terça-feira, 24 de outubro de 2017

ARAUTO DO GRANDE REI

BOLETIM INFORMATIVO DE OUTUBRO DE 2017


Retiro Anual

Nos dias 16 e 17, terceiro sábado e terceiro domingo de setembro, como de costume em nossa Fraternidade, aconteceu o nosso retiro anual.
Momento de reflexão; silencio; oração; convívio fraterno e como não podia faltar nos 300 anos da aparição da imagem de Nossa Senhora no Rio Paraiba, Guaratingueta, SP, em que, atentos aos apelos da câmara de Guaratingueta de obter o maior número de peixes para recepção do novo governador, Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves, passaram horas tentando pescar mas sem sucesso. Até que pescaram uma imagem de barro decaptada e, jogando as redes novamente, encontraram a cabeça de Nossa Senhora da Conceição, mais tarde acrescentando o titulo de Aparecida.
Frei Gilmar José da Silva, OFM, filho de nossa Irmã Ministra D. Aparecida Oliveira, conduziu o retiro de forma muito feliz para a satisfação de toda a fraternidade com reflexões catequéticas sobre os Dogmas de Nossa Senhora nos momentos de meditação da Coroa Franciscana. No sábado, com inicio às 15 horas ele introduziu este momento com a reflexão sobre o tripé de nossa fé que é a Sagrada Escritura; Sagrada Tradição e Sagrado Magistério.

TRÂNSITO DE SÃO FRANCISCO



Dia 03 de Outubro às 19hrs fizemos memória do transito de nosso pai São Francisco. Com início às 19hs, na Igreja do Sagrado foi recitado as vésperas em dois coros de forma a elevar a alma.
Após o oficio, com alegria pudemos nos reunir em nossa sede, como Família Franciscana com os nossos Frades, nossos irmãos da Fraternidade de OFS de Nossa Senhora dos Anjos; as Irmãs Indianas; as Irmãs de Siessen e a comunidade do Sagrado que, sempre tão simpáticos ao belíssimo exemplo de vida evangélica de nosso pai, se faz presente.




No dia 04, tivemos a alegria de comemorar o Jubileu de prata de nossas irmãs: MINERVINA MOURA CANEDO e CARMINA ALVARENGA FONSECA DE SOUZA.

A Celebração do jubileu foi presidida pelo nosso Assistente Espiritual Frei Luis Flavio Adami Loureiro, OFM, e contamos com a presença da comunidade que também participou da dinâmica sugerida pelo frei Luis de, plantarmos um Ipê no jardim da Igreja do Sagrado fazendo uma reflexão com voz forte e profética sobre as 12 atitudes do franciscano(a) como segue.

1.   Mude o padrão de consumo, criando uma nova cultura.
2.   Reduza a produção de lixo e recicle.
3.   Economize água e energia elétrica.
4.   Consuma produtos orgânicos e coma mais vegetais.
5.   Evite jogar óleo de cozinha na rede de esgoto.
6.   Plante árvores, cultive hortas e jardins.
7.   Use papel reciclado e, para compras, sacolas ecológicas.
8.   Evite jogar lixo nas calçadas e bueiros.
9.   Compartilhe seu carro com os outros e ande mais a pé.
10.     Mantenha sua casa e seu quintal sempre limpos.
11.     Preserve toda espécie de vida e respeite as pessoas.
12.     Cuide do planeta. As gerações futuras agradecerão.

CONSAGRAÇÃO A NOSSA SENHORA APARECIDA


Ó Maria Santíssima, pelos méritos de Nosso Senhor Jesus Cristo, em vossa querida imagem de Aparecida, espalhais inúmeros benefícios sobre todo o Brasil.
Eu, embora indigno de pertencer ao número de vossos filhos e filhas, mas cheio do desejo de participar dos benefícios de vossa misericórdia, prostrado a vossos pés,
consagro-vos o meu entendimento, para que sempre pense no amor que mereceis;
consagro-vos a minha língua para que sempre vos louve e propague a vossa devoção; consagro-vos o meu coração, para que, depois de Deus, vos ame sobre todas as coisas.
Recebei-me, o Rainha incomparável, vós que o Cristo crucificado deu-nos por Mãe, no ditoso número de vossos filhos e filhas; acolhei-me debaixo de vossa proteção; socorrei-me em todas as minhas necessidades, espirituais e temporais, sobretudo na hora de minha morte.
Abençoai-me, o celestial cooperadora, e com vossa poderosa intercessão, fortalecei-me em minha fraqueza, a fim de que, servindo-vos fielmente nesta vida, possa louvar-vos, amar-vos e dar-vos graças no céu, por toda eternidade.
Assim seja
Dai-nos A Bênção

