FRATERNIDADE
FRANCISCANA SECULAR DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS DE PETRÓPOLIS
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Igreja do Sagrado Coração de Jesus
INFORMATIVO
Ano VI MAIO DE 2015 - Nº 11
ESPIRITUALIDADE FRANCISCANA
SANTA ROSA DE VITERBO
Padroeira da Juventude
Franciscana – JUFRA
CAPÍTULO X
UM DIA DE FESTA (Continuação)
Ela, a
Doçura, amaria os
desgraçados e infelizes; ela, a Pureza, inclinar-se-ia sobre os pecadores. Mas
os pecadores não lhe veriam o semblante; somente aos puros seria dado
contemplá-lo. Porque a pureza não pode senão ter predileção pela brancura.
As
crianças de Viterbo invocam-na sob o título Santa Maria in Poggio, no seu
santuário de Nossa Senhora do Outeiro. E em todas as igrejas, na de São João
Batista, de São Francisco, de São Lourenço, de São Xisto, um artista havia se
esforçado por reproduzir sua beleza, mas foram tentativas infrutíferas e
incapazes de concretizar seu grande sonho. Em Viterbo, como nos demais lugares,
diante das imagens, os fiéis quedavam-se de olhos fechados para sonhar com
esta Luz.
23 de
Julho de 1247. Pesado silêncio reina no aposento, onde agoniza uma jovem. As
vizinhas penetram no quarto de Rosa, enferma há 15 meses, como o haviam
previsto seus pais. No momento, jaz inconsciente, respirando com dificuldade.
Sôbre ela poder-se-iam recitar as preces pelos moribundos. De súbito, abre os
olhos, ergue-se precipitadamente e cai de joelhos. Tôdas as mulheres lhe imitam
o gesto, pois ela pronunciou um nome:
—
A Rainha dos
Anjos...
A noite caía sobre a campina embalsamada. Os últimos
raios da tarde beijavam as colinas recamadas de zimbro, de tojo e almecegueira
de ramagem densa.
Neste momento, não
cantavam as cigarras nas árvores, nem o grilo no capim. De quando em vez, o
grito de um beberrão atravessava alguma janela aberta.
Os
homens continuavam a jogar dados, a banquetear-se, a contar as moedas de ouro
e de prata. As mulheres encerravam no escrínio uma nova jóia.
Dia de
dor para alguns, dia de festa para outros.
Na mais
pobre habitação de Viterbo, uma jovem ajoelhada, os grandes olhos abertos, jaz
imóvel, insensível, muda.
Quando a
filha saiu do êxtase, Catarina quis interrogá-la; mas ela estava deslumbrada,
incapaz de balbuciar. Mas não podia conservar totalmente o segrêdo, pois
recebera ordens. E era necessário transmiti-las.
Vestida
de branco, deslumbrante, ornada com ouro e pedrarias, em meio a um cortejo de
virgens sorridentes, assim se apresentara a Rainha do Céu:
— Eu sou a Rosa sem mancha.
Seiscentos
anos após, faria ela idêntica declaração a uma menina:
— Eu sou a Imaculada Conceição. Neste dia 23 de Junho ela prosseguiu:
— Eu sou a flor de eterno perfume, a haste onde
desabrochou o mais
formoso lírio.
A Virgem
empregava palavras que os poetas da época lhe referiam:
Alvo Lírio
da Trindade.
Rosa
cintilante que aformoseia o céu — exclamaria mais tarde Matilde de Hackeborn.
Acompanhada
das virgens celestes, viera a Soberana trazer saúde à criança enferma e
confiar-lhe sua missão:
— Põe trajes
festivos e visita as
igrejas de São João Batista e de
meu fiel servidor Francisco. Faze, com algumas mulheres piedosas, uma romaria
ao meu santuário de Santa Maria do Outeiro. Após a missa solene, trocarás as
vestes mundanas pelo hábito da Ordem III da Penitência e
cingir-te-ás com a corda do teu jumentinho.
Detalhe
encantador, em que
Nossa Senhora se mostra bem franciscana. O Poverello não
teria agido diversamente. E com sua voz maviosa, que Rosa desejaria ouvir
continuamente, prossegue:
— Celebrados
os esponsais
e entoado o
cântico do Espôso, voltarás à
tua cela à espera da voz de
Deus. Quando ela soar, irás pelas ruas da cidade pregar a penitência com zêlo
e ardor, sem esmorecimento.
