INFORMATIVO
Ano V - JUNHO
DE 2013 - Nº 01
ESPIRITUALIDADE FRANCISCANA
SANTA ISABEL
DE HUNGRIA
Continuação
INCENSO PRECIOSO
Terminado o Te Deum,
Isabel prostrou-se ao pé do altar e
agradeceu em alta voz, por
ser agora pobre como Ele fora na manjedoura em Belém. "Senhor, dizia ela,
seja feita a vossa vontade. Ontem eu era duquesa com grandes e ricos castelos;
hoje eis-me mendiga e sem me quererem dar guarida. Senhor, se Vos houvesse melhor
servido no tempo de soberana, se mais esmola tivesse dado por Vosso amor, isso
agora me encheria de alegria. Infelizmente, assim não acontece. Meus filhos
nasceram príncipes e princesas, e ei-los agora famintos, não tendo nem mesmo
palha para se deitarem! Por causa deles, meu coração está repassado de angústia.
Bem mereci vê-los sofrer e me arrependo, amargamente. Quanto a mim, Vós sabeis,
meu Deus, que sou indigna de ser por Vós eleita para a graça da pobreza".
Oh, sejamos nós interiormente tão firmados em Deus, que, também nos maiores
sofrimentos, à semelhança de Santa Isabel, possamos dizer com o apóstolo São
Paulo: "Quem nos separará, pois, do amor de Cristo? Será a tribulação? ou
a angústia? ou a fome? ou o perigo? ou a perseguição? ou a espada? (Rom, VIII, 35).
POBRE
Mas as portas todas
lhe foram trancadas como os corações daqueles a quem ela havia socorrido
tantas vezes. Parecia-lhe receber uma
bofetada no rosto cada vez que
era rejeitada.
E apesar de correr o
risco de desagradar ou aumentar a ira do duque Henrique, um padre muito pobre
também ousou acolher a princesa e os filhos.
Aceitou, com
reconhecimento, os leitos de palha que o pobre padre generosamente lhes havia
dado.
Embora não se
atrevessem a puni-lo, os perseguidores de Isabel obrigaram-na a pedir
abrigo na casa de um dos fidalgos da
corte, fidalgo este que lhe havia manifestado
a maior aversão.
Para lá dirigiu-se
com os filhos; passou a noite num canto frio e desabrigado do castelo, e não
lhe restava senão um abrigo: o asqueroso asilo da taverna, onde havia passado
a primeira noite.
Uma princesa num estábulo, sem mesa nem
cadeira, sem fogão nem leito, pobre por haver sido misericordiosa para com os
pobres, eis o que é nobre e generoso aos olhos de Deus.
NUVEM ESCURA
Isabel que havia
acolhido e sustentado tantos órfãos, tantos meninos abandonados, sobre os
quais derramava os mais abundantes tesouros de sua misericórdia, e a quem
havia servido de terna mãe, via-se agora forçada a separar-se dos próprios
filhos.
A fim. de não os condenar,
em tão tenra idade, à nudez e à miséria a que ela estava reduzida, forçoso
lhe foi sacrificar a última consolação humana. Algumas pessoas de confiança
sabendo da sorte a que ela estava reduzida, se oferecem para tomar conta dos
filhos, o que Isabel, obrigada pela fome e pela extrema
penúria, aceitou, com o coração sangrando, mas grata ao Pai, por mais este
consolo.
Em todos os momentos,
renovando dia a dia, hora por hora, o ato de resignação: "É isto mesmo que
eu quero e que me basta: cumprir a vontade de Deus e sofrer".
Tranquila sobre a
sorte dos filhos, Isabel ficou inteiramente resignada quanto à própria; vendeu
todas as jóias que ainda possuía, objetos valiosos, e inclusive a sua aliança
de casamento, e tratou de ganhar o seu sustento, fiando.
E mesmo na sua
profunda miséria, sempre tinha alguma sobra para os mais necessitados: alguns
bocados de pão ou algumas moedas insignificantes.
Na Igreja de Santa
Isabel, em Breslau, guarda-se uma bengala de que a Santa se servia, não para
apoiar-se, mas para defender-se dos cães, havendo ainda na parte inferior da
bengala, sinais de dentes caninos. Daí se deduz que andava bastante mal
vestida, pois os cães, em geral, atacam de preferência os mendigos e outras
pessoas esfarrapadas.
A filha de reis e
soberana reduzira-se, pois, em sua antiga capital, a uma pobre jornaleira que
vivia do seu trabalho manual.
