FRATERNIDADE
FRANCISCANA SECULAR DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS DE PETRÓPOLIS
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do Sagrado Coração de Jesus
INFORMATIVO
Ano VIII JANEIRO DE 2017 - Nº 07
SANTA CLARA DE ASSIS
Frei Hugo
D. Baggio,OFM
UMA CANÇÃO
A vida dentro dos muros de São Damião começara com Clara e Inês. Mas dia a dia, dos castelos e
palácios de Assis, de Espoleto, de Perúgia, de Espelo, donzelas da nobreza
batiam àquela porta. Vinham envoltas em riquíssimas vestes e, prostrando-se
aos pés de Soror Clara, pediam a graça de serem admitidas em sua companhia. Em
breves momentos, transformavam-se. Lançavam fora suas sedas e jóias e em troca
Soror Clara lhes entregava um burel remendado e pobre e uma corda para
cingirem a cintura.
Vinham as amigas de infância, as companheiras da juventude. E um dia veio a irmã e noutro dia
a mãe. Como contam os Fioretti (c. 33): "Naquele tempo, vivia no mosteiro
Soror Hortolana, mãe de Soror Clara, e Soror Inês, sua irmã, ambas com Soror
Clara, cheias de virtudes e de Espírito Santo..."
Vinham as donzelas da nobreza, vinham as donzelas
dos campos. Vinham as nobres, vinham as de origem obscura. E como num cesto de
flores confundiam-se todas num mesmo ideal e num mesmo amor.
Eram como as estrofes de um grande e mavioso hino,
que a brutalidade dos séculos ainda não conseguiu
extinguir. Seus nomes desfilam, realmente como uma daquelas canções que os
jovens de Assis, Francisco à testa, cantavam pelas noites enluaradas da sua
cidade:
Pacífica, Benvinda,
Filipa,
Cândida, Inês,
Balbina,
Francisca,
Cristina, Ágata,
Egídia, Anastácia,
Cristina,
Mansueta,
Boaventura, Benrecebida,
Consolata,
Andreia, Áurea,
Leonarda,
Felícia, Angelúcia,
Maria, Joana, Lúcia,
Benedita,
Elias, Estela,
Leia, Hermínia, Daniela,
lluminata,
Patrícia,
Inês,
Beatriz, Hortolana, Clara...
E ainda hoje, esta canção ressoa, suavemente, como o marulhar de uma fonte que, no silêncio
do bosque, deixa escorrer a límpida água sobre os seixos lisos, num murmúrio de
guizos e chocalhos. E' a canção daquele grupo que viveu a primeira estrofe da
epopéia franciscana, que continua através dos séculos, cantando sempre. . . a sua
canção.
A MÉDICA DE SÃO
DAMIÃO
Soror Clara era a Abadessa do Mosteiro de São Damião que, dia por dia, abria suas pobres portas, para abrigar em
seus paços de pobreza, as donzelas dos ricos castelos de Assis e dos arredores.
A pequena comunidade se transformara numa grande família, sob a direção de
Soror Clara que era, em seus desvelos, uma verdadeira mãe para as irmãs.
O que absorvia os cuidados e as atenções mais carinhosas de Soror Clara eram as irmãs doentes, Ali seu
desvelo não conhecia limites, animada por aquela caridade, realmente evangélica,
aprendida de Frei Francisco.
Entre as irmãs de São Damião, vivia Soror Benvinda, descendente de
uma das mais ilustres famílias de Assis, que a exemplo de Clara abandonou tudo e
abrigou-se no conventinho de São Damião, onde a Pobreza estabelecera uma praça
forte, defendida por um grupo de jovens dispostas a dar a vida por seu ideal.
Como as demais irmãs, também Soror Benvinda entregava-se sorridente às mais duras e austeras
penitências, sem que o sorriso de felicidade deixasse de lhe emoldurar o
semblante. Mas além dos sacrifícios e durezas impostos pela Regra, Soror
Benvinda era atormentada por uma doença cruel.
No braço esquerdo lhe
haviam brotado cinco chagas dolorosas e purulentas, que a faziam sofrer
enormente, tirando até o pequeno descanso que se permitia à noite.
Continuamente devia remover as ataduras, pois o pus não cessava de escorrer.
..
Consultou médicos...
usou todos os remédios que lhe estavam ao alcance. . . mas tudo em vão. E isto
penalizava enormemente o coração maternal de Soror Clara. Bem desejava ela ter
as dores em lugar da irmã.
