INFORMATIVO
Ano III - JANEIRO DE 2012 - Nº 09
CONHECENDO A NOSSA IGREJA
LEGENDA DOS TRÊS COMPANHEIROS
CAPÍTULO XVII - (continuação)
69. O próprio Deus, querendo mostrar ao mundo inteiro o fervor desse amor e a perene memória da paixão de Cristo que Francisco trazia em seu coração, honrou-o magnificamente, quando ainda em vida, com a admirável prerrogativa de um singular privilégio.
Ardia ele em seráfico amor a Deus e àquele que por extremos de caridade quis ser crucificado. E já próxima a festa da Exaltação da Santa Cruz, dois anos antes de sua morte, transformou-se misticamente ao orar certa manhã no monte chamado Alverne, e lhe apareceu um Serafim com seis asas, entre as quais se via a forma de um belíssimo homem crucificado, com as mãos e os pés estendidos em forma de cruz, representando com toda evidência a imagem de nosso Senhor Jesus Cristo. Duas asas cobriam-lhe a cabeça, outras duas todo o corpo até os pés, e outras duas se estendiam para voar.
Desapareceu a visão, mas na alma de Francisco permanecia acesa extraordinária chama de amor, enquanto na carne ainda mais admiravelmente se viam impressos os estigmas do Senhor Jesus Cristo. O homem de Deus procurou ocultar esse fato até à morte, não querendo tornar público o segredo do Senhor. Mas não conseguiu escondê-lo plenamente. Alguns companheiros mais ínti-mos vieram a saber.
70. Mas depois de seu felicíssimo trânsito, todos os irmãos presentes e muitíssimos leigos viram perfeitamente seu corpo ornado com os estigmas de Cristo. De fato em suas mãos e pés aparecia não a marca de perfuração dos pregos, mas os próprios pregos, formados e nascidos de sua car-ne, e da cor escura do ferro. O lado direito, como que traspassado pela lança, mostrava uma cicatriz vermelha de verdadeira e evidente chaga, donde muitas vezes em vida vertia sangue sagrado.
A verdade inegável desses estigmas manifestou-a Deus claramente não só na vida e na morte, pelo que deles se podia ver e palpar, mas também de-pois de sua morte pelos muitos milagres em vá-rias partes do mundo. Por causa desses milagres, muitos que não haviam julgado retamente acerca do homem de Deus, pondo em dúvida seus estig-mas, chegaram a tanta certeza, que, se antes haviam sido seus detratores, pela bondade atuante de Deus e compelidos pela verdade, tornaram-se dele fidelíssimos devotos e defensores.
CAPÍTULO XVIII
De sua canonização
Esta cerimônia aconteceu na cidade de Assis, na presença de muitos prelados, de grande multidão de príncipes, barões e pessoas vindas das diversas partes do mundo, que o senhor papa fizera convocar para a solenidade, no ano do Senhor de 1228, segundo de seu pontificado.
72. O próprio Sumo Pontífice honrou o santo a quem havia sumamente amado em vida, não só canonizando-o, mas também com doações e ornamentos preciosíssimos à igreja construída em sua honra, em cujos alicerces o próprio senhor papa lançou a primeira pedra. Dois anos após a canonização, o sacrossanto corpo foi trasladado, com grande honra, do lugar onde antes havia sido sepultado para esta igreja.
O papa enviou uma cruz de ouro, ornada com pedras preciosas, contendo um fragmento do lenho da cruz do Senhor, como também ornamentos, vasos e muitos objetos do ministério ou serviço do altar, muitas alfaias solenes e preciosas.
Isentou igualmente esta igreja de qualquer jurisdição inferior, constituindo-a, por sua autoridade apostólica, como cabeça e mãe de toda a Ordem dos Frades Menores, como aparece evidente no privilégio público confirmado em bula que todos os cardeais, de comum acordo, subscreveram.
73. Pouco seria honrar o santo de Deus apenas com objetos inanimados. Por isso o Senhor realizou inúmeras conversões e curas através do santo que, embora morto em seu corpo, vivia em espírito na glória. Tanto foi assim que pelos méritos de S. Francisco muitas pessoas indiferentes e de ambos os sexos, grandes e nobres com seus filhos, tomaram o hábito da ordem após terem enviado aos mosteiros das Damas Pobres suas esposas e filhas.
Da mesma forma muitos homens sábios e letrados, leigos e clérigos prebendados, desprezando os atrativos da carne e a impiedade, e renunciando radicalmente aos desejos deste século, entraram na ordem dos menores, conformando-se em tudo, segundo a medida da graça de Deus, à pobreza e aos vestígios de Cristo e de seu servo, o bem-aventurado Francisco.
A respeito de Francisco, que com toda certeza vive para sempre na vida da glória, se pode, portanto, com toda a razão afirmar o que se escreveu de Sansão: morrendo, matou muito mais do que matara enquanto vivia. A essa glória nos conduza, pelos méritos de nosso santíssimo Pai Francisco, aquele que vive e reina nos séculos dos séculos.
AMÉM.
Continua no informativo – Ano III - FEVEREIRO DE 2012 - Nº 10
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SANTOS FRANCISCANOS
MES DE JANEIRO
2 — S. Martinho da Ascensão, 1ª Ordem, mártir
do Japão..
4 — B. Angela de Folinho, 3ª Ordem.
5 — B. Rogério de Todi, 1ª Ordem.
6 — S. Carlos de Sezze, 1ª Ordem.
7 — B. Mateus de Agrigento, 1ª Ordem.
8 — S. Francisco Blanco, 1ª Ordem, mártir no Japão.
9 — S. Filipe de Jesus, 1ª Ordem,mártir no Japão
10 — B. Egídio de Laurenzana, 1ª Ordem.
11 —B. Tomás de Cori, 1ª Ordem.
12 — B. Bernardo de Corleone, 1ª Ordem.
13 — S. Francisco de S. Miguel, 1ª Ordem,
mártir no Japão.
14 — B. Odorico de Pordenone, 1ª Ordem.
15 — S. Berardo, 1ª Ordem, mártir em Marrocos
16 — S. Pedro, 1ª Ordem, mártir em Marrocos
17 — S. Acúrsio, 1ª Ordem, mártir em Marrocos
18 — S. Otão, 1ª Ordem, mártir em Marrocos
19 — S. Eustóquia de Messina, 2ª Ordem.
20 — S. Adjuto, 1ª Ordem, mártir em Marrocos
21 — B. João Baptista Triquerie, 1ª Ordem,
Mártir.
22 — S. Vicente Pallotti, 3ª Ordem.
23 — S. Gonçalo Garcia, 1ª Ordem, mártir no
Japão.
24 — B. Paula Cambara Costa, 3ª Ordem.
25 — S. Paulo Ibarki, 3ª Ordem, mártir do
Japão.
26 — S.Gabriel de Duisco, 3ª Ordem, mártir no
Japão.
27 — S. Angela Merici, 3ª Ordem. Fundadora
das Ursulinas.
28 — S. João Kisaka, 3ª Ordem, mártir do
Japão.
29 — B. Luísa Albertoni, 3ª Ordem.
30 — S. Jacinta Marescotti, 3ª Ordem Regular.
31 — S.João Bosco, III O., Fundador dos Salesi-
anos e das Filhas de Maria Auxiliadora
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