Dai-nos a bênção, oh mãe querida
Nossa Senhora Aparecida
Dai-nos a bênção, oh mãe querida
Nossa Senhora Aparecida
Sob esse manto do azul do céu
Guardai-nos sempre no amor de Deus (2x)
https://t.dynad.net/pc/?dc=5550003218;ord=1507774135374

Dai-nos a bênção, oh mãe querida
Nossa Senhora Aparecida
Dai-nos a bênção, oh mãe querida
Nossa Senhora Aparecida
Eu me consagro ao vosso amor
Oh mãe querida do Salvador (2x)
Dai-nos a bênção, oh mãe querida
Nossa Senhora Aparecida
Dai-nos a bênção, oh mãe querida
Nossa Senhora Aparecida
Sois nossa vida, sois nossa luz
Oh mãe querida do meu Jesus (2x)
Dai-nos a bênção, oh mãe querida
Nossa Senhora Aparecida
Dai-nos a bênção, oh mãe querida
Nossa Senhora Aparecida


FOLDER DISTRIBUÍDO NA MISSA DAS 16:15 HORAS DO DIA 07 DE OUTUBRO DE 2017 NA IGREJA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS


FRATERNIDADE FRANCISCANA SECULAR DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS DE PETRÓPOLIS

RUA FREI LUIZ,26
CEP 25685-020 PETRÓPOLIS – RJ
Blog: ofssagradopetropolis.blogspot.com
E-MAIL: ofssagradopetropolis@gmail.com
TEL: (24) 2242-7984

Reunião mensal: 3° domingo às 14:00 horas – com a Missa aberta a todos às 16:00 horas
Missa no 1° sábado de cada mês às 16:15
 horas na Igreja do Sagrado Coração de Jesus

INFORMATIVO
Ano IX  OUTUBRO DE 2017 -  Nº  04

SANTO ANTONIO

                                                                                         Frei Hugo D. Baggio,OFM


12 — CAPÍTULO DAS ESTEIRAS

Esta reunião convocada por Francisco de Assis é conhecida na história com o nome de "Capítulo das Esteiras". Levou este nome porque Francisco, na sua simplicidade e confiança filial na Providên­cia, não se preocupara com muitos preparativos, com acomodações e alimentações, com equipes de recep­ção e demais exigências de reuniões populosas. Con­vocara os frades e aguardara. Os assissenses e vi­zinhos vieram-lhe em socorro: na esplanada da igre­jinha da Porciúncula, a sede da Ordem, construíram um grande número de cabanas, com ramos entrela­çados e colmos para cobertura, além de esteiras pa­ra os grupos dos frades se acomodarem, segundo as várias províncias ou regiões, ou países. Daí o no­me do evento.
A data da abertura fora marcada para 29 de maio de 1221. Segundo as crônicas, mais de três mil frades se reuniram, em Assis, nesta oportunidade, numa eloquente demonstração da pujança da Ordem, com pouco mais de dez anos de existência. Lá estava Frei Francisco e os companheiros da pri­meira hora. Lá estavam homens de tamanhos e es­taturas variadas, de línguas diferentes, de climas e regiões diversas, vestidos com o mesmo hábito, aquentados pelo mesmo ideal. Entre eles, o grupo da Sicília que trazia em sua companhia um frade português, que, de olhos bem abertos, a tudo obser­vava.
Santa fraternidade, colóquios e orações, reu­niões e grupos, e, no final, os problemas foram re­solvidos, a Ordem foi estruturada mais solida-mente, Frei Francisco recebeu um Vigário substi-tuto na pes­soa de Frei Elias, todos se encheram de santa soli­citude e puro entusiasmo, bebido nas fontes crista­linas da fundação. E ali ficaram até 8 de junho, quando em grupos prepararam as despedidas, para buscarem suas terras e, com redobrado ardor, viver o ideal franciscano... ,

