JORNAL DE AGOSTO DE 2012
Deus Pode ser encontrado no coração do homem
Na vida humana, a saúde do corpo é boa coisa, mas o
que torna feliz não é saber em que consiste a saúde, mas viver com saúde. Com
efeito, se alguém, muito entretido em elogiar a saúde, toma alimentos que
causam maus humores e doenças, de que lhe aproveitam, quando fica doente, os
louvores à saúde? De modo semelhante entendamos, o Senhor não diz que a
felicidade não está em conhecer algo sobre Deus, mas ter Deus em si. Bem-aventurados
os que têm coração puro porque verão, eles próprios, a Deus.
Não me parece que Deus vá colocar-se perante
quem o contempla por ter purificado os olhos da alma, mas que talvez a
magnificência desta palavra nos sugira aquilo que expressou mais claramente a
outros: O reino de Deus está dentro de vós. Por aí ficamos sabendo
como quem purificou seu coração de todo o criado e de toda paixão má verá em
sua própria beleza a imagem da natureza divina.
Creio que o Verbo incluiu, nestas poucas palavras
que disse, o seguinte conselho: “Ó vós, homens, que tendes algum empenho em
contemplar o verdadeiro bem, quando ouvirdes falar da majestade divina exaltada
acima dos céus, de sua glória inefável, de sua indizível beleza, não vos
deixeis levar pelo desespero por não poderdes ver o que desejais!”
Se, por uma vida intensa e diligente, lavares de
novo as sujeiras que mancham e escurecem o coração, resplandecerá em ti a
divina beleza. Como acontece com o ferro, preto antes, retirada a ferrugem pelo
polimento, começa a mostrar seu brilho ao sol, assim o homem interior, a quem o
Senhor dá o nome de coração, quando limpar as manchas de ferrugem que surgiram
em sua forma pela corrupção, recuperará a semelhança com sua principal forma
original e se tornará bom. Pois o semelhante ao bom é bom.
Por conseqüência, quem se vê a si, em si vê a quem
deseja. Deste modo é feliz quem tem o coração puro porque, olhando sua pureza, pela
imagem descobre a forma principal. Aqueles que vêem o sol refletido num
espelho, embora não tenham os olhos fixos no céu, não vêem menos seu esplendor
do que aqueles que olham diretamente para o próprio sol; da mesma forma, também
vós, embora sem possuirdes a capacidade de contemplar a luz inacessível, se
voltardes à beleza e à graça da imagem que vos foi dada no início, em vós mesmo
tereis o que procurais.
A pureza, a ausência das paixões desregradas e o
afastamento de todo o mal é a divindade. Se, portanto, se encontrarem em ti,
Deus estará totalmente em
ti. Quando , pois, teu espírito estiver puro de todo vício,
liberto de todo mau desejo e longe de toda nódoa, serás feliz pela agudeza e
luminosidade do olhar, porque aquilo que os impuros não podem ver, tu, limpo, o
perceberás. Retirada dos olhos da alma a escuridão da matéria, pela serenidade
pura contemplarás claramente a beatificante visão. E esta, o que é? Santidade,
pureza, simplicidade, todo o esplendor da luminosa natureza divina, pelos quais
Deus se deixa ver.
Das Homilias de
São Gregório de Nissa, bispo
Quem tem
“chispas” de vocação franciscana?
Quando falamos em vocação estamos
diante do mistério. Precisamos tirar as sandálias dos pés. Na página em que
contemplamos um certo Francisco de Assis, queremos elencar alguns sinais que
mostrariam a alguém que ele pode ter vocação para ser franciscano ou
franciscana. Seriam umas “chispas”… A brilhar no caminho. Quem, eventualmente,
poderia seguir esse caminho?
1. Pessoas normais, não exaltadas, que vivem a vida de
todos os dias, com gosto, mas com uma pontinha de santa insatisfação. Pessoas
que têm um pé na terra e o outro querendo atingir as estrelas. Pessoas normais,
sinceras, sem duplicidade, capazes de se deixarem instruir por outros mais
sábios e mais prudentes.
