BOLETIM
INFORMATIVO DE JUNHO DE 2013
RAIMUNDO LULO
Raimundo Lulo nasceu por
volta de 1235 em Palma de Maiorca, nas ilhas Baleares. Nascido no seio de uma família abastada, Raimundo consagrou toda a sua
fortuna ― quando seus pais faleceram ― à evangelização.
Efectivamente, inflamado do zelo das almas, entrou
na Ordem Franciscana Secular, tratou da fundação de um colégio onde vieram
estudar os futuros missionários, os quais ali aprendiam as línguas árabe e
hebraica, visto que estes numerosos “estudantes” eram destinados à propagação
da fé cristã nos países muçulmanos e em Israel.
Homem de grande cultura, considerado por muitos
como “um dos maiores génios da Idade Média, e sem dúvida o espírito
mais original do seu tempo”, Raimundo Lulo viajou muito e encontrou-se
mesmo, durante a sua vida com três Papas, para solicitar o apoio destes às suas
iniciativas que nem sempre foram das mais felizes.
Escreveu sobre quase todas as disciplinas humanas,
sendo alcunhado “doutor iluminado”. A sua produção imensa inclui
obras de teologia, filosofia, ciência e pedagogia, romances filosóficos, poemas
líricos e místicos da maior beleza. Foram-lhe atribuídos tratados de magia e
alquimia que não lhe pertencem, segundo alguns historiadores que tratam da
Idade Média.
Em 1311, assim resumia ele a sua vida: «Fui
casado, tive filhos, fui rico, gostei do mundo e dos prazeres. Depois tudo
deixei pela glória de Deus, pelo bem dos meus irmãos, e com vista na propagação
da verdadeira fé. Aprendi o árabe e muitas vezes fui à terra dos Sarracenos.
Pela minha fé fui flagelado e encarcerado. Durante 45 anos procurei interessar
os chefes da Igreja e os príncipes cristãos no bem público. Agora que sou velho
e pobre, o meu ideal é sempre o mesmo e tal se manterá até à minha morte».
No fim da sua vida, quando já contava 80 anos,
viajou para a Bugia, na África, ali foi encarcerado e, ele que muitas vezes
procurado o martírio, os Mouros lapidaram-no e deixaram-no por morto na praça.
Recolhido quase exânime, por um navio, expirou quando aportava à ilha de Maiorca,
aos 29 de Junho de 1315.
Afonso Rocha
CONTRIBUIÇÃO FINANCEIRA
Embora o catecismo da Igreja Católica tenha
exposto de forma diversa o quinto mandamento da Igreja, a forma autêntica é a
redação do Código de Direito Canônico: "Os fiéis têm a obrigação de prover
às necessidades da Igreja, de forma que ela possa dispor do necessário para o
culto divino, para as obras de apostolado e de caridade e para a honesta
sustentação dos seus ministros" (cânon 222 § 1o e cânon 1261).
Diversas vezes ele nos é citado nos textos
sagrados e nos foi herdado do povo israelita, nossos irmãos mais velhos na fé.
Porém sempre teve a mesma finalidade citada acima: “Prover às necessidades da
igreja”, de que forma?
1.
“De forma que
ela possa dispor do necessário para o culto divino” – Como é salutar e agradável
uma celebração bem ornamentada, com todo o material litúrgico bem organizado e
limpo, bonito. São Francisco com toda a ausência de vaidade que carregava em
sua mente reclama na sua Carta aos Clérigos a falta de selo com o material
litúrgico, reclama a má qualidade dos corporais, os cálices e as toalhas que se
sacrifica o Corpo de Cristo.
2.