13 — UM FRADE SOBRANDO

Terminado o Capítulo das Esteiras, recebi-da a bênção do Pai, os grupos se recompuseram e, com a felicidade a lhes cantar nas almas, retomaram os caminhos do mundo, corações aliviados, convicções robustecidas, os pés descalços e a esperança mais moça. Dentro de poucas horas, a algazarra, que en­chera a esplanada de Santa Maria dos Anjos foi sendo substituída pelo miúdo canto das cotovias. Apenas um que outro frade por ali ficou, num tra­balho de última hora. Entre eles estava Frei An­tônio.
Mas não ficara para ultimar trabalhos ou en­cerrar alguma missão. É que ninguém o havia es­colhido para compor a comitiva para alguma Provín­cia, seja da Itália, seja de outra terra distante. Olha­ram-no e o descobriram-no tão fraco e de aparência doentia que não oferecia garantias para longas ca­minhadas a pé, ao sol e às intem-péries. Ao parecer de todos, melhor seria quedar-se em Assis, junto ao Fundador. O Provincial da Espanha e Portugal, Frei João Parente, não viera para o grande encontro, caso contrário o teria levado consigo, pois o co­nhecia.
Então, Frei Antônio, na sua humildade ache­gou-se a Frei Graciano, Provincial da Romanha, que não ficava longe, e pediu que o ajuntasse à sua comitiva. Não pediu Frei Graciano nenhuma credencial, nem atestado de bons antecedentes, nem Frei Antônio, na sua humildade, lhos deu. Não falou de sua origem, nem de seus estudos. Silen­ciou seus títulos e conhecimentos. Apenas pediu um cantinho para louvar o Senhor. Frei Graciano, compadecido, levou-o consigo até a Romanha e ali lhe concedeu a licença para retirar-se à solidão de Montepaolo, onde parecia que Frei Antônio iria sepultar todo seu saber e todo seu sonho missio­nário.
Na verdade, estava aprofundando um e outro, porque seu dia estava para nascer e ele necessita­va de uma reserva de luz muito grande, pois as tre­vas que o aguardavam tinham goelas enormes. . .

14 — INÉRCIA FECUNDA

    Montepaolo era um pequeno eremitério que os frades haviam erguido numa encosta, em meio ao arvoredo, mas aberto para uma paisagem larga e convidativa, nos contrafortes dos Apeninos, cor­dilheira central da Itália. Os frades companheiros de Francisco tinham um forte veio poético para escolher seus locais de habitação, onde o ambiente de oração se casava com a beleza, através da qual Frei Francisco lhes ensinara chegar até Deus e até o coração dos mistérios. Assim brotaram, por toda parte, casas maravi-lhosas, cujos nomes evocam um canto que os frades escreveram ao longo dos séculos, como Gréccio, onde nasceu o presépio, Cárceri, plantada como um ninho no meio da flo­resta, Fonte Colombo e tantos outros, conservados pela Itália franciscana cheios de lembranças heróicas.
    Assim era Montepaolo, onde Frei Antônio se acolheu, no verão de 1221. A primeira coisa que
abraçou com entusiasmo foi o retiro e o silêncio que ele povoava com suas orações e meditações, aproveitando os conteúdos auridos em Coimbra. Exemplifica-o o fato seguinte: um irmão havia transformado uma gruta austera, junto aos roche­dos, em cela de oração. Frei Antônio, humilde­mente, lha pediu e a recebeu e ali se instalou. Pa­ra lá se dirigia, diariamente, após os exercícios co­munitários matinais, levando consigo um pedaço de pão e uma bilha de água. Acrescentava, assim, à oração e à contemplação, o jejum. Biógrafos contam que tais foram as penitências que seu cor­po enfraqueceu a ponto de precisar, em certa altu­ra, arrimar-se a algum confrade para poder loco­mover-se da gruta ao ermitério e de volta a esta. Pois, desejava participar, rigorosamente, dos exer­cícios comunitários.
E assim passou meses neste exercício de puri­ficação e preparação espiritual, aguardando, na tranquilidade dos santos, a hora de Deus, colocan­do alimentos em seu alforje de peregrino, pois pressentia a viagem longa. . .

Continua no informativo – Ano IX -            NOVEMBRO DE 2017  -  Nº  05

    Oração Para pedir a luz na escolha da vocação
Meu glorioso S. Antônio, vós que seguistes imediatamente o chamado do Senhor, deixando tu­do, ajudai-me a distinguir, no meio dos mil cami­nhos que me são oferecidos, aquele que mais cor­responde à vontade de Deus na minha vida, pois desejo sinceramente fazer esta vontade. Que eu saiba superar os problemas e as dificuldades, as promessas e os riscos, e acabe abraçando aquele estado de vida, no qual eu possa ser mais útil ao próximo e melhor me possa realizar como ser hu­mano e filho Deus e por ele alcance minha eterna salvação. Assim seja!