Quão formosa Isabel devia parecer aos espíritos
celestes naqueles farrapos miseráveis e desasseados! A alma tornara-se-lhe tão
limpa das manchas humanas, como o raio do sol que, também na lama, não fica
contaminado. Dela vale o que São Paulo diz de si e dos demais apóstolos:
"Porque entendo que Deus nos expôs como os últimos dos apóstolos, como
destinados à morte; pois que estamos sendo um espetáculo para o mundo, para os
Anjos e para os homens (I Cor. IV.
9.)
VIDA INTERIOR
Num dia da Quaresma,
como fosse assistir a Missa e se ajoelhasse na igreja, de repente prostrou-se
de encontro à parede, permanecendo, por muito tempo, como que absorta e
elevada acima da vida temporal, em contemplação profunda.
Finda a Missa e
sentindo-se extremamente cansada, deitou-se sobre um banco em frente à
janela, repousando a cabeça no colo de sua fiel serva Isentrude.
Esta, julgou-a doente e talvez desejosa de dormir.
Porém, Isabel conservava os olhos abertos e encarava fixamente o céu. O seu
semblante se alternava em tristeza e alegria, e assim permaneceu até a noite.
Conservara-se calada; finalmente, com o semblante cheio de alegria, pronunciou
estas palavras: — "Sim, Senhor, se
quereis estar comigo, quero estar convosco, e jamais me separarei de
Vós" — E continuou: "Vi o céu entreaberto, e meu Senhor, o
misericordiosíssimo Jesus, dignou-se descer e me consolar nas tribulações que
me oprimem. À vista de meu divino Salvador foi que mostrei alegria e sorriso.
Algumas vezes, Ele desviava o rosto, como quisesse retirar-se, então eu
chorava. Tendo piedade de mim, voltou Seu olhar celeste para mim, dizendo: —
"Isabel, se queres estar comigo, ficarei contigo e nunca hei de
separar-me de ti" — E lhe respondi o que já sabes" — Assim Isabel
falava com a boa e fiel serva Isentrude.
Continua no informativo – Ano V - JULHO DE 2013 -
Nº 02
SANTOS FRANCISCANOS
MES DE JUNHO
2 — B.
João Pellingoto, 3ª Ordem.
3 —
B. André de Spello,
1ª Ordem.
4 — B. Pacífico de Cerano, 1ª Ordem.
5 —
B. Maria Clara Nanneti,
3ª Ordem Regular, mártir
da China
6 —
B. Lourenço de Vilamagna,
1ª Ordem.
7 —
B. Maria da Paz Bolsena, 3ª Ordem Regular, mártir da China
8 —
B. Hermínia de Jesus, 3ª Ordem Regular, mártir da China
9 — S. Cornélio Wican,
1ª Ordem, mártir em Gorkum
10
— S.Pedro de Assche, 1ª Ordem, mártir em Gorkum.
11
— B. Guido de Cortona, 1ª Ordem.
12
— B. lolanda, Duquesa da Polônia, 2ª Ordem.
13
— S. Antônio de Lisboa, 1ª Ordem.
14
— S. Francisco de Bruxelas, 1ª Ordem, mártir em Gorkum.
15
— S. Antônio de Hoornaert, 1ª Ordem, mártir em Gorkum.
16
— S. Antônio de Werten, 1ª Ordem, mártir em Gorkum.
17
— B. Pedro Gambacorta, 3ª Ordem Regular.
18
— S. Godofredo de Merville, 1ª Ordem, mártir em Gorkum.
19 —
B. Miquelina de Pesaro, 3ª Ordem.
20
— S. Willehado da Dinamarca, 1ª Ordem, mártir em Gorkum (1482-1572) c. 1867
21
— S. Nicásio Jonson, 1ª Ordem, mártir em Gorkum.
22
— B. André Bauer, 1ª Ordem, mártir da China
23 — S. José Cafasso, 3ª
Ordem.
24
— B. Teodorico Balat, 1ª Ordem, mártir da China
25
— B. José Maria Gambaro, 1ª Ordem, mártir da China.
26
— B. Cesídio de Fossa, 1ª Ordem, mártir da China
27
— B. Benvenuto de Gubio, 1ª Ordem.
28
— B. Elias Facchini, 1ª Ordem, mártir da China
29
— S. Vicenza Gerosa,
3ª Ordem.
30 — B. Raimundo Lulo, 3ª Ordem, mártir
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