quinta-feira, 7 de junho de 2012

FOLDER DISTRIBUIDO NA MISSA DAS 16:15 HORAS DO DIA 03 DE MAIO DE 2012


INFORMATIVO

Ano III  -  MAIO DE 2012 -  Nº  12

ESPIRITUALIDADE  FRANCISCANA

O BEM-AVENTURADO LUQUÉSIO

I. Um homem de negócios que não perdeu sua  meta.
(Continuação)

Mas o verdadeiro motivo que arrastava Luquésio, a contragosto, a formar a sua consciência, era que o conhecimento da sua injustiça havia firmado o problema complicado da restituição, visto não se renunciar facilmente aos bens já adquiri­dos.
Ele estava tão bem instalado! Morava agora numa bela casa, grande como um palácio, com chaminés de mármore, tape­tes cobrindo o soalho, móveis de madeiras preciosas e uma quantidade de raros bibelots. Nos jantares que oferecia a amigos escolhidos, sentia-se ufano em exibir sua baixela de prata. E quando Luquésio pas­sava pelas ruas, os chapéus desciam até ao chão diante de suas vestes de brocado. Sem dúvida se lembravam de que maneira ele havia conseguido tudo aquilo e comen­tavam com reserva; não obstante, reco­nheciam o fruto da habilidade e esses mal­dizentes intimamente o invejavam, con­vencidos de que no lugar dele teriam fei­to o mesmo. Havia sido bem sucedido, por conseguinte devia ser respeitado.
Afinal era rico, tendo-se tornado um personagem de destaque, respeitado, lison­jeado, vivendo com largueza, recebido na alta sociedade e gozando de uma vasta influência na cidade de Poggi-Bonzi. Os sonhos se tinham realizado; digo melhor: ele os havia realizado jovem ainda — pois com menos de 30 anos conseguiu mais do que outros em toda a vida. Sua casa abri­gava o que se chama uma família feliz.

II.                O  despertar do erro.

Eis que no momento de gozar da for­tuna, Luquésio pasmou por não se sentir plenamente satisfeito e nada feliz. No lu­xo, com este conforto, estas honras que tanto trabalho lhe deram para conseguir, eis que se sentia desorientado, embaraça­do, alheio, como se estas coisas não tives­sem sido feitas para ele, como se nada ti­vesse desejado de tudo daquilo.
Por que razão toda essa agitação, todo esse trabalho para chegar a uma vida efê­mera, insípida, vazia, que não lhe signi­ficava mais nada?
Para resolver este confuso enigma, Lu­quésio repassava instintivamente na ima­ginação os anos decorridos; parecia-lhe tê-los passado numa espécie de incons­ciência. E terminava, imaginando-se jo­vem em Caggiani, antes de tudo isto acon­tecer, e convencia-se de que tinha, então, uma alma feliz, mais livre que a do mo­mento presente.
Na trégua que se operava depois da luta, parecia-lhe encontrar-se a si mesmo, que descuidosamente, como alguém, foi perdi­do de vista por longos anos. Encontrava-se com o seu coração: e era este que se sentia desgostoso.
Verificava uma coisa estranha: a ten­dência contínua destes anos, para um al­vo determinado e obcecante, havia de cer­ta forma abafado e imobilizado sua alma no que ela tinha de melhor; a luta pelo dinheiro o tinha tão bem confiscado, a ponto de substituí-lo por um estrangeiro: um cruel e cobiçoso comerciante. No fun­do, ele era naturalmente reto, bom, ge­neroso mesmo. E agora que se lhe depara­va a ocasião de entrar em si mesmo, es­sa bondade inata se insurgia, reclamava contra o "outro", recordando à consciên­cia de Luquésio sua injustiça, sua dureza, todas as vítimas que havia feito. E as noi­tes se tornavam agitadas. Durante as ho­ras de penosa sonolência, imagens deplo­ráveis e sinistras, em longas sarabandas, passavam diante dos seus olhos; via lares arruinados, famílias esfomeadas lançadas à rua, vendas pungentes de mobiliários, mães que o olhavam fixamente, mostran­do-lhe seus filhos macilentos, pais que lhe estendiam os punhos, amaldiçoando o mo­nopolista ... Luquésio rolava no leito, en­terrava o rosto no travesseiro quente, para fugir às visões importunas. Mas o suplício continuava; a seus ouvidos chegava sem interrupção a voz daquele infeliz que, to­mando co-nhecimento de sua ruína, lhe ha­via gritado ao retirar-se: "Deus te amal­diçoe, assassino!" E no seu coração sen­tia novamente um choque idêntico ao que sofrera um dia sob a injúria sanguinolen­ta. Oh, esta rápida cena de alguns segun­dos, este gesto desesperado e indignado, este olhar cheio de ódio, como se havia, entre tantos outros, instalado, incrustado na sua retina! Uma voz rouca, de repen­te alterada,   vibrava constantemente aos seus  ouvidos: "Assassino!   Assassino!..." Sim, era verdade! Ele havia sido assassino, tomando o pão dos outros; havia odiosa­mente explorado a miséria para enrique­cer, e havia abusado da boa fé da pobre gente que nele confiara: e era ele, Luquésio, que, quase sem o saber, tinha chegado a esse ponto! E então se amaldiçoava: — "Miserável, eis que centenas de infelizes te cobrem de maldições. Um dia eles se er­guerão contra ti,  diante de  Deus,  e en­tão..." E de súbito um terror atroz apo­derava-se dele, com o  pensamento no juizo,  pois sua fé  permanecia intacta... "Sim, é uma outra maldição que cairá sobre ti; então... E tu ficarás à esquerda... à es­querda, meu Deus! Para sempre!...  Ah, imbecil, de que te serviram estes ducados e estes carlins que amontoaste, estas ter­ras que compraste e esta baixela de que te orgulhas? Assassino! é de teus homicí­dios que te orgulhas!"



