INFORMATIVO
Ano IV - JANEIRO
DE 2013 - Nº 08
ESPIRITUALIDADE FRANCISCANA
O
BEM-AVENTURADO LUQUÉSIO
VI. Religiosos no inundo.
(continuação)
Esta morte "teve a grandeza e a serenidade da dos patriarcas". Como estivessem ambos doentes, aconteceu
que o estado de Bonadona se agravou repentinamente. Luquésio, esquecendo o seu
próprio mal, levantou-se, foi confortá-la e induzi-la a receber os últimos
sacramentos, encontrando força bastante para assisti-la. Após a piedosa cerimônia,
disse-lhe, com uma voz que já significava as alegrias do céu: — Oh! minha Bona,
sabes bem com que união de coração
servimos ao nosso bom Senhor. Eis que unidos também iremos partir, a fim de que
a ele nos reunamos. Oh! Bona, como está próxima a hora! Meu coração se desfaz a
este doce pensamento. Espera-me um pouco; vou, por minha vez, receber o santo
Viático e depois irei contigo para o céu.
Traçou sobre ela um grande sinal da
cruz e voltou arrastando-se para o leito. Seu diretor, Frei Hildebrando, do convento
dos franciscanos, lhe disse: — "Meu querido Luquésio, sede forte e
preparai-vos para a chegada do vosso Salvador, que está próxima. Repeli
qualquer tentação; podeis crer em mim; hoje mesmo, vereis a salvação e recebereis
a coroa de glória.
Luquésio ergueu um pouco a
cabeça moribunda: — Bondoso Frei Hildebrando, disse sorrindo, mesmo que eu
tivesse esperado até hoje, para me preparar a bem morrer, ainda assim, acreditai, não desesperaria da misericórdia
de Deus; mas verdadeiramente falando, eu estaria menos tranquilo. E erguendo
as mãos e os olhos ao céu: — Rendo-vos graças, exclamava, ó santa e adorável
Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo e a vós, bem-aventurada e doce Virgem
Maria e a vós, meu bendito Pai, bem-aventurado Francisco, por me haverdes
livrado dos laços do inferno. Eis-me pronto, livre e feliz e a vós é que o devo
pelos méritos da Paixão de N. S. Jesus Cristo!
Com sua alma em festa, recebeu os últimos
sacramentos. Depois, percebendo que sua mulher estava em agonia, fez um derradeiro
esforço, arrastou-se até junto dela e segurou-lhe as mãos e a confortou com as mais
ternas e sublimes palavras. Desfalecia. Trouxeram-no para o leito. Ouviram-no
murmurar: "Jesus... Maria... Francisco, meu pai..."
Em seguida fez o sinal da cruz e sua
alma deu a mão à de sua esposa, para voarem ao céu.
VII. Epílogo.
Luquésio, tendo-se
convertido ao amor, conseguiu pela
simples força de seu exemplo converter a cidade que habitava, melhor do que
o teriam feito muitos sermões quaresmais e missões.
Semelhantes
acontecimentos não eram raros na época: multiplicavam-se sob os passos de São
Francisco de Assis. Numa sociedade decaída o pobrezinho atraía, magnetizava,
reunia em torno de si tudo que restava de bom, as almas nobres que, desgostosas
do seu meio, experimentavam uma necessidade de regeneração, esperando o homem
que lhes apontasse o modelo. Havia dessa forma constituído este núcleo,
sustentáculo da completa reforma social que ia operar sobre as massas.
Os resultados foram
maravilhosos. A Ordem III propagou-se rapidamente na Itália, na Europa e no
mundo inteiro. Excedendo ao domínio religioso ou antes ampliando-o, a sua
influência ganhou todos os ramos do patrimônio social e político. Não somente
restaurou em toda parte a piedade, os bons costumes e a obediência dos fiéis,
mas assegurou o triunfo da Santa Sé; acabou a autonomia das comunas e forçou
o imperador a depor as armas. Verdadeiramente, segundo a visão profética de
Inocêncio III, São Francisco
tinha, graças sobretudo à Ordem III, recomposto uma cristandade nova e salvo
á Igreja e a sociedade.
Qual o segredo destes
triunfos? "Vivei o Evangelho", disse o pobrezinho: isto fora o bastante.