2. Pessoas que, devido a situações pessoais e a
circunstâncias próprias foram levadas a fazer uma experiência de proximidade
com Jesus: por ocasião de um sucesso ou de um fracasso na vida; de uma profunda
experiência de abandono; num desejo incontido de generosidade (desejo de dar
tudo) etc. No meio de tudo isso, tais pessoas sentem ressoar dentro delas
convites ao seguimento do Senhor. Sentem um apelo que vem de fora.
3. Os que se apresentam em nossas fraternidades
franciscanas seculares ou de vida consagrada são pessoas desejosas de
experimentar a fraternidade. Estão embebidas das passagens dos evangelhos que
falam do amor pelo irmão, pela vida fraterna como sacramento do reino: viver
com…, sonhar com… ajudar as pessoas a sobreviverem.
4. Pessoas que se sentem convocadas as se
desvencilharem de coisas e de bens, sobretudo de si mesmas. Querem aprender a
conviver com aquele que sendo rico se tornou pobre e servo de todos.
Deixaram-se tocar pela kenosis de Jesus.
5. Pessoas que, como Francisco, desejam se fazer
próximas das pessoas: conviver com os que precisam de convivência, ir de lugar
em lugar dizer que o Amor precisa ser amado, estabelecer o diálogo neste mundo
de compartimentalizações e fechamentos. São pessoas que não existem para viver
em ninho fechado. Também não querem simplesmente serem instrumentos de
organizações frias.
6. Pessoas que não tenham espírito de carreirismo, que
não visam promoções nem busca de lucros pessoais, que não assinam nem
subscrevem sem pensar os estatutos da sociedade de consumo. São pessoas livres.
7. Pessoas que hoje reagem contra todo formalismo da
fé, que sonham com uma pastoral feita por etapas, catecumenal, desejosos de dar
sua colaboração para ações evangelizadoras novas no seio da Igreja.
8. Pessoas que experimentam uma sadia tensão entre
contemplação e ação. Como Francisco estão sempre procurando lugares silenciosos
e ermos para se “perderem” em Deus e, ao mesmo tempo, dizem a quem precisar que
podem contar com eles. Mas não querem ser “ativistas” tontos que sobem e
descem, entram e saem. Têm sempre saudade em visitar seu interior. Assim, irão
pelo mundo mais à maneira de Francisco, transpirando ardor.
9. Pessoas que foram também conhecendo a figura
encantadora e bela de Clara de Assis. Algumas dessas pessoas andaram lendo as
cartas de Clara a Inês de Praga e ficaram encantadas com a mística da
contemplação clariana. Ficaram profundamente impressionadas com as descrições
do espelho. Da contemplação de Cristo no espelho: a pobreza, a humildade, a
beleza do esposo pobre. “Vou correr sem desfalecer, até me introduzires na
minha adega, até que a tua esquerda esteja sobre a minha cabeça, tua direita me
abrace, toda feliz e me dês o beijo de tua boca” (4Carta a Inês 31-32).
10. Pessoas que sentem que sua vida poderá ser a de
“cuidadoras” dos bens da terra, do verde, da água, do meio ambiente. Mas também
cuidadoras dos irmãos mais simples, dos que não têm vez nem voz, dos que vivem
nas trevas de um mundo louco consumista, materialista, imediatista. Pessoas
cuidadoras da vida, da fragilidade da vida da criança que ainda não nasceu e do
velho que precisa morrer com dignidade.
Frei Almir Ribeiro Guimarães
Congresso
Clariano da FFB em Canindé
AberturaTrês mil pessoas, entre religiosos e leigos, chegaram a Canindé na quinta-feira, dia 9, para a abertura do Congresso Clariano, que teve a saudação de boas vindas do bispo Dom Antônio Roberto Cavuto, de Itapipoca (CE), que ressaltou o carisma franciscano: “Estamos celebrando a grande festa de Clara de Assis. O povo presente nesse encontro traz consigo a lembrança da presença viva da maior amiga de Francisco, que deixou para trás sua riqueza para seguir os passos do grande defensor da ecologia”, disse.
