BOLETIM INFORMATIVO
DE JULHO DE 2016
Que o nosso coração seja movido pela misericórdia
Jesus está passando, com Seus discípulos, no meio de uma
plantação num dia de sábado, e é incomodado pelos fariseus que, na verdade,
querem tratar uma questão com Ele: “Olha, Seus discípulos estão fazendo aquilo
que não é permitido no dia de sábado!”.
Jesus escuta com muita atenção; ao mesmo tempo, vê a maldade que
há na colocação feita pelos fariseus. Na verdade, querem colocá-Lo numa
situação difícil, porque, para eles, o que importa é observar a Lei pela Lei.
No que diz respeito ao templo e ao sábado, como os fariseus são rigoristas!
Como Jesus e Seus
discípulos estão, num dia de sábado, arrancando espigas para comer, para saciar
a fome? O Senhor vai às Escrituras e mostra situações onde o sábado não foi violado
nem transgredido, mas observado de forma mais humana, deixando de lado até a
prescrição rigorosa da coisa.
Sabe, meus irmãos, não
podemos ser rigoristas com a vida, temos de ser
corretos e justos, porque o rigorismo não nos leva a nada, mas a misericórdia
sim.
“Misericórdia” quer
dizer cuidado, delicadeza e atenção com a situação do outro. Conseguimos,
muitas vezes, viver uma coisa, somos muito justos em observar, mas pode ser que
o outro não consiga ser assim ainda. Misericórdia significa ter pedagogia com o
outro.
Às vezes, duas crianças
estão com a mesma idade: uma aprende a ler, mas a outra não; uma aprende a
andar, mas a outra não; uma já está correndo, mas a outra está devagar. O que
custa ensinar à que já sabe correr a andar devagar para acompanhar aquela que
não sabe andar com os mesmos passos? O que nos custa, às vezes, fazermo-nos um
com o outro na situação de penúria que ele está vivendo?
Não precisamos ser
melhores ou demonstrar que somos mais capazes do que o outro. A misericórdia é saber
acompanhar o passo do outro, é saber ver a situação em que ele vive e está, e
ser movido por um coração que compreende essa miséria.
Deus não nos olha com o
olhar de Deus, mas a partir da nossa condição humana. Ele desce da Sua condição
divina e se faz um de nós para olhar o nosso ser vulnerável, para olhar a nossa
pobreza e de nós ter misericórdia.
Como precisamos, muitas
vezes, descer do sapato, descer do trono, vestir a sandália, a roupa da
humildade para nos fazer um com o outro. Não deixe a presunção, a vanglória, o
orgulho e a soberba colocarem-no melhor que os outros. Não julgue, não condene,
mas acolha, ame aquele que está numa situação que exige mais amor e
misericórdia!
Eu não quero o
sacrifício, mas a misericórdia, pois ela e o amor para com o próximo valem mais
do que milhões de sacrifícios que podemos fazer para parecermos mais justos e
agradáveis aos olhos de Deus.
Deus abençoe você!
O amanhecer é sempre um convite que se renova:
Obrigado, Senhor, por mais um dia! “As pessoas
são aquilo que amam.” (Rubem Alves). Por muito tempo, a vida foi avaliada pela
quantidade de bens. Havia como que uma admiração pelo volume de coisas. Não
poucas vezes se instalava uma competição: um queria ter mais do que o outro.
Os tempos parecem acenar para outros horizontes.
O que cada um possui não consegue garantir o que cada um é ou
gostaria de ser. Um segredo a ser desvendado: as pessoas são aquilo que amam.
De fato, onde está o
coração, lá a vida vai acontecer. Nem todos levam a sério o fato de carregar
consigo a missão de amar. A vida só vale a pena no aprendizado do amor. Quem
aprendeu amar encontrou o sentido da vida.
Aprende-se
tanta coisa e deixa-se no esquecimento a necessidade de absorver o melhor
conteúdo existencial: o amor.
Todo
conhecimento é essencial. Porém, a vida não se decide apenas na dimensão
intelectual. A racionalidade desencadeia apropriação do desconhecido. Porém, a
vida é muito maior. O
amor
é capaz de favorecer a passagem do conhecimento: da razão ao coração.
