INFORMATIVO
Ano IV - NOVEMBRO
DE 2012 - Nº 06
ESPIRITUALIDADE FRANCISCANA
O
BEM-AVENTURADO LUQUÉSIO
V. A Ordem Terceira
(continuação)
A vida pura e fervorosa
das primeiras comunidades cristãs reflorecia no mundo.
Era evidentemente
isto que são Francisco tinha querido para esta terceira ordem e para as duas
anteriores: fazer viver o Evangelho integralmente, como fizeram os primeiros
cristãos, na penitência oração e amor recíproco, restaurando esta vida
perfeita, tipo da vida religiosa, em que se inspiraram em seguida as
constituições monásticas. Todas as observâncias da regra tendiam a este fim.
Os irmãos da Ordem III eram penitentes: deviam abster-se de
banquetes, espetáculos e danças e distribuir com os pobres suas rendas supérfluas;
traziam um hábito de fazenda grosseira (no valor de seis soldos a vara, para os
homens, e de doze, para as mulheres, rezava a l.a regra) e tinham
numerosos dias de jejum e de abstinência.
Eram homens de oração,
recitavam as horas canônicas, comungavam frequentemente e entretinham em si a
chama do fervor por uma oração contínua, "dirigida dia e noite a
Deus". Suas reuniões mensais compreendiam a Missa, a prédica o ofício
divino e a oração privada. Praticavam a caridade e sua irmã, a paz; deviam pôr
termo a qualquer inimizade, restituir os bens mal adquiridos, dar esmolas,
visitar os doentes e fazer depósito na caixa comum.
Mas, acima destas
prescrições, estava em primeiro lugar um espírito que circulava em todas as
fraternidades e infundia-lhes uma vida prodigiosa: o espírito mesmo do
pobrezinho e em todos os corações o
desejo resoluto e ardente de pautar sua vida pela dele. Os terciários eram, sem
dúvida, religiosos no mundo e como
tais se consideravam. Foi esta sua força.
Apenas fundada, a
fraternidade de Poggi-Bonzi se tornou o centro religioso da cidade e um
fermento ativo de regeneração cristã. A ação deste núcleo de verdadeiros
cristãos, sòlidamente agrupados entre si,
bastou para transformar a cidadezinha. Ao cabo de pouco tempo, ela
não se reconhecia mais. Uma piedade verdadeira e profunda ganhou os corações,
os bons costumes reinavam em toda parte, os pobres eram socorridos com uma caridade
tocante, os negócios realiza-dos com escrúpulo e a moral comercial se encontrava
de acordo com a moral cristã, as dissensões de classes e de famílias se haviam
extinguido: por toda parte reinava a paz e uma santa alegria no amor mútuo e
no amor de Cristo.
E Luquésio, pioneiro
deste magnífico reerguimento, dava a todos o exemplo desta vida cristã
integral e das mais admiráveis virtudes.
VI. Religiosos no
inundo.
O senado de
Poggi-Bonzi, cheio de reconhecimento para com Francisco, pediu-lhe que
estabelecesse uma comunidade de Frades na cidade e o autorizou a construir um
convento sobre a montanha, onde se erguiam as ruínas de uma fortaleza desmoronada.
Luquésio ficou
radiante e ofereceu seus serviços aos Frades, para ajudá-los na construção.
Entregou-se com ardor ao trabalho, arrancando pedras da antiga fortaleza e
transportando-as para junto da obra. Confundia-se com os operários, quebrava
o rebouco com eles no estaleiro e os tratava com camaradagem: esta simplicidade
do senhor Luquesio, no ofício de servente, conseguiu mais para a aproximação
social, do que vários discursos e a política. Quanto a ele, experimentava
naquele humilde labor e em tamanha fraternidade uma alegria que jamais
experimentara na sua vida faustosa.
Quando os religiosos
se instalaram, ele deu um assalto entre os irmãos da primeira e da terceira ordem, mas um assalto
à sua pobreza, às orações e às boas obras.
— Nós devemos, dizia
Luquesio a sua mulher, organizar também o nosso convento: será a nossa casa.
Os franciscanos distribuíam à porta pão e sopa aos
pobres: Luquesio fez o mesmo. Mas como no seu convento não havia clausura, ele
fazia os pobres comerem à sua mesa, reservando-lhes o que havia de melhor,
bastando para si um pouco de pão. Seus irmãos terciários, tocados por este
exemplo, davam-lhe generosamente.
Começou, depois, a abrigar em sua
casa os pobres e enfermos e, com sua mulher, prodi galizava-lhes os cuidados necessários.
Descobriram, então, que as falsas necessidades haviam desaparecido e que na
sua casa, que era muito ampla, havia muitos lugares desocupados: transformou-os
imediatamente em asilo, hospício e em hospital. Chamavam-na ,
na cidade, "o alburgue dos pobres".
O quarto de Luquésio
estava sempre disponível, pois ele tinha o hábito de dormir nos corredores ou
mesmo fora de casa, no chão. Experimentava uma estranha e intensa alegria em
agasalhar no seu macio leito um infeliz ou em velar um enfermo a noite inteira.
Recordava-se, então, das palavras do Mestre: "O que fizer-des ao mais
humilde dos meus, é a mim mesmo que o fareis", e, na verdade, parecia-lhe
cuidar de Jesus Cristo e era isto para ele uma coisa deliciosa, desfazendo-se
para com seus pobres, considerados sagrados, em atenções e delicadezas; quando
lhes falava, era com compaixão, mais do que isso, com amor.
Continua no informativo – Ano IV - DEZEMBRO DE 2012 -
Nº 07
SANTOS FRANCISCANOS
MES DE NOVEMBRO
1 — SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS
B. Rainério de Sansepolcro, 1ª Ordem.
2 — COMEMORAÇÃO
DE TODOS OS DEFUNTOS
3 — B. Margarida de Lorena, 2ª Ordem.
4 — S. Carlos Borromeu, 3ª Ordem.
5 — BB. Miguel Kizaiemon e Lucas Kiiemon, 3ª Ordem, mártires do Japão
6 — B. Paulo
de S. Clara, 1ª Ordem,
mártir no Japão
7 — B. Helena Enselmini, 2ª Ordem.
8 — B. João Duns Scoto
— culto aprovado
9 — B. Joana de Signa. 3ª Ordem.
10 — S. Leão, mártir de Ceuta, 1ª Ordem.
11 — B. Gabriel Ferreti, 1ª Ordem.
12 — B. João da Paz, 3ª Ordem.
13 — S. Diogo de Alcalá, 1ª Ordem.
14 — S. Nicolau Tavelic, 1ª Ordem, mártir
15 — S. Deodato
de Rodez, 1ª Ordem, mártir
16 — S. Pedro de Narbone, 1ª Ordem, mártir
17 — S. Isabel da Hungria, 3ª Ordem.
18 — B. Salomé de Cracóvia, 2ª Ordem.
19 — S. Inês de Assis, 2ª Ordem.
20 — S. Estêvão de Cuneo, 1ª Ordem, mártir
21 — S. Nicolau,
mártir de Ceuta, 1ª Ordem.
22 — B. Bernardino de Fossa, 1ª Ordem.
23 — B. Humilde de Bisignano, 1ª Ordem.
24 — B. Mateus Alvarez, 3ª Ordem, mártir no Japão.
25 — B. Isabel
Bona, 3ª Ordem.
26 — S. Leonardo de Porto Maurício, 1ª Ordem.
27 — B. Francisco Antonio Fasani, 1ª Ordem.
28 — S. Tiago da Marca, 1ª Ordem.
29 — TODOS OS SANTOS DA ORDEM FRANCISCANA
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