Às 9 horas da manhã do dia
À tarde, outro momento de reflexão com a quadra paroquial lotada para ouvir Frei Almir Guimarães e o tema “Milagre do Pão”.
O grande encontro foi encerrado com a Missa de Ação de Graças das 19 horas, presidida por Dom Frei José Belisário da Silva, vice-presidente da CNBB, e frade da Província de Santa Cruz.
O encontro contou com a presença
de irmãs de nossa fraternidade, cito a do Sagrado Coração de Jesus de
Petropolis, irmãs da fraternidade de Santo Cristo e da Fraternidade da Porciuncula
com um total de 24 pessoas.
História
da Unificação da OFS do Brasil
1955/1972
Especial
para O Arauto do Grande Rei, da Fraternidade de Petrópolis,RJ
VI – 3
Congresso
de Caxias do Sul
Fevereiro
de 1966
Importante pela forma
de sua realização
Em
verdade, o Congresso de Caxias do Sul teve uma forma própria de preparação e de
realização.
Seu grande objetivo, aos poucos mais
evidenciado e percebido, era levar os participantes a refletirem e
compreenderem que a Ordem Terceira Franciscana Secular, na forma em que a
estavam vivendo, necessitava voltar às suas origens e se atualizar, respondendo
ao apelo da Igreja, dirigido aos leigos
pelo Concílio Vaticano II.
Como fazê-lo? Pela volta às suas raízes
e aos objetivos de seu fundador, levando em conta as exigentes realidades do
mundo contemporâneo. Isto requeria mudança de mentalidade, sem se perder de
vista a natureza e os objetivos da Ordem Terceira de São Francisco de Assis.
Para tal, contribuiu decisivamente a
forma pela qual as cinco teses do Congresso foram preparadas e estudadas, assim
como o público por elas atingido, como já foi referido. Igual peso tiveram os
numerosos “Congressinhos” realizados por grupos de Fraternidades Locais para se
prepararem para o Congresso de Caxias do Sul ou para estudarem e debaterem as teses enviadas.
Mais, O Padre Diretor (agora
Assistente), que, antes, falava e decidia e os Irmãos e Irmãs, que escutavam e
obedeciam, agora, cada dia mais, se uniam fraternalmente para conviverem os
ideais da Ordem Terceira e refletirem sobre as necessidades e aspirações
atuais.
Embora sobre isto já se tenha exposto
em artigos anteriores, não é demais repetir, porque aqui se acentua como se
realizou a mudança de mentalidade entre os membros da Ordem I e da Ordem III. É
verdade que, de ordinário, qualquer mudança de mentalidade é lenta, em geral,
muito lenta...
Ainda em relação às teses do Congresso,
merece ser destacado que, desde então, elas já continham diversos pontos
fundamentais, que foram acolhidos e incluídos na reformulada Regra da OFS, que
nos foi dada pelo Papa Paulo VI, em 1978, preciosa jóia da espiritualidade franciscana
secular.
Sobre tudo isso, também em nível
internacional, é o que posso testemunhar devido à minha participação na “Comissão da Regra”, em seus longos
debates de preparação, graças às propostas, que, como porta-voz, eu levava do
Brasil para Roma.
Sob a orientação de Frei Mateus, no
Secretariado Nacional da OFS, diversos Assistentes e dedicados e competentes
Irmãos e Irmãs preparavam essas propostas. Partindo de nossas realidades, não
se esqueciam de que a Regra a ser reformulada, devia ser objetiva, clara e
simples, capaz de servir a todas as Fraternidades do mundo. Esse trabalho deles
é merecedor de recordação e de nossos agradecimentos. Assim como, depois,
continuaram trabalhando nas propostas para a formulação das novas Constituições Gerais da OFS,
definitivamente aprovadas pela Congregação pata os Institutos de Vida
Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, em 8 de dezembro de 2000, e
promulgadas pela Ministra Geral da OFS, Emanuela De Nunzio, em 6 de fevereiro
de 2001.
