JORNAL DE OUTUBRO DE 2012
DIA DE TODOS OS SANTOS
Corramos para os irmãos que nos esperam
Que aproveitam aos Santos o nosso
louvor, a nossa glorificação e até esta mesma solenidade? Para quê tributar
honras terrenas a quem o Pai celeste glorifica, segundo a promessa verdadeira
do Filho? De que lhes servem os nossos pane-gíricos? Os Santos não precisam das
nossas honras e nada podemos oferecer lhes com a nossa devoção. Realmente,
venerar a sua memória interessa nos a nós e não a eles.
Por mim, confesso, com esta evocação
sinto me inflamado por um anelo veemente.
O primeiro desejo que a recordação dos
Santos excita ou aumenta em nós é o de gozar da sua amável companhia, de
merecermos ser concidadãos e comensais dos espíritos bem aventurados, de sermos
integrados na assembleia dos Patriarcas, na falange dos Profetas, no senado dos
Apóstolos, no inumerável exército dos Mártires, na comunidade dos Confessores,
nos coros das Virgens; enfim, de nos reunirmos e nos alegrarmos na comunhão de
todos os Santos.
Aguarda nos aquela Igreja dos
primogénitos e nós ficamos insensíveis; desejam os Santos a nossa companhia e
nós pouco nos importamos; esperam nos os justos e nós parecemos indiferentes.
Despertemos, finalmente, irmãos.
Ressuscitemos com Cristo, procuremos as coisas do alto, saboreemos as coisas do
alto. Desejemos os que nos desejam, corramos para os que nos aguardam,
preparemo-nos com as aspirações da nossa alma para entrar na presença daqueles
que nos esperam. Não devemos apenas desejar a companhia dos Santos, mas também
a sua felicidade, ambicionando com fervorosa diligência a glória daqueles por
cuja presença suspiramos. Na verdade, esta ambição não é perniciosa, nem o
desejo de tal glória é de modo algum perigoso.
Ao comemorarmos os Santos, um segundo
desejo se inflama em nós: que, tal como a eles, Cristo, nossa vida, Se nos
manifeste também e que nos manifestemos também nós com Ele revestidos de
glória. É que de momento a nossa Cabeça revela Se nos não como é, mas como
encarnou por nós, não coroada de glória, mas rodeada dos espinhos dos nossos
pecados. Envergonhemo-nos de sermos membros tão requintados sob uma Cabeça
coroada de espinhos, à qual por agora a púrpura não proporciona honras mas
afronta. Chegará o momento da vinda de Cristo; e já não se anunciará a sua
morte, para sabermos que também nós estamos mortos e que a nossa vida está escondida
com Ele. Aparecerá a Cabeça gloriosa e com ela resplandecerão os membros
glorificados, quando Ele transformar o nosso corpo mortal e o tornar semelhante
ao corpo glorioso da Cabeça que é Ele mesmo.
Desejemos pois esta glória com total e
segura ambição. Mas para podermos esperar tal glória e aspirar a tamanha
felicidade, devemos desejar também ardentemente a intercessão dos Santos, a fim
de nos ser concedido pelo seu patrocínio o que as nossas possibilidades não
alcançam.
Dos Sermões de São Bernardo, abade
(Sermo 2: Opera omnia, Ed. Cisterc.
5[1968], 364-368 (Sec. XII)
Profissão
e Jubileu na OFS.
Dia 04/10, festa de
São Francisco, a Fraternidade Franciscana Secular do Sagrado Coração de Jesus
de Petrópolis comemorou com a Profissão Solene de 03 (três) irmãos e o jubileu
de outros 05 (cinco).
Os
Professandos:
Dulci Carniel; Maria Ramos Carniel e José Carlos Machado.
Jubileu de 25 anos: Ana Eny Borsato;
Lucia Jorge; Maria Rodrigues da Silva; Nilza Cardinelli Kronemberg.
Também tivemos a renovação pelos 60 anos de
professos na ordem: Terezinha Machado Nascimento e Zélia Vidal.
Entendendo a Profissão
O irmão (ã) candidato
a vida franciscana secular passa por um período de 1(um) ano de iniciação.
Findo este periodo de iniciação, prepara-se o grupo para o Tempo de Formação.
Após este periodo o
candidato é preparado para a Profissão definitiva.
A Profissão acontece
em uma celebração eucaristica onde, os professos se comprometem, impelido pelo
Espirito Santo a viver o Evangelho, seguindo o exemplo de São Francisco de
Assis, em seu próprio estado secular, observando a regra aprovada pela Igreja.
OFS
A Ordem Franciscana Secular tem
suas origens no século XIII, quando leigos manifestaram o desejo de seguir os
passos de São Francisco de Assis, seu fundador e fonte de inspiração. No início
de sua história vê-se reconhecida pela Igreja como irmãos e irmãs da
penitencia. O Papa Gregório IX em 20 de maio de 1221 aprova a primeira Regra
“Memoriale Propositi” com a primeira denominação Ordem da Penitência. Em 18 de
agosto de 1289 o Papa franciscano Nicolau IV, com a Bula “Supra Montem”
reconhecia São Francisco como fundador da Ordem da Penitência e a denominava
de Ordem Terceira de São Francisco.
No século XVIII a Ordem Terceira foi duramente atingida com a supressão da Ordem decretada por José II, Napoleão e outros. Com a Revolução Francesa os terceiros viram-se fragilizados e pagaram com a própria vida sua fidelidade a Igreja. Na segunda metade de século XIX a Ordem Terceira ressurgiu com nova força, fazendo uso da impressa e grandes personalidades, e muitos santos. O Papa Leão XIII com a Constituição Misericors Dei Filius promulgou uma nova Regra em 1884. Ele colocou na Ordem suas esperanças e preferências e exortou calorosamente que a propagassem por toda a parte, e novamente a Ordem floresceu. Em1966 a
Sagrada Congregação dos Religiosos concedeu a Ordem Terceira a “faculdade de
atualizar-se”.
No século XVIII a Ordem Terceira foi duramente atingida com a supressão da Ordem decretada por José II, Napoleão e outros. Com a Revolução Francesa os terceiros viram-se fragilizados e pagaram com a própria vida sua fidelidade a Igreja. Na segunda metade de século XIX a Ordem Terceira ressurgiu com nova força, fazendo uso da impressa e grandes personalidades, e muitos santos. O Papa Leão XIII com a Constituição Misericors Dei Filius promulgou uma nova Regra em 1884. Ele colocou na Ordem suas esperanças e preferências e exortou calorosamente que a propagassem por toda a parte, e novamente a Ordem floresceu. Em
Eleito Novo Bispo de Petrópolis
Dom Gregório
Paixão
Dom Gregório Paixão nasceu em Aracaju (Sergipe) em 03 de novembro de
1964.
É filho de José Gregório e Josefa Bernadete Paixão Gregório e possui
quatro irmãos, sendo um deles monge beneditino. Cursou o ensino fundamental e
médio no Colégio Salesiano de Aracaju. Ingressou no Mosteiro de São Bento da
Bahia em 1983, professando solenemente em 1989.
No Mosteiro de São Bento da Bahia exerceu quase todos os ofícios
monásticos, como o de Bibliotecário; Mestre de Coro; Organista; Mestre de
Noviços; Ecônomo; Arquivista; Prior, dentre outros.
Durante o período de formação cursou Piano e Órgão de Tubos no Instituto
de Música da Universidade Católica do Salvador. Estudou artes plásticas no
atelier do renomado pintor Waldo Robatto.
Em 1987, foi enviado para o Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro a
fim de cursar Filosofia e Teologia na Escola da Congregação Beneditina do
Brasil, vinculada ao Pontifícium Athenaeum Anselmianum, de Roma, recebendo nota
máxima pela tese “O Panteão Nagô, Aspectos Hagiográficos do Candomblé da Bahia, Elementos
Míticos e Históricos”.
Em 18 de julho de 1992 foi ordenado diácono por Dom Ricardo Weberberger,
OSB e, em 21 de março de 1993, foi ordenado presbítero por Dom Lucas Cardeal
Moreira Neves.
Possui doutoradoem
Antropologia Cultural pela Universidade Aberta de Amsterdã
(Holanda), da qual é professor convidado desde 1998. Foi Diretor do Colégio São
Bento da Bahia; da Faculdade São Bento, assim como da Revista Análise e
Síntese. Lecionou Língua Grega, Antropologia Cultural e Homilética.
Possui doutorado
Possui 14 livros publicados, além de diversos artigos escritos para
revistas nacionais e estrangeiras. Em 29 de julho de 2006 foi eleito bispo de
Fico, na Mauritânia, trabalhando como bispo Auxiliar da Arquidiocese de São
Salvador da Bahia, sendo também Secretário Geral do Regional Nordeste 3, da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, e membro titular do Conselho de
Cultura do Estado da Bahia.
Atualmente Dom Gregório é bispo referencial para a Cultura, da CNBB. No
dia 10 de outubro de 2012 o Santo Padre, o Papa Bento XVI, o elegeu bispo da
Diocese de Petrópolis, no Rio de Janeiro.
O Presente Devolvido
Perto
de Tóquio vivia um grande samurai idoso que agora se dedicava a ensinar o zen
aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de
derrotar qualquer adversário. Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total
falta de escrúpulos apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da
provocação: esperava que seu adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado
de uma inteligência privilegiada para reparar os erros cometidos,
contra-atacava com velocidade fulminante. O jovem e impaciente guerreiro jamais
havia perdido uma luta.
Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo, e aumentar sua fama. Todos os estudantes se manifestaram contra a ideia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados pelo fato de que o mestre aceitou tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: - Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?
- Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?
- A quem tentou entregá-lo - respondeu um dos discípulos.
- O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos - disse o mestre - Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, só se você permitir...
Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo, e aumentar sua fama. Todos os estudantes se manifestaram contra a ideia, mas o velho aceitou o desafio. Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho mestre. Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível. No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.
Desapontados pelo fato de que o mestre aceitou tantos insultos e provocações, os alunos perguntaram: - Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde diante de todos nós?
- Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?
- A quem tentou entregá-lo - respondeu um dos discípulos.
- O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos - disse o mestre - Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo. A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas não podem lhe tirar a calma, só se você permitir...
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Breve resumo sobre a vida de Frei Galvão
Antônio Galvão de França
nasceu em 1739, na cidade de Guaratinguetá, região do Vale do Paraíba, interior
de São Paulo. Seu pai, cujo nome era o mesmo do santo, nasceu em Portugal e foi
Capitão-mor da Vila de Guaratinguetá (tinha poderes administrativos, judiciais
e fiscais). Sua mãe, Isabel Leite de Barros, natural da cidade de
Pindamonhangaba, assim como o esposo, era uma pessoa muito religiosa.
Com aproximadamente 13
anos, o jovem Antônio foi para o Seminário Jesuíta, em Belém, distrito de
Cachoeira, na Bahia. Lá permaneceu até o ano de 1755 ou 56, quando retornou
para a casa dos pais. Alguns anos depois, em 1760, depois de contato com
os franciscanos em Taubaté/SP, ele foi encaminhado para o noviciado, no
Convento São Boaventura, em Porto das Caixas/RJ. Lá mudou o próprio nome em
homenagem à santa padroeira da família e passou a chamar-se Frei Antônio de
Sant’Anna Galvão. Neste mesmo ano recebeu o hábito franciscano e professou os
votos religiosos de pobreza, obediência e castidade, além de defender em
juramento o privilégio de Maria Santíssima ter sido preservada do pecado
original, em vista dos merecimentos do seu Filho Jesus, conforme era costume na
época, na ocasião da profissão.
A excelente formação que
recebera dos Jesuítas, juntamente com a formação recebida no período do
noviciado fizeram com que os superiores permitissem que a sua ordenação fosse
antecipada. E assim, em 1762, ele foi ordenado sacerdote, com apenas 23 anos.
Recebeu a transferência
para o Convento São Francisco, em
São Paulo , logo após a sua ordenação presbiteral,
dedicando-se por alguns anos aos estudos de filosofia e teologia. E após
finalizar os estudos, em 1768, iniciou diversos trabalhos pastorais e recebeu
vários encargos importantes.
Na ação pastoral do
Santo destacamos de modo especial a construção da Igreja e do Recolhimento de
Nossa Senhora da Conceição da Divina Providência, hoje Mosteiro da Imaculada
Conceição da Luz. Foram 14 anos para a construção do recolhimento e outros 14
anos para a construção da Igreja. E além de paredes muito sólidas, feitas com
taipa de pilão, firmes até os dias atuais, deixou um extenso estatuto para as
recolhidas, com instruções sobre o modo de vida, segundo os conselhos
evangélicos.
Fruto do seu trabalho
apostólico, imenso amor à Imaculada Conceição e preocupação com as necessidades
do próximo, entregou para uma moça grávida e um senhor com problema nos rins um
papelzinho com a oração em latim: “Post partum, Virgo, inviolata, permansisti;
Dei genetrix, intercede pro nobis” (Depois do parto, ó Virgem, permaneceste
intacta, Mãe de Deus, intercede por nós). Mesmo depois de sua morte, inúmeras
pessoas passaram a procurar nos mosteiros e conventos as pílulas de Frei
Galvão, a fim de realizar a novena e pedir a intercessão do santo para a graça
desejada.
Seu exemplo de
santidade, demonstrado através da obediência, vida de oração, austeridade e
imenso espírito missionário, fez com que o chamassem de santo ainda em vida. Passou os
últimos anos da sua vida no Mosteiro da Luz. E mesmo com a sua morte em 1822 um
inúmero grupo de pessoas passou a visitar o seu túmulo, pedindo a intercessão
do santo franciscano e em busca das pílulas.
No ano de 2007 foi
canonizado pelo nosso Papa Bento XVI, diante de imensa multidão, em São Paulo.
Por
Giovanni Bezerra, especial para o site
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