BOLETIM INFORMATIVO DE JANEIRO 2013
ANO DA FE
Maria Bernadette Nabuco do Amaral Mesquita
Coordenadora Nacional
de Formação
Celebrando o Jubileu dos 50 Anos do Concílio
Vaticano II, o Papa Bento XVI proclamou o Ano da Fé, de 11 de outubro de 2012 a 24 de novembro de
2013. Para isso, escreveu a Carta Apostólica Porta Fidei - Porta da Fé,
que é uma exortação quanto à necessidade de se redescobrir o caminho da fé para
fazer brilhar com evidência sempre maior a alegria e o renovado entusiasmo do
encontro com Cristo.
Muitas vezes, nos preocupamos mais com as
consequências sociais, culturais e políticas da fé, do que com a própria fé,
considerando que ela está clara no universo cristão, porém, não é assim. No
passado, considerando um passado bem próximo, estes sinais eram mais evidentes,
era fácil reconhecer os valores inspirados pela fé, porém, hoje, não é assim,
em consequência da grande crise de fé que atinge os vários segmentos da
sociedade.
Este é um tempo oportuno para a meditação,
avaliação e tomada de consciência da fé, no sentido de reavivar, fazer crescer
e interpretar, para então professar e testemunhar a verdadeira fé.
A renovação da Igreja se faz através do
testemunho dos seus fiéis, que fazem brilhar com a própria vida no mundo, a
Palavra que o Senhor Jesus nos deixou. Sob esse aspecto, o Ano da Fé, é um convite
para uma sincera conversão. Aqui abrimos uns parênteses e lançamos o olhar para
a vida e a obra de São Francisco de Assis.
Façamos, então, durante esse tempo, do tempo
que o Senhor nos dá, um tempo de estudo da fé, dedicando mais tempo ao
aprofundamento da Palavra de Deus e ao estudo do Catecismo da Igreja Católica,
para que possamos conhecer melhor as verdades da fé que professamos e, assim,
mais amá-la e defendê-la, numa época em que temos sofrido tantos ataques,
tanta debanda, tanta infidelidade. Um tempo de celebração da fé, celebrar a fé
de
coração, principalmente na Eucaristia, que
nos leva a experimentar o mistério central da vida de Cristo, sua morte e
ressurreição, onde Deus revela plenamente o amor que salva e introduz na vida
nova. Um tempo de testemunhar a fé, através da profissão e do serviço, pois "a
fé sem obras é morta". Cada vez mais, a Igreja precisa de homens e
mulheres que, através de um autêntico seguimento de Jesus, possam defendê-la,
para fazer brilhar a Boa Nova, com renovado ardor, como resposta às
necessidades do mundo moderno. Nova Evangelização significa redescoberta,
renovação, alegria e esperança na fé que professamos.
Nós, enquanto franciscanos e franciscanas,
temos um grande mestre. São Francisco, no seu encontro pessoal com o Altíssimo,
viveu a radicali-dade de um amor apaixonado e uma experiência de intimidade
profunda com a Trindade Santa, que o levou a morrer para si mesmo, para
deixar-se guiar pela mão do Senhor. Nisso se traduz a conversão franciscana e é
isso que a Igreja espera de nós.
Viver este ano com esforço e dedicação pessoal,
no conhecimento e na vivência, através do serviço e da vida de oração, nos
levará a professar a nossa fé com renovado ardor, defendendo os valores da
doutrina católica e anunciando que o Amor precisa ser mais amado.
Como Coordenadora Nacional de Formação
Integrada, recém eleita, desejo viver com particular intimidade este Ano da Fé
com todos os franciscanos seculares e jufristas do Brasil. PAZ E BEM!
GEORGINA FULLERTON
DO ANGLICANISMO À FRANCISCO. 1812 - 1885
De Lord Grandville e Leidy Cavendish,
nasceu em um velho castelo inglês, a 23
de setembro de 1812, a
menina que recebeu o nome de Giorgina.
De ambos os lados, descendia da mais
alta nobreza da Inglaterra. “Nasci num antigo Solar Católico” – escreve ela –
“onde vivi até os seis anos. Quem sabe, os Anjos da Guarda tenham rezado por
mim, a primeira criança protestante a nascer ali”.
A mãe forçada pelos deveres sociais
viu-se na contingência de entregar Giorgina com a irmã Suzana, um ano mais
velha, aos cuidados de uma aia.
Em 1829, na Inglaterra, Giorgina
encontrou Alexandre Fullerton, a quem após vencer duras lutas contra os
parentes, casaram-se em 13 de julho de 1833 em paris. Sendo ambos
anglicanos, o casamento foi celebrado conforme o rito anglicano. No seu diário,
Giorgina fala: “se meu marido não é perfeito, é quase.”
Passado um ano de casados, nasceu-lhe o
primeiro filho. Seria o único que, Deus lhe haveria de conceder, foi a maior
alegria de sua vida mais, ser-lhe-ia também a maior dor.
Enquanto Giorgina vivia em Paris, na
Inglaterra se desenvolvia o grande movimento Oxford. Este movimento era um
retorno dos protestante a Igreja Católica. Na frente estava o grande Cardeal
Newman, também ele convertido.
