sexta-feira, 20 de julho de 2012

FOLDER DISTRIBUIDO NA MISSA DAS 16:15 HORAS DO DIA 02 DE JUNHO DE 2012


INFORMATIVO

Ano IIII  -  JUNHO DE 2012 -  Nº  01

ESPIRITUALIDADE  FRANCISCANA

O BEM-AVENTURADO LUQUÉSIO

II. O despertar do erro
                                                    (Continuação)

            — Em que pensas? — perguntava-lhe Bonadona, vendo-o bater a cabeça  res­mungando. Então,  para enxotar seus as­sombros, ele repetia os argumentos da "moral comercial", que o havia tão  condes-cendentemente servido: "Não se deve misturar a caridade aos negócios...".Mas, imediatamente, a consciência  respondia:
— "Sim, é preciso pôr a caridade em tu­do! — Mas eu não devo assegurar o fu­turo dos meus filhos? — Mas não à for­ça de injustiças, admoestava a outra voz. Teus filhos serão amaldiçoados contigo: tu lhes ensinaste o pecado. — Mas, afinal, negócio é negócio quando se está no co­mércio ... — Há um negócio que é pre­ciso acertar; um só e é de chegar ao Céu! E tu és um condenado! Tu mataste, tu irás para o inferno! Para o inferno..." E da garganta de Luquésio escapava um suspiro tão rouco e tão selvagem que sua mulher ficava aterrorizada.
—  Mas que tens, Luquésio?
— Mulher, dizia ele com voz surda, eu tenho certeza de que não temos bem re­gulada a nossa consciência.
            — Quem te disse isso?... E por que não a temos em paz?.
            — Porque abusei da confiança do po­vo... Isto não é justo... não é permitido, Bona...

— Como não é justo? Ganhaste dinheiro no comércio, é tudo!
Mas Luquésio reerguia-se de repente, tremendo e com os olhos alucinados.
— Ganhei dinheiro enganando, rou­bando...   assassinando, entendes?
— Vamos! Deixa de idéias, vejamos! Não te é licito ganhar dinheiro com ne­gócios como todos fazem? Sê razoável, Lu­quésio: lança fora esses pensamentos, pro­cura distrair-te; agora que somos ricos te tornarás melancólico?
Mas o bom Luquésio havia em vão pro­curado se distrair: sua velha educação, tão incompleta mas honesta e cristã, re­abilita-se com superioridade; e sua cons­ciência, o seu coração e o temor do juízo o atormentavam sem tréguas, maldizendo-o cada vez mais. Luquésio era profunda­mente infeliz.

