INFORMATIVO
Ano V - MARÇO
DE 2014 - Nº 10
ESPIRITUALIDADE FRANCISCANA
SÃO LUIS, REI
DE FRANÇA
ANOS DE APRENDIZAGEM
Como num golpe de mágica, findaram-se
seus dias de infância. Com apenas doze anos de idade, fizeram-no rei! Seu pai,
de volta duma expedição, adoecera em Auvergne, e sentindo próximo o seu fim,
recomendara sua esposa e seus filhos àqueles que o acompanhavam, vindo a morrer
santamente na cidade de Montpensier a 7 de novembro de 1226.
Para Branca de Castella e seus filhos
fora um golpe por demais rude. Voltou para o castelo, seu lar, viúva, e com
seus filhos órfãos.
Também o povo chorava. Luís VIII prometera-lhes um
reinado feliz, e seu povo conhecia a força, a virtude e a generosidade de seu
rei, virtudes estas que se igualavam às virtudes e à bondade de sua rainha.
Também ela amava seu povo. Confortava-o na hora da desgraça e da dor. E um lar
tão unido que da corte fazia um lugar de virtudes, se convertia, num abrir e
fechar de olhos, num lugar de tristeza e solidão para Branca
e suas crianças!
Monsgr. Guérin, arcebispo de Sens, o amigo fiel,
temia que a dor privasse de coragem essa mulher, tão cruelmente
ferida. Branca de Castella, diz o poeta, era como um lírio, mas o seu coração
era como um leão, num corpo de mulher. E por amor ao filho, sua reação era
necessariamente maior ainda.
O esposo não deixara por escrito a
quem, por sua morte, confiava o reino, e a quem caberia governar um dia sua França
tão amada.
Branca governaria, por pouco tempo,
pois que a minoridade de Luís IX
não permitia ao rei mínorene tomar as rédeas do governo.
Para ela, rainha prudente, a incumbência
não era demasiada. A sagração, contudo, lhe parecia indispensável. Resolveu,
pois, apressar a cerimônia da coroação.
Em 29 de novembro sobe ao trono da França, o
jovem Luís IX, o pequeno
Luís de Poissy. E, numa audiência pública, quando os embaixadores eram oficialmente
recebidos pela rainha, aparece ela trazendo ao seu lado o filho muito jovem ainda, mas
cheio de sabedoria e bondade: tudo o que sua mãe lhe havia ensinado.
Branca lutou contra opositores poderosos.
Mas, sua energia jamais se debilitara, como também não seu
espírito, empreendedor e nem suas decisões.
Sua grande virtude, a confiança do
clero em sua rainha, a lealdade do seu povo, formaram um
muro protetor à volta do pequenino rei.
Ele, por sua vez, aparecia sempre ao lado de sua mãe,
tanto nas expedições como nas audiências, sempre calmo, seguro, resoluto e corajoso.
Seu povo havia desejado um rei tal qual ele era, pois sentia o bom
Deus dentro do seu coração. Também Luís de Poissy já era então muito amado!
Certa vez, acompanhado por uma pequena
escolta, percorria ele Orleans, desejoso de melhor conhecer o seu mundo, suas
cidades, seus campos. E veio a ser esse um momento em sua vida, que ele jamais
esqueceu.
Voltando feliz e calmo de
sua viagem, eis que recebe um aviso: os barões (os inimigos do reino) haviam
enviado uma tropa para o atacar e fazê-lo prisioneiro, não sem antes
massacrar os seus defensores.
Sua guarda decide então escondê-lo em
lugar seguro, isso o mais rápido possível: foi escolhido Monthléry. E de lá
partiu, sem demora, um mensageiro a Paris, em busca de socorro, pois corria
perigo a vida do rei.
Aos guardas pessoais
e soldados uniram-se, ao longo do caminho, camponeses, artesãos, lavradores e
todos quantos souberam do que se passava, gritando com todas as forças:
"Deus guarde e salve o nosso rei!" Luís foi salvo, retornando a
Paris, transbordante de alegria e gratidão. Jamais se esqueceu ele dessa
cena, e anos depois, sob as palmeiras de Jaffa, ele contava a seu amigo
Joinville, que, desde Monthléry até Paris, o caminho estava coberto de pessoas
ama-das, todas pedindo ao bom Deus, que lhe concedesse uma boa e longa vida e
o salvasse dos inimigos. E, sempre se emocionava até as lágrimas, ao
relembrar aquele cenário tão caro a seu coração! Esquecera a traição e a
inimizade dos seus inimigos, mas se recordava deles com caridade!
