INFORMATIVO
Ano VI AGOSTO DE 2014 - Nº 03
ESPIRITUALIDADE FRANCISCANA
SANTA ROSA DE
VITERBO
Padroeira da
Juventude Franciscana – JUFRA
CAPITULO
II
A CRUZADA DIFERIDA
(continuação)
Sobreveio a morte da
esposa e um novo casamento serviu de pretexto para nova protelação. Com a segunda esposa, Iolanda, filha de João
de Briene, recebia direitos sobre o reino de Jerusalém. Sucederam-se grandes assembléias e
negociações prolongadas. Zarparia,
enfim, a Cruzada? Encontrou
novo pretexto: devia agora casar o príncipe Henrique. Passou mais uma vez a
festa de São João Batista e mais uma vez a de São Martinho. Em 1227, o cardeal
de Óstia, Hugolino, sucedia a Honório III, que acabava de falecer.
* * * * *
Hugolino foi a
primeira testemunha do prodigioso milagre daquela época. Foi o colaborador de
Francisco e escreveu com a própria mão a Regra inspirada pelo Espírito
Santo. Ele vira o Trovador Chagado verter seu bálsamo sobre as feridas do
mundo. Piedoso, clarividente e enérgico, "refulgiu como um relâmpago em
pleno meio-dia" (velut fulgor
meridianus).
Ninguém zombava de Gregório
IX, nem mesmo Frederico II. Já não poderia mais
temporizar. Hugolino seguira-lhe atentamente as manobras da Cruzada,
sempre de novo adiada. Marcou o último prazo: Agosto.
No dia 8 de Setembro,
Frederico zarpava de
Bríndisi, mas, decorridos poucos dias, já aportava outra vez à Itália. Desta
vez, porém, o raio o atingiu. Gregório IX lançou-lhe a excomunhão. Na Segunda-feira de Páscoa, na
Igreja de São Pedro, o Papa vituperou o perjúrio. Mas o povo se sublevou.
Injuriou e perseguiu o Papa, que se viu obrigado a buscar refúgio em Viterbo.
A guerra estourara. Quanto
o Papa ordenava, o Imperador interditava. Embora excomungado, Frederico não
hesitou em buscar a Terra Santa. Assim, mais uma vez, embarcou em Bríndisi. E o Papa
anunciou à Cristandade a partida, com as palavras: "O Imperador, possesso
do demônio, acompanhado por alguns prelados e cavalheiros, levantou âncoras,
sem destino certo, fingindo dirigir-se a Jerusalém".
Penetrando na Cidade
Santa, em 17 de Março de 1229, Frederico se fez coroar, na igreja do Santo
Sepulcro, na presença dos arcebispos de Palermo e Cápua.
Quem perguntasse:
"O que deseja afinal este desavergonhado?", receberia a lacônica
resposta: "Dominium mundi". O mundo inteiro.
Nos anos
subseqüentes, aos poucos, reconciliou-se e uniu-se ao Papa. Mas era uma amizade
que inspirava temores. Se ele se colocava ao lado da Igreja no combate à
heresia dos albigenses, era pelo prazer de lançar às chamas os seus inimigos. Nada mais fácil
que tachar de herege uma pessoa suspeita ou incômoda. Iluminava seus
festins com as chamas das fogueiras. À sua passagem, multiplicavam-se as denúncias,
seguidas de execuções e vinganças.
CAPÍTULO III
NOVA
ESTRELA NO FIRMAMENTO
"Desde
a infância teve
o temor de
Deus e Guardou a alma sempre pura" (Ofício de S. Rosa de
Viterbo — Ant.
do I Noturno).
Frederico dilatava
seu império pelo fogo e pela espada. Suas tropas, compostas de sarracenos e
alemães, semeavam o terror. Seu maior orgulho se concentrava nos arsenais:
era senhor de uma esquadra que hombreava com a de Gênova. As finanças se
encontravam em ótimo estado e a agricultura florescia. A cultura de algodão
e de cana de açúcar fora confiada a judeus, na África. Desejava transplantar
para os seus domínios da Sicília as tâmaras, a anileira e as frutas da Terra
Santa. As relações com os muçulmanos eram amistosas. Sentia especial predileção
pela doutrina do Alcorão, que lhe permitia possuir tantas mulheres quantas
pudesse sustentar. Nos intervalos das expedições bélicas, em lautos festins,
gostava de admirar dançarinas em sua corte e animais exóticos em seus jardins.
