domingo, 4 de março de 2018

ARAUTO DO GRANDE REI

BOLETIM INFORMATIVO DE JANEIRO DE 2018

Prévia para o Capítulo




Em março de 2018, encerra-se mais um triênio em nossa Fraternidade e inicia-se outro. Um novo Conselho irá ser eleito e para bem nos prepararmos, neste mês de janeiro, como de costume, estamos preparando uma prévia para este capitulo, tendo em vista a importância do evento pois, iremos escolher aqueles que deverão animar e conduzir a fraternidade por mais três anos.
Portanto é importantíssimo que cada irmão se conscientize que SUA PRESENÇA É INDISPENSÁVEL.
Cada membro do Conselho (conselheiro) é responsável pela caminhada da Fraternidade, animando e conduzindo todos rumo ao objetivo do Franciscano Secular: ‘Viver o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo os passos de São Francisco’, no meio do mundo e, em fraternidade. Mas sabemos que não é tarefa simples e, precisamos que cada irmão(ã) esteja comprometido com o nosso ideal de vida e com a animação e itinerário espiritual desta Fraternidade e dos demais níveis acima. Por isso, por que não beber um pouco de nossa fonte franciscana e ver o que pensa nosso Pai Seráfico.
“Queria, em suma, que a Religião fosse acessível aos pobres e iletrados. Não somente aos ricos e sábios. Dizia: ‘Em Deus não há acepção de pessoas (cf. Rm 2,11), e o Ministro Geral da Religião, o Espírito Santo, pousa igualmente sobre o pobre e o simples.’ Na verdade quis colocar esta palavra na Regra, mas a bula [já] concedida não permitia acréscimo. (2 cel, 193).”
Neste texto extraído da biografia escrita por Tomás de Celano, ele nos apresenta a intenção firme de São Francisco de colocar este pensamento na Regra, só não colocou porque já havia fechado a bula. E demonstra a sua visão de que o Espírito Santo é o Ministro Geral da Ordem e que Deus não faz acepção de pessoas entre sábios e ricos ou pobres e aqueles que não sabem ler.  E se o Ministro Geral é o mesmo Espírito que recebemos em nosso batismo, que nos assistiu em nossa profissão, então nenhum professo em nossa fraternidade pode ficar alheio ao compromisso de animar e conduzir a fraternidade. Não, que o Espirito Santo irá ficar fazendo milagres toda hora e tornar capaz aquele que não se esforce para desenvolver mas, o Espirito direciona com certeza a intenção de todo aquele que tem boa vontade. São Francisco mesmo, em sua exortação aos que fazem, e aos que não fazem penitencia, que está em nossa regra, assim ele encerra sua exortação: “E os que não sabem ler, façam-nas ler muitas vezes; e guardem-nas na memória, pondo-as santamente em prática até o fim, pois elas são "espírito e vida" (Jo 6,63).”
Aqui fica muito claro para nós que o tempo de caminhada de um irmão(ã) que, desde sua profissão medita e guarda em seu coração a nossa Regra e as palavras de nosso Seráfico Pai a exemplo de nossa Mãe Maria, este estará preparado para com a humildade que nos deixou de exemplo São Francisco, se dispor à um cargo onde possa servir à Fraternidade e contar com a ajuda dos irmãos, até que ele aprenda,  que tenham as habilidades que talvez um determinado cargo venha a lhe exigir como a informática por exemplo.
E, como foi falado acima sobre a ação do Espirito Santo no governo de toda Ordem, lembramos que São Francisco era continuamente agraciado com revelações e milagres. E uma revelação de Deus ao nosso Seráfico Pai vem bem ao nosso encontro já que muitos tem chegado a infeliz conclusão de que, nossa Fraternidade irá acabar devido ao número reduzido de irmãos em vista de tempos passados que tínhamos um número bem mais razoável. Vamos também refletir sobre ele: “Uma vez, como estivesse perturbado pelos maus exemplos e, [assim] perturbado, se entregasse à oração, obteve do Senhor esta censura: ‘Por que te perturbas, homenzinho? Por acaso te constitui pastor sobre a minha Religião a ponto de não saberes que eu sou o principal protetor dela? Constitui a ti, homem simples, para que os que quiserem sigam as coisas que eu fizer em ti, coisas a serem imitadas pelos outros. Eu os chamei, conservarei, nutrirei (cf, Is 48, 15; Ap 10, 3) e, para reparar a perda de alguns, colocarei outros no lugar deles, de modo que, se algum não tiver nascido (cf. Mt 26,24), farei com que ele nasça. Portanto, não se perturbes, mas ocupa-te com tua salvação (cf. Fl 2,12), porque, ainda que a Religião chegue ao número de três, permanecerá sempre inabalável  pela minha graça. (2 CEL 158). Mas uma vez, um texto que nos mostra que o Governo da Ordem vem de Deus, à nós, cabe nos reclinarmos humildemente à sua vontade e sermos instrumentos nas mãos dele a exemplo de nosso pai São Francisco.
  Com certeza todos tivemos uma inspiração que motivou a Profissão na Ordem. Não podemos deixar que o tempo apague está motivação mas devemos nos empenhar o máximo para conhecer e amar nossa Fraternidade e sua forma de vida pois muito mais amamos aquilo que conhecemos então, que em março de 2018, possamos estar ciente dos cargos que ocupam o Conselho e o que cada um faz.
Assim poderemos diante do Senhor, sempre em espírito de oração, perceber para qual cargo podemos ser úteis ou, ao menos, quem serão os irmãos que pode ocupar este ou aquele cargo sempre ciente de que, nem o ministro (a) nem o Conselho agem individualmente.  Todos devem estar unidos, ajudando- se uns aos outros naquilo que tiver dificuldade e o Espírito Santo vem de encontro à nossa boa vontade.
Que o Senhor ilumine nossos corações.
Paz e bem!