Passemos,
porém, ao exame de como se realizou o Congresso de Caxias do Sul, que, em
verdade, se realizou em três tempos: antes, durante o evento e depois.
Para esse Congresso, como bem observou
Frei Mateus Hoepers, houve importante preparação remota, que, desde meados dos anos
50, foi acontecendo nas Províncias e em grupos de Fraternidades com a
realização de cursos e de encontros, orientados e divulgados pelo “Eco
Seráfico” e pelo boletim “Paz e Bem”. (Cf. Frei Mateus Hoepers,OFM, em “Breve
história dos movimentos nacionais na OFS do Brasil” – in “Paz e Bem”, 1966,
jan.-fev., págs 18-27).
Providência importante para o Congresso
foi a organização de duas Comissões. A Comissão
Central, no Rio de Janeiro, preocupou-se com estabelecer os objetivos e o
conteúdo do Congresso, a sua preparação e divulgação. A Comissão Local, em Caxias do Sul,RS, encarregou-se de dar condições
e suporte para que o Congresso se pudesse realizar adequadamente. E ambas as
Comissões estavam perfeitamente entrosadas.
Como vimos, o estudo das teses do Congresso
se constituiu num grande esforço para ampliar a formação de nossos Irmãos e
Irmãs. Necessitavam de melhor conhecimento da própria Ordem Terceira
Franciscana e da sua específica vocação. Mais. Ele promoveu uma vivência mais
consciente desse mesmo carisma, como leigos ou seculares, não, como mini-frades
e mini-freiras. De igual formação sobre a OTF se beneficiaram também os
próprios Assistentes.
A propaganda e divulgação do Congresso
pela Comissão Central também foi intensa. Mediante concurso de cartazes
realizado nas Fraternidades Locais, depois, lançado entre escolares com apoio
de professores e de autoridades estaduais e municipais, os ideais de São
Francisco de Assis, sua vida e sua obra tiveram ampla divulgação. Irradiava-se
o Franciscanismo, o Congresso e a Ordem Terceira eram propagados. A juventude
brasileira teve oportunidade de conhecer o Pobrezinho de Assis e de demonstrar
grande interesse pela figura atraente de um santo tão atual, quase
contemporâneo. A respeito, uma Irmã, que viveu essa experiência no colégio,
disse-me que foi, então, que despertou seu interesse por São Francisco e, mais
tarde, sua vocação como franciscana secular.
Mais. O Presidente da Comissão Central,
o General Luiz Guimarães Regadas e a Vice-Presidente, Dª Noêmia Eloya de
Siqueira foram incansáveis nesse trabalho de divulgação. Prepararam e remeteram
centenas de correspondências. Realizaram também visitas pessoais,
servindo-se ambos do amplo leque de suas relações pessoais e sociais. O que
importava era tornar conhecido o evento e ampliar a participação de Irmãos e
Irmãs de todos os quadrantes do Brasil.
Ainda mais. Para que o Congresso não
fosse apenas palestras, teoria, intenções, mas ação e vivência, desde fevereiro
de 1965, se decidiu que as Fraternidades Locais respondessem a um questionário.
Sobre o quê? Sobre como estavam sendo realizadas e cumpridas as resoluções do
Congresso de São Lourenço. As respostas exigiam reflexão e verdade. Revelavam
tanto a realidade de cada Fraternidade Local e Regional, como as deficiências,
as dificuldades e os avanços existentes em cada uma delas. (Cf. o questionário
em “Paz e Bem”, 1965, págs. 59/60).
E
quais eram essas resoluções? Referiam-se à reunião mensal – aos círculos
familiares – Ao uso efetivo do boletim “Paz e Bem” – ao movimento da Juventude
– à organização do Distrito – à organização nacional. Cada item do questionário
era estimulado por uma série de perguntas, que, respondidas, levariam os
participantes a chegarem a algumas conclusões sobre como renovarem suas Fraternidades
e a eles próprios. Era, portanto, um
questionário que “mexia” com a vida das Fraternidades e a dos Irmãos.