III. A luz nas trevas.

            Nesta época se falava muito de um cer­to frade chamado Francisco, filho de um rico negociante de tecidos de Assis que havia, por amor de Deus, deixado sua fa­mília e renunciado a todos os bens, e que com seus discípulos percorria a Itália, mendigando o pão, pregando a penitên­cia e o reino dos Céus. Aparecia às cons­ciências como um libertador: as almas de­sacostumadas de Deus sentiam-lhe de no­vo a presença. Aqueles que se haviam avil­tado na política, endurecido nas guerras sem fim, aburguesado nos negócios, e nos embara-ços de mil cuidados que os tinham distraído do único necessário, todos sen­tiam este "vácuo do coração" que experi­mentam aqueles que voltaram as costas à Vida. E ninguém era capaz de preencher-lhes este vácuo. O clero? Era esta preci­samente a época dos mais fracos e não faziam mais do que sermões oficiais, sem unção, exibidos em latim!
Ora, eis que esse homem que falava sua língua, esse mendigozinho que ia de porta em porta, trazia-lhes novamente palavras milagrosas. Nos seus lábios puros, elas se tornavam sempre novas como as que profe­ria o próprio Cristo; elas se tornavam vi­vas em sua boca, porque se sabia que pri­meiramente eram praticadas por ele. Des­pertava por toda parte estranhas e pro­fundas nostalgias desta alegria transcen­dente que havia des-coberto no despojamento e na recusa dos repastos cobiça­dos. Todos corriam ao seu encontro. Cen­tenas de homens vinham enfileirar-se à nova ordem para viverem pobres e libertos da terra: era a restauração da Igreja pri­mitiva na sua pureza, na sua caridade pre­ciosa, no seu fervor dominador. Essa no­vidade se espalhou por todo o país e ope­rou no pobre Luquésio uma impressão ter­rível.
O pensamento do "pobrezinho", como se chamava a esse Francisco, o perseguia. Não podia deixar de comparar aquele ges­to, aquela vida sublime à sua desprezível conduta: e a vergonha e o remorso apo­deravam-se dele, com mais veemência, sen­tindo uma necessidade louca de se livrar desse peso. Ah, como ele desejaria falar ao "Pobrezinho", ao menos vê-lo! Pare­cia-lhe que ele devia ter a solução, a fór­mula, o remédio para o seu mal.
Ora, um dia do ano 1212, ele soube que Francisco estava na Toscana. Havia pas­sado em Arezzo, de onde tinha afastado os demônios da discórdia... Ah, por que não vem ele afastar o demônio de ti, Luquésio! Em Florença ele havia convertido o ilustre João Parenti, doutor da Universi­dade de Bolonha, que, abandonando os seus bens e as suas funções de juiz, acabara se reunindo a Francisco para evitar o in­ferno. E agora eis que,  voltando de Pisa,  ia passar  por São  Geminiano, distante uma hora de Poggi-Bonzi... Luquésio não re­sistiu e pôs-se a caminho.
São Geminiano estava devastada pelas facções. As escaramuças aí eram tão fre­quentes que todas as casas dos nobres es­tavam flanqueadas com altas torres setei­ras: esta floresta de torres deu à cidade o aspecto bizarro que conserva ainda hoje e que lhe mereceu a alcunha de "cidade das torres". O seu interior foi transfor­mado em campo de batalha permanente.

Continua no informativo – Ano IV -            JULHO DE 2012  -  Nº  02

                                                                                         .X.X.X.X.X.X.X.X.X.X.

SANTOS FRANCISCANOS

MES DE JUNHO

2 — B. João Pellingoto,  3ª Ordem.
3 — B. André  de  Spello,  1ª Ordem.
4 B. Pacífico de Cerano,  1ª Ordem.
5 — B. Maria   Clara  Nanneti,   3ª Ordem
        Regular,  mártir  da China 
6 — B. Lourenço   de  Vilamagna,  1ª Ordem.
7 — B. Maria da Paz Bolsena, 3ª Ordem
        Regular,  mártir da China
8 — B. Hermínia de Jesus, 3ª Ordem Regular,
        mártir da China
9 — S. Cornélio Wican,  1ª Ordem, mártir em
       Gorkum
10 — S.Pedro de Assche, 1ª Ordem, mártir em
          Gorkum.
11 — B. Guido de Cortona, 1ª Ordem.
12 — B. lolanda, Duquesa da Polônia, 2ª Ordem.
13 — S. Antônio de Lisboa, 1ª Ordem.
14 — S. Francisco de Bruxelas, 1ª Ordem, mártir
          em Gorkum.
15 — S. Antônio de Hoornaert, 1ª Ordem, mártir
          em Gorkum.
16 — S. Antônio de Werten,  1ª Ordem, mártir
          em Gorkum.
17 — B. Pedro Gambacorta, 3ª Ordem Regular.
18 — S. Godofredo de Merville, 1ª Ordem,
          mártir em Gorkum.
19 — B. Miquelina de Pesaro, 3ª Ordem.
20 — S. Willehado da Dinamarca,  1ª Ordem,
          mártir em Gorkum (1482-1572) c. 1867
21 — S. Nicásio  Jonson,   1ª Ordem, mártir em
          Gorkum.
22 — B. André Bauer, 1ª Ordem, mártir da
          China.
23 — S. José Cafasso, 3ª Ordem.
24 — B. Teodorico Balat, 1ª Ordem, mártir da
          China
25 — B. José Maria Gambaro, 1ª Ordem, mártir
          da China.
26 — B. Cesídio de Fossa, 1ª Ordem, mártir da
          China.
27 — B. Benvenuto de Gubio, 1ª Ordem.
28 — B. Elias Facchini, 1ª Ordem, mártir da
          China.
29 — S. Vicenza  Gerosa,  3ª Ordem.
30 — B. Raimundo  Lulo, 3ª Ordem, mártir

Nenhum comentário:

Postar um comentário