BOLETIM INFORMATIVO DE DEZEMBRO DE 2016
Para São Francisco, o Natal é a festa das festas,
porque o Filho de Deus se revestiu da verdadeira carne da nossa frágil
humanidade, para a nossa salvação; e por isso quer que seja celebrado com
alegria e generosidade para com os pobres e mesmo para com todos os animais.
Numa singular intuição une e funde o mistério da encarnação, na pobreza e
humildade, com a eucaristia.
Por isso quer “ver”, com os próprios olhos do
corpo, o Natal da celebração eucarística, e criar um ambiente sugestivo para um
encontro real com Jesus eucarístico, acolhido na humildade de uma gruta. Assim
é o presépio de Greccio, no Natal de 1223. Aquilo que Francisco quer ver e
fazer entender é a pobreza-humilhação do Filho de Deus na sua vinda ao mundo,
tal qual acontece diariamente na eucaristia. O binômio Belém-eucaristia é de
tradição bem mais antiga, que vê o altar como presépio.
Francisco tem a originalidade de atualizá-lo em
formas plásticas e simples, ao vivo. Seu desejo era o de fazer nascer Jesus
menino e as suas virtudes nos corações de todos e o de fazer “ver” o momento da
salvação no Natal-eucaristia.
O mérito de São Francisco não foi o de ter
inventado uma cena que todos poderiam reproduzir, mas o de ter mostrado com que
sentimentos de coração devemos nos acercar do Menino Jesus.
Cesarius Van Hulst
4º Domingo do Advento: Carta ao meu
amigo Zé
Frei Gustavo Medella
Salve, Zé! Nosso
bom José! Rapaz, mesmo quietinho, meio cismado – fazendo lembrar o jeito
mineiro de ser – ficou importante “demais da conta”! Olha só que “responsa” o
Homem lá de cima botou em sua mão… Eu sei que você é humilde e não gosta muito
desse negócio de elogio… Fica até constrangido quando se lembra de sua
“parentagem” importante do passado, que vem lá do tal do Rei Davi. Mas o que é
verdade precisa ser dito.
Você foi demais!
Primeiro, você foi discreto e caridoso diante do susto que levou quando soube
que Maria estava grávida. O Filho não era seu. Só você sabe quantos pensamentos
passaram pela sua cabeça. Mesmo assim você foi grande, foi sábio… Nada de
escândalo, nada de revolta, nada de precipitação. Decidiu deixar a moça em
segredo para não complicar a vida de ninguém (Mt 1,19).
Depois, você
acreditou no seu sonho! Você amava Maria e queria estar junto dela. Por isso
manteve-se atento aos desígnios do Senhor. Quando os anjos lhe explicaram o
porquê de tanta “confusão”, você mudou de ideia e não foi teimoso. Assumiu
Maria, o Menino e todo o Projeto de Deus para a vida de vocês e do mundo (Mt
1,24), à custa de muito sufoco que vocês passaram juntos.
Por essas e outras, caro Zé, eu sou seu fã, e
não só eu. No Brasil, de acordo com o IBGE, 5,7 milhões de filhos tiveram seu
nome escolhido pelos pais: uma multidão de Zé! É verdade que existe uma turma
meio “metida a besta”, que pensa que a gente simples é
“capacho”, que usa seu nome para se referir ao pobre lançando mão de termos
como “Zé Povinho”, “Zé ninguém” e outros ainda mais desaforados. E o pior é que
essa gente agora está vindo com força total, agindo na calada da noite para
pisar ainda mais naqueles que já têm pouco, tudo com a desculpa de que não tem
dinheiro. Dinheiro tem, Zé, – e eu digo a você em segredo -, é só olhar nos
“bolsos” dos ricos. Mas depois a gente conversa melhor sobre isso.
Por hoje, neste
4º Domingo do Advento, pertinho da hora de seu Menino nascer, só quero deixar o
meu abraço! Muito agradecido, mesmo, de coração, por não ter sido egoísta, por
tem pensado muito mais em Deus e nos outros do que em você! Tudo de Bom e
recomendações a Maria e ao Pequeno Jesus que está para chegar.
SÃO JUAN DIEGO CUAUHTLATOATZIN 09/12
Juan Diego era um
índio asteca nascido em 1474 na atual Cidade do México. Era pobre e dedicava-se
ao difícil trabalho no campo e à fabricação de esteiras. Possuía um pedaço de
terra, onde vivia feliz com a esposa. Atraído pela doutrina dos padres franciscanos,
converteu-se e foi batizado. Costumava caminhar de sua vila à Cidade do México,
a catorze milhas de distância, para aprender a Palavra de Cristo.
Juan Diego ficou
viúvo e então passou a dedicar-se ainda mais a religião. Um dia, voltando da
igreja, no dia 09 de dezembro de 1531, o jovem índio presenciou a primeira
aparição de Nossa Senhora de Guadalupe, que o chamou em sua língua nativa,
dizendo: "Joãozinho meu queridinho". A Virgem pediu a Juan que
procurasse o bispo e pedisse que fosse construída uma Igreja naquele local. O
Bispo, incrédulo, pediu provas concretas da aparição.
Na terça feira, 12
de dezembro, João Diego estava indo à cidade, quando a Virgem apareceu e o
consolou. Em seguida pediu que ele colhesse flores. Apesar do frio inverno, ele
encontrou lindas flores. Ela disse que as entregasse ao Bispo como prova da
aparição. Diante do Bispo ele abriu sua túnica, as flores caíram e no tecido
apareceu impressa a imagem de Nossa Senhora de Guadalupe.
Juan Diego faleceu
no dia 30 de maio de 1548, aos setenta e quatro anos, de morte natural.
Colaboração: Padre
Evaldo César de Souza, CSsR
Reflexão
Nossa Senhora de
Guadalupe consagrou-se como a padroeira da América Latina, porque representa na
sua simplicidade a vida do povo pobre e sofrido do continente. Que encontremos
em Maria forças para lutar pela transformação da sociedade.
Oração
Ditoso Juan Diego,
índio bondoso e cristão, nós te suplicamos que acompanhes a Igreja peregrina,
para que seja cada dia mais evangelizadora e missionária. Encoraja os Bispos,
sustenta os presbíteros, suscita novas e santas vocações, ajuda todas as
pessoas que entregam a sua própria vida pela causa de Cristo e pela difusão do
seu Reino.
Paz e Bem!
“Para o cristão, Cristo é o centro da vida. Viver o Evangelho conhecer
e amar, imitar e servir a Jesus como Deus e homem. Para esta vida S. Francisco
é nosso grande exemplo. A sua conversão foi uma conversão a Cristo.”
(Frei
Matheus)
A palavra «Igreja»
se deriva do termo grego ecclesia, assembleia ou convocação. Era uma
comunidade de fiéis, reunida em oração, na doutrina dos Apóstolos e em íntima
caridade fraterna.
Quando S. Francisco fundou a Ordem Terceira da penitência, ele pretendia formar dentro da Igreja
estes núcleos que deviam viver segundo o modelo das primeiras comunidades
cristãs, de acordo com o que nos conta o Livro dos Atos dos Apóstolos.
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