Santo Tomás de Cori

Sacerdote da Primeira Ordem (1655-1729). 

Canonizado por João Paulo II no dia 21 de novembro de 1999.


Francisco Antonio Placidi, assim foi batizado ao nascer em 04 de junho de 1655, na cidade de Cori, Itália. Tornou-se órfão dos pais aos catorze anos de idade, e, assim jovem, responsável pela família. Aos vinte e dois, com as duas irmãs bem encaminhadas e casadas dentro dos preceitos cristãos, ele entrou para a Ordem dos Frades Menores, no convento de Orvieto em 1677, tomando o nome de Frei Tomás.
 


Após cinco anos foi consagrado sacerdote, logo assumindo a condição de pregador na diocese em Subiaco, onde exerceu seu apostolado. Considerado grande professor de santidade, exímio diretor espiritual e incansável confessor, iniciava essa tarefa pela manhã terminando só à noite.
Frei Tomás de Cori foi imagem viva do Bom Pastor. Como guia amoroso, soube conduzir para as pastagens da fé os irmãos confiados aos seus cuidados, animado sempre pelo ideal franciscano.
No convento demonstrava o seu espírito de caridade, fazendo-se disponível a qualquer exigência, mesmo a mais humilde, sendo especialmente solicitado para atender os que estavam enfermos nos leitos. Ele, que durante quarenta anos, conviveu com uma ferida na perna, sem que fizesse uma única queixa ou fosse um motivo de impedimento para o exercício de suas funções e apostolado.
Como autêntico discípulo do Pobrezinho de Assis, Tomás de Cori foi obediente a Cristo. Meditou e encarnou na sua existência a exigência evangélica da pobreza e do dom de si a Deus e ao próximo. Contemplado pelo Espírito Santo com muitos dons, como o do conselho, cura, graças e prodígios, foi durante sua vida religiosa, “visitado” muitas vezes na Santa Missa, pelo Menino Jesus, a Virgem Maria e por São Francisco de Assis.
Entretanto seu nome está ligado à grande obra dos “Retiros” da Ordem Franciscana. Seguindo o exemplo do beato Boaventura de Barcelona, fundou os “retiros” de sua Ordem em Civetela e Palombara Sabina, ambos na Itália. As rígidas regras para as orações e vida religiosa se estenderam para todos os “Retiros” da sua Ordem em 1756, e se mantém até hoje na íntegra com a sua assinatura. Eles também serviram de base para os “retiros” de outras Ordens religiosas.
Toda a vida de Tomas de Cori se mostrou assim como sinal do Evangelho, testemunho do amor do Pai celeste, revelado em Cristo e operante no Espírito Santo, para a salvação do mundo. Ele que morreu no dia 11 de janeiro de 1729, foi beatificado em 1786 e canonizado pelo papa João Paulo II em 1999.
Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, 

