INFORMATIVO
Ano VI SETEMBRO DE 2014 - Nº 04
ESPIRITUALIDADE FRANCISCANA
SANTA ROSA DE VITERBO
Padroeira da Juventude
Franciscana – JUF
CAPÍTULO III
NOVA ESTRELA NO FIRMAMENTO (continuação)
No ano de 1225, porém, os adivinhos se
esqueceram de lhe comunicar a aparição de uma nova estrela. Num dia de primavera, na cidade de
Viterbo, nascia de pais já entrados em anos, numa pobre choupana pró- xima ao Mosteiro de Santa Maria, uma menina.
Foi-lhe imposto o nome de Rosa. Seus
progenitores, João e Catarina, conhecidos apenas pelo nome, como era uso na Idade Média, desempenhavam o ofício de porteiros do Mosteiro. Abriam as portas, varriam o pátio e levavam encomendas à cidade. As religiosas,
que eram das Pobres Damas, estavam ligadas a São
Damião, mas em parte seguiam a regra beneditina, pois a de Santa Clara não
estava ainda concluída. Desde seus verdes anos, ouviu Rosa cantar os louvores
divinos e viu a Imagem de Cristo nos muros de um convento. Seus pais, cristãos
que eram, não necessitavam que outros ensinassem aos filhos os nomes de Jesus
e de Maria. E segundo os cronistas, Rosa os balbuciava frequentemente, com
grande fervor.
Como sucede com certas
pessoas que têm uma trajetória rápida no mundo, Rosa revelou uma inteligência
precoce. Dava mostras de compreender as inquietações
dos adultos, as conversas veladas e aquele pronome misterioso "ele",
que designava um homem a tal ponto temido, que ninguém o ousava declinar.
– Conta-se que mandou encerrar o filho Henrique
numa fortaleza e que sua crueldade levou o infeliz ao suicídio. Fala-se do seu
terceiro casamento com uma princesa da Inglaterra, que trouxe um dote de 300
mil libras esterlinas. O ouro, a prata, as jóias e pedrarias constituem a sua paixão.
Quem nos livrará deste tirano?
E Catarina, conduzindo Rosa pela mão, remoía a mesma súplica:
— Senhor, quando vireis enfim em
nosso auxilio?
Os habitantes de Viterbo tinham
assistido à entrada de Frederico II em sua cidade, num dia de 1234. Pequeno, franzino, calvo, com uns
olhos de águia, iluminando um semblante ardoroso e severo.
— Guardavam ainda bem vivos
numerosos detalhes da grandiosa assembléia de Mayence e da admiração que causou
aos alemães o jardim zoológico, onde se viam panteras, leões, dromedários,
hienas, íbis cor de rosa e falcões brancos.
Algumas cidades da Itália, entre
elas Vivença, guardavam uma lembrança sangrenta da passagem das hordas de Frederico, que não pouparam nem mulheres e nem crianças. Milão ainda não
esquecera a terrível batalha, numa tarde tempestuosa, quando Frederico, com
seu elefante branco, trazendo sobre o dorso uma torre embandeirada, calcava
mortos e feridos.
Era de uma crueldade tão
requintada, que seus prisioneiros proferiam o suplício do fogo à morte lenta
nos calabouços, onde eram lançados, indistintamente, após atrozes suplícios,
com os olhos vazados e os membros mutilados.
E o adversário deste tirano, aquele que o havia de
derrotar um dia, ensaiava seus primeiros passos à sombra de uma capela
conventual, balbuciando os nomes de Jesus e de Maria.
CAPÍTULO IV
O
PRIMEIRO PRODÍGIO
"A menina disse à mãe: não chores,
tem fé e
confiança"
(Of. de S. Rosa, Responsório II).
Se Rosa tivesse escrito a
história de sua alma, teria, sem dúvida, escrito também: "Desde a idade
de 3 anos, nada neguei ao bom Deus".
E o bom Deus também nada lhe
recusou.