SANTOS FRANCISCANOS

MES DE OUTUBRO

1 — B. Nicolau da Forca Palena, 3ª Ordem.
2 — BB. Miguel Jamada e Lourenço Jamada, 3ª  Ordem, mártires do Japão.
3 — TRÂNSITO  DE   S. FRANCISCO  DE ASSIS
4 — SOLENIDADE DE S. FRANCISCO DE ASSIS
5 — BB. Luís Maki e João Maki, 3ª Ordem, mártires no Japão.
6 — S. Maria das Cinco Chagas, 3ª Ordem.
7 — NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO
8 — B. Martinho  Gomez,  3ª Ordem, mártir no Japão.
9 — BB. Gaspar Vaz e Maria Vaz, 3ª Ordem, Mártires do Japão.
10 — S. Daniel, 1ª Ordem, mártir em Ceuta.
11 — B. Luísa, 3ª Ordem, mártir no Japão
12 — S. Serafim de Montegranário, 1ª Ordem.
13 — BB. João Tomachi e seus filhos Domingos,  Miguel, Tomás e Paulo, 3ª Ordem, mártires do Japão.
14 — BB. Ludovico Mihachi e seus filhos Fran-
          cisco e Domingos, 3ª Ordem,  mártires do Japão.
15 — B.Francisco de S. Boaventura, 1ª Ordem, mártir do Japão.
16 — B. Tomás Tzugi, 3ª Ordem, mártir no Japão
17 — B. Baldassarre  de  Chiavari, 1ª Ordem.
18 — B. Bartolomeu Laurel, 1ª Ordem, mártir no Japão.
19 — S. Pedro de Alcântara, 1ª Ordem. 
20 —  B. Contardo Ferrini, 3ª Ordem.  
21 — S. Angelo, mártir de Ceuta, 1ª Ordem.
22 — B.Tiago de Strepa, 1ª Ordem.
23 — S. João de Capistrano, 1ª Ordem.
24 — B. Josefina  Leroux,   2ª Ordem, mártir.
25 — B. Domingos de S. Francisco, 1ª Ordem,  mártir no Japão.
26 — B. Boaventura   de   Potenza,  1ª Ordem.
27 — B. Ludovico Baba, 3ª Ordem, mártir do Japão.
28 — B. Lúcia Fleites, 3ª Ordem, mártir do Japão
29 — B.Tomás de Florença, 1ª Ordem.
30— B. Angelo de Acri, 1ª Ordem.
31— B. Cristóvão   de   Romagna,  1ª Ordem

ARAUTO DO GRANDE REI

BOLETIM INFORMATIVO DE SETEMBRO DE 2017

FRANCISCO, HOMO TOTUS EVANGELICUS



  Francisco entrou na intimidade do Evangelho e percebeu-o puro e sem retoques. Por isso, a Igreja o chamará de Homo totus Evangelicus, quer dizer, que “se evangelizou” na totalidade do ser e na radicalidade das exigências. E mostrou, ao mesmo tempo, que o Evangelho, no seu todo, é algo possível de ser traduzido em vida.
  O próprio Papa, Inocêncio III, observara que a norma de vida da primitiva comunidade era por demais árdua para compor um programa de vida, mas a tempo foi advertido que não poderia declará-la impossível, pois declararia impossível o Evangelho de Cristo.
  Para Francisco a afirmação do Papa significava a impossibilidade de seguir os passos de Nosso Senhor Jesus Cristo, pois vinham eles retraçados, concretamente, nas páginas do Evangelho. Esta concreteza com que percebia o Evangelho fazia com que Francisco a ele recorresse com a simplicidade e a confiança de quem recorre a um “diretor espiritual”.
  Com naturalidade, colocava os livros dos Evangelhos à sua frente e os abria, a esmo, encontrando exatamente a Palavra que lhe servia de resposta. Não argumentava, não discutia, não duvidava. Deus acabara de lhe falar. E feliz partia para executar as ordens que acabara de ler.
  Assim fala Celano, na vida I (n° 92-93): que abrindo o Evangelho, pôs-se de joelhos e pediu a Deus que lhe revelasse qual a sua vontade. “Levantando-se, fez o sinal da cruz, tomou o livro do altar e o abriu com reverência e temor. A primeira coisa que deparou, ao abrir o livro, foi a paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, no ponto em que anunciava as tribulações por que haveria de passar. Mas, para que ninguém pudesse suspeitar de que isso tivesse acontecido por acaso, abriu o livro mais duas vezes e o resultado foi o mesmo. Compreendeu, então, aquele homem cheio do espírito de Deus, que deveria entrar no reino de Deus depois de passar por muitas tribulações, muitas angústias e muitas lutas…”

Texto de Frei Hugo Baggio (extraído do livro “São Francisco Vida e Ideal, da Editora Vozes)


