INFORMATIVO
Ano V - NOVEMBRO DE 2013 - Nº 06
ESPIRITUALIDADE FRANCISCANA
SANTA ISABEL
DE HUNGRIA
Continuação
O DIAMANTE
Logo que ficou pronta
a choupana de barro, Isabel mudou-se para ela com suas servas, que há muito lhe
dedicavam grande amizade e dedicação. Como não havia obtido permissão de
mendigar o pão, resolveu ganhar a vida com o trabalho de suas mãos, fiando lã,
pois não havia aprendido a fiar o linho.
Mandava vir lã bruta
de que carecia, do mosteiro de Altenberg, e mandava-a de novo, toda fiada, às
Religiosas, que lhe pagavam em dinheiro o valor do seu trabalho.
Trabalhava com tanto
ardor, que mesmo quando sua extrema fraqueza e frequentes moléstias a obrigavam
ficar de cama, não cessava de fiar.
E muitas vezes, para
não ficar ociosa, pois a roca já lhe pesava, ela cardava e preparava a lã para
a tarefa seguinte.
Do produto de seu
trabalho ainda tirava alguma coisa para a igreja, servindo-se do restante para
o seu parco sustento.
Os seus alimentos não
podiam ser mais insípidos e se lhe ofereciam algo melhor, ela os
levava para os pobres e doentes do seu hospital, sem jamais prová-los.
O seu vestuário
consistia de um vestido feito de pano grosseiro e sem cor, do qual só usavam os
pobres e aldeões, e apertado na cintura por um cordão grosso.
Este vestido todo esfarrapado,
sobretudo nas mangas, remendava-o com retalhos de diferentes cores. O mesmo fazia com o manto, que
era do mesmo pano. Contudo desfazia-se, constantemente, de sua pobre roupa, em
benefício dos pobres, ficando apenas com a roupa do corpo.
A pobreza não lhe era
imposta pela sorte.
Isabel trouxera para
Marburgo mais de 27 mil marcos, dinheiro que Henrique de Raspon lhe devia. E
mandando publicar que distribuiria alguns mil marcos com os pobres, no dia
indicado vieram milhares de mendigos.
Para manter a ordem e
usar de reta justiça, ela própria presidiu à repartição.
Um grande número de
pobres, velhos e débeis, que não podiam voltar para suas casas, dispuseram-se
a passar a noite ao ar livre.
Isabel mandou
repartir a cada um, pão e mais dinheiro, o mesmo para adultos e crianças. Ordenou
que acendessem grandes fogueiras e se lhes lavassem os pés com água morna,
segundo o costume da época. Vendo-se tão bem tratados, os pobres começaram a
folgar e a cantar. Ouvindo de sua habitação esses cantos, Isabel ficou
comovida e disse, satisfeita, às servas: "Bem vô-lo dizia eu; cumpre o
mais possível, tornar os homens felizes".
O BEIJO
Isabel dava aos pobres, mesmo à custa de
seu alimento. Em Marburgo mandara construir um hospital que em breve encheu-se
de enfermos.
Era não somente sua
consoladora, mas sua serva e nenhum serviço lhe parecia demasiado repugnante,
duro ou vil.
Aqueles doentes de
quem todos se afastavam com horror eram os seus preferidos.
Acariciava-os com
doce familiaridade e beijava-lhes as úlceras e as asquerosas chagas.
Para Isabel estes
gestos de bondade e humildade ela os tinha como demonstração de uma fé viva e
um amor ardente a Jesus.
A razão principal porque Isabel se sentia
atraída a essa classe de enfermos era sua confiança inabalável na palavra do
Senhor: "O que fizestes ao mínimo dos meus irmãos, a mim fizestes".
A CURA DO CEGO
Ao lado do hospital,
Isabel mandara construir uma Igreja, onde ia rezar, em geral, pelo meio dia,
por ser a hora em que podia entregar-se, com toda a liberdade, à devoção.
Uma vez, viu ali um
pobre cego a andar às apalpadelas pela Igreja. Isabel dirigiu-se a ele e
perguntou-lhe que fazia ali tão sozinho e que procurava.
Respondeu-lhe o cego:
— "Queria ir ter com essa senhora que consola os pobres, para lhe pedir
uma esmola pelo amor de Deus. Mas primeiro vim fazer a minha oração nesta
Igreja e estou andando à roda dela, a fim de saber-lhe o comprimento e a largura,
já que não enxergo, por infelicidade minha."
— E desejavas ver esta senhora, com os teus
olhos? Perguntou-lhe Isabel.