Saber
é importante. Amar é fundamental. Para conhecer verdadeiramente uma pessoa é
necessário perceber o que ela realmente ama. Com o passar dos anos, o amor se
torna visível nos momentos mais simples e também nos mais exigentes.
A
paciência é uma forma de amar. O perdão é amor puro. A fidelidade é o jeito
criativo de eternizar o amor. A amizade é um amor diferente, empolgante e
contagiante. O trabalho é um dos muitos jeitos de externalizar o amor. Algumas
coisas são necessárias. Mas o que decide a vida é o amor.
Então,
muito amor em seu coração e muitos gestos de amor, todos os dias, todos os
momentos.
Deus pode ser encontrado no coração do homem
Das Homilias de São Gregório de Nissa, bispo(Séc.IV)
Na vida humana, a saúde do corpo é boa coisa, mas o que torna feliz não é saber em que
consiste a saúde, mas viver com saúde. Com efeito, se alguém, muito entretido
em elogiar a saúde, toma alimentos que causam maus humores e doenças, de que
lhe aproveitam, quando fica doente, os louvores à saúde? De modo semelhante
entendamos a palavra que nos foi proposta, pois o Senhor não diz que a
felicidade não está em conhecer algo sobre Deus, mas ter Deus em si.
Bem-aventurados os que têm coração puro porque verão, eles próprios, a Deus.
Não me parece que Deus vá colocar-se perante quem o contempla por ter purificado os olhos da alma, mas que
talvez a magnificência desta palavra nos sugira aquilo que expressou mais
claramente a outros: O reino de Deus está dentro de vós. Por aí ficamos sabendo
como quem purificou seu coração de todo o criado e de toda paixão má verá em
sua própria beleza a imagem da natureza divina.
Creio que o Verbo incluiu, nestas poucas palavras que disse, o seguinte conselho:
“Ó vós, homens, que tendes algum empenho em contemplar o verdadeiro bem, quando
ouvirdes falar da majestade divina exaltada acima dos céus, de sua glória
inefável, de sua indizível beleza, não vos deixeis levar pelo desespero por não
poderdes ver o que desejais!”
Se, por uma vida intensa e diligente, lavares de novo as sujeiras que mancham e
escurecem o coração, resplandecerá em ti a divina beleza. Como acontece com o
ferro, preto antes, retirada a ferrugem pelo polimento, começa a mostrar seu
brilho ao sol, assim o homem interior, a quem o Senhor dá o nome de coração,
quando limpar as manchas de ferrugem que surgiram em sua forma pela corrupção,
recuperará a semelhança com sua principal forma original e se tornará bom. Pois
o semelhante ao bom é bom.
Por consequência, quem se vê a si, em si vê a quem deseja. Deste modo é feliz
quem tem o coração puro porque, olhando sua pureza, pela imagem descobre a forma principal. Aqueles que veem o sol refletido num
espelho, embora não tenham os olhos fixos no céu, não veem menos seu esplendor
do que aqueles que olham diretamente para o próprio sol; da mesma forma, também
vós, embora sem possuirdes a capacidade de contemplar a luz inacessível, se voltardes
à beleza e à graça da imagem que vos foi dada no início, em vós mesmo tereis o
que procurais.
A pureza, a ausência das paixões desregradas e o afastamento de todo o mal é a
divindade. Se, portanto, se encontrarem em ti, Deus estará totalmente em ti.
Quando, pois, teu espírito estiver puro de todo vício, liberto de todo mau
desejo e longe de toda nódoa, serás feliz pela agudeza e luminosidade do olhar,
porque aquilo que os impuros não podem ver, tu, limpo, o perceberás. Retirada
dos olhos da alma a escuridão da matéria, pela serenidade pura
contemplarás claramente a beatificante visão. E esta, o que é? Santidade,
pureza, simplicidade, todo o esplendor da luminosa natureza divina, pelos quais
Deus se deixa ver.