IMPRESSÃO DAS CHAGAS DE SÃO FRANCISCO


O Testemunho das Fontes

“Um dia, no princípio de sua conversão, ele rezava na solidão e, arrebatado por seu fervor, estava totalmente absorto em Deus e lhe apareceu o Cristo Crucificado. Com esta visão, sua alma se comoveu e a lembrança da Paixão de Cristo penetrou nele tão profundamente que, a partir deste momento, era-lhe quase impossível reprimir o pranto e suspiros quando começava a pensar no Crucificado”.  E rezava:
“Ó Senhor, meu Jesus Cristo, duas graças eu te peço que me faças, antes de eu morrer: a primeira é que, em vida, eu sinta na alma e no corpo, tanto quanto possível, aquelas dores que tu, doce Jesus, suportaste na hora da tua dolorosa Paixão. A segunda, é que eu sinta, no meu coração, tanto quanto for possível, aquele excessivo amor, do qual tu, filho de Deus, estavas inflamado, para voluntariamente suportar uma tal Paixão por nós pecadores”.

Da Legenda Menor de São Boaventura, Capítulo 6
“Francisco era um fiel servidor de Cristo. Dois anos antes de sua morte, havendo iniciado um retiro de Quaresma em honra de São Miguel num monte muito alto chamado Alverne, sentiu com maior abundância do que nunca a suavidade da contemplação celeste. Transportado até Deus num fogo de amor seráfico, e transformado por uma profunda compaixão n’Aquele que, em seus extremos de amor, quis ser crucificado, orava certa manhã numa das partes do monte.
Aproximava-se a festa da Exaltação da Santa Cruz, quando ele viu descer do alto do céu, um serafim de seis asas flamejantes, o qual, num rápido vôo, chegou perto do lugar onde estava o homem de Deus. O personagem apareceu-lhe não apenas munido de asas, mas também crucificado, mãos e pés estendidos e atados a uma cruz. Duas asas elevaram-se por cima de sua cabeça, duas outras estavam abertas para o vôo, e as duas últimas cobriam-lhe o corpo.
Tal aparição deixou Francisco mergulhado num profundo êxtase, enquanto em sua alma se mesclavam a tristeza e a alegria: 
uma alegria transbordante ao contemplar a Cristo que se lhe manifestava de uma maneira tão milagrosa e familiar, mas ao mesmo tempo uma dor imensa, pois a visão da cruz transpassava sua alma como uma espada de dor e de compaixão.
Aquele que assim externamente aparecia o iluminava também internamente. Francisco compreendeu então que os sofrimentos da paixão de modo algum podem atingir um serafim que é um espírito imortal. Mas essa visão lhe fora concedida para lhe ensinar que não era o martírio do corpo, mas o amor a incendiar sua alma que deveria transformá-lo, tornando-o semelhante a Jesus crucificado.
Após uma conversação familiar, que nunca foi revelada aos outros, desapareceu aquela visão, deixando-lhe o coração inflamado de um ardor seráfico e imprimindo-lhe na carne a semelhança externa com o Crucificado, como a marca de um sinete deixado na cera que o calor do fogo faz derreter.
Logo começaram a aparecer em suas mãos e pés as marcas dos cravos. Via-se a cabeça desses cravos na palma da mão e no dorso dos pés; a ponta saía do outro lado. O lado direito estava marcado com uma chaga vermelha, feita por lança; da ferida corria abundante sangue. Frequentemente, molhando as roupas internas e a túnica. Fui informado disso por pessoas que viram os estigmas com os próprios olhos.
Os irmãos encarregados de lavar suas roupas, constataram com toda segurança que o servo de Deus trazia, em seu lado bem como nas mãos e pés, a marca real de sua semelhança com o Crucificado”.

Tomás de Celano – Vida II, 211
“Francisco já tinha morrido para o mundo, mas Cristo estava vivo nele. As delícias do mundo eram uma cruz para ele, porque levava a cruz enraizada em seu coração. Por isso fulgiam exteriormente em sua carne os estigmas, cuja raiz tinha penetrado profundamente em seu coração”.

Os estigmas de Francisco e os nossos

Ainda que em nós não foram impressos os estigmas do crucificado de modo visível, cada um tem suas feridas que podem salvar, que podem tornar-se fonte de salvação para si e para os outros. A cada um que se deixa ferir em nome de Cristo e que leva em si a sua cruz, Francisco repete o que disse a Leão: também tu estás marcado com a cruz de Cristo e por isso és abençoado. És um possuído de Deus e estás sob a proteção dele.


Leonhard Lehmann –
Francisco, mestre de oração