INFORMATIVO
Ano V - DEZEMBRO
DE 2013 - Nº 07
ESPIRITUALIDADE FRANCISCANA
SANTA ISABEL
DE HUNGRIA
Continuação
UM AVISO
Era o ano de 1231.
Uma noite, como Isabel estivesse deitada, meio dormindo, meio rezando, Cristo
lhe apareceu cercado de uma luz deliciosa, e lhe disse em voz muito suave: "Vem,
serva minha, chegou o tempo em que te serão recompensados os trabalhos, a
pobreza, a miséria que tomaste sobre ti, por meu amor. Vem, minha terna
amiga, minha esposa escolhida, vem comigo para o Tabernáculo que meu Pai te há
preparado desde toda a eternidade”.
Apenas despertou,
tratou logo de "empreender os preparativos para a
feliz viagem; dispôs tudo para o seu funeral e enterro; foi pela última
vez, visitar todos os seus enfermos, abençoou-os e repartiu entre eles e suas
servas tudo que lhe restava.
O anúncio de sua morte causou-lhe grande
satisfação. Vigiara e orara, havia anos, esperando com ânsia que viesse o
Senhor bater-lhe a porta.
E poucos dias após,
foi minada por uma febre ardente, mas conservou-se sempre satisfeita e alegre,
constantemente ocupada em orar.
Conta um antigo
historiador, que o seu Anjo da Guarda, na voz de um passarinho, veio
anunciar-lhe a eterna alegria: Revelara-lhe que em três dias morreria.
No domingo seguinte,
depois das matinas, Isabel confessou-se com o Mestre Conrado, e este, acabada
a confissão, perguntou-lhe quais eram as suas últimas vontades acerca dos bens
e dos móveis que lhe pertenciam.
— "Bem sabeis,
que renuncei a tudo, e antes de mais nada, à minha vontade. Se vós houvésseis
permitido, teria já renunciado a tudo e vivido numa cela com a ração
necessária que os pobres recebem. Distribuí, pois, entre eles tudo o que deixo,
exceto este vestido velho e usado, com o
qual quero ser enterrada. Portanto não faço testamento: não tenho outro
herdeiro senão Jesus Cristo"!
A única disposição
que fez acerca de suas exéquias, foi para ser sepultada na
igreja dos franciscanos, por ela fundada.
Desejava que seu
corpo, depois da morte, descansasse no lugar onde ultimamente
tinha vivido e trabalhado.
A RECOMPENSA
Chegou a hora em que
devia abrir-se a cortina que separava ainda da glória infinita de Deus e do
céu, esta alma santa e amiga do Senhor.
A cortina, porém, que
existe entre nós e a eternidade, é o tecido do corpo.
Perto da meia-noite,
o rosto de Isabel tornou-se de um tal modo resplandecente, que mal se podia
encarar. Era como se já se cumprisse nela a palavra da Sagrada
Escritura: "Os Santos no reino de meu Pai
resplandecerão como o sol".
— "Eis aqui a
hora, disse Isabel, em que a Virgem Maria deu à luz. Oh Maria! vinde em
meu auxílio. Aproxima-se o momento em que Deus chama sua amiga para as núpcias. Vem o
esposo buscar a esposa. Desprezei o reino do mundo pelo amor de Jesus Cristo,
meu Senhor, a quem via e amava, em quem acreditava".
Em seguida, pediu
silêncio baixou a cabeça, caindo como num doce sono, e rendeu o seu último
suspiro.
O seu corpo foi
transportado pelos Religiosos Franciscanos para a humilde capela do hospício
de S. Francisco, a mesma capela onde Isabel costumava orar.
Na noite precedente,
enquanto cantavam as vésperas dos defuntos, a abadessa de um mosteiro
distante, que viera tomar parte na cerimônia fúnebre, ouviu fora, um canto de
extraordinária harmonia.