A tal libertino não
pareceu indigno visitar o túmulo de Santa Isabel da Hungria, recentemente canonizada,
e colocar-lhe na fronte uma coroa de ouro.
De
quando em vez, comprazia-se em alardear as liberalidades do Senhor a seu
respeito, imitando o déspota moderno, cujo nome ninguém esqueceu.
"A Providência
do Salvador guiou minha estrêla de maneira liberal e prodigiosa. Assim, no
Oriente, o reino de Jerusalém é herança de meu filho Conrado; o magnífico reino siciliano veio-me de minha mãe; e o poderoso
bloco da nação alemã está sob nossas leis gozando profunda paz. Isto foi assim
disposto, para que esta parte intermediária, chamada Itália, que, como é do
conhecimento de todos, além de ser nossa herança, está por todos os lados
circundada por nossas forças, retorne à nossa obediência e à unidade do império. Deste modo se me torna possível levar socorro
eficaz à Terra Santa, à qual me compete proteger".
O mundo começava a sentir o preço da
proteção de Frederico II. A Igreja
experimentava duramente "o círculo das suas forças". Não obstante, se
vangloriava de ser o mais fiel servidor da Igreja. Isto, porém, não obstava
de que em vésperas de partir para o combate ou Cruzada, ao empreender uma
viagem, ou em questão de casamento, consultasse os adivinhos que lhe
vaticinavam se os "grandes planetas" lhe seriam propícios.
Continua no informativo – Ano V - SETEMBRO DE 2014 -
Nº 04
* * * * * * * * * * *
SANTOS
FRANCISCANOS
MES DE AGOSTO
1 — B..Francisco Pinazzo, 1ª Ordem, mártir.
2 — JUBILEU DA PORCIUNCULA
3 — B.João Tiago
Fernandes, 1ª Ordem, mártir.
4 — S. João Maria Vianey, 3ª Ordem.
5 — B. Francisco de Pesaro, 3ª Ordem.
6 — B. Agatângelo de Vendome, 1ª Ordem, Mártir
7 — B. Cassiano de Nantes, 1ª Ordem, mártir.
8 — S. DOMINGOS
DE GUSMÃO
9 — B. Vicente de Áquila, 1ª Ordem.
10 — B. João
do Alverne, 1ª Ordem.
11 — SANTA CLARA DE ASSIS, 2ª Ordem.
12 — B. Ludovico Sotelo, 1ª Ordem, mártir no Japão.
13 — B. Sante de Montebaroccio, 1ª Ordem.
14 — S. Maximiliano Maria Kolbe, 1ª Ordem.
15 — ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
16 — S. Roque de Montpellier, 3ª Ordem.
17 — B.Paula
Montaldi, 2ª Ordem.
18 — S. Beatriz
da Silva, 2ª Ordem.
19 — S. Luís de Tolosa, 1ª Ordem.
20 — B. Francisco
Galvez, 1ª Ordem, mártir.
21— S. Pio X, 3ª
Ordem.
22 — B.Timóteo de Monticchio, 1ª Ordem.
23 — B. Bernardo de Offida, 1ª Ordem.
24 — B. Pedro da Assunção, 1ª Ordem, mártir.
25 — S. Luís, Rei da França, PATRONO DA TERCEIRA ORDEM.
26 — B. João de Santa Marta, 1ª Ordem, mártir
27 — B. Ricardo de Santa Ana, 1ª Ordem, mártir
28 — B. Vicente Ramirez,
1ª Ordem, mártir.
29 — B. João de Perusa, 1ª Ordem, mártir.
30 — B. Pedro de Sassoferrato, 1ª Ordem, mártir
31 — B. Pedro de Ávila, 1ª Ordem, mártir do Japão.
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