Publicado na Revista
Pergunte e Responderemos- D. Estêvão Bettencourt
Encontro com Deus no silêncio
Há um silêncio que vai além da
Palavra. Trata-se de um silêncio adorante, que toca as fibras mais profundas da
alma, quando dentro do espaço da oração e presos pela Palavra, esta cria um
verdadeiro diálogo com cada um de nós. Damo-nos conta de que a Palavra nos
educa suavemente para uma intimidade tão profunda com o interlocutor que até
dispensa as palavras.
Este silêncio se torna uma
ascese. Ascese é um termo grego que corresponde ao conceito atual de exercício
ou treinamento. Quando a pessoa percebe que seu traje não está adequado para a
situação que vai enfrentar, trata de mudar de roupa. O silêncio (não se trata
de uma simples ausência de vibração sonora) também procura libertar-se das
distrações, fantasias e preocupações que não permitem ao coração colocar-se aos
pés do Mestre com a mesma disponibilidade de Maria, a irmã de Marta, da qual
fala o Evangelho de Lucas. Narra Lucas que Marta, embora bem intencionada em
servir o Senhor, está perturbada por mil preocupações que a impedem de ter
atento o ouvido do coração a única coisa necessária: a Palavra
de Deus. É o que constitui o único exercício, a única ascese cumprida por
Maria. O elogio de Jesus neste encontro com Maria torna-se agora uma exigência
para todos: precisamos de nos "alienar" para obter o silêncio que
assegure um terreno apto a semeadura da Palavra de Deus.
Os antigos cristãos chamavam a este exercício-ascese-treinamento
"vida ativa". A "vida ativa" consiste, sobretudo em sermos
honestos e sinceros conosco mesmos de modo que, protegendo-nos interiormente, tenhamos a coragem de impor silêncio.
Há, portanto muitas maneiras de viver o silêncio. Há o silêncio de quem
quer ouvir atentamente, para perceber não só os sons do interlocutor, mas
também os seus infra e ultrassons, ou seja, aquele som explicito que percute em
nosso ouvido, aquele som implícito do não dito e que se percebe no coração.
Este tipo de silêncio não é somente silêncio dos rumores, mas na verdade um
silêncio que pode conviver com os rumores do tráfego urbano, por exemplo.
Trata-se de um silêncio que se identifica com a atenção, a atenção ao
outro, não só ao que diz o outro, mas ao que o outro é em relação a mim. É,
pois, um silêncio muito delicado, que envolve as fibras mais ocultas de nossa
alma. É um silêncio que deveria assegurar a sintonia com a vibração do outro.
Só uma corda bem distendida consegue vibrar ao mínimo sopro do vento.
Este é o silêncio que devemos conquistar antes de entrar naquele espaço no qual
acreditamos que Deus queira dirigir a sua Palavra diretamente a nós.
A Palavra de Deus pode chegar através de um terremoto ou de um vento
impetuoso, mas o profeta Elias nos ensinou que ela vem de preferência junto com
a suave brisa matinal ou vespertina e que só quem está disponível, quem está
no silêncio profundo da mente e do coração, é que percebe a sua delicada
vibração1.
"O silêncio é sempre belo, e o homem que fala é menos belo do que o
homem que ouve". Feodor Dostoiévski (1821-1881)
É esse o ABC do ensinamento
do deserto: a consciência do objetivo verdadeiro, não dos meios espetaculares e
acessórios destinados a atingi-lo. A consciência também da humildade, do
recolhimento e do silêncio necessários ao progresso interior do asceta. Um
exemplo preciso, extraído da Vida de Macário, o Antigo, mostra claramente como se
praticava e se comunicava o ensinamento.
Um discípulo veio um dia encontrar-se com Macário O Antigo.
“Macário, que devo fazer para salvar minha alma?". "Vai ao
cemitério, insulta os mortos" O discípulo vai ao cemitério e insulta os
mortos e volta a encontrar-se com Macário. "Que disseram os mortos?",
pergunta Macário. "Nada", responde o discípulo. "Volta ao
cemitério e elogia os mortos" o discípulo volta ao cemitério, elogia os
mortos e volta a ver Macário. "Que disseram os mortos?", pergunta
Macário. "Nada", responde o discípulo. "Sê como os
mortos", disse Macário, "não julgues ninguém e aprende a
calar-te".
