quinta-feira, 9 de agosto de 2012

FOLDER DISTRIBUÍDO NA MISSA DAS 16:15 HORAS DO DIA 04 DE AGOSTO DE 2012, NA IGREJA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS


INFORMATIVO

Ano IV  -  AGOSTO DE 2012 -  Nº  03

ESPIRITUALIDADE  FRANCISCANA

O BEM-AVENTURADO LUQUÉSIO

       IV. Discórdia em casa e acontecimentos que se seguiram

                                                    (Continuação)

Chegou a vez dos pobres. Foi Luquésio quem primeiramente os procurou. Logo de­pois eram os pobres que vinham ter com ele, porque em dois dias se espalhou a novidade: como todos aqueles que se mos­tram generosos, Luquésio se viu em bre­ve assediado por pedintes e infelizes de toda espécie. E ele, que de ora em diante só almejava se despojar, indistintamente, dava a todos, observando como era mais fácil desfazer uma fortuna do que edifi­cá-la, e ainda mais agradável.
A pobre Bonadona não se conformava com isso. Uma angústia oprimia-lhe o co­ração.
Debalde havia Luquésio tentado expli­car-lhe, com muita doçura e convicção, o que lhe havia dito Francisco, mostrando-lhe que ele não podia guardar esses bens, falando-lhe da justiça e do dever, do reino de Deus, do Céu e do inferno; ela, porém, nada compreendia.
          — Não praticaste nada de mais, repetia-lhe com voz queixosa, fizeste como todo mundo! Lamentava-se, chorava, suplicava para que não continuasse, que pensasse nos filhos, que não os deixasse sem pa­trimônio. A tudo, Luquésio murmurava: — Nosso Senhor disse: "Infelizes dos ricos!" Não tornarei, pois, meus filhos infelizes — amaldiçoados como eu tenho sido. Não!... Não!... Eu lhes ensinarei, sim, a traba­lhar, a ser honestos e o Santo Evangelho: isto lhes será mais útil do que as rendas.
Por fim, Bonadona, irritada, encheu-o de censuras: homem sem coração! pai des­naturado! não tens vergonha? Vais colo­car-nos na indigência e forçar-nos a mendigar o pão!
Mas a resposta sempre estava pronta.
Deus, dizia ele, calmamente inspirado, da esmola fez um preceito e saberá pro­ver a tudo: Ele o disse e nunca permitirá que nos falte o necessário para vivermos, minha Bona.
Mas qual, semelhantes razões não podiam convencê-la: tudo isso excedia infi­nitamente à sua compreensão. Ah, quan­to é difícil crer no Evangelho — e cren­do viver na integridade de sua sublime lógica!
—  Enfim, choramingava ela, aonde que­res tu chegar? Até aonde vais dessa ma­neira?
—  Bona, dizia ele com um sorriso, não éramos felizes em Caggiani, dize? Seremos agora duplamente felizes por nos termos associado aos pobres, como irmãos. É pre­ciso tão pouco para ser feliz!
—  Caggiani! Meu Deus, recuar até esse ponto! Voltar a ser uma simples camponesinha, quando já fui uma grande dama! Não, é demasiado atroz!...
E Bonadona ia chorar, em casa das ami­gas, as loucuras de seu marido.
— Luquésio está doente, diziam-lhe: ele há tempos está com o semblante ruim. O pobre homem trabalhou demais. Deves fa­zer que ele se fortifique, que repouse e se alimente melhor. Só assim essas ideias pas­sarão.
Ah, era isso justamente o que Luquésio não queria compreender. Jejuava de ma­neira inquietante, recusava tomar vinho — para dá-lo aos mendigos — e não comia senão pão duro e espinafre com água, co­mo os miseráveis. Passava a maior par­te das noites de joelhos, rezando e lendo o Evangelho. Também emagreceu a olhos nus. Quando saía era para ir à casa de al­gum pobre, ao hospital ou à igreja, onde era visto, durante horas, mergulhado na oração, com o rosto banhado em lágrimas.
"Neurastenia aguda com desvario reli­gioso" diagnosticariam os nossos psiquia­tras modernos. E a origem do mal não teria escapado à sua perspicácia: Esgo­tamento físico e intelectual com perturba­ções digestivas, provocando uma intoxi­cação das células nervosas. Sem ter iguais conhecimentos, era exatamente o que Bonadona julgava do estado do seu ma­rido: certamente ele tinha um "derrame biliar". Ela não reconhecia mais o seu Lu­quésio de outrora, tão alegre, tão expedi­to, empreendedor, gozando da vida, e amando-a: agora ele era silencioso, con­centrado, tão afastado dela — pelo menos era o que lhe parecia. Quando lhe fala­va era para fazer-lhe sermões, esforçan­do-se por arrastá-la às suas extravagân­cias.
Sim, Luquésio queria convencê-la de partilhar com ele seu tesouro. E era com um amor mais elevado que a amava, infi­nitamente com mais ternura, nobreza e dedicação do que anteriormente.
E Bona devia reconhecer perfeitamente que apesar de sua loucura, como dizia ela, ele tinha se tornado melhor, mais terno, mais cordato em tudo; jamais ele se zan­gava — nem mesmo tinha esses movimen­tos de mau humor como dantes; só a si próprio censurava.
          Mas era precisamente esta caridade e esta humildade que lhe desagradava e a irritava. Oh, como ela preferia a sua an­tiga maneira de ser!
           Luquésio sofria — era seu único sofri­mento — verificar esta distância, em fa­vor da qual nada podia fazer, de sua que­rida Bona ainda tão inferior, engolfada nessas coisas que ele considerava agora tão desprezíveis. Ele a lastimava e por isso mesmo lhe mostrava ainda maior afeição. De boa vontade insistia em ca­tequizá-la com a incapacidade de um neófito. Mas seu zelo intempestivo a in­dispunha ainda mais; e este amor novo, não obstante tão elevado, tão puro, não a impressionava... Não podia ver nem com­preender isso, pois era apenas uma "boa cristã", a luz do alto não a tocara ain­da; julgava como uma alma terrestre, de acordo com a prudência da carne, e nada entendia da prudência do espírito que con­duzia seu marido a novas vias. Dessa for­ma, um terrível malentendido reinava naquele lar e Bonadona se tornava dia a dia mais infeliz e irritada.