Houve respostas animadoras. As
subcomissões revisoras do questionário, ao final do Congresso, puderam
apresentar as suas conclusões, que se encontram publicadas em “Paz e Bem” de 1966, a págs. 26-39.
Em 1965/66, ainda era muito forte a
distinção entre governo externo e governo interno da OTF. As respostas ao
questionário deixam claro, no entanto, o desejo e as aspirações dos irmãos por uma
nova Ordem Terceira reformulada em sua organização e vitalidade.
Afinal, o que ocorreu de importante na
realização desse 2º Congresso Nacional da OFS?
Respondemos convictos: Muita coisa...
Desde
a chegada da Comissão Central a Caxias do Sul, no sábado, 5 de fevereiro, e a
perfeita recepção, planejada com detalhes, se teve a certeza de que tudo estava
preparado para perfeito funcionamento do Congresso, graças ao trabalho
eficiente da Comissão Local e das suas Subcomissões,
orientadas por Frei Aloísio de Garibaldi,OFM Cap.. No dia seguinte, a Comissão
Central visitou os locais programados para a realização do evento e para
acolhimento dos congressistas e verificou a excelência do que havia sido
organizado.
A
chegada dos outros dirigentes de Fraternidades, no dia 7, surpreendeu, porque
incluía congressistas e muitos outros, que, antecipando, devido a dificuldades
pelas longas distâncias, só deveriam chegar para o final do Congresso. Mesmo
assim, todos foram devidamente acolhidos e alojados, porque numerosas famílias
de Caxias do Sul haviam posto suas casas a serviço do Congresso e dos seus
participantes. E era de se vêr como todos esses peregrinos se mostravam
alegres, satisfeitos e agradecidos pela acolhida tão fraterna e generosa das
famílias caxienses.
Houve
o caso de um irmão pernambucano, Henrique Cortez, que, pouco antes de chegar a
Caxias do Sul, sofreu um derrame cerebral. Internado, recebeu o melhor
tratamento. Ele e a esposa ofereceram todo esse sofrimento pelo êxito do
Congresso. A caridade fraterna dos irmãos sempre os amparou e, até, arrecadaram
o dinheiro necessário para a volta de avião para Recife, um mês depois.
Voltando
ao Congresso.
Foi
solene a sessão de abertura, precedida, à tarde, por Missa na Catedral,
presidida pelo bispo Dom Benedito Zorzi, que deu todo seu apoio e presença aos
atos do Congresso. Igualmente, autoridades e representantes das instituições
culturais e sociais se fizeram presentes, manifestando satisfação e apoio ao
evento, que se realizava.
Internamente,
as Missas comunitárias e a grande celebração na igreja dos Capuchinhos deram um
toque da profunda e participada religiosidade desse Congresso.
E
o Congresso fluía.
Nas
denominadas “salas provinciais” se reuniam os integrantes das respectivas
Províncias dos Menores, dos Capuchinhos e dos Conventuais. Comissários,
Diretores e leigos, em convívio aberto, fraterno, trabalhando muito e bem, preparavam as
súmulas das cinco teses e as conclusões práticas. Depois, apenas o relator e os
porta-vozes de cada uma das Províncias procuravam acertar uma formulação comum
a ser levada a plenário. Esse intercâmbio entre líderes das várias Províncias e
Obediências foi uma experiência de grande valor. Igual trabalho e resultado
foram verificados nas Comissões.
As
sessões plenárias, graças a essa preparação, correram tranqüilas. Após a
exposição de uma súmula pelo relator, a palavra era posta à disposição do
porta-voz da Província autora para dar sua opinião e transmitir alguma
experiência já tentada e os seus resultados.
Os
porta-vozes intervenientes foram os que seguem.
Frei Aloísio Heumesser,OFM (Meriti,RJ), sobre modelo prático
da reunião mensal.
Dª. Ruth Soares da Costa (Ipanema,GB), sobre círculos
especiais de casais, viúvos e viúvas, jovens e adolescentes.
Antônio Praxedes (Niterói,RJ) sobre o governo
interno e externo e sua possível reformulação.
Dª. Maria Benta Goulart Borges (Ituporanga,SC) sobre observações
práticas relativas à Ordem Terceira e a vida social.
Germano Romer (Blumenau,SC) sobre meios práticos
para dar formação a dirigentes para as diversas funções na Fraternidade.
Dª Elza Meurer (Blumenau,SC) sobre sugestões
relativas à Seção Infantil da Ordem Terceira, a saber, Cordígeros ou Arautos.
Agostinho Lopes (São Paulo,SP) sobre os trabalhos
realizados pela Comissão Especial para a Juventude Franciscana. Observam os
Anais, pág. 57: “Foi certamente o grupo que suscitou o maior interesse no
Congresso.”
O
Congresso de Caxias do Sul não foi, porém, apenas uma seqüência de reuniões de
trabalho nas Comissões e no Plenário ou de celebrações comunitárias. Ele também
teve, à noite, sessões recreativas com números de arte, com canções, danças
folclóricas e brincadeiras regionais. Desses momentos de recreio, de alegria e
de encanto, participaram a Sociedade Caxiense de Cultura Artística, as próprias
religiosas da Congregação de São José, cujo colégio foi a sede do Congresso, o
Centro de Tradições Gaúchas, Rincão da Lealdade e congressistas contagiados por
essa alegria sadia. No penúltimo dia, no sábado, todos os congressistas foram homenageados
com um grande churrascos em estilo gaúcho.
Sobre
esses momentos de lazer, cabe registrar oportuna observação de Frei Mateus em
Anais, pág. 61:
“Pois,
é muito importante para o espírito de família que, nas Fraternidades da OFS,
haja esses programas festivos.” Eis um lembrete, que não deve ser esquecido.
Ainda
nesse sábado, à tarde, as sessões plenárias foram de intenso trabalho, dedicado
à revisão do 1º Congresso das OFS, em São Lourenço.
No
domingo, pela manhã, foi necessária mais uma sessão plenária para a leitura das
atas e para a aprovação das Moções apresentadas.
Ao
final, coube a Frei Aloísio de Garibaldi pronunciar as palavras de encerramento
da Assembléia. Os aplausos dos congressistas transformaram-se em homenagem
delirante e sincera ao mérito desse denodado batalhador do Congresso.
Nesse
domingo, 13 de fevereiro de 1966, à tarde, houve a Missa campal de encerramento
do Congresso, na grande praça Rui Barbosa, em frente às escadarias da igreja
Catedral. Reuniu cerca de 3.000 congressistas e um número imenso da população
local. Presidiu-a o Sr. Bispo D. Benedito Zorzi.
O
Padre secular Kerginaldo Memória, terceiro franciscano da Guanabara, que depois
se fez Capuchinho, anunciou na hora do Evangelho, a escolha de Recife, em
Pernambuco, como sede do futuro Terceiro Congresso Nacional da OFS.
No
ofertório, os congressistas fizeram a renovação de sua Profissão na Ordem
Franciscana Secular.
Na
hora da consagração, as bandeiras das Fraternidades, simbolizando todas as
Fraternidades do Brasil, se inclinaram reverentes em homenagem ao Cristo
presente no altar.
Na
Comunhão, em ação de graças, os congressistas se uniram ao Senhor para viverem
uma vida em santidade, de acordo com o ideal evangélico, que haviam solenemente
professado.
Com
a bênção final, estava encerrado o 2º Congresso Nacional da Ordem Franciscana
Secular do Brasil.
Deus
seja louvado!
(continua no informativo de setembro)
Paulo Machado da Costa e Silva,OFS
Nota:
– Os artigos podem ser transcritos, indicando-se a procedência.
À medida que esses artigos vão
sendo publicados no jornalzinho da nossa Fraternidade, eles serão
colocados em nosso blog: ofssagradopetropolis@blogspot.com
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