quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

FOLDER DISTRIBUIDO NA MISSA DAS 16:15 HS DO DIA 04/02/2012 NA IGREJA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

INFORMATIVO

Ano III  -  FEVEREIRO DE 2012 -    10

ESPIRITUALIDADE  FRANCISCANA

O BEM-AVENTURADO LUQUÉSIO

I. Um homem de negócios que não perdeu sua meta.

Em princípios do século XIII, vivia em Caggiani, cidade de Toscana, um homem honrado, que se chamava Luquésio.
Casado ainda jovem, cheio de saúde, de projetos e de ilusões, ativo, inteligente, de espírito empreendedor, ele via abrirem-se diante de si os horizontes da vida e esta­va decidido a começar aí o seu caminho.
Seus bons pais lhe haviam ensinado a ir à missa nos domingos, a nunca men­tir nem roubar e a se portar irrepreen­sivelmente: era essa, pouco mais ou menos toda a sua bagagem religiosa e mo­ral. Também não tinham sido os sonhos de ascetismo que haviam alimentado a sua jovem imaginação. Essas coisas lhe eram tão desconhecidas como a álgebra. Mas vi­ver, lutar para viver e por melhor viver, como havia visto fazer seus pais, como via todo mundo fazer, oh! isto ele compreendia... Como acontece à maior parte dos homens, havia formado o seu ideal no que presenciara.
Tornar-se rico e, um dia, quem sabe? ser chefe em sua aldeia; estes dois esplendo­res representavam aos seus olhos o ápice da vida feliz. Duas ambições que se re­solviam nesta outra: privar com os nobres. Com efeito, "ele tinha boa aparência, porte atraente, elegante e desembaraçado no fa­lar e em todas as suas maneiras, vanta­gens que ele desejara fazer valer nas re­lações com pessoas nobres e distintas" (1).
Sua esposa Bonadona, que era verdadei­ramente uma boa mulherzinha, partilha­va dos mesmos sonhos e esperanças.
 Ah, dizia ela ao marido, quando nós formos ricos... teremos uma bela e gran­de casa...  um castelo!... E tu compra­rás somente vestidos de seda para mim e um colar de pérolas, como aquele de dona Mona; não é?
E seus olhos fixavam-se esbugalhados, cheios de sorrisos cobiçosos, sobre o faus­to ambicionado.
Luquésio fazia mais que sonhar. Havia refletido bem, calculado, estudado todas as probabilidades e se pôs à obra com en­tusiasmo. Meteu-se ao mesmo tempo nos negócios e na política, e eis o bom do Luquésio empenhado pela fortuna e pela glória.
As pequenas repúblicas italianas viviam, então, uma vida febricitante e turbulenta, cujas paixões invadiam até as menores al­deias. Todo mundo fazia política. Era o tempo das Comunas: povo e burgueses, li­bertos de ontem, mantinham as liberda­des adquiridas e agitavam-se para con­quistar novos direitos. Os nobres resistiam com um orgulho áspero, a fim de salva­guardarem seus privilégios comprometidos: daí um estado violento, agitado à menor eventualidade por colisões sangrentas.
Esta situação se agravava por uma ques­tão de política exterior: a luta entre o im­perador e o Papa. Frederico II manobra­va para anexar a Itália; apoiava-se sobre os nobres, que viam no seu triunfo a oca­sião de restaurar o antigo regime: era o partido gibelino.
O povo, por reação, havia se colocado sob o estandarte  dos papas,  que se tornavam  desse modo os campeões da nova ordem e da liberdade; era o partido guelfo.Guelfos e gibelinos, povo e nobreza, burgue­ses e aristocratas, defrontavam-se numa luta sem tréguas. Por toda parte as duas facções conservavam milícias armadas.
Nessa desordem, cada um escolhia o par­tido. E, como é costume nas coisas políticas, não é sempre por motivos desinteres­sados que se abraça uma das causas; as conveniências pessoais, as pequenas dispu­tas de família, os ódios das classes, as vantagens imediatas, pesavam muito mais na balança do que as considerações de or­dem social ou religiosa.
Uma multidão de cristãos convictos, por motivos diversos, punha-se sem vacilar em oposição à Santa Sé. Fascinados pela liber­dade conquistada e extraviados pelas com­plicações da política, os fiéis tinham-se desacostumado a obedecer.
Assim fez Luquésio. A ambição o exci­tava; queria subir ràpidamente na escala social; desejava ardentemente igualar-se aos nobres, ser admitido no seu círculo: para isso era preciso pôr-se ao lado deles. Depois os gibelinos eram o partido distinto da época e a vaidade de Luquésio incli­nava-o para ele: envolveu-se na política gibelina, enquanto se ocupava de seu co­mércio.
Foi bem sucedido ao princípio. Bonito rapaz, com facilidade de expressão, não tardou a tornar-se chefe de facção e ca­pitão da juventude armada do lugar. Já antegozava da vitória.
Não conhecia os homens; devia perce­ber em breve que a vida é mais compli­cada do que supunha. Um concorrente explorou suas tendências gibelinas muito enraizadas, e como a massa era guelfa, desviou da lojinha de Luquésio a melhor parte da clientela. Os negócios começaram a perigar. Luquésio ficou  logo em má posição.  Por repercussão, sua influência polí­tica se ressentiu também. Era uma  mes­quinha  estréia para o pobre ambicioso. Co­mo, enfim, em negócios todos os meios são bons, seu rival fez correr por sua con­ta histórias deprimentes: a situação de Luquésio tornava-se insustentável em Caggiani. Ele aprendia à sua custa que é pe­rigoso envolver a política nos negócios.
____________
      (1)   "Lê   palmier   séraphique",   de   Paul   Guérin.   T. IV,   p.   259.