Continua no informativo – Ano IV -            SETEMBRO DE 2012  -  Nº  04

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SANTOS FRANCISCANOS

MES DE AGOSTO

1 — B..Francisco Pinazzo, 1ª Ordem, mártir.
2 — JUBILEU DA PORCIUNCULA
3 — B.João Tiago  Fernandes,  1ª Ordem, mártir.
4 — S. João Maria Vianey, 3ª Ordem.
5 — B. Francisco de Pesaro, 3ª Ordem.
6 — B. Agatângelo de Vendome, 1ª Ordem, Martir
7 — B. Cassiano de Nantes, 1ª Ordem, mártir.
8 — S. DOMINGOS    DE    GUSMÃO
9 — B. Vicente de Áquila, 1ª Ordem.
10 — B. João  do  Alverne,  1ª Ordem.                                       
11 — SANTA CLARA DE ASSIS, 2ª Ordem.
12 — B. Ludovico Sotelo, 1ª Ordem, mártir no Japão.
13 — B. Sante   de   Montebaroccio,  1ª Ordem.
14 — S. Maximiliano Maria Kolbe, 1ª Ordem.
15 — ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
16 — S. Roque de Montpellier, 3ª Ordem.
17 — B.Paula   Montaldi,  2ª Ordem.
18 — S. Beatriz  da  Silva, 2ª Ordem.
19 — S. Luís de Tolosa, 1ª Ordem.
20 — B. Francisco  Galvez, 1ª Ordem, mártir.
21—  S. Pio X, 3ª Ordem.
22 — B.Timóteo   de   Monticchio,  1ª Ordem.
23 — B. Bernardo de Offida, 1ª Ordem.
24 — B. Pedro da Assunção, 1ª Ordem, mártir.
25 — S. Luís, Rei da França, PATRONO DA TERCEIRA  ORDEM.
26 — B. João de Santa Marta, 1ª Ordem, mártir
27 — B. Ricardo de Santa Ana, 1ª Ordem, mártir
28 — B. Vicente   Ramirez,  1ª Ordem, mártir.
29 — B. João de Perusa, 1ª Ordem, mártir.
30 — B. Pedro de Sassoferrato, 1ª Ordem, mártir
31 — B. Pedro de Ávila, 1ª Ordem, mártir do Japão. 

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