                                                                                            Ed. Porziuncola

MAGNIFICAT

E Maria disse: A Minh ‘alma engrandece o Senhor e exulta meu espírito em Deus, meu Salvador (Lc 1,46-47).
O Senhor, diz ela, elevou-me por um dom tão grande e inaudito, que nenhuma palavra o pode descrever e mesmo no íntimo do coração é difícil compreendê-lo. Por isso dedico todas as forças de meu ser ao louvor e à ação de graças, contemplando a grandeza daquele que é eterno, e ofereço com alegria minha vida, tudo que sinto e penso, porque meu espírito rejubila pela divindade eterna de Jesus, o Salvador, que concebi e é gerado em meu seio. 
O Poderoso fez em mim maravilhas, e santo é o seu nome! (Lc 1,49).
 Estas palavras se relacionam com o início do cântico que diz: A minh’alma engrandece o Senhor. De fato, só a alma em quem o Senhor se dignou fazer maravilhas pode engrandecê-lo e louvá-lo dignamente e dizer, exortando os que compartilham seus desejos e aspirações: Comigo engrandecei ao Senhor Deus, exaltemos todos juntos o seu nome (Sl 33,4).
 Quem conhece o Senhor e é negligente em proclamar sua grandeza e santificar o seu nome, será considerado o menor no Reino dos Céus (Mt 5,19). Diz-se que santo é o seu nome porque, pelo seu poder ilimitado, transcende toda criatura e está infinitamente separado de todas as coisas criadas.
Acolhe Israel, seu servidor, fiel ao seu amor (Lc 1,54).
 Israel é, com razão, denominado servidor do Senhor, porque, sendo obediente e humilde, foi por ele acolhido para ser salvo, como diz Oséias: Quando Israel era criança, eu já o amava (Os 11,1). Aquele que recusa humilhar-se não pode certamente ser salvo, nem dizer com o Profeta: Quem me protege e me ampara é meu Deus; é o Senhor quem sustenta a minha vida! (Sl 53,6). Mas, quem se fizer humilde como uma criança, esse é o maior no Reino dos Céus (cf. Mt 18,4).
Como havia prometido a nossos pais, em favor de Abraão e de seus filhos para sempre (Lc 1,55).
Trata-se da descendência de Abraão segundo o espírito e não segundo a 
carne, isto é, não apenas dos filhos segundo a natureza, mas de todos que seguiram o exemplo da sua fé, fossem eles circuncidados ou incircuncisos. Pois o próprio Abraão, ainda incircunciso, acreditou e isto lhe foi imputado como justiça.
A vinda do Salvador foi, portanto, prometida a Abraão e a seus filhos para sempre, isto é, aos filhos da promessa, dos quais se diz: Sendo de Cristo, sois então descendência de Abraão, herdeiros segundo a promessa (Gl 3,29).
É com razão que, antes do nascimento do Senhor e de João, suas mães profetizam, para que, tendo o pecado começado pela mulher, os bens comecem igualmente por ela; e se foi pela sedução de uma só mulher que a morte foi introduzida no mundo, agora é pela profecia de duas mulheres que se anuncia ao mundo a salvação.
                                                         Exposição sobre o Evangelho de São Lucas,
                                                        de São Beda Venerável, presbítero,                                                                                                       (Lib. 1, 46-55: CCL 120, 37-39)    (Séc. VIII)


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