Num dia do ano de 1238, sua mãe
Catarina, debulhada em lágrimas, conduziu-a, junto à tia que acabava de expirar. Ao penetrar no quarto, envolto na penumbra, a criança se dirigiu docemente
ao cadáver, murmurando algumas palavras de admiração. Ajoelhou-se como
aprendera fazê-lo quando se implora o socorro divino. Compreendeu que a causa
das lágrimas da mãe era aquele sono glacial e trágico. Por isso, rezou para que
a morta tornasse à vida. Sem dúvida, algumas horas antes, Catarina havia dito o
que todos os vivos dizem em presença dos mortos: "Isto é impossível".
E agora, presa de admiração, repete a mesma exclamação.
Os olhos cerrados se entreabrem, a fronte petrificada se reanima, sobre os lábios descorados se
desenha um sorriso.
Com a celeridade do raio a nova
corta a cidade.
— A pequena Rosa, filha do João e da Catarina,
ressuscitou a um morto.
— Vamos até lá!
—Vinde ver!
E a multidão invadiu a choupana.
Dez vezes... vinte vezes, Catarina se vê obrigada a repetir o relato. Conta a
doença da irmã e a sua morte. A tia de Rosa também se vê constrangida a
responder a todas as perguntas. Ela confessa não sentir mais nenhum incômodo e
estar completamente livre da febre.
—
Mas como conseguiu isso essa pequena inocente, essa pobre ignorante?
—
Ajoelhou-se e rezou.
—
Mas que oração fez ela? Precisamos ouvi-la e aprendê-la.
Rosa não sabia o que desejavam todos
aqueles curiosos. Escapuliu-se e foi ocultar-se num recanto obscuro, onde, em
segredo, falava com Deus.
Foi este o milagre realizado num ano
cheio de retumbantes acontecimentos e de importantes fatos espirituais, que
preparavam silenciosamente.
João de Fidanza contava, então, 17
anos, Tomás de Aquino, 11 e Santa Clara escrevia os estatutos da "santa
Humildade e da sublime Pobreza".
Frei Leão vivia, trazendo
continuamente sobre o coração, o autógrafo de São Francisco.
Continua no informativo – Ano V - OUTUBRO DE 2014 -
Nº 05
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SANTOS FRANCISCANOS
MES DE SETEMBRO
1 — B. João
Francisco Burté, 1ª Ordem, mártir
2 —
B. Severino Jorge Girault,3ª Ordem, Mártir
3 — B. Apolinário de Posat, 1ª Ordem, mártir.
4 — S. Rosa de Viterbo, 3ª Ordem.
5 — B. Gentil
de Matelica, 1ª Ordem, mártir.
6 — B. Liberato de Loro
Piceno, 1ª Ordem.
7 — B. Peregrino de Falerone, 1ª Ordem.
8 — B. Serafina Sforza, 2ª Ordem.
9 — B. Jerônimo Torres,1ª Ordem, mártir no Japão
10 — B. Apolinário
Franco, 1ª Ordem, mártir no Japão.
11 — B. Boaventura de
Barcelona, 1ª Ordem.
12 — B. Francisco de Calderola, 1ª Ordem.
13 — B. Gabriel da Madalena, 1 ª Ordem, mártir no Japão.
14 — B. Ludovico
Sasanda, 1ª Ordem, mártir no Japão.
15 — B. Antonio de S. Boaventura, 1ª Ordem, mártir no
Japão.
16 — B. Antonio de S.Francisco, 1ª Ordem, mártir no
Japão.
17 — ESTIGMAS DE S. FRANCISCO DE ASSIS
(1224)
18 — S. José de Cupertino, 1ª Ordem.
19 — B. Francisco de Santa Maria, 1ª Ordem, mártir do
Japão.
20 — S. Francisco Maria de Camporosso,1ª Ordem
21 — B. Delfina de
Glandeves, 3ª Ordem.
22 — B. Inácio de Santhiá, 1ª Ordem.
23 — BB. Francisco Hubyoe, Caio liyemon, Tomás
linemon, Leão Satzuma e Luís Matzuo,
3ª Ordem, mártires no Japão.
24 — S. Pacífico de S. Severino, 1ª Ordem.
25 — B. Lúcia
de Caltagirone, 3ª Ordem.
26 — S. Elzeário de Sabran, 3ª Ordem.
27 — B. Luís Guanela, 3ª Ordem.
28 — B. Bernardino de Feltro, 1ª Ordem.
29 — B. João Dukla, 1ª Ordem.
30 — B. Félix Meda de Milão, 2ª Ordem
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