Então viu, sobre o
telhado da Igreja, um número infinito de passarinhos até então nunca vistos na
Thuringia, os quais cantavam com modulações tão suaves e variadas, que todos
os assistentes, ficaram cheios de admiração.
Dir-se-ía quererem
celebrar, a seu modo, as gloriosas exéquias.
Eram os Anjos
enviados por Deus, diziam alguns, a fim de convidar para o céu a alma de
Isabel, e que agora desciam de novo para honrar-lhe o corpo com cânticos de
celeste alegria.
MILAGRES
As exéquias foram
celebradas com a maior solenidade. Talvez ninguém se lembrasse de orar pelo descanso
eterno de Sta. Isabel, pois quem a viu ou tão somente ouvira nela
falar, ficara convencido da bemaventurança que sua alma gozava.
Todos elevavam ao céu
expressões de fervorosa devoção, implorando a própria Isabel, que intercedesse
por eles e continuasse assim, no céu, a obra de misericórdia e amor
aos pobres, que começara aqui na terra.
Grandes milagres
deram-se sobre o túmulo de Sta. Isabel. Míseros atacados de graves doenças,
surdos, leprosos, paralíticos, e tantos outros infelizes, que vinham implorar generosidade, voltavam
inteiramente curados.
Almas aflitas e
oprimidas pelo jugo do pecado, homens dominados pelas próprias fraquezas e
orgulho, pelo ódio e avareza, regressavam arrependidos e convertidos, passando
a viver uma vida de mais amor e perdão ao próximo.
Conrado, que tomara
parte na infame expulsão de sua cunhada viúva, a duqueza Isabel, do castelo de
Wartburgo, foi também regenerado e convertido. Mostrando-se
inteiramente transformado, no ano de 1237, após tomar o hábito da Ordem
Teutônica, na Igreja do Hospício, fundada por Sta. Isabel, foi eleito superior
da Ordem. Distinguiu-se por sua grande piedade e ilimitada caridade.
Foi este conde
Conrado que se dedicou à divulgação da devoção e à canonização de sua cunhada,
com o mesmo zelo com que se empenhara o finado mestre Conrado, confessor e
amigo leal de Sta. Isabel.
Por ocasião de sua
romaria a Roma, o conde Conrado nas suas conversações que teve com o soberano
Pontíficie, falou-lhe a respeito da grande santidade de Isabel, e pediu-lhe com
instância, que a canonizasse.
Continua no informativo – Ano IV - JANEIRO DE 2014 -
Nº 08
.X.X.X.X.X.X.X.X.
SANTOS FRANCISCANOS
MES DE DEZEMBRO
1 — B. Antonio Bonfadini, 1ª Ordem
2 — B. Carlos de
Blois, 3ª Ordem.
3 — S. Donino, mártir de Ceuta, 1ª Ordem.
4 — B. Pedro de Sena,
3ª Ordem.
5 — S. Hugolino,
mártir de Ceuta, 1ª Ordem
6 — S. Samuel, mártir de Ceuta, 1ª Ordem
7 — S. Maria José
Rosselo, 3ª Ordem.
8 — IMACULADA CONCEIÇÃO
9 — B. João Romano,
3ª Ordem, mártir no Japão
10 — B. Engelberto Kolland, 1ª Ordem, mártir
11 —
B. Hugolino Magalotti, 3ª Ordem.
13 — B. Conrado de Ofida, 1ª Ordem.
14 — B. Bártolo de S. Gimignano, 3ª Ordem.
15 — B. Maria
Francisca Schervier, 3ª Ordem Regular
17 — B. João
de Montecorvino, 1ª Ordem, culto ainda não
aprovado
22 — S. Francisca Xavier Cabrini, 3ª Ordem.
23 — B. Nicolau Fatore, 1ª Ordem.
25 — SOLENIDADE DA NATIVIDADE DE JESUS
26 — B. Bentivólio de Bonis, 1ª Ordem.
29 — B. Gerardo de Valença, 1ª Ordem
30 — B. Margarida Colona, 2ª Ordem
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