E' sempre a mesma a
mensagem que a Virgem transmite às suas crianças: Penitência! Penitência! Penitência!
e exclamará em Lourdes, como um eco das palavras pronunciadas, dois anos
antes, em La Sallete. Mas no dia 23 de Junho
de 1247, acrescentava uma ordem que deveria parecer extraordinária a uma menina
de 12 anos:
— Confundirás a heresia e pelejarás contra os
inimigos da Igreja.
Rosa não
estremece, nem dá sinal de protesto; apenas tem um desejo: permanecer
eternamente, de joelhos, diante da Rainha.
— E se teu proceder despertar a mofa a atrair sôbre
ti insultos e perseguições, quer da parte dos teus pais, quer
de teus concidadãos
ou estrangeiros, suporta
tudo com resignação.
Estes sofrimentos serão para ti fonte
de merecimentos e de recompensa eterna. Os que te auxiliarem alcançarão a graça
de Deus e a alegria do céu, mas os que te contradisserem e combaterem tornar-se-ão réus de tremendos castigos.
E assim
dizendo, a Virgem desaparecia.
CAPÍTULO XI
A TERCIÁRIA
"A Ordem IIIª se destina
aos padres e aos leigos, às virgens e às viúvas e
às pessoas casadas. A missão dos irmãos e
irmãs desta Ordem é viver honestamente em
seu lar, dedicar-se às obras pias e fugir da vida mundana..." (Bernardo de Besse
— Analecta Franciscana, III,
686).
No dia seguinte, 24
de Junho, uma multidão se aglomerava à porta de João e Catarina. Já se divulgara
a notícia de que a agonizante fora miraculosamente curada e que uma cerimônia
magnífica se estava preparando.
À aparição de Rosa,
com vestes brancas e coroada de flores, um murmúrio de admiração ergueu-se da
turba.
Caminhava
com olhos baixos, sem se preocupar com as figuras da terra, uma vez que vira
as do céu, e alheia aos cochichos simplórios dos que a cercavam:
— Para
onde dirigirá seus passos? À igreja? A qual delas? À de Santa Maria ou de São
João? O que estará acontecendo? Quem lhe terá emprestado estes vestidos? Dona
Zita? E estes adornos? E esses sapatinhos brancos? Que maravilha!...
Após a
visita à igreja de São João, Rosa dirigiu-se à igreja dos Franciscanos, no
castelo do Santo Anjo, regressando finalmente à sua paróquia, Santa Maria in
Poggio.
Continua no informativo – Ano VI - JUNHO DE 2015 -
Nº 12
SANTOS FRANCISCANOS
MES DE MAIO
1 — B. Juliano de Istria,
1ª Ordem
2 — B. Vivaldo de S. Gimignano, 3ª Ordem.
3 — B. Petronila de Troyes, 2ª Ordem.
4 — B. Ladislau de Gielnow, 1ª Ordem.
5 — B. Benvenuto de Recanati, 1ª Ordem.
6 — B. Bartolomeu de Montepulciano, 1ª Ordem
7 — B. Maria de Santa Natália, 3ª Ordem
Regular,
mártir da China
9 — S. Catarina de Bolonha, 2ª Ordem.
10 — B. Félix de Nicósia, 1ª Ordem.
11 — S. Inácio de Laconi, 1ª Ordem.
12 — B. João de Cetina, 1ª Ordem, mártir
13 — B. Pedro de Duenas,
1ª Ordem, mártir
14 — B. Crispim de Viterbo, 1ª Ordem.
15 —
B. Humiliana Cerchi, 3ª Ordem.
16 — S. Margarida de
Cortona, 3ª Ordem.
17 — S. Pascoal de Bailão, 1ª Ordem.
18 — S. Félix de Cantalício, 1ª Ordem.
19 — S. Teófilo da Corte
20 — S. Bernardino de Sena, 1ª Ordem.
21 — S. Ivo de Bretanha, 3ª Ordem.
22 — B. João Forest, 1ª Ordem, mártir
23 — B. João de Prado, 1ª Ordem, mártir
24 — DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DE S. FRANCISCO
EM ASSIS
25 — B. Gerardo de
Vilamagna, 3ª Ordem.
26 — B. Estêvão de
Narbona, 1ª Ordem, mártir
27 — B. Raimundo de Carbona, 1ª Ordem, Mártir
28 — S. Maria Ana de Jesus Paredes, 3ª Ordem
29 — B. Herculano de Piegaro, 1ª Ordem.
30 — B. Camila Baptista Varano, 2ª Ordem.
31 — S. Fernando III,Rei de Castela, 3ª Ordem
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