Isso percebia-se nos menores gestos.
Era belo, vê-lo
ajoelhado por longo tempo, rezando em seu oratório ou em público. Cada vez
mais, afeiçoava-se aos ofícios divinos, e assistia, diariamente, a várias
Missas. Seus biógrafos contam-nos, que ele passava longas horas em oração,
jejuns e penitências, sem conhecimento de seus súditos.
Os Religiosos constantemente vinham consultá-lo
sobre as passagens mais difíceis do Ofício da Virgem Maria. Seus filhos
aprenderam com ele o ofício completo, e Luís fê-los prometer que jamais
deixariam de recitá-lo em todos os dias de suas vidas.
O REI JUSTO
O Rei de França
tornou-se grande amante da justiça. Durante o seu reinado, a corte do Rei
(cúria regis) constituiu-se em importante corte de justiça, tendo competentes
auxiliares, e uma comissão jurídica atuando em períodos regulares. Estas comissões
foram denominadas de Parlamentos.
Para Luís IX, seu parlamento tinha cunho todo
especial, e mesmo diferente: todos tinham o direito à justiça, e ali tudo se
processava como em família.
Era seguro, lúcido e
firme. E decidia pessoalmente o que devia ser feito.
Porém, sempre
humilde, pedia a seus conselheiros que o advertissem e não deixassem que ali fossem
cometidas injustiças. Foi um rei admiravelmente conciencioso. O seu primeiro
dever era: fazer reinar a justiça.
São Luís foi um
patrono da arquitetura.
A Capela Santa, uma pérola
arquitetônica, foi construída no seu reinado; e sob seu patrocínio foi fundado
o "Colégio da Sorbona, que veio a ser a sede da
grande Faculdade de Teologia da França.
Todos conhecem a bela
imagem, tantas vezes reproduzida em telas: um grande e soberbo carva-lho, no
parque do Castelo, com as florestas em volta, e a larga
torre onde flutuava a bandeira com as flores de liz. O Rei ali
estava muito singelamente vestido, e reclinado num grande tronco; dois de
seus conselheiros junto dele, e em frente, aquele que vinha submeter a
julgamento os seus processos. Todos falavam ao mesmo tempo, na ânsia de
serem ouvidos e atendidos. Mas Luís se dirigiu mansamente a eles: "Acalmem-se,
nós ouviremos um após outro". E o rei escutava-os com toda aten-ção, e
um de seus conselheiros julgava a causa.
Se a sentença, porém,
não lhe parecesse justa, ele próprio tomava a si o julgamento.
E depois de ouvi-los
a todos, voltava para o seu descanso e sua ceia da tarde.
Semelhante política sadia assegurou por algum
tempo a tão preciosa paz para o seu reinado.
Continua no informativo – Ano IV - MAIO DE 2013 -
Nº 12
.X.X.X.X.X.X.X.X.
SANTOS FRANCISCANOS
MES DE ABRIL
1 — B. Gandolfo de Binasco, 1ª Ordem.
2 — B. Leopoldo de Gaiche, 1ª Ordem.
3 — B. João de Pena, 1ª Ordem.
4 — S. Benedito o Preto, 1ª Ordem.
5 — B. Maria Crescência Hoss, 3ª Ordem
Regular
6 — B. Guilherme de Sicli, 3ª Ordem.
7 — B. Maria Assunta
Pallota, 3ª
Ordem Regular
8 — B. Juliano
de S.Agostinho, 1ª Ordem.5
9 — B. Tomás de Tolentino, 1ª Ordem
10 — B. Marcos Fantuzzi de Bolonha, 1ª Ordem.
11 — B. Angelo de Chivasso, 1ª Ordem.
12 — B. Filipe Tchang, 3ª Ordem, mártir da China.
13 — B. João de Taiku,
3ª Ordem, mártir da China
14 — B. João Wang,
3ª Ordem, mártir da China
15 — S. Bento José Labre, Cordígero da 3ª Ordem
16 — ANIVERSÁRIO DA FUNDAÇÃO DA ORDEM
FRANCISCANA
17 — S. Bernardette Soubirous, Cordígera da 3ª Ordem. III O.
18 — B. André Hibernon, 1ª Ordem.
19 — B. Conrado de Ascoli, 1ª Ordem.
20 — B. Maria
Amandina do S. Coração, 3ª Ordem
Regular, mártir da China .
21 — S. Conrado de Parzham, 1ª Ordem.
22 — B. Francisco de Fabriano, 1ª Ordem.
23 — B. Gil de Assis, 1ª Ordem.
24 — S. Fiel de Sigmaringen, 1ª Ordem, mártir.
25 — B. Maria Adolfina Diericks, 3ª Ordem Regular,
mártir da China.
26 — B. Maria de S. Justo, 3ª Ordem Regular, mártir da
China.
27 — B. Tiago Ilírico de Biteto, 1ª Ordem.
28 — B. Luquésio de
Poggibonsi, 3ª Ordem.
29 — B. Bento de Urbino, 1ª Ordem.
30 — S. José Bento
Cottolengo, 3ª Ordem
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