Por este movimento, levou a Igreja nomes
ilustres de todas as camadas. Giorgina Fullerton, não ficara alheia ao
movimento. Dedicava-se mesmo a leitura de livros católicos, mas parece que
nunca lhe ocorrera, converter-se.
Enquanto Giorgina, esquivava da luz, seu
marido estudava, e refletia o catolicismo.
A morte do pai, em 07 de janeiro de
1846, feriu-lhe o amor filial que a deixou, mais livre para ocupar-se daquilo
que tanto preocupava. Encontrou-se com Padre Browmbill, que deu o ultimo
arranco, escreve Giorgina:” Grande foi a luta, feroz o combate, mais
maravilhoso o efeito”.
Um dia chegou-se ao Pe. Browmbill e,
inesperadamente lhe diz: “Venho dizer-lhe meu Padre, mudei de ideia.
Decididamente, não é na Igreja Católica que eu quero entrar. O padre não se
alterou. Ele conhecia as almas nas crises de conversão.
E qual a igreja que pretende entrar?
Ótima pergunta, como um raio de luz, encravou-se naquela alma para nunca mais
sair.
Deus não precisa de longos discursos
para destruir barreiras, basta-lhe um leve sopro.
Dois dias depois, 29 de março de 1846,
Giorgina fullerton, deixa o anglicanismo, e entra na Igreja Católica.
Termina as lutas da alma, agora os dois
partilhavam da mesma fé, o desejo de ambos, era agora, ver o filho abrigado sob
a mesma fé.
Na festa de Todos os Santos, do mesmo
ano de 1846, Granville fez a primeira comunhão. No mês de maio de 1853, foi
passar uns dias no castelo de sua tia, Lady Rivera. No dia 29, a morte o acolheu, em
plena mocidade, cheio de planos de vida. Foi um golpe para Giorgina, ela levará
esta dor até o leito de morte.
Em 1857, encontrava-se em Roma, sua alma
sentia necessidade de estar mais perto de Deus. Procurou a Ordem Terceira de S.
Francisco, também este passo liga, a morte do filho querido. Ela entrara na
ordem no dia da ultima comunhão do filho.
No seu diário encontramos estas
palavras. “Bendito aniversario da unica consolação”. E assim invoca ela a
proteção de Maria Santissima: “Pedirei sempre a proteção de Maria, minha Mãe e
Senhora, e recorro a ela neste instante, veste-me vós mesma com o habito de São
Francisco. Fazei com que eu seja uma verdadeira religiosa, cheia do Espirito da
Santa Ordem Terceira. Ajudai-me diante de Deus, e diante dos homens, maria
minha mãe rogai por mim”.
E na vespera de sua vestição escreve:
“Eis o tempo propicio, eis o dia da comunhão de meu querido filho, serei
admitida na Ordem Terceira de São Francisco.
Proponho e pretendo com a graça de Deus,
fazer que seja para mim o começo de uma nova vida, dedicada a Deus, e seu
serviço. Toma a resolução de praticar a pobreza, conforme puder, quero que o
meu dinheiro não seja meu, mais sim, dos pobres.
Estudarei a regra, ponto por ponto, vou
tornar-me filha de São Francisco de Assis, Apostolo da Pobreza!
Possa sua virtude querida, ser sempre
mais cara ao meu coração, dai-me Senhor, este desejo. Dai-me as Graças
necessarias, para ser uma perfeita Terceira, franciscana”.
No dia seguinte, recebia o habito da
Ordem Terceira, não estava sozinha, ao seu lado estava o esposo, foi sempre
fiel, sem nunca perder de vista, o seu ideal franciscano.
Realmente começou uma nova vida, e sem
duvida, seu maior titulo é este: “SER TERCEIRA FRANCISCANA, SEGUNDO O ESPIRITO
DO SERÁFICO PAI.”
Giorgina, compreendeu bem o espirito da
Ordem Franciscana, aquele amor que S. Francisco dedicava aos pobres, estava
vivo na alma de Giorgina. Certa vez, encontrando uma Senhora correu a abraçar,
e beijar afetuosamente, lembrando S. Francisco quando viu o leproso.
No ano de 1881, adoece Giorgina, esta
enfermidade a levaria ao encontro do Pai.
Aconselhada pelos medicos, foi para a
frança, com o esposo e, planejaram visitar Lourdes para confiar a Nossa Senhora
as suas dores, e dela o remedio mas, na ida, o esposo adoece, voltaram a
Inglaterra, aquela vontade de visitar lourdes fora frustrada mas, aqui brilha a
vontade de Deus.
Em 18 de Janeiro de 1885, recebeu a
unção dos enfermos, no dia seguinte ela piorou.
Ao lado estava o esposo, sustentado pela
fé, um ultimo olhar no crucifixo e, seus olhos se fecharam, sua alma foi ao
encontro de Deus e, também com seu filho, e lá esta a espera do esposo ao lado
do Pai.
Giorgina Fullertom
Do Anglicanismo a Francisco,
Alexandre Fullertom.