Continua no informativo – Ano IV -            JUNHO DE 2012  -  Nº  01



SANTOS FRANCISCANOS

MES DE MAIO

1 — B. Juliano de Istria,  1ª Ordem
2 — B. Vivaldo de S. Gimignano,  3ª Ordem.
3 — B. Petronila de Troyes, 2ª Ordem.
4 — B. Ladislau de Gielnow, 1ª Ordem.
5 — B. Benvenuto de Recanati, 1ª Ordem.
6 — B. Bartolomeu de Montepulciano, 1ª Ordem
7 — B. Maria de Santa Natália, 3ª Ordem Regular, mártir da China
8 — IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA
9 — S. Catarina de Bolonha, 2ª Ordem.
10 — B. Félix de Nicósia, 1ª Ordem.
11 — S. Inácio de Laconi, 1ª Ordem.
12 — B. João de Cetina, 1ª Ordem, mártir
13 — B. Pedro de Duenas,  1ª Ordem, mártir
14 — B. Crispim de Viterbo, 1ª Ordem.
15 —  B. Humiliana Cerchi, 3ª Ordem.
16 — S. Margarida   de   Cortona, 3ª Ordem.
17 — S. Pascoal de Bailão,  1ª Ordem.
18 — S. Félix de Cantalício, 1ª Ordem.
19 — S. Teófilo da Corte
20 — S. Bernardino de Sena, 1ª Ordem.
21 — S. Ivo de Bretanha, 3ª Ordem.
22 — B. João Forest, 1ª Ordem, mártir
23 — B. João de Prado, 1ª Ordem, mártir
24 — DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DE S. FRANCISCO EM ASSIS
25 —B. Gerardo   de   Vilamagna, 3ª Ordem.
26 — B. Estêvão de  Narbona, 1ª Ordem, mártir
27 — B. Raimundo de Carbona, 1ª Ordem, Mártir
28 — S. Maria Ana de Jesus Paredes, 3ª Ordem
29 — B. Herculano de Piegaro, 1ª Ordem.
30 — B. Camila Baptista Varano, 2ª Ordem.
31— S. Fernando III,Rei de Castela, 3ª Ordem 

Nenhum comentário:

Postar um comentário