Luís ia se tornando cada
dia mais sábio e piedoso. O que fazia era perfeito, e sob a direção de sua mãe, iniciava-se no governo da França.
— "O rei", dizia Branca de Castella,
"nasceu para servir seu povo, sem querer um momento para si. Ele tudo
deve observar; deve conhecer os méritos e as aptidões de cada um, e saber
aproveitá-los. É ele o responsável por tudo que se faz sob a sua
autoridade".
Luís enumerava seus deveres. Cumpria-os,
sempre fazendo entender, que o primordial dentre todos os deveres, era
amar e servir a Deus.
Sua piedade crescia, mais e mais. Dedicava-se
à leitura das Escrituras, ao belo cerimonial da Igreja e, em especial, à seus
cânticos.
Quão poucos católicos, nos dias de
hoje, sabem, que o admirável aleluia de Pentecostes, o "Veni, sancte
spiritus" e o "Benedicamus Domi-no" das Vésperas, foram escritos
pelo santo rei Roberto "Lê
Pieux ", avô de Luís IX? E como seu coração se enchia de alegria e admiração ao ouvir esses
cânticos...!
Quando contava vinte anos de idade, a
Rainha, sua mãe, encaminhou seu casamento com uma princesa de Provença, de
nome Margarida, jovem viva, morena, e alegre.
Foi uma bela união. A jovem e cândida
Rainha, mesmo nos momentos difíceis e até desesperadores, mostrava-se cheia de coragem e
devotamento ao esposo. Às vezes, em assuntos políticos,
ela era um tanto perturbadora, talvez ingênua, todavia a sua boa vontade em
colaborar com o Rei, e a sua dedicação ao lar,
faziam dela a melhor das esposas e a amiga de seu povo.
Finalmente, aos vinte e um
anos de idade, embora sempre se aconselhando ainda com sua mãe, ele próprio
começou a reinar.
Continua no informativo – Ano IV - ABRIL DE 2014 -
Nº 11
.X.X.X.X.X.X.X.X.X.
SANTOS FRANCISCANOS
MES DE MARÇO
1 — S. Francisco Fahelante, 3ª ordem, mártir do japão
2 — S. Inês de Praga, 2ª Ordem.
3 — B. Inocêncio de Berzo, 1ª Ordem
4 — B. Cristóvão de Milão, 1ª Ordem
5 — S. João José da Cruz, 1ª Ordem
6 — SS. Cosme e Máximo Takeya, 3ª Ordem - Mártires do Japão.
7 — S. Pedro Sukejiro, 3ª Ordem, mártir
do Japão
8 — S. MiguelKosaki, 3ª Ordem, mártir do
Japão
9 — S. Luís Ibaraki, 3ª Ordem, mártir do
Japão
10 — B. Tomás
Sen, 3ª Ordem, mártir da China
11 — B. João Baptista de Fabriano, 1ª Ordem
12 — B. Simão
Tchen, 3ª Ordem, mártir da China
13 — B. Agnelo de Pisa, 1ª Ordem
14 — B. Pedro
U-Ngan-Pan, 3ª Ordem, mártir da
China
15 — B. Matias Fan-TE,
3ª Ordem, mártir da China
16 — B. Pedro Tciang, 3ª Ordem, mártir da
China
17 — B. Francisco
Tciang,
18 — S. Salvador da Horta, 1ª Ordem
19 — S. José – Esposo da Virgem Maria – Solenidade
20 — B. Hipólito Galantini, 3ª Ordem
21 — B. João de Parma, 1ª Ordem
22 — S. Benvenuto de Osimo, 1ª Ordem
23 — B. Marcos
de Montegallo, 1ª Ordem
24 — B. Diogo José de Cadiz, 1ª Ordem
25 — S. Tiago
Jen, 3ª Ordem, mártir da China
26 — B. Pedro
Wang, 3ª Ordem, mártir da China
27 — B. Tiago
Tchao, 3ª Ordem, mártir da China
28 — B. Joana
Maria Maillé, 3ª Ordem
29 — B. João
Tciang, 3ª Ordem, mártir da China
30 — S. Pedro Regalado, 3ª Ordem
31 —B.Patrício Tong, III O., mártir da
China
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