Patrono da JMJ de 2013
No último dia 27 de maio, no santuário de Nossa
Senhora da Penha, a equipe de articulação e divulgação da JMJ Rio2013 divulgou os patronos e intercessores deste encontro
mundial dos jovens com o Papa, que acontecerá na cidade do Rio de Janeiro.
Segundo a própria comissão, os patronos escolhidos,
estão intimamente ligados à história do
Brasil e seus exemplos de vida podem ser seguidos pelos jovens. No site
da JMJ, a saber: www.rio2013.com, se lê:
"Os patronos são os pais espirituais dos
jovens, lhes ensinam, como verdadeiros pais e mestres, os caminhos para a
santidade. Foram escolhidos por estarem intimamente ligados ao espírito da JMJ
Rio2013. Dentre estes estão também representantes da nação. O tema missionário
inspira o pedido por proteção e entusiasmo para enfrentar os desafios da
evangelização nos dias atuais. Oração e ação são dimensões inseparáveis dos
discípulos-missionários de Jesus Cristo".
Sendo assim, eis os patronos: Nossa Senhora
Aparecida - padroeira do Brasil; São Sebastião -patrono da cidade do Rio de
Janeiro; Santa Terezinha - padroeira das missões; Beato João Paulo II - idealizador das jornadas mundiais da juventude;
e, o nosso santo franciscano Santo António de Santana Galvão, frei Galvão -
primeiro santo brasileiro.
A notícia da escolha de frei Galvão como um dos
patronos nos alegrou a todos como família franciscana do Brasil, haja vista que
a história deste país está intimamente ligada com a história dos franciscanos
nestas terras. Vale lembrar que a primeira missa rezada na Ilha de Vera Cruz
foi celebrada pelo frade franciscano Frei Henrique de Coimbra e que o nosso
citado frei Galvão foi ordenado presbítero na cidade do Rio de Janeiro.
Nós,
franciscanos de todo o Brasil, estamos nos preparando ativamente para esta
jornada, e agora podemos contar com a intercessão deste grande homem, grande
santo, arauto da paz e da caridade.
. Objetivo
Embora
a Jornada Mundial da Juventude possua uma estrutura e organização
próprias,
oferecendo uma rica programação de eventos
oficiais, isso não
impede que as congregações
religiosas e/ou movimentos realizem as suas atividades, de modo que os jovens
possam conhecer a diversidade carismática da Igreja
durante esse encontro internacional.
Assim,
o objetivo de nossa presença franciscana
junto à
Jornada Mundial da Juventude é apresentar o nosso
carisma a todos os jovens que ainda não nos conhecem, além
de ser uma oportunidade de vivenciarmos o grande Dom da Fraternidade sonhada
por Francisco e Clara, capaz de romper as barreiras e diferenças
culturais, idiomáticas
e geográficas.
Explicação
à Logomarca
O
traçado
na cor marrom representa o Pão de Açúcar,
ponto turístico
conhecido mundialmente, e faz alusão à
cidade do Rio de Janeiro, sede da JMJ. Junto à
forma do Pão
de Açúcar,
um traçado
oval, também
na cor marrom, forma a silhueta de São Francisco, o
inspirador do movimento franciscano. A imagem de São
Francisco se completa com o sol representado logo acima de sua cabeça,
simbolizando a sincera santidade e a afinidade de Francisco com as criaturas de
Deus. A cruz, em amarelo, remete à JMJ. A pomba, na
cor azul, como se estivesse saindo da mão de Francisco,
simboliza a missão
de todos os que anunciam o Evangelho, como anunciadores da "Paz e do
Bem".
FUNDAMENTAÇÃO
BÍBLICA
E FRANCISCANA
O
envio apostólico
"Ide e fazei discípulos
entre todas as nações"
(Mt 28, 19), que inspira a Jornada Mundial da Juventude, só
é
se concretiza a partir de uma real experiência de Deus.
Desejoso em seguir o Mestre, o discípulo deve
"embriagar-se de amor divino para depois levar ao mundo esse grande vinho
da alegria". E não
há
dúvida
de que, entre tantos santos e santas, Francisco de Assis aponta um caminho
inspirador para a experiência concreta do
encontro com o Senhor. Francisco sente-se enviado e também
envia seus irmãos
como mensageiros da paz.
No
seu Testamento, chega a dizer: "Como saudação, revelou-me o Senhor que disséssemos: 'O Senhor te dê a paz'" (Test 23). É saudação missão. "Enviou dois a dois com a incumbência de anunciarem a paz: 'Ide, queridos irmãos, ide dois a dois ao mundo e anunciai ao homem a
paz" (1Cel 29). Essa saudação, mais adiante,
foi condensada na forma "Paz e Bem", tão difundida até os dias de hoje. O ideal franciscano não é património exclusivo dos seguidores diretos do Santo de
Assis, mas diz respeito a todos que reconhecem em São Francisco uma inspiração para vida do discípulo de Cristo. O discípulo missionário que toma para si como inspiração o carisma franciscano compromete-se existencial
mente a encarnar, a tomar viva e eficaz a Paz de Cristo anunciada e vivida por
Francisco.
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