— Se Deus o permitisse, replicou o
cego, gostaria muito de vê-la; mas perdi a vista desde o nascimento; nunca vi a
luz do sol. Não sei que devo fazer, pois não posso estar sempre a rezar. Desejaria
trabalhar como os que enxergam; não sirvo de nada a ninguém, nem a mim mesmo.
Isabel, vencida pela
compaixão, disse-lhe então: "Pede a Deus que te dê a luz e eu pedirei
contigo."
Ao ouvir estas
palavras, o cego compreendeu que era a Santa duquesa Isabel quem lhe falava e
a quem procurava, e caindo diante dela com o rosto por terra, exclamou:
"Oh, nobre e misericordiosa senhora, tende piedade de mim"!
E Isabel com fé muito
firme e grande confiança em Deus, ajoelhou-se e a sua oração, atravessando as
nuvens, penetrou no coração de Deus, e a visão do pobre cego lhe foi
restituída.
O homem levantou-se,
olhou em redor, e dirigindo-se a Isabel, disse: "Senhora, Deus seja louvado!
Sua graça me favoreceu. Vejo todos os objetos bem e claramente"!
Ao que Isabel, com caridade e grande piedade
lhe respondeu: — "Agora que a vista te foi dada, trata de servir a Deus
e de evitar o pecado. Trabalha e sê homem honesto, humilde e leal a
todos"!
A FONTE DE ISABEL
A vida ativa que Isabel levava em Marburgo, tratando dos
pobres e dos enfermos, despertava-lhe de vez em quando a necessidade e o
desejo de repouso.
Não era um descanso inerte que queria, mas uma absorção
profunda em Deus.
Assim como Jesus retirava-se, às vezes, para uma
montanha solitária, longe do bulício do mundo, Isabel gostava de recolher-se,
no meio de um bosque pouco distante de Marburgo.
E ali junto de uma fonte, que tomou o nome de Fonte de
Isabel, ela entregava sua alma, inteiramente à oração.
A oração de Isabel, junto à fonte, foi semente
que produziu e continua a produzir os melhores frutos espirituais.
Ali se construiu uma capela, em sua memória;
e embora ela não mais exista, ainda para lá se dirigem, constantemente,
piedosos romeiros, no intuito de buscarem alívio em suas angústias, pela
intercessão tão eficaz de Santa Isabel.
Continua no
informativo – Ano V - DEZEMBRO
DE 2013 - Nº 07
.X.X.X.X.X.X.X.X.
SANTOS FRANCISCANOS
MES DE NOVEMBRO
1 — SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS
B. Rainério de Sansepolcro, 1ª Ordem.
2 — COMEMORAÇÃO
DE TODOS OS DEFUNTOS
3 — B. Margarida de Lorena, 2ª Ordem.
4 — S. Carlos Borromeu, 3ª Ordem.
5 — BB. Miguel Kizaiemon e Lucas Kiiemon,
3ª Ordem, mártires do Japão
6 — B. Paulo
de S. Clara, 1ª Ordem,
mártir no Japão
7 — B. Helena Enselmini, 2ª Ordem.
8 — B. João Duns Scoto
— culto aprovado
9 — B. Joana de Signa. 3ª Ordem.
10 — S. Leão, mártir de Ceuta, 1ª Ordem.
11 — B. Gabriel Ferreti, 1ª Ordem.
12 — B. João da Paz, 3ª Ordem.
13 — S. Diogo de Alcalá, 1ª Ordem.
14 — S. Nicolau Tavelic, 1ª Ordem, mártir
15 — S. Deodato
de Rodez, 1ª Ordem, mártir
16 — S. Pedro de Narbone, 1ª Ordem, mártir
17 — S. Isabel da Hungria, 3ª Ordem.
18 — B. Salomé de Cracóvia, 2ª Ordem.
19 — S. Inês de Assis, 2ª Ordem.
20 — S. Estêvão de Cuneo, 1ª Ordem, mártir
21 — S. Nicolau,
mártir de Ceuta, 1ª Ordem.
22 — B. Bernardino de Fossa, 1ª Ordem.
23 — B. Humilde de Bisignano, 1ª Ordem.
24 — B. Mateus Alvarez, 3ª Ordem, mártir no Japão.
25 — B. Isabel
Bona, 3ª Ordem.
26 — S. Leonardo de Porto Maurício, 1ª Ordem.
27 — B. Francisco Antonio Fasani, 1ª Ordem.
28 — S. Tiago da Marca, 1ª Ordem.
29 — TODOS OS SANTOS DA ORDEM FRANCISCANA
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