“As obras de
apostolado e de caridade” – O dizimo deve ser uma oferta generosa de acordo com
aquilo que cada irmão recebe. Se na comunidade tem aqueles que deixam de colaborar,
deveria-se voltar o olhar para determinados irmãos com mais carinho e menos
julgamentos pois, se o irmão esta “endividado com a igreja” acumulando
mensalidades de dizimo, será que em sua casa esta passando por dificuldade
financeira? Não deveríamos procurar saber se tais irmãos precisam de ajuda é
para este fim que nossa contribuição do dizimo deve se direcionar, a caridade
para com os mais necessitados de nossa própria comunidade e estes irmãos
revigorados de suas necessidades podendo voltar-se com mais vigor ao apostolado
com suas contribuições financeiras e com os recursos somados do dizimo atender
a outras necessidades urgentes da sociedade.
3.
“E a honesta
sustentação de seus ministros” – o que a de mais justo que, aquele que deixou
casa, possibilidade de um matrimonio, optou pelo celibato, pai, mãe,
perspectiva de uma profissão para o Ministério da palavra receber sua paga pelo
dizimo dos irmãos.
Não nos esqueçamos, aquele que iluminado pelo
Espírito do Senhor, abraçou a forma de vida franciscana secular, entrou para
uma instituição que tem obrigações financeiras para os mesmos fins dos itens
dois e três, quando um irmão deixa de pagar o seu dizimo, a fraternidade esta
obrigado a suprir o dizimo do mesmo para a ajuda às despesas do regional, e o regional
do nacional, e o nacional do internacional. É justo que mantenhamos em dia
nossas mensalidades e os nossos dízimos para o bem da fraternidade que a mesma
faz bem para sociedade e, nisto acreditamos e por isso estamos aqui.
Paz e Bem!
No dia 1º de maio corrente, Da 8h30 às 17h30,
pequeno grupo de irmãs e irmãos da nossa Fraternidade, reuniu-se para refletir
em conjunto sobre o Evangelho
de São João, o Teólogo. Na simplicidade da alegria fraterna não vimos o dia
passar, tão ligados estávamos no aprofundamento do conhecimento da PESSOA do
autor do IV Evangelho. Éramos quatorze ao todo, sendo que três não pertencem a
OFS, mas amam João e Francisco. Houve cantos, orações, partilha generosa do pão
da palavra e do pão da mesa. O tema central foi uma catequese joanina em seus elementos fundamentais. Ano da
Fé, ano da Jornada Mundial da Juventude. Sim estava tudo de acordo com os
ideais do Papa! São João era o Apóstolo mais novo dentre os doze, nos ensina a
Tradição. Faremos mais três ou quatro encontro encontros na Fraternidade, ainda
neste ano, com o apoio do Conselho e da nossa Irmã Ministra, Maria Aparecida
Oliveira da Silva,ofs, mãe do nosso estimado Frei Gilmar,ofm, digno Reitor do
Santuário de Santo Antonio, no Largo da carioca _ Rio de janeiro, e Assistente
espiritual da Fraternidade local da OFS-RJ.
Paz e Bem!
Ir. Luiz Alberto
Vianna, ofs.
Aniversário de Nossa Fraternidade e festa das Mães
Dia 19 de maio, dia em que os irmãos da OFS se reuniram vindos de
diversos bairros de nossa cidade, juntamente com a comemoração dos 116 anos da
fundação da sede de nossa Fraternidade e o Pentecostes, comemorou-se também
como tradicionalmente se faz o dia das mães civilmente comemorado no 2º domingo
dia 12.
A homenageada deste ano foi a nossa irmã Nair de Jesus Medas
Almeida, moradora do bairro Mauá, Quitandinha.
Professa desde 12/10/1980, frequenta as nossas reuniões e eventos
com assiduidade e, tem dado significativa contribuição montando periodicamente
o bazar em nossa sede e durante todo ano contribui todas as quartas e sextas
junto com outras irmãs professas e voluntarias no setor de costuras fazendo
roupinhas para bebê que é vendido a preços bem acessível as pessoas mais
carentes que procuram em nossa fraternidade proporcionando o bem estar de estar
adquirindo o que necessitam a custo de seu dinheiro pois, como dizia em sua
musica o velho Gonzagão: Uma esmola seu douto para um homem que é são ou lhe
mata de vergonha ou vicia o coração”.
