INFORMATIVO
Ano IIII - JUNHO
DE 2012 - Nº 01
ESPIRITUALIDADE FRANCISCANA
O
BEM-AVENTURADO LUQUÉSIO
II. O despertar do erro
(Continuação)
— Em que pensas? — perguntava-lhe
Bonadona, vendo-o bater a cabeça resmungando.
Então, para enxotar seus assombros, ele
repetia os argumentos da "moral comercial", que o havia tão condes-cendentemente servido: "Não se deve
misturar a caridade aos negócios...".Mas, imediatamente, a
consciência respondia:
— "Sim, é
preciso pôr a caridade em tudo! — Mas eu não devo assegurar o futuro dos meus
filhos? — Mas não à força de injustiças, admoestava a outra voz. Teus filhos
serão amaldiçoados contigo: tu lhes ensinaste o pecado. — Mas, afinal, negócio
é negócio quando se está no comércio ... — Há um negócio que é preciso
acertar; um só e é de chegar ao Céu! E tu és um condenado! Tu mataste, tu irás
para o inferno! Para o inferno..." E da garganta de Luquésio escapava um
suspiro tão rouco e tão selvagem que sua mulher ficava aterrorizada.
— Mas que tens, Luquésio?
— Mulher, dizia ele
com voz surda, eu tenho certeza de que não temos bem regulada a nossa
consciência.
— Quem te disse isso?... E por que não a temos em paz?.
— Porque abusei da confiança do povo...
Isto não é justo... não é permitido, Bona...
— Como não é justo?
Ganhaste dinheiro no comércio, é tudo!
Mas Luquésio
reerguia-se de repente, tremendo e com os olhos alucinados.
— Ganhei dinheiro enganando,
roubando... assassinando, entendes?
— Vamos! Deixa de idéias,
vejamos! Não te é licito ganhar dinheiro com negócios como todos fazem? Sê
razoável, Luquésio: lança fora esses pensamentos, procura distrair-te; agora
que somos ricos te tornarás melancólico?
Mas o bom Luquésio
havia em vão procurado se distrair: sua velha educação, tão incompleta mas honesta
e cristã, reabilita-se com superioridade; e sua consciência, o seu coração e
o temor do juízo o atormentavam sem tréguas, maldizendo-o cada vez mais.
Luquésio era profundamente infeliz.
III.
A luz nas trevas.
Ora, eis que esse
homem que falava sua língua, esse mendigozinho que ia de porta em porta,
trazia-lhes novamente palavras milagrosas. Nos seus lábios puros, elas se
tornavam sempre novas como as que proferia o próprio Cristo; elas se tornavam
vivas em sua boca, porque se sabia que primeiramente eram praticadas por ele.
Despertava por toda parte estranhas e profundas nostalgias desta alegria
transcendente que havia des-coberto no despojamento e na recusa dos repastos cobiçados. Todos corriam ao
seu encontro. Centenas de homens vinham enfileirar-se à nova ordem para
viverem pobres e libertos da terra: era a restauração da Igreja primitiva na
sua pureza, na sua caridade preciosa, no seu fervor dominador. Essa novidade
se espalhou por todo o país e operou no pobre Luquésio uma impressão terrível.
O pensamento do
"pobrezinho", como se chamava a esse Francisco, o perseguia. Não podia
deixar de comparar aquele gesto, aquela vida sublime à sua desprezível
conduta: e a vergonha e o remorso apoderavam-se dele, com mais veemência, sentindo
uma necessidade louca de se livrar desse peso. Ah, como ele desejaria falar ao
"Pobrezinho", ao menos vê-lo! Parecia-lhe que ele devia ter a solução,
a fórmula, o remédio para o seu mal.
Ora, um dia do ano
1212, ele soube que Francisco estava na Toscana. Havia passado em Arezzo, de
onde tinha afastado os demônios da discórdia... Ah, por que não vem ele afastar
o demônio de ti, Luquésio! Em Florença ele havia convertido o ilustre João
Parenti, doutor da Universidade de Bolonha, que, abandonando os seus bens e
as suas funções de juiz, acabara se reunindo a Francisco para evitar o inferno. E agora eis
que, voltando de Pisa, ia passar
por São Geminiano, distante uma hora de Poggi-Bonzi... Luquésio não
resistiu e pôs-se a caminho.
São Geminiano estava
devastada pelas facções. As escaramuças aí eram tão frequentes que todas as
casas dos nobres estavam flanqueadas com altas torres seteiras: esta
floresta de torres deu à cidade o aspecto bizarro que conserva ainda hoje e
que lhe mereceu a alcunha de "cidade das torres". O seu interior foi
transformado em campo de batalha permanente.
Continua no informativo – Ano IV - JULHO DE 2012 -
Nº 02
.X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.
SANTOS
FRANCISCANOS
MES DE JUNHO
2 — B. João Pellingoto, 3ª Ordem.
3 — B. André
de Spello, 1ª Ordem.
4 — B. Pacífico
de Cerano, 1ª Ordem.
5 — B. Maria
Clara Nanneti, 3ª Ordem
Regular, mártir da China
6 — B. Lourenço
de Vilamagna, 1ª Ordem.
7 — B. Maria da Paz Bolsena, 3ª Ordem
Regular, mártir da China
8 — B. Hermínia de Jesus, 3ª Ordem Regular,
mártir da China
9 — S. Cornélio
Wican, 1ª Ordem, mártir em
Gorkum
10 — S.Pedro de Assche, 1ª Ordem, mártir em
Gorkum.
11 — B. Guido de Cortona, 1ª Ordem.
12 — B. lolanda, Duquesa da Polônia, 2ª Ordem.
13 — S. Antônio de Lisboa, 1ª Ordem.
14 — S. Francisco de Bruxelas, 1ª Ordem, mártir
em
Gorkum.
15 — S. Antônio de Hoornaert, 1ª Ordem, mártir
em
Gorkum.
16 — S. Antônio de Werten, 1ª Ordem, mártir
em
Gorkum.
17 — B. Pedro Gambacorta, 3ª Ordem Regular.
18 — S. Godofredo de Merville, 1ª Ordem,
mártir em
Gorkum.
19 — B. Miquelina de Pesaro, 3ª Ordem.
20 — S. Willehado da Dinamarca, 1ª Ordem,
mártir em
Gorkum (1482-1572) c. 1867
21 — S. Nicásio
Jonson, 1ª Ordem, mártir em
Gorkum.
22 — B. André Bauer, 1ª Ordem, mártir da
China.
23 — S. José Cafasso,
3ª Ordem.
24 — B. Teodorico Balat, 1ª Ordem, mártir da
China
25 — B. José Maria Gambaro, 1ª Ordem, mártir
da China.
26 — B. Cesídio de Fossa, 1ª Ordem, mártir da
China.
27 — B. Benvenuto de Gubio, 1ª Ordem.
28 — B. Elias Facchini, 1ª Ordem, mártir da
China.
29 — S. Vicenza Gerosa,
3ª Ordem.
30 — B. Raimundo Lulo, 3ª
Ordem, mártir
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