domingo, 11 de março de 2012

FOLDER DISTRIBUÍDO NA MISSA DAS 16:15HS. DO DIA 03 DE MARÇO DE 2012

INFORMATIVO

Ano III  -  MARÇO DE 2012 -  Nº  11

ESPIRITUALIDADE  FRANCISCANA

O BEM-AVENTURADO LUQUÉSIO

I. Um homem de negócios que não perdeu sua     meta.

(Continuação)

Ah! não é um simples fracasso que pos­sa  dar conta de uma ambição jovem e ar­dente. Luquésio tomou sua resolução de­cididamente. A cidadezinha próxima de Poggi-Bonzi estava inteiramente ganha ao partido gibelino, ou ao menos os guelfos, vencidos aí, eram reduzidos ao silên­cio: não havia razão para temer inciden­tes políticos, quanto mais que na cidade havia outros  meios que não se encontra­vam em Caggiani. Luquésio mudou de al­deia e instalou-se em Poggi-Bonzi. Aí com uma tenacidade juvenil iniciou os negócios de corpo e alma. Começou com um negócio de salgados, juntamente com um balcão de câmbio. Foi uma ideia genial: um fazia progredir o outro; com um pouco de habilidade havia meios de conse­guir, nessa combinação, belos lucros. Não precisava, bem entendido, apurar muito a honestidade, mas, como bom negociante, Luquésio tomava livremente sua resolu­ção e praticava às mil maravilhas esta "moral comercial" toda particular aos aproveitadores de negó-cios que, naquela época, era, a meu ver, passàvelmente elás­tica.
A casa prosperava, pois ele tinha jeito para os negócios: era ele quem vendia o melhor toucinho, e a sua carne de porco salgada de fresco era afamada; suas ma­neiras amáveis atraíam os clientes e os ducados enchiam-lhe a gaveta do balcão.
Não se envolvia mais em política, mas vendia aos ricos e lisonjeava os nobres. Depois lhes emprestava dinheiro e os aju­dava na administração de seus bens: ti­nham necessidade dele — de sorte que co­meçava a ter na "alta sociedade" de Poggi-Bonzi relações invejáveis. Desta vez ia de vento em popa!
Bonadona se sentia orgulhosa do mari­do, feliz de vê-lo manejar tão habilmen­te seu barco e fazer entrar dinheiro no cofre. Em linhas gerais, era um bom ra­paz, generoso, de excelente caráter e a amava muito, satisfazia-lhe todos os ca­prichos, e dava-lhe lindas "toilettes" com as quais ela podia pavonear-se e brilhar na missa solene dos domingos.
Ambos, naturalmente, eram bons cris­tãos. Jamais faltaram a seus deveres, fa­ziam suas orações, comungavam uma vez por ano, assistiam à missa uma vez por semana e até mesmo acompanhavam as procissões: desobrigavam-se destes deveres como pagavam o foro, o dízimo e o fogal, e isto feito, se consideravam quites para com Deus. Eram cristãos como os de seu tempo — aliás como a maior parte dos de hoje: a religião limitava-se às formalida­des, jamais atingia os corações, nem tão pouco a vida. E a razão princi-pal deste mal era a mesma de hoje: os negócios.
As Comunas, os ofícios, o comércio ha­viam prodigiosamente transformado as condições da vida. As cidades pululavam de atividade: todo mundo vendia, especulava, enriquecia. O dinheiro outrora acu­mulado pelos nobres se deslocava,vindo encher os cofres dos burgueses. Todos es­ses novos ricos, naturalmente, pretendiam gozar dos bens adquiridos por um trabalho honesto: o luxo e o conforto se introdu­ziram por toda parte; com eles, o prazer e, daí, a libertinagem. A plebe olhava com inveja estes felizardos da ocasião e pro­curava também prejudicá-los. Periòdica­mente uma escassez reinava em alguma região: esta prova passageira só fazia exci­tar a cobiça e exasperar os ódios das classes. Nesta febre de ambição e de gozos, as almas haviam se desviado das coisas espirituais: absorvidas pelos cuidados temporais, não tinham mais tempo para se in­teressar pela religião. Haviam-se embru­tecido, materializado, rebaixado. Conti­nuavam a assistir aos ofícios pelo hábito adquirido, porque era costume, mas em meio das preocupações o Mâmon tinha su­plantado Deus; os corações haviam pas­sado da Igreja as lojas. Luquésio e sua es­posa eram bem da atualidade: ressentiam-se exatamente do mal da época. Sim, eles "cumpriam os seus deveres", mas à noi­te, nas suas conversas íntimas, não era das Beatitudes que falavam nem do Rei­no do Céus, mas do dinheiro,  das vanta­gens, das combinações e dos empreendi­mentos novos para aumentar sua fortu­na em início. O que precisavam encontrar agora era algum negócio importante que permitisse abordar as altas especulações. Luquésio empreendeu o comércio de trigo e aguardava a oportunidade. Esta se apre­sentou: com seu tino para negócio soube percebê-la e explorá-la vantajosamente.
Prevendo uma carestia de víveres, tra­tou de bem prover seus celeiros. Como agente de câmbio, era conselheiro de vários negociantes fortes que nele deposita­vam toda confiança e dos quais fazia o que queria.
Convenceu-os de importantes entradas no porto que iam reduzir o preço do tri­go, e persuadiu-os a lhe venderem o stock por baixo preço. Este monopólio acelerou a carestia.
Assim tornou-se Luquésio senhor da si­tuação. Foi uma bela vitória. Todos o pro­curavam.  Elevou o preço de seu trigo, rea­lizando lucros estupendos. Sua casa, aon­de o ouro afluía, tornou-se o centro da vida da cidade: era a fortuna!
Entregue à luta e obcecado por semelhan­te sucesso, ele não tinha mais tempo de pensar nas misérias que a sua brilhante situação semeava em torno de si. Um dia, na verdade, um pobre camponês a quem suas manobras haviam arruinado, saiu da casa dele maldizendo-o e chamando-lhe de assassino: isto lhe tocou o coração e nessa noite não conseguiu dormir cedo. Logo, porém, recalcou esta sensibilidade, pois os negócios nada têm que ver com o sentimento. Precisava "progredir", e aque­le que deseja o fim aceita os meios. Além disso, ele tinha dois filhos cujo futuro de­via garantir: era dever de consciên-cia.

Continua no informativo – Ano III -            MAIO DE 2012  -  Nº  12

.X.X.X.X.X.X.X.


SANTOS FRANCISCANOS

MES DE MARÇO

1 — S. Francisco Fahelante, 3ª ordem, mártir do Japão 
2 — S. Inês de Praga, 2ª Ordem.
3 — B. Inocêncio de Berzo, 1ª Ordem
4 — B. Cristóvão de Milão,  1ª Ordem
5 — S. João José da Cruz, 1ª Ordem
6 — SS. Cosme e Máximo Takeya, 3ª Ordem - 
        Mártires do Japão.
7 — S. Pedro Sukejiro, 3ª Ordem, mártir do Japão
8 — S. MiguelKosaki, 3ª Ordem, mártir do Japão
9 — S. Luís Ibaraki, 3ª Ordem, mártir do Japão
10 — B. Tomás Sen, 3ª Ordem, mártir da China
11 — B. João Baptista de Fabriano, 1ª Ordem 
12 — B. Simão Tchen, 3ª Ordem, mártir da China
13 — B. Agnelo de Pisa, 1ª Ordem
14 — B. Pedro U-Ngan-Pan, 3ª Ordem, mártir da China 
15 — B. Matias Fan-TE, 3ª Ordem, mártir da China
16 — B. Pedro Tciang, 3ª Ordem, mártir da China      
17 — B. Francisco Tciang,
18 — S. Salvador da Horta, 1ª Ordem
19 — S. José – Esposo da Virgem Maria – Solenidade
20 — B. Hipólito Galantini, 3ª Ordem
21 — B. João de Parma, 1ª Ordem
22 — S. Benvenuto de Osimo, 1ª Ordem
23 — B. Marcos   de   Montegallo, 1ª Ordem
24 — B. Diogo José de Cadiz, 1ª Ordem
25 — S. Tiago Jen, 3ª Ordem, mártir da China   
26 — B. Pedro Wang, 3ª Ordem, mártir da China  
27 — B. Tiago Tchao, 3ª Ordem, mártir da China
28 — B. Joana Maria Maillé, 3ª Ordem     
29 — B. João Tciang, 3ª Ordem, mártir da China
 30 — S. Pedro Regalado, 3ª Ordem
31  —B.Patrício Tong, III O., mártir da China 

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