Regional da ffb do ES/RJ elege nova coordenação
Por Cláudio Santos, especial para este site
O Regional RJ/ES da Família Franciscana do Brasil
(FFB) realizou, no último domingo, no Colégio Santo Antônio, em Duque de Caxias
(RJ) a sua assembleia eletiva. A FFB tem como objetivo desenvolver e incentivar
a vivência e anúncio do Evangelho; promover a reflexão sobre a vida franciscana
e seu carisma, bem como sua presença e atuação na Igreja e no mundo de hoje;
estimular o conhecimento, a comunicação e a comunhão entre os diversos ramos e
membros da Família Franciscana; prestar assistência espiritual franciscana aos
seus membros e colaborar com entidades congêneres na linha dos ideais de
Francisco e Clara de Assis; e colocar-se a serviço da justiça, paz e ecologia,
promovendo e valorizando a vida onde ela se encontra mais ameaçada.
A assembleia foi marcada pela alegria
própria do carisma franciscano e pela partilha fraterna entre os diversos ramos
da frondosa família que se fizeram presentes em mais essa etapa da vida
fraterna. O vice-ministro regional da Ordem Franciscana Secular (OFS) abriu a
assembleia dizendo que o Regional RJ/ES vive um momento especial, pois está em
processo de rearticulação e a realização da assembleia é uma prova desse
esforço da FFB.
Durante a assembleia, os participantes
refletiram sobre a necessidade da sociedade e da Igreja apoiarem a juventude e
estimular o protagonismo juvenil que é estimulado pela Campanha da Fraternidade
2012 que tem como tema ‘Fraternidade e Juventude’ e como lema ‘Eis-me aqui,
envia-me!’. O secretário fraterno da Jufra, Márcio Bernardo Ramos, realçou a
necessidade de um esforço para que conheçamos a realidade da juventude, seu
comportamento e cultura para que se sintam verdadeiramente acolhidos e
conquistem mais espaço na sociedade e na Igreja.
O irmão Márcio enalteceu o trabalho
feito com a mini-Jufra pela OFS em Nilópolis e Duque de Caxias são exemplos a
serem seguidos pelas fraternidades, pois abrem um campo profícuo para o
trabalho com os adolescentes, jovens e suas famílias. O jufrista encerrou sua
reflexão destacando que toda a Família Franciscana deve se mobilizar para
acolher os jovens de todo o mundo não só durante a Jornada Mundial da Juventude.
O encontro foi encerrado com a Santa
Missa celebrada pelo frei Edcarlos Hoffman, OFMCap, que em sua homilia abordou
os valores simbolizados pela Páscoa, cujo anúncio nos exorta a crer no amor e
na força do Cristo ressuscitado, o Bom Pastor, que apascenta as ovelhas e as
conduz com segurança para o aprisco. Frei Edcarlos ainda reafirmou a importância
de mantermos atados os laços que nos unem ao Cristo e aos irmãos através do
testemunho deixados por São Francisco e Santa Clara.
Após a Santa Missa a nova coordenação
foi apresentada aos delegados e terá a seguinte composição: irmã Cleusa Neves,
da Congregação das Irmãs Nossa Senhora do Amparo, irmã Mariza Vera Sampaio, da
Congregação das Irmãs Franciscanas Alcantarinas, Maria Tereza Ribeiro, OFS,
Helio Gouveia, OFS, e frei Alex Cuquetto, OFM Capuchinho, como membros
titulares, e como suplentes os irmãos Aline Milani Romeiro Pereira e Márcio
Bernardo Ramos, ambos da OFS. As fraternidades saíram revigoradas e ciosas do
compromisso de viver o ideal de Francisco e Clara mais intensamente, resgatando
valores negligenciados em nossa sociedade como acolhimento, coerência,
desprendimento, fidelidade, gratuidade, minoridade, pobreza evangélica e a vida
em fraternidade – marcas inconfundíveis do nosso carisma.