Esse texto ilustra admiravelmente a maneira como os anciãos, os
"velhos na ascese", os gerontes, como eram chamados, comunicavam seu
ensinamento. Em poucas palavras e por analogias esclarecedoras. Pois os maiores
desses anacoretas não escreviam (sendo todos iletrados) e falavam pouco.
Praticamente nada deixaram atrás de si, e os azares das escavações ou da
história não estão sós na origem desse silêncio. Essa recusa de ensinar o que
quer que seja pela via tradicional dos escritos, esse conselho de ser
semelhante "aos mortos e as pedras" já indicam que aquilo que chegou
até nós com os nomes de Antão ou de Macário é talvez, em parte, apócrifo. A tarefa
do santo é calar o que descobriu, e ensiná-lo só pelo exemplo de sua vida. A
derradeira e última mensagem dos mestres do deserto é esse silêncio no qual,
voluntariamente, eles se fecharam.
“É no silêncio que nos podemos libertar de nossa superficialidade"
(Georges Roux).
Rev. Agrício do Vale Ph. D, professor de História
Eclesiástica no Seminário Luterano Livre de Campo Mourão (PR)
PASSATEMPO FRANCISCLARIANO
PEDIDO A SÃO FRANCISCO
Ajuda-nos, São Francisco de Assis, para
aproximar a Igreja e o mundo de Cristo. Tu, que viveste os
problemas de teus contemporâneos, ajuda-nos a diminuir os problemas
dos homens de nossa época: os difíceis problemas sociais, econômicos,políticos,
os problemas da cultura e da civilização contemporânea, todos os
sofrimentos do homem de hoje, suas dúvidas, suas negações, suas fugas, suas
tensões, seus complexos, suas angústias...
Ajuda-nos a traduzir tudo isto numa linguagem evangélica,
simples e proveitosa. Ajuda-nos a resolver tudo com a chave evangélica, para
que Cristo mesmo possa ser Caminho, Verdade e Vida para o homem de nosso
tempo.
Assim te suplica a Ti, filho santo da Igreja,
filho da terra italiana, o Papa João Paulo II, filho da terra polonesa.
O Papa espera que não lho negues, que o ajudarás! Tens sido sempre bom
e sempre foste pronto para ajudar a todos os que se dirigiram a ti.(S. João Paulo II,
em Assis, 05.11 J979) •• Leitura
Bíblica:Lc. 11,1-13
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Dia da Escuta - Colônia de Hansenianos - 28 AGO
-Doação de gaze,
atadura, etc. / Participação no
-Praticar Obras de Misericórdia Corporais e Espirituais.
- Visitar irmãos e irmãs do SEI, levando o
Quadrinho do Ano Jubilar da Misericórdia, partilhando brevemente o tema da
misericórdia e fazendo a Oração do Jubileu da Misericórdia.
Também temos como compromisso meditar Mt 9, 13 –
Antes dos justos, os pecadores
Refrão:Misericordiosos
como o Pai
1. Demos graças ao Pai, porque Ele é bom – Sua eterna misericórdia!
Criou o mundo com sabedoria –
1. Demos graças ao Pai, porque Ele é bom – Sua eterna misericórdia!
Criou o mundo com sabedoria –
Conduz seu povo na
história -
Perdoa e acolhe os
seus filhos
2. Demos graças ao Filho, Luz das gentes – Sua eterna misericórdia!
Amou-nos com um coração de carne -
Dele recebemos, a Ele
nos doamos –
O coração se abra a
quem tem fome e sede -
3. Peçamos ao Espírito os sete santos dons- Sua eterna misericórdia!
Fonte de todo bem,
dulcíssimo alívio –
Por Ele confortados,
ofereçamos conforto –
O amor espera e tudo
suporta –
4. Peçamos a paz ao Deus de toda paz –Sua eterna misericórdia!
A terra espera o
Evangelho do Reino –
Graça e alegria a
quem ama e perdoa –
Serão novos os céus e a terra –
A FORMAÇÃO
PAZ E BEM!