Continua no informativo – Ano III -            MARÇO DE 2012  -    11

SANTOS FRANCISCANOS


MES DE FEVEREIRO

1 — B. André dei  Conti,  1ª Ordem.
2 B. Verdiana de Castelfiorentino,  3ª Ordem
3 — S. Joana de Valois, 3ª Ordem Regular, 
        Fundadora das Irmãs da SS. Anunciada.
4 — S. José de Leonessa, 1ª Ordem.
5 — S. Tomás de Ize, 3ª Ordem, mártir do
        Japão.
6 — S. Pedro Baptista Blasquez, 1ª Ordem,
        mártir do Japão.
7 — S. Coleta de Corbia, 2ª Ordem.
8 — B. João de Triora, 1ª Ordem,  mártir.
9 — B. Antônio de Stroncone, 1ª Ordem.
10 —B. Egídio Maria de S. José, 1ª Ordem.
11— B. Clara de Rimini,  2ª Ordem.
12 —B. Rizzerio   de   Muccia,  1ª Ordem.
13 — S.Francisco de Meaco, 3ª Ordem,   
          mártir
         do Japão.
14 — S.Tomás de Nagasaki, 3ª Ordem,
          mártir do Japão.
15 — Trasladação do Corpo de S.Antônio de
          Lisboa
16 — B. Filipa Mareri, 2ª Ordem.
17 — B. Lucas Belludi,  1ª Ordem.
18 — S. Joaquim Sakakibara, 3ª Ordem,
          mártir do Japão.
19 — S. Conrado de Placenza, 3ª Ordem.
20 — B. Pedro de Treia,  1ª Ordem.
21 — S. Leão   Karasuma, 3ª Ordem, mártir  
          do Japão.
22 — S. Boaventura de Meaco, 3ª Ordem,
          mártir do Japão.
23 — B. Isabel de França, 2ª Ordem.
24 — S. Matias de Meaco, 3ª Ordem, mártir
          do Japão.
25 — B. Sebastião de Aparício, 1ª Ordem.
26 — S. Antônio de Nagasaki, 3ª Ordem,
          mártir do Japão.
27 — S. Paulo Suzuki, 3ª Ordem, mártir do
          Japão
28 — B. Antonia de Florença, 2ª Ordem.

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