A Família Franciscana agradece a
Congregação das Irmãs Franciscanas de Dillingen pela carinhosa acolhida e
cessão do espaço para a realização da assembleia, e a todos os irmãos e irmãs
que contribuíram para a concretização dessa importante etapa da caminhada
fraterna. Que possamos cultivar nossa vocação tendo amor à santa pobreza vivida
em fraternidade e no seguimento ao Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus
Cristo!
Entrar na amizade de Deus pela fé e pelo amor
Será
que Deus se sente mais feliz com a fria irrepreensibilidade dos
“bem comportadinhos” ou com a afetuosa efusão dos excluídos e
pecadores? Aliás, os próprios “irrepreensíveis”, se sentem felizes?
Jesus
não tinha medo de pessoas mal-afamadas. Conforme o evangelho de hoje,
Jesus aceitou até o carinho de uma prostituta! Enquanto ele estava, à
maneira oriental, deitado à mesa na casa do fariseu Simão, chegou uma
prostituta, regou-lhe os pés com suas lágrimas, secou-os com sua
generosa cabeleira e perfumou-os com o rico perfume, adquirido com o
dinheiro do pecado. Escândalo para a “gente de bem”. Mas Jesus aponta o
mistério profundo que está agindo por trás das aparências: a mulher mostrou
tanto amor, porque encontrou tamanho perdão! Enquanto o fariseu não demonstrou
carinho para com Jesus, porque achava que nada tinha a ser perdoado … Jesus
explica isso por meio de uma parábola: um devedor a quem é perdoado muito mostrará
mais gratidão do que um que pouco tem a ser perdoado. Enquanto o fariseu
continua “na sua”, a pecadora encontra a salvação: “Tua fé te salvou” (Lc
7,50).
Há
muitas espécies de fariseus, de pessoas satisfeitas consigo mesmas. Há os
fariseus clássicos, os “bem comportadinhos”, que se julgam melhores que os
outros e acham que, por força de sua virtude, eles têm méritos, direitos e até
privilégios diante de Deus. Mas há também os que acham que sua sem-vergonhice
descarada os torna mais honestos que as pessoas menos ousadas … O filósofo
Kierkegaard fala do “publicano” que, lá no fundo do templo, reza assim: “Eu te
agradeço, Senhor, porque sou um humilde pecador, não como aquele orgulhoso
fariseu lá na frente … ”
A
2ª leitura, usando outra terminologia, ensina a mesma coisa: somos
justificados pela fé. Quem nos torna justos é Deus, não porque o merecemos, mas
porque nos confiamos a ele na fé. Não é bom arvorar-se em juiz em causa
própria, e muito menos em causa alheia … Quem se julga justo e perfeito, que lhe
pode acrescentar Deus? É melhor deixar-se declarar justo e sem culpa por Deus,
mediante o seu perdão, e amá-lo de coração. Cumprir a lei (judaica ou outra) é
bom, mas não me livra de minha culpa. Só Deus pode abolir minha culpa, pois
todo pecado atinge finalmente a ele, nosso sumo bem. Ele aboliu a culpa
demonstrando quanto ele nos ama: permitiu que seu filho Jesus desse sua vida
por nós. Este amor é maior que nossa culpa. Jesus o leva dentro de si. Jesus
pode perdoar o mal que marcou nossa vida. Nós mesmos, não. Só nele nosso mal
encontra perdão.
Quem
assim, pela fé, se torna amigo de Deus, porque encontrou em Jesus o amor, não
pode mais deixar de amar. Torna-se outra pessoa. A graça recebida de graça não
pode tornar-se um pretexto para continuar pecando. A lição de hoje é esta:
são amigos de Deus (“justos”) aqueles que reconhecem diante de Deus sua dívida
de amor e dele recebem a remissão. Então, abrir-se-ão em gestos de gratidão,
semelhantes ao gesto da pecadora.
Do livro “Liturgia Dominical”, de
Johan Konings, SJ, Editora Vozes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário