INFORMATIVO
Ano IV - JULHO
DE 2012 - Nº 02
ESPIRITUALIDADE FRANCISCANA
O
BEM-AVENTURADO LUQUÉSIO
III. A luz nas trevas
(Continuação)
Uma multidão estacionava na praça,
quando Luquésio aí chegou. Ele viu um homem suspender a filhinha, dizendo-lhe:
"Ecco il santo! Eis o santo!" Ele o olha, insinua-se, aproxima-se: de
pé sobre um marco, um homenzinho desprezível, andrajoso, descalço, com uma
corda na cintura, olhava o povo com olhos profundamente negros, desprendendo
de seu semblante descarnado um sorriso angélico. Luquésio persuadiu-se de
estar vendo uma estátua viva da renúncia e do amor. Já estava conquistado.
Junto do marco estava
um outro frade. Começaram a cantar:
"Temei e honrai
a Deus, diziam eles, louvai e exaltai a Deus!
"Agradecei ao
Senhor e convertei-vos: porque é preciso que saibais que morrereis dentro em
pouco!
"Dai, e vos será
dado. Perdoai e sereis perdoados!
"Perseverai nas
boas obras: bem-aventurados os que morrem convertidos, porque irão para o
reino dos céus!"
"Irmãos, dizia
com sua voz melodiosa, a vida é curta e o juízo se aproxima: procurai, pois, o
reino de Deus e fazei penitência. Ah, irmãos, desprezai o mundo, não façais
caso do dinheiro: são eles que afastam de Deus, tornando-vos infelizes. Temei
de vos apegardes às coisas passageiras; porque neste mundo nada mais somos do
que romeiros e peregrinos. Dai aos pobres em vez de amontoar; gostai de ser
pobres por amor a Jesus Cristo e Ele vos restituirá a alegria: onde existe a
pobreza de espírito, não há desejos e nem sofrimentos; onde há compaixão e
caridade, não há bens supérfluos nem dureza de coração; onde estão o amor e a
sabedoria, não há nem temores nem ilusões. Andem de cabeça baixa os que pertencerem
ao demônio. Quanto a nós, devemos nos regozijar no Senhor!"
Meu Deus! como estas
palavras penetraram no coração de Luquésio! Parecia-lhe que Francisco falava
exclusivamente para ele, como se adivinhasse sua presença e sua angústia. Era
exatamente a água da qual ele tinha sede: palavras de verdade pura e simples.
Chorou e já quase de alegria. Sentia que ia se libertar.
Outros choravam
também e batiam no peito: o pobrezinho falava agora ao povo de São Geminiano
sobre a paz, a doçura, o perdão e a concórdia. Mostrava-lhe Cristo na cruz...
E sua voz tomou, então, tal expressão que quando ele acabou viram que os dois
inimigos mais encarniçados da cidade apertavam-se as mãos e abraçaram-se.
E Luquésio sentiu que Deus estava com Francisco. Sim, era mais do que um homem
que havia falado: jamais uma criatura teria operado estes milagres.
Tendo agradecido ao Senhor
e conversado com os que o abordaram, Francisco pediu um pedaço de pão pelo
amor de Deus, depois se retirou; e Luquésio o viu entrar no presbitério com seu
companheiro. Pediu para falar-lhe.
Deus! como lhe
parecia franzino o pobrezinho olhado assim de perto! E como era humilde e
simples! E com uma franqueza e cordialidade encantadoras, com os olhos
repletos de alegrias celestes: Luquésio julgou estar diante de um anjo. Sentiu
que faria tudo que este homem lhe dissesse.
Expôs-lhe sua vida,
seu pecado, a perturbação de sua alma. E Francisco, tendo-o ouvido,
disse-lhe: — Irmão, o Senhor te fez uma grande graça, abrindo-te os olhos, e a
ela deves fielmente corresponder. Restitui esses bens: porque se aqueles que
possuímos honestamente nos são tão malfazejos, quanto mais os que adquirimos
com injustiças!
— Sim... E quando eu
tiver feito isto, Deus me restituirá a paz?
— Oh! irmão, repeliu ele,
porventura, o filho pródigo? Olha-o crucificado
por ti! É ele quem te fala, não sou eu; escuta-o e vê ao que ele te
convida: "Se queres ser perfeito, vai, vende teus bens, dá seu valor aos
pobres: segue-me então, e terás um
tesouro no Céu". Não queres tu, pois, segui-lo e partilhar das alegrias
dos santos?
— Oh,
sim, irmão Francisco,
sim!... Agradecido, agradecido... Rezai por mim.
E caiu soluçando nos
braços de Francisco.
Voltou para casa,
levando uma paz maravilhosa no coração.
IV. Discórdia em casa e acontecimentos
que se seguiram
Logo no dia seguinte,
pegou dos livros, fechou suas contas, pôs em liquidação seu estabelecimento e bateu-se para a casa do notário, a fim de
verificar seus bens e pôr à venda suas terras e suas fazendas.
— Bona, disse ele a sua mulher, vou abandonar
os negócios.
— Ah, exclamou Bona com uma certa alegria e sem
enfado por ver que ele queria repousar: assim desse modo ela poderia gozar do
seu marido e do bem-estar adquirido.
Mas, à medida que o
dinheiro entrava, Luquésio ia procurar aqueles que sabia terem sofrido com suas
transações e restituía-lhes o dobro do que tinham perdido.
— Que fazes? perguntava Bona, estupefata e
aflita.
— Cumpro o meu dever, respondia-lhe com uma
calma sem réplica.
Continua no informativo – Ano IV - AGOSTO DE 2012 -
Nº 03
.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.
SANTOS
FRANCISCANOS
MES DE JULHO
l — S. Teodorico
Emdem, 1ª Ordem, mártir em Gorkum
2 — S. Jerônimo de Werten, 1ª Ordem, mártir em Gorkum
3 — B. Carmelo Volta, 1ª Ordem, mártir.
4 — S. Isabel,
Rainha de Portugal, 3ª Ordem
5 — B. Francisco
Fogolla, 1ª Ordem, mártir da China.
6 — B. Antonino Fantosati, 1ª Ordem, mártir da China
7 — B. Manuel Ruiz
1ª Ordem, mártir
8 — B. Gregório Grassi, 1ª Ordem, mártir da China.
9 — S.Nicolau Pick, 1ª Ordem, mártir em Gorkum.
10 — S. Verônica Giuliani, 2ª Ordem.
11 — S. João Wall, 1ª Ordem, mártir.
12 — S. João Jones, 1ª Ordem, mártir.
13 — B. Angelina
de Marsciano, 3ª Ordem.
14 — S. Francisco
Solano, 1ª Ordem.
15 — S. Boaventura de Bagnoregio, 1ª Ordem.
16 — ANIVERSÁRIO DA CANONIZAÇÃO DE S. FRANCISCO DE ASSIS
17 — S. Maria Madalena Postel, 3ª Ordem.
18 — B. Simão de Lipnica, 1ª Ordem.
19 — B. Nicanor
Ascanio, 1ª Ordem, mártir.
20 — B. Nicolau Maria Alberca e Torres, 1ª Ordem,
mártir.
21 — S. Lourenço de Brindes, 1ª Ordem.
22 — B. Cunegundes, Rainha da Polônia, 2ª Ordem.
23 — S. Brigida da Suécia, 3ª Ordem.
24 — B. Luísa de
Saboia, 2ª Ordem.
25 — B. Pedro de Mogliano, 1ª Ordem.
26 — B. Arcângelo
de Calatafini, 1ª Ordem.
27 — B. Maria
Madalena Martinengo, 2ª Ordem.
28 — B. Matia de Nazarei, 2ª Ordem.
29 — B. Novelone de Faenza, 3ª Ordem.
30 — S. Leopoldo
Mandic, 1ª Ordem.
31 —B. Pedro
Soler, 1ª Ordem, mártir.
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