Durante doze anos, teve a soror Benvinda de
carregar sua cruz. Mas um dia não suportou mais
as dores. Correu para junto de soror Clara, que jazia doente em seu pobre
catre.
— Ah! Soror
Clara, alcança-me de Deus alívio para as minhas dores. Ou ao menos paciência
para suportar tão atroz tormento.
Soror Clara esqueceu a própria doença. Ergueu-se, ainda que com dificuldade, e pôs-se de
joelhos. Terminada a prece, tomou do braço de soror Benvinda e fez sobre ele o
sinal da cruz, Tirou, então, com todo o cuidado, as ataduras e tocou, uma a
uma, as chagas dolorosas.
E no mesmo instante, as feridas desapareceram como
por encanto. A cútis do braço apareceu clara e
rosada, como se nunca tivesse sofrido o mais leve arranhão.
O que médicos e remédios não conseguiram, conseguiu-o a prece e a fé de Soror
Clara. Sim, a fé opera milagres.
A LUTA PELA POBREZA
A sociedade está acostumada com uma divisão que existe em seu seio e olha-a como coisa
natural: há ricos e há pobres. E a luta de tantos séculos não conseguiu um
nivelamento absoluto.
Sob este aspecto, que um pobre de um momento para
outro, por um golpe da sorte, se torne rico, ninguém se admira e nem se dá o trabalho de analisar a liceidade de um tal
golpe de sorte. E se um rico, da noite para o dia, cai na miséria, é outro fato
que não surpreende, porque freqüente.
Mas que uma pessoa abandone as riquezas e se torne
pobre, voluntariàmente, e ainda chegue a amar esta pobreza voluntária com verdadeira paixão, é um fato que não só causa estranheza, mas
estupefação.
E' este o caso de Soror Clara. Filha de nobreza,
senhora de palácios, herdeira de grandes
riquezas, ricamente dotada pela natureza, que mais poderia desejar para ser
feliz? E, no entanto, deixa tudo.
Foge do
palácio paterno, troca os seus brocados e sedas
por um hábito grosseiro e pobre, recolhe-se num convento sem recurso algum.
Vive de esmolas que a caridade lhe leva à porta e não se inquieta pelo dia de
amanhã. Realmente, ali em São Damião podia-se falar em pobreza!
Continua no informativo – Ano VIII - FEVEREIRO DE 2017 -
Nº 08
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SANTOS FRANCISCANOS
MES DE JANEIRO
2 — S. Martinho da Ascensão, 1ª Ordem, mártir do Japão..
4 — B. Angela de Folinho, 3ª Ordem.
5 — B. Rogério de Todi, 1ª Ordem.
6 — S. Carlos de Sezze, 1ª Ordem.
7 — B. Mateus de Agrigento, 1ª Ordem.
8 — S. Francisco Blanco,
1ª Ordem, mártir no Japão.
9 — S. Filipe de Jesus, 1ª Ordem,mártir no Japão
10 — B. Egídio de Laurenzana, 1ª Ordem.
11 —B. Tomás de
Cori, 1ª Ordem.
12 — B. Bernardo de Corleone, 1ª Ordem.
13 — S. Francisco de S. Miguel, 1ª Ordem, mártir no Japão.
14 — B. Odorico de Pordenone, 1ª Ordem.
15 — S. Berardo, 1ª Ordem, mártir em Marrocos
16 — S. Pedro, 1ª Ordem, mártir em Marrocos
17 — S. Acúrsio, 1ª Ordem, mártir em Marrocos
18 — S. Otão, 1ª Ordem, mártir em Marrocos
19 — S. Eustóquia de Messina, 2ª Ordem.
20 — S. Adjuto, 1ª Ordem, mártir em Marrocos
21 — B. João Baptista Triquerie, 1ª Ordem, Mártir
22 — S.
Vicente Pallotti, 3ª Ordem.
23 — S. Gonçalo Garcia, 1ª Ordem, mártir no Japão
24 — B. Paula Cambara Costa, 3ª Ordem.
25 — S. Paulo Ibarki, 3ª Ordem, mártir no Japão
26 — S.Gabriel de Duisco, 3ª Ordem, mártir no Japão.
27 — S. Angela Merici, 3ª Ordem. Fundadora das Ursulinas.
28 — S. João Kisaka, 3ª Ordem, mártir no Japão.
29 — B. Luísa Albertoni, 3ª Ordem.
30 — S. Jacinta Marescotti, 3ª Ordem Regular.
31 — S.João Bosco, III O., Fundador dos Salesianos e
das Filhas de Maria Auxiliadora
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