Pois este remédio em cada pessoa absorvia toda a vida, a transformava de
conformidade com as máximas cristãs; e da santificação assim realizada, brotara
naturalmente o zelo, a dedicação, o exemplo e todas as obras que reclamam as
circunstân-cias da época. Isto foi suficiente, por então, como aconteceu nos
primeiros séculos na conquista do império romano. Bastaria ainda hoje: ah! é
que é o mais esquecido agora. No decorrer dos séculos, a Ordem III se tornou um viveiro de santos. Mais
de 100 terciários foram elevados aos altares, a começar pelos dois admiráveis
padroeiros, são Luís de França e Sta. Isabel da Hungria e mais de 500 mor-reram
em odor de santidade. Estes exemplos são, para
os cristãos, uma incomparável escola de perfeição.
Os cristão,
indistintamente, devem se santificar. Os santos, os santos terciários
sobretudo, estes leigos dão prova eloquente de como é possível santificar-se
no seu próprio estado. Se a Igreja os canoniza, é porque quer torná-los
modelos.
Não se diz que cada
um deve chegar ao ponto de Luquésio; são alturas cuja ascensão exige uma
violência não comum. Todavia o Espírito Santo sopra ainda em nossos dias: um
Matt Talbot não fica aquém do heroísmo de Luquésio.
Mas que ao menos,
diante de tais exemplos, tenham consciência do que lhes implica o título de
cristãos, que examinem sua vida, e se esforcem por reformá-la.
Que cessem, pois, de
querer unir Deus a Mâmon, o Reino dos Céus e o Reino da terra; e tomando a
sério o Evangelho, consintam, enfim, em pôr, como base de sua vida, esta pedra
fundamental: o desprendimento. Encontrarão, então, o tempo que lhes falta,
como dizem, para orar, assistir à Missa e receber a sta. Comunhão, e terão a
oportunidade e os recursos inesperados, para dispender com os pobres e com o
apostolado. O que falta é a coragem. O único obstáculo é a covardia:
retraem-se, fogem diante da palavra chocante do Evangelho: a renúncia.
Ah! aprendam nos exemplos dos santos;
de todas as tentativas de felicidade que poderiam fazer neste mundo, uma só
pôde dar resultado: a que partiu desta conduta. Somente os santos são
venturosos. O caminho é difícil, mas o seu termo é a felicidade.
(Final da Vida de Beato Luquésio e
Bonadona. Em fevereiro começa nova historia)
Continua no informativo – Ano IV - FEVEREIRO DE 2013 -
Nº 09
SANTOS FRANCISCANOS
MES DE JANEIRO
2 — S. Martinho da Ascensão, 1ª Ordem, mártir
do Japão..
4 — B. Angela de Folinho, 3ª Ordem.
5 — B. Rogério de Todi, 1ª Ordem.
6 — S. Carlos de Sezze, 1ª Ordem.
7 — B. Mateus de Agrigento, 1ª Ordem.
8 — S. Francisco
Blanco, 1ª Ordem, mártir no Japão.
9 — S. Filipe de Jesus, 1ª Ordem,mártir no Japão
10 — B. Egídio de Laurenzana, 1ª Ordem.
11 —B. Tomás de
Cori, 1ª Ordem.
12 — B. Bernardo de Corleone, 1ª Ordem.
13 — S. Francisco de S. Miguel, 1ª Ordem, mártir no Japão.
14 — B. Odorico de Pordenone, 1ª Ordem.
15 — S. Berardo, 1ª Ordem, mártir em Marrocos
16 — S. Pedro, 1ª Ordem, mártir em Marrocos
17 — S. Acúrsio, 1ª Ordem, mártir em Marrocos
18 — S. Otão, 1ª Ordem, mártir em Marrocos
19 — S. Eustóquia de Messina, 2ª Ordem.
20 — S. Adjuto, 1ª Ordem, mártir em Marrocos
21 — B. João Baptista Triquerie, 1ª Ordem, Mártir.
22 — S.
Vicente Pallotti, 3ª Ordem.
23 — S. Gonçalo Garcia, 1ª Ordem, mártir no Japão.
24 — B. Paula Cambara Costa, 3ª Ordem.
25 — S. Paulo Ibarki, 3ª Ordem, mártir no Japão.
26 — S.Gabriel de Duisco, 3ª Ordem, mártir no
Japão.
27 — S. Angela Merici, 3ª Ordem. Fundadora das
Ursulinas.
28 — S. João Kisaka, 3ª Ordem, mártir no Japão.
29 — B. Luísa Albertoni, 3ª Ordem.
30 — S. Jacinta Marescotti, 3ª Ordem Regular.
31 — S.João Bosco, III O., Fundador dos Salesianos e
